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domingo, 30 de junho de 2024

O Antídoto Contra a Insensatez


 

1º Pedro 2:15

Pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos.

 

É de conhecimento geral que o Estado do Rio Grande do Sul ainda se recupera das consequências das severidades climáticas que se abateram sobre a região Sul do Brasil nestes últimos dias.

É de conhecimento geral também que o País inteiro – e tantos e tantos de fora do Brasil também – se mobilizou para ajudar como era possível. Que grande demonstração de empatia, solidariedade e amor ao próximo houve!

Todavia, a “ignorância dos insensatos” também esteve presente, infelizmente! Diante de uma notícia de que alguém midiático efetuava uma doação, vinham críticas dizendo que, por divulgar essa atitude, tal pessoa estava querendo “se promover”. Ainda, em contrapartida, se não vinham notícias que outra pessoa midiática fizera uma doação, a mesma era criticada por, aparentemente, não fazer nada. Se, diante disso, tal pessoa se manifestasse – e provasse – dizendo que doara sim, que fizera sim, mas que o fizera em segredo, também era criticada por agora divulgar. Parece surreal isso, mas isso rolou nas redes sociais em profusão! Quer alguém fizesse algo, quer não fizesse, era igualmente alvo de críticas!

Foram tantos os casos em que coisas assim aconteceram!

De fato, falações sempre existiram, o que acontecia era que as pessoas não tinham redes sociais virtuais em outros tempos...

As vociferações nos dias de hoje são especialmente notáveis! E são vociferações notáveis não pela sua importância ou relevância, mas pelo barulho que fazem!

Com um notebook à sua frente, ou com um smartphone, com um celular ou por sinal de fumaça, cada qual se sente na “obrigação” de emitir opiniões sobre tudo. Bons tempos em que Raul Seixas podia cantar “prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela mesma opinião formada sobre tudo”.  Hoje o Raulzito seria chamado de “isentão”, “omisso”, sofreria lacração e seria cancelado!

Fato é que há muita ignorância e insensatez nas manifestações, tanto virtualmente quanto – se bem que menos – presencialmente. Para cada colocação sensata que se vê, se vê outra – no mínimo – dotada do oposto. Há manifestações ferinas à solta!

Na carta que o apóstolo Pedro escreve às igrejas do seu tempo, ele indica uma maneira de silenciar vociferações nefastas, manifestações estas emitidas por aqueles que ignoram e são desprovidos de sensatez. E ele diz que esta dica que ele dá “é da vontade de Deus”, significando dizer que não vem dele, Pedro, mas do Espírito Santo a inspirá-lo a escrever.

E a maneira que ele indica não é o debate ou o rebater a declaração percebida ou recebida, mas “a prática do bem”. Não precisamos falar – ou teclar – nada; basta que nos foquemos em fazer o bem – e em silêncio, de preferência!

Fazer o bem deve ser a nossa natureza!

Fazemos o bem não pelos outros necessariamente, não pelos seus supostos méritos ou merecimentos, não pelo que ou por quem são, mas por quem nós somos.

Assim, a dispensação do bem feito não é direcionada a pessoas específicas, mas a todas as que cruzam a nossa existência, sem predileções nem acepções. É o popular “fazer o bem sem olhar a quem”.

Foi assim que Jesus agiu e disse que o Pai age. Veja como Ele resume isso: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mateus 5:43-48).

Quando Ele fala que o Pai “faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos, Ele está indicando que Deus dá a todos oportunidades e situações similares.

Assim, a vida tem coisas boas e ruins, cabendo a nós decidir como agimos e reagimos diante delas.

Agindo bem, fazendo o bem, calamos os críticos mordazes. Eles podem até continuar vociferando, mas o efeito dessa vociferação já não nos toca, pois teremos boa consciência de que estamos fazendo o certo!

