1º
Coríntios 12:7
A
cada um, porém, é dada a manifestação
do Espírito, visando ao bem comum.
Neste capítulo da primeira
carta à igreja em Corinto, o apóstolo Paulo cita os dons do Espírito Santo e,
nesta passagem, também os chama de “manifestação do Espírito”, pois cada dom é
também uma manifestação pontual.
Na íntegra, esta
passagem diz assim: A cada um, porém, é
dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a
um é dada a palavra de sabedoria; a
outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de
conhecimento; a outro, fé, pelo
mesmo Espírito; a outro, dons de curar,
pelo único Espírito; a outro, poder para
operar milagres; a outro, profecia;
a outro, discernimento de espíritos;
a outro, variedade de línguas; e
ainda a outro, interpretação de línguas.
Todas essas coisas, porém, são
realizadas pelo mesmo e único
Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer (1º Coríntios 12:7-11).
Quero ressaltar, uma
vez mais, quais são estes dons/manifestações, citados nesta passagem: palavra
de sabedoria, palavra de conhecimento, fé, dons de curar, poder para operar
milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedades de línguas e
interpretação de línguas.
Há teólogos que
defendem que estes dons cessaram – são os chamados “cessacionistas”. E há
teólogos que defendem que estes dons não cessaram – são os chamados
“continuístas”. E há ainda um “grupo do meio”, que são teólogos que defendem a
ideia de que os dons não cessaram totalmente, mas que desvaneceram com o passar
do tempo.
Bem, como eu não surfo
na onda da Teologia, vou pela posição bíblica, e esta não nos diz em parte
alguma que os dons e as manifestações do Espírito cessariam. Ao contrário, o
apóstolo Pedro, em sua pregação no início da formação da Igreja, nos dá seguras
indicações sobre isso: “Isto é o que foi
predito pelo profeta Joel: ‘Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre
todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens
terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias,
e eles profetizarão. Mostrarei maravilhas em cima, no céu, e sinais em baixo,
na terra: sangue, fogo e nuvens de fumaça. O sol se tornará em trevas e a lua
em sangue, antes que venha o grande e
glorioso dia do Senhor. E todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo!’” (Atos 2:16-21). Ora, como o sol ainda não se tornou em trevas, nem
a lua em sangue, e o grande e glorioso dia do Senhor – a Sua volta – ainda não
se deu, os dons e as manifestações do Espírito continuam válidos e operantes.
Mas não é este o ponto
central deste texto – até porque ele pode suscitar, para muitos, mais
discussões do que conclusões.
O ponto central deste
texto é justamente a validade e a atualidade da manifestação do Espírito,
tanto em revelação para compreender a Palavra, como em inspiração para pregar a
Palavra e também em atuação para os efeitos da Palavra em nós. Sobre isto,
temos a fala de Jesus: “Não se preocupem quanto ao que dizer, ou como dizê-lo. Naquela hora
lhes será dado o que dizer, pois não serão vocês que estarão falando, mas o Espírito do Pai de vocês falará por
intermédio de vocês” (Mateus 10:19-20). Assim, se aqui, neste espaço,
podemos escrever, ler e compreender sobre a Palavra e suas implicações, isto
nos é dado a dizer e a entender pela atuação do Espírito em nós.
Se, dentre os
dons/manifestações do Espírito, temos a “palavra de sabedoria” e a “palavra de
conhecimento”, esta sabedoria e conhecimento vêm do Senhor, por Seu Espírito,
manifesto em nós. Sim, manifesto em nós!
O apóstolo Paulo ainda
fala que cada um destes dons se manifesta conforme a vontade divina, para a
edificação da Igreja: Quando vocês se reúnem, cada
um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma
interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja (1º
Coríntios 14:26). E ele fala ainda que o Espírito dá estes dons e estas
manifestações conforme Ele quer: Todas
essas coisas, porém, são realizadas
pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como
quer (1º Coríntios 12:11).
Ou seja, tanto os dons
como a manifestação destes dons não são méritos nossos nem dependem diretamente
de nós, mas são méritos de Deus. Nós somos apenas ferramentas usadas nestes
processos.
Outra coisa muito
importante: os dons do Espírito, uma vez manifestados nalguma pessoa, não
passam a ser propriedade nem característica distintiva daquela pessoa. Por
exemplo, se através da oração de um pessoa, alguém alcança a cura, o dom de
cura, naquele momento manifestado, não passa a ser uma distinção da pessoa que
orou. Esta pessoa não passará, a partir daquele momento, a curar indistintamente
as pessoas orando sobre elas, mas foi uma manifestação pontual. Pode ocorrer
noutro momento, sim, mas não será regra pétrea. Afinal, o Espírito distribui individualmente,
a cada um, como quer – e quando
quer e onde quer. Ninguém, por ter orado sobre alguém e este alguém ser curado,
tornou-se um “curandeiro evangélico ou espiritual”. Tudo é pontual e
circunstancial.
Desta forma acontece
nos demais casos também, pois as manifestações dos dons do Espírito se dão visando
ao bem comum.
Assim, quando é a vontade de Deus que se
manifeste em nós uma palavra de sabedoria ou uma palavra
de conhecimento, estas são para aquelas pessoas com quem estamos em
contato naquele momento, para que elas e nós possamos usufruir deste benefício.
Da mesma forma
acontece com a fé, pois Jesus mesmo diz que ninguém pode vir a Ele se o Pai
não operar esta atração: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair”
(João 6:44). A fé, no entanto, junto com o amor e a esperança, permanece
continuamente: Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor (1º
Coríntios 13:13).
Portanto, se você
estiver em dúvida com relação à sua fé, relaxe! A fé é um dom que você recebe,
não é um mérito seu nem é por esforço próprio! Se você está lendo aqui com
sincero interesse, por exemplo, saiba que a fé já está incutida em você. Você
pode ainda ser um homem – ou uma mulher – de pequena fé, mas já tem fé, ainda
que a mesma seja do tamanho de um grão de mostarda!
Agora, o que “fazer” com
a fé que lampeja em você é com você, é uma decisão sua. Você pode dizer “sim” a
Deus e seguir a Jesus, dia a dia, reafirmando a sua fé... ou não, deixando tudo
isso para lá. Qual sua resposta?
Por ora é isso.
Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
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