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domingo, 17 de agosto de 2025

177 – Ester e Mardoqueu (Ester 1 – 2)


 

Foi1(versículo de Ester 1) no tempo de Xerxes(*), que reinou sobre cento e vinte e sete províncias, desde a Índia até a Etiópia. Naquela2 época o rei Xerxes reinava em seu trono na cidadela de Susã e3, no terceiro ano do seu reinado, deu um banquete a todos os seus nobres e seus oficiais. Estavam presentes os líderes militares da Pérsia e da Média, os príncipes e os nobres das províncias.

Durante4 cento e oitenta dias ele mostrou a enorme riqueza de seu reino e o esplendor e a glória de sua majestade. Terminados5 esses dias, no jardim interno do palácio, o rei deu um banquete I de sete dias para todo o povo que estava na cidadela de Susã, do mais rico ao mais pobre. Pela7 generosidade do rei, o vinho real era servido em grande quantidade, em diferentes taças de ouro.

Enquanto9 isso, a rainha Vasti também oferecia um banquete às mulheres, no palácio do rei Xerxes.

Ao10 sétimo dia, quando o rei Xerxes já estava alegre por causa do vinho, ordenou aos sete oficiais II que o serviam – Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas – que11 trouxessem à sua presença a rainha Vasti, usando a coroa real, para mostrar sua beleza aos súditos e aos nobres, pois ela era muito bonita. Quando12, porém, os oficiais transmitiram a ordem do rei à rainha Vasti, esta se recusou a ir, de modo que o rei ficou furioso e indignado.

Xerxes foi aconselhado pelos seus sábios a destituir Vasti e tomar outra rainha. O rei ordenou que levassem ao palácio as moças mais bonitas da Pérsia. Uma delas se tornaria a sua rainha.

Ora5(versículo de Ester 2), na cidadela de Susã III havia um judeu chamado Mardoqueu, da tribo de Benjamim, filho de Jair, neto de Simei e bisneto de Quis, que6 fora levado de Jerusalém para o exílio por Nabucodonosor, rei da Babilônia, entre os que foram levados prisioneiros com Joaquim, rei de Judá. Mardoqueu7 tinha uma prima chamada Hadassa, que havia sido criada por ele, por não ter pai nem mãe. Essa moça, também conhecida como Ester, era atraente e muito bonita, e Mardoqueu a havia tomado como filha quando o pai e a mãe dela morreram.

Quando8 a ordem e o decreto do rei foram proclamados, muitas moças foram trazidas à cidadela de Susã e colocadas sob os cuidados de Hegai IV. Ester também foi trazida ao palácio do rei e confiada a Hegai, encarregado do harém. A9 moça o agradou e ele a favoreceu. Ele logo lhe providenciou tratamento de beleza V e comida especial. Designou-lhe sete moças escolhidas do palácio do rei e transferiu-a, junto com suas jovens, para o melhor lugar do harém.

Ester15 causava boa impressão a todos os que a viam.

O17 rei gostou mais de Ester do que de qualquer outra mulher, e ela foi favorecida por ele e ganhou sua aprovação mais do que qualquer das outras virgens. Então ele lhe colocou uma coroa real e tornou-a rainha no lugar de Vasti. E18 o rei deu um grande banquete, o banquete de Ester, para todos os seus nobres e oficiais. Proclamou feriado em todas as províncias e distribuiu presentes por sua generosidade real.

Quando19 as virgens foram reunidas pela segunda vez, Mardoqueu estava sentado junto à porta do palácio real VI. Ester20 havia mantido segredo sobre seu povo e sobre a origem de sua família, conforme a ordem de Mardoqueu, pois continuava a seguir as instruções de Mardoqueu, como fazia quando ainda estava sob sua tutela.

Um21 dia, quando Mardoqueu estava sentado junto à porta do palácio real, Bigtã e Teres, dois dos oficiais do rei que guardavam a entrada, estavam indignados e conspiravam para assassinar o rei Xerxes. Mardoqueu22, porém, descobriu o plano e contou-o à rainha Ester, que, por sua vez, passou a informação ao rei, em nome de Mardoqueu. Depois23 de investigada a informação e descobrindo-se que era verdadeira, os dois funcionários foram enforcados. Tudo isso foi escrito nos registros históricos, na presença do rei.

 

v     Para entender a história

Ester e Mardoqueu, nesta parte introdutória deste livro do Antigo Testamento, estão sendo preparados pela divina providência para um livramento decisivo do povo judeu.

 

v     Curiosidades

                                     I.     “O rei deu um banquete” – Xerxes comemorava porque sufocara com sucesso revoltas na Babilônia e no Egito. Durante as festividades, exibia para os vassalos a riqueza e o poder do seu império.

                                  II.     “Sete oficiais” – Estes oficiais eram eunucos, isto é, eram homens castrados que serviam no harém do rei. Os eunucos angariavam postos de confiança e influência na corte real. Eles passavam pelo processo de castração para que não tivessem relações sexuais com as mulheres do harém real.

                               III.     “Cidadela de Susã” – Susã, insuportavelmente quente no verão, era a capital de inverno dos reis persas. A cidadela era uma acrópole fortificada no centro da cidade. O rei Dario I construiu lá um suntuoso palácio.

                                IV.     “Sob os cuidados de Hegai” – Este nome aparece em antigos registros como um funcionário do rei Xerxes.

                                   V.     “Tratamento de beleza” – Para se tornarem mais atraentes, as mulheres banhavam-se com óleos aromáticos, removiam os pelos do corpo e amaciavam a pele. Usavam uma grande variedade de cosméticos. Cohol (carbonato de cobre) e galena (sulfeto de chumbo) sombreavam os olhos; suco de amora deixava as bochechas rosadas; óxido de ferro avermelhava os lábios; e hena macerada tingia as unhas dos pés e das mãos.

                                VI.     “Porta do palácio real” – Tratava-se do centro administrativo da corte de Susã. Era bem provável que Mardoqueu, um descendente da nobreza de Jerusalém, fosse um alto funcionário do serviço civil. Um tablete com escrita cuneiforme dessa época lista um ministro chamado “Mardukaia”, uma derivação de “Marduk” – o principal deus dos babilônios. “Mardoqueu” é a conversão hebraica desse nome.

 

(*) Também chamado de Assuero em hebraico, variante do nome persa Xerxes.

- O rei Xerxes: Filho de Dario I, Xerxes (486 – 465 a.C.) tentou expandir o império do pai. Dario tinha ganho uma cidadela, ao norte da Grécia, ao tomar a Macedônia. Xerxes avançou para o sul, até Atenas, mas recuou ao ser derrotado em 480 a.C. Dez anos depois, fracassou em uma outra tentativa para conquistar a Grécia. Apesar das derrotas, a estabilidade do império não foi afetada.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

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