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 23 de junho de 2024

148 – Davi e Abigail (1º Samuel 25)


 

Davi1(versículo de 1º Samuel 25) foi para o deserto de Maom I. Certo2 homem de Maom, que tinha seus bens na cidade de Carmelo, era muito rico. Possuía mil cabras e três mil ovelhas, as quais estavam sendo tosquiadas em Carmelo. Seu3 nome era Nabal e o nome de sua mulher era Abigail, mulher inteligente e bonita; mas seu marido, descendente de Calebe II, era rude e mau.

No4 deserto, Davi ficou sabendo que Nabal estava tosquiando as ovelhas. Por5 isso, enviou dez rapazes e lhes disse: “Levem minha mensagem a Nabal, em Carmelo, e o cumprimentem em meu nome. Digam-lhe6: ‘Longa vida para o senhor! Muita paz para o senhor e sua família! E muita prosperidade para tudo que é seu! Sei7 que você está tosquiando suas ovelhas. Quando os seus pastores estavam conosco, nós não os maltratamos, e durante todo o tempo em que estiveram em Carmelo não se perdeu nada que fosse deles. Pergunte8 a eles, e eles lhe dirão. Por isso, seja favorável, pois estamos vindo em época de festa. Por favor, dê a nós, seus servos, e a seu filho Davi o que puder’”.

Os9 rapazes foram e deram a Nabal essa mensagem, em nome de Davi. E ficaram esperando.

Nabal10 respondeu então aos servos de Davi: “Quem é Davi? Quem é esse filho de Jessé? Hoje em dia, muitos servos estão fugindo de seus senhores. Por11 que deveria eu pegar meu pão e minha água, e a carne do gado que abati para meus tosquiadores, e dá-los a homens que vêm não se sabe de onde?”

Então12, os mensageiros de Davi voltaram, e ao chegarem, relataram a ele cada uma dessas palavras. Davi13 ordenou a seus homens: “Ponham suas espadas na cintura!” Assim eles fizeram e também Davi. Cerca de quatrocentos homens acompanharam Davi, enquanto duzentos permaneceram com a bagagem.

Um14 dos servos disse a Abigail, mulher de Nabal: “Do deserto, Davi enviou mensageiros para saudar o nosso senhor, mas ele os insultou. No15 entanto, aqueles homens foram muito bons para conosco. Não nos maltrataram, e, durante todo o tempo em que estivemos com eles nos campos, nada perdemos. Dia16 e noite eles eram como um muro ao nosso redor, durante todo o tempo em que estivemos com eles cuidando de nossas ovelhas”.

Abigail nada disse a Nabal, mas agiu imediatamente. Colocou grandes quantidades de comida e vinho sobre jumentos e partiu com seus criados para tentar achar Davi.

Enquanto20 ela ia montada num jumento, encoberta pela montanha, Davi e seus soldados estavam descendo em sua direção, e ela os encontrou.

Quando23 Abigail viu Davi, desceu depressa do jumento e prostrou-se perante Davi, rosto em terra. Ela24 caiu a seus pés e disse: “Meu senhor, a culpa é toda minha. Por favor, deixa a tua serva lhe falar; ouve o que ela tem a dizer. Esqueça28, eu te suplico, a ofensa de tua serva, pois o SENHOR certamente fará um reino duradouro para ti, que travas os combates do SENHOR III. E em toda a tua vida, nenhuma culpa se ache em ti”.

Então35 Davi aceitou o que ela havia lhe trazido e disse: “Vá para sua casa em paz. Ouvi o que você disse e atenderei o seu pedido”.

Quando36 Abigail retornou a Nabal, ele estava dando um banquete em casa, como um banquete de rei. Ele estava alegre e bastante bêbado, e ela nada lhe falou até o amanhecer.  De37 manhã, quando Nabal estava sóbrio, sua mulher lhe contou todas essas coisas; ele sofreu um ataque e ficou paralisado como uma pedra. Cerca38 de dez dias depois, o SENHOR feriu a Nabal, e ele morreu.

