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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Dialogando com o Pecado

               Gênesis 3:1
          Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o SENHOR Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: “Foi isso mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’?”
 
         A palavra pecado, segundo o Aurélio, significa transgressão de preceitos religiosos; falta; culpa. Pecar é toda ação que tomamos que seja contrária a essência do nosso bom relacionamento com Deus. E relacionamento com Deus abarca também o nosso relacionamento com o próximo. Pecar é, então, falhar, romper a harmonia do nosso relacionamento. Pecar não é só desobedecer a um mandamento ou preceito divino, é permitir que qualquer coisa se interponha entre nós e Deus, entre nós e o próximo, entre a unidade perfeita que o amor divino é.
          Trata-se sempre de relacionamento. Por um lado, está nosso relacionamento com Deus, que se dá através de nossas orações, quando lemos a Sua Palavra na Bíblia, quando ouvimos Sua Palavra na pregação na Igreja, quando interagimos com as outras pessoas e o fazemos baseados nos ensinamentos de Cristo. Quando cuidamos de agir no atuar do Espírito Santo, em comunhão com o Filho e com o Pai, então nos relacionamos com tudo o que há em harmonia. E isso agrada a Deus, isso edifica e faz bem, isso nos conduz no caminho rumo à eternidade com Ele. Por outro lado – visto que se trata sempre de relacionamento –, está tudo o que é destoante desta harmonia divina, está tudo o que pode causar falha, pane no bom relacionamento divino. Neste lado, está o pecado.
          Provavelmente você já ouviu falar de diálogo interno. Em neuro-lingüística, diálogo interno é a conversa que mantemos conosco mesmos, é como nós nos relacionamos com nossos pensamentos e sentimentos. Quando dizemos que temos que parar um pouco para pensar sobre um assunto, na verdade estamos nos dando a oportunidade de conversar conosco mesmos e, quando tomamos alguma decisão, esta foi resultado dos argumentos pessoais que nos fizeram decidir por isso ou aquilo. Diálogo interno é também como nós nos relacionamos conosco mesmos.
          Percebemos, assim, que sempre se trata de relacionamento. Há o relacionamento com Deus, o relacionamento com o próximo e o relacionamento conosco mesmos. E há, ainda, o relacionamento com “tudo o que não é de Deus”, por assim dizer, que é o relacionamento com o pecado. Esse é o ponto ao qual quero chegar.
          Em Mateus 22:37-39, Jesus nos fala sobre esses relacionamentos. O relacionamento com Deus: Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”. O relacionamento com o próximo: Ame o seu próximo como a si mesmo”. E o nosso relacionamento conosco mesmos está na mesma sentença, só que com ênfase em nós mesmos: “Ame o seu próximo como a si mesmo. E há ainda o relacionamento com tudo o que não é esse relacionamento divino que o Mestre ensinava e que Tiago sintetizava na seguinte frase: Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês (Tiago 4:7). Aqui, na frase de Tiago, aquilo que rompe nosso relacionamento harmonioso com Deus, ou seja, o pecado, está simbolizado figurativamente no Diabo; em Gênesis, está simbolizado na serpente.
          O perigo é: mantermos relacionamento com o pecado. E o relacionamento nasce quando nos permitimos dialogar. Quando dialogamos com Deus – em nossas orações – e Ele dialoga conosco – em Sua Palavra –, há relacionamento. Quando dialogamos com o nosso semelhante, há relacionamento. Quando dialogamos com o pecado – ou seja, quando permitimos a aproximação de tudo o que não é de Deus – também criamos um relacionamento, só que este não é bom.
          E foi isso o que Eva fez: ela se permitiu criar um relacionamento com o pecado; ela se permitiu dialogar com o pecado. Sem trocadilhos, ela dialogou com o perigo. Resistam, disse Tiago, e ele fugirá de vocês. Não pense que você pode lidar bem com o pecado, pois o inimigo da fé é ardiloso e é mais esperto que você. E ele é mais esperto que você – e que eu também –, porque é mais experiente que nós. Uma vez ouvi uma frase muito interessante, que não é bíblica, mas que revela muita coisa: “O Diabo não é esperto por ser Diabo; ele é esperto por ser velho (experiente)”. E não é que é mesmo?
          Voltando ao ponto principal do texto, vejamos a pergunta que ele fez à Eva: ele não perguntou “é verdade que vocês não podem comer da árvore que está no meio do jardim?”. Ele perguntou foi isso mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’?”. Dá para perceber a malandragem? Se ele tivesse feito a primeira pergunta, o assunto morreria ali mesmo, pois Eva poderia ter respondido simplesmente: “É verdade. Passe bem, tchau pra ti!”. Mas quando ele fez a segunda pergunta – foi isso mesmo que Deus disse?” –, ele plantou uma dúvida que exigia uma resposta argumentada, ou seja, dava início a um diálogo. E, quando Eva embarcou na conversa dele, ela dançou.
          Quando ela começou a argumentar com o Mal, ela permitiu que ele implantasse nela falsas percepções, percepções até agradáveis num primeiro momento, mas que levavam ao rompimento com Deus. Quando Eva caiu naquela conversinha, ela foi enovelada sem se dar conta e, quando viu, não só tinha sido enrolada, como agiu em cima desse rolo e, quando agiu, ela pecou.
          Por isso, nunca dialogue com o pecado. Se ele vier, encerre a conversa antes que ela comece. Se você der confiança ao pecado e à tentação, você dança.
          Fique sempre com o que Deus nos ensina em Sua Palavra. É seguro e verdadeiro.
 
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO

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