Quando39 Davi soube que Nabal estava morto, disse: “Bendito seja o SENHOR, que defendeu a minha causa contra Nabal, por ter me tratado com desprezo. O SENHOR impediu seu servo de praticar o mal e fez com que a maldade de Nabal caísse sobre sua própria cabeça”.

Então Davi enviou uma mensagem a Abigail, pedindo-lhe que se tornasse sua mulher.

Davi43 também casou-se com Ainoã de Jezreel; e as duas foram suas mulheres. Saul44, porém, tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Paltiel, filho de Laís, de Galim.

 

v     Para entender a história

A insensatez de Nabal contrasta vivamente com a sabedoria de Abigail. Sua ação rápida salva a sua casa do desastre e evita que Davi cometa o mesmo erro de Saul: usar o seu poder para uma vingança pessoal. O comportamento e o caráter de Nabal e Saul são bastante semelhantes, e a morte súbita de Nabal prenuncia o destino de Saul.

 

v     Curiosidades

                                      I.     O deserto de Maom – Maom significa “refúgio”. As colinas e cavernas dessa área do deserto da Judeia forneciam inúmeros esconderijos a Davi, a quem o rei Saul perseguia e tentava matar.

                                   II.      “Nabal... descendente de Calebe – Nabal significa “insensato”. Ele era descendente de Calebe, o herói que entrou na “terra prometida” com Josué. Calebe instalou-se em Hebron, e os seus descendentes espalharam-se pelas cidades em volta, como Maom.

                                III.     “Os combates do SENHOR – Como era “ungido pelo SENHOR”, Davi organizava ataques contra os filisteus e creditava a Deus as suas vitórias. Mas Davi também respeitava o reinado de Saul e nunca atacou tropas israelitas.

 

- Carmelo: O nome dessa cidade da Judeia significa “jardim”. Ficava situada perto de Hebron, numa região de pastagens margeando o deserto de Maom. Saul erigiu um monumento em sua própria homenagem em Carmelo – um ato insensato que precipitou a sua queda (1º Samuel 15).

- Davi, o fugitivo: Os muitos seguidores de Davi equivaliam a um exército particular. Seus homens incluíam um sacerdote chamado Abiatar e o profeta Gade. Davi, portanto, já dispunha dos elementos básicos de um governo. Esse grupo e suas famílias dependiam do apoio dos habitantes locais, que, pela proteção de Davi, pagavam com presentes, comida e bens.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 16 de junho de 2024

Santos


 

Hebreus 12:14

Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor.

 

Se “dermos uma googlada” buscando a definição de “santo”, várias definições aparecem.

Segundo uma, é um “adjetivo que se refere à divindade, considerado sagrado; relacionado com a religião, com ritos sagrados; que recebeu canonização, passando a ser cultuado pelos fieis; que vive de acordo com as leis de Deus e da Igreja”.

Segundo outra, “o que é essencialmente puro; que tem a suma perfeição; algo que não pode ser violado ou profanado”.

Ainda segundo outra definição, “santo” é “sinônimo de bem-aventurado, ditoso, feliz; a santidade é o dom de Deus que satisfaz todas as aspirações humanas; é a plenitude da vida cristã que consiste em estar unido a Cristo, aprendendo a viver como filhos de Deus, com a graça do Espírito Santo, e a viver a perfeição da caridade”.

O Google ainda nos informa que “esta palavra é utilizada para designar algo sagrado ou para se referir a um indivíduo que foi consagrado perante outras pessoas”.

Para não irmos muito longe nesta viagem, uma última definição “googliana” para a palavra “santo”: “tradução de várias palavras gregas e hebraicas muito semelhantes que se referem, em geral, ao que é sagrado ou separado do comum”.

Esta última definição chegou muito perto da definição bíblica, apurada pelo contexto em que a palavra “santo” é apresentada: “ser santo é ser separado” (não se trata de separação matrimonial... você entendeu, não é?).

Para chegarmos a esta conclusão mais acurada, precisamos lembrar que a Bíblia cita várias passagens dizendo que Deus é santo, tais como: “Pois eu sou o SENHOR, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo (Levítico 11:44). “Diga o seguinte a toda a comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o SENHOR, o Deus de vocês, sou santo(Levítico 19:2). “Vocês serão santos para mim, porque eu, o SENHOR, sou santo, e os separei dentre os povos para serem meus (Levítico 20:26). Nesta última citação podemos perceber, inclusive, o conceito de “separado”.

No Novo Testamento, a expressão “santos” era atribuída aos cristãos, como atesta esta saudação de Paulo em sua carta à Igreja em Éfeso: “Paulo, apóstolo de Jesus pela vontade de Deus, aos santos e fieis em Cristo Jesus que estão em Éfeso” (Efésios 1:1). Ora, esta era uma saudação não exclusiva àquela comunidade, mas, pelo contexto, podemos aferir que se atribuía a todos os irmãos em Cristo, em qualquer comunidade ou época.

Assim, ser “santo” não é um título canônico ou uma beatitude atribuída a alguém dentro de uma denominação eclesiástica, nem é uma designação diferida a alguém por homens autorizados a tal, mas é, antes, uma condição a ser buscada por cada cristão – e aqui defino “cristão” como todo aquele que orienta sua vida pelo Evangelho de Jesus Cristo.

Na Palavra usada neste texto como mote, se diz que o “ser santo” se consegue pelo “esforço”: Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos. Assim, ser “salvo” é uma condição da fé em Cristo e da graça de Deus: Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus (Efésios 2:8). Ser santo, porém, é uma questão de busca pelo esforço: Esforcem-se...  para serem santos.

E o que nos torna “santos pelo esforço”, segundo a Palavra? Viver em paz com todos.

Sim, o esforço para promovermos a paz é o esforço necessário para alcançarmos a santificação aos olhos divinos!

Isso, de certa forma, nos “separa” (lembra do conceito de “separados” acima descrito?) de grande parte da sociedade, pois, de forma geral, as pessoas não estão se esforçando pela paz, mas por suas conquistas pessoais. Assim, desta forma, somos “separados”, mas não somos “melhores” que ninguém, antes, ainda que “separados”, convivemos juntos e misturados com todos, amando a todos e sendo inclusivos com todos.

Jesus fazia alusão a isso desta forma: Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes me odiou. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia” (João 15:18-19). E, curiosamente, ainda que Ele dissesse que “não somos do mundo”, concomitantemente Ele dizia para “vivermos no mundo”, pois orava assim ao Pai: Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno” (João 17:15). Assim, Jesus nos tira da dependência do mundo, mas nos diz para vivermos no mundo.

Essa aparente dicotomia divina se explica porque o Senhor diz que temos que nos misturar às pessoas, a fim de fazermos a diferença: Vocês são o sal da terra (Mateus 5:13). Ora, o sal num saleiro não faz a menor diferença, mas, quando misturado aos alimentos, lhes ressalta o sabor! Ainda: Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5:14-16). Veja que a luz ilumina e faz toda a diferença!

Esforcem-se para viver em paz com todos, diz a Palavra. Com todos, não apenas com alguns que nos agradam!

“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus (Mateus 5:9).

Sermos agentes pacificadores, agentes da paz, esforçando-nos para isso dia a dia, santifica e purifica nosso próprio coração: Sem santidade ninguém verá o Senhor.

“Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus (Mateus 5:8).

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 9 de junho de 2024

147 – Saul Volta-se Contra Davi (1º Samuel 18 – 23)


 

Jônatas3(versículo de 1º Samuel 18) fez um acordo de amizade com Davi, pois se tornara o melhor amigo de Davi. Jônatas4 tirou o manto I que estava vestindo e deu-o a Davi, junto com sua túnica, e até sua espada, seu arco e seu cinturão.

Tudo5 que Saul lhe ordenava fazer, Davi fazia com tanta habilidade que Saul lhe deu um posto elevado no exército. Isto agradou a todo o povo, bem como aos conselheiros de Saul.

Quando6 os soldados voltavam para casa, depois de Davi ter matado o filisteu, as mulheres saíram de todas as cidades de Israel ao encontro do rei Saul com cânticos e danças, com tamborins, com músicas alegres e instrumentos de três cordas. Enquanto7 dançavam, as mulheres cantavam: “Saul matou milhares, e Davi, dezenas de milhares”.

Saul8 ficou muito irritado com esse refrão e, aborrecido disse: “Atribuíram a Davi dezenas de milhares, mas a mim apenas milhares. O que mais lhe falta senão o reino?” Daí9 em diante Saul olhava com inveja para Davi.

Mical20, filha de Saul, gostava de Davi II.

Saul25 ordenou que dissessem a Davi: “O rei não quer outro preço III pela noiva além de cem prepúcios de filisteus, para vingar-se de seus inimigos”. O plano de Saul era que Davi fosse morto pelos filisteus.

Quando26 os conselheiros falaram novamente com Davi, ele gostou da ideia de tornar-se genro do rei. Por isso, antes de terminar o prazo estipulado, Davi27 e seus soldados saíram e mataram duzentos filisteus. Ele trouxe os prepúcios e apresentou-os ao rei para que se tornasse seu genro. Então Saul lhe deu em casamento sua filha Mical.

Saul1(versículo de 1º Samuel 19) falou a seu filho Jônatas e a todos os seus conselheiros sobre a sua intenção de matar Davi.

Jônatas4 falou bem de Davi a Saul, seu pai, e lhe disse: “Que o rei não faça mal a seu servo Davi; ele não lhe fez mal nenhum. Ao contrário, o que ele fez trouxe grandes benefícios ao rei. Ele5 arriscou a vida quando matou o filisteu. O SENHOR trouxe grande vitória para todo o Israel; tu mesmo viste tudo e ficaste contente. Por que, então, farias mal a um inocente como Davi, matando-o sem motivo?”

Saul6 atendeu a Jônatas e fez este juramento: “Juro pelo nome do SENHOR que Davi não será morto”.

Mas9 um espírito maligno mandado pelo SENHOR apoderou-se de Saul quando ele estava sentado em sua casa, com sua lança na mão. Enquanto Davi estava tocando harpa IV, Saul10 tentou encravá-lo na parede com sua lança, mas Davi desviou-se e a lança encravou na parede. E Davi conseguiu escapar.

Saul11 enviou alguns homens à casa de Davi para vigiá-lo e matá-lo de manhã; mas Mical, a mulher de Davi, o alertou: “Se você não fugir esta noite para salvar sua vida, amanhã estará morto”. Então12 Mical fez Davi descer por uma janela, e ele fugiu. Depois13 Mical pegou um ídolo do clã e o deitou na cama, pôs uma almofada de pêlos de cabra na cabeceira e o cobriu com um manto.

Quando14 chegaram os homens que Saul tinha enviado para prenderem Davi, Mical disse: “Ele está doente”.

Então15 Saul enviou os homens de volta para verem Davi dizendo: “Tragam-no até aqui em sua cama para que eu o mate”. Quando16, porém, os homens entraram, o ídolo do clã estava na cama, e na cabeceira havia uma almofada de pêlos de cabra.

Saul17 disse a Mical: “Por que você me enganou desse modo e deixou que o meu inimigo escapasse?”

Ela lhe respondeu: “Ele me disse que o deixasse, se não me mataria?”

Depois18 que fugiu, Davi foi falar com Samuel em Ramá, e contou-lhe tudo o que Saul lhe havia feito. Então ele e Samuel foram a Naiote e ficaram lá. E19 Saul foi informado: “Davi está em Naiote, em Ramá V”.

Então23 Saul foi para lá. Entretanto, o Espírito de Deus apoderou-se dele; e ele foi pelo caminho em transe profético, até chegar a Naiote. E24 despindo-se de suas roupas, também profetizou em transe na presença de Samuel VI.

 Então1(versículo de 1º Samuel 20) Davi fugiu de Naiote, em Ramá, foi falar com Jônatas.

A30 ira de Saul se acendeu contra Jônatas, e ele lhe disse: “Filho de uma mulher perversa e rebelde! Será que eu não sei que você tem apoiado o filho de Jessé para sua própria vergonha e para vergonha daquela que o deu à luz? Enquanto31 o filho de Jessé viver, nem você nem seu reino serão estabelecidos. Agora mande chamá-lo e traga-o a mim, pois ele deve morrer!”

Jônatas32 perguntou a seu pai: “Por que ele deve morrer? O que ele fez?” Então33 Saul atirou sua lança contra Jônatas para matá-lo. E assim Jônatas percebeu que seu pai estava decidido a matar Davi.

Davi seguiu escondendo-se, viajando de um lugar para outro, vivendo em cavernas com os seus homens. Saul continuava a persegui-lo.

Quando15(versículo de 1º Samuel 23) Davi estava em Horesa, no deserto de Zife, soube que Saul tinha saído para matá-lo. E16 Jônatas, filho de Saul, foi falar com ele, em Horesa, e o ajudou a encontrar forças em Deus. “Não17 tenha medo”, disse ele, “meu pai não porá as mãos em você. Você será rei de Israel, e eu lhe serei o segundo em comando. Até meu pai sabe disso”.

 

v     Para entender a história

O resultado da rejeição de Deus a Saul é tragicamente aparente. O seu comportamento é cada vez mais o de um homem perturbado e enganador, e até seu filho o desobedece, por causa de Davi. Quando Jônatas aceita Davi como o sucessor escolhido por Deus, para suceder Saul, este exorbita para desafiar a vontade de Deus.

 

v     Curiosidades

                                      I.     Jônatas tirou o manto – Este gesto de aliança foi sinal concreto do pacto entre eles. Em geral, a amizade não era selada por uma aliança, por tratar-se de um ato solene. Mas Davi era ungido por Deus, e Jônatas, o herdeiro de Saul. A aliança foi iniciativa de Jônatas, e ele deixou claro que aceitava a escolha de Deus do novo rei e que não havia rivalidade entre os dois.

                                   II.      Mical, filha de Saul, gostava de Davi – Mical era a filha caçula de Saul. Ele havia prometido Merabe, a filha mais velha, ao homem que derrotasse Golias. Mas Saul quebrou a promessa e deu Merabe a outro homem.

                                III.     “Outro preço” – Além de quebrar a promessa anterior, Saul ainda exige um dote de Davi pela sua filha mais nova. Esse presente habitual ao pai da noiva costumava ser dado em mercadorias. Um noivo que não tivesse posses podia realizar esse pagamento em forma de serviços. Um exemplo disso é Jacó, que serviu a Labão durante sete anos por Raquel.

                                IV.     “Davi estava tocando harpa” – Davi era um exímio tocador de harpa. Quando o Espírito de Deus deixava Saul, ele costumava ser atormentado pelo mau humor, e a música de Davi o acalmava. A harpa é o primeiro instrumento musical citado na Bíblia (Gênesis 4:21) e era utilizado para tocar a música secular e religiosa. Na Bíblia, a palavra para harpa também é usada para descrever a lira. Havia vários tipos diferentes de instrumentos, que podiam ter de três a doze cordas.

                                   V.     “Naiote, em Ramá” – A palavra “Naiote” significa “campos habitados” e, provavelmente, refere-se a um local nas vizinhanças de Ramá, onde vivia um grupo de profetas. Ramá era a cidade Natal do profeta Samuel. Ficava na terra tribal de Efraim, a pouca distância a nordeste de Jerusalém. No Novo Testamento, Ramá era chamada de Arimatéia.

                                VI.     “Despindo-se de suas roupas, também profetizou em transe na presença de Samuel” – Saul era impotente na presença do profeta de Deus. Suas roupas simbolizavam sua realeza, e Saul foi compelido a se despir da autoridade. “Profetizar” nem sempre significava pronunciar a palavra de Deus. O termo também podia descrever um acesso de loucura (1º Reis 18:29).

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 2 de junho de 2024

Somos Nossas Crenças


Hebreus 2:1

Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos.

 

Há muitos de nós que vivemos com déficit de atenção. Comigo, por vezes, se passa isso também. Quando nos damos conta, nossos pensamentos voam para longe daquilo em que deveríamos estar focados.

E isso se dá, em parte, pela multi-operacionalidade em que nos encontramos, lidando com muitas coisas ao mesmo tempo, sem exclusividade de foco numa só. Ser multifuncional virou grife de competência no mercado de trabalho. É exigido que sejamos multifuncionais e multifocais. Basta ver no ambiente de trabalho, que nos demanda várias coisas ao mesmo tempo, do tipo “tudo junto/ao mesmo tempo/agora”. Uma loucura!

Com as plataformas de mídia em mãos – tablets, iPhones, smartfones, celulares – vive-se na virtualidade e desfoca-se da realidade presencial. Isso cobra seu preço. E um deles é a somatização do déficit de atenção.

Quem presta atenção ao que ouve? De verdade? Quem?

Ouvir e escutar são complementares, mas com particular diferença: ouvir á a capacidade auditiva funcional, escutar é a capacidade da mente de receber e reter o que foi ouvido.

O antigo povo hebreu ouvia a Palavra de Deus, dada por líderes, juízes, reis, profetas, pessoas simples do povo... Deus usou muitas pessoas/ferramentas/plataformas para passar a Sua Palavra.

Mas quem ouvia realmente? Lembro de um desabafo do profeta Isaías: Quem creu em nossa mensagem? (Isaías 53:1). Até mesmo o apóstolo Paulo, escrevendo aos irmãos em Roma, relembrou aquele profeta ao reafirmar o mesmo, sete séculos depois: No entanto, nem todos os israelitas aceitaram as boas novas. Pois Isaías diz: “Senhor, quem creu em nossa mensagem?” (Romanos 10:16).

Quando a coisa andava mal, os antigos hebreus paravam, ouviam, seguiam e se beneficiavam do fato de darem ouvidos e praticarem a Palavra.

Quando a coisa andava bem, paravam de ouvir e se desviavam do que havia sido dito, ouvido e praticado. O resultado? Quedas – as mais diversas formas de quedas.

 Hoje nós, cristãos, tendemos a ser assim também: quando a coisa vai mal, buscamos a Deus; quando andamos bem, desviamo-nos... Claro que não é com todos – falo de muitos casos que vejo...

Assim como naquele tempo – e em todos os tempos – nos é dito hoje a mesma coisa: É preciso prestar atenção ao que Deus nos diz...

Gosto muito de algumas afirmações que encontramos na Bíblia, dentre elas:

“Por isso, tenham o cuidado de fazer tudo como o SENHOR, o seu Deus, lhes ordenou; não se desviem, nem para a direita, nem para a esquerda. Andem sempre pelo caminho que o SENHOR, o seu Deus, lhes ordenou, para que tenham vida, tudo lhes vá bem e os seus dias se prolonguem na terra da qual tomarão posse” (Deuteronômio 5:32-33).

“Não se desviem, nem para a direita nem para a esquerda, de qualquer dos mandamentos que hoje lhes dou, para seguir outros deuses e prestar-lhes culto” (Deuteronômio 28:14).

Somente seja forte e muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem-sucedido por onde quer que andar (Josué 1:7).

Ele fez o que o SENHOR aprova e andou nos caminhos de Davi, seu predecessor, sem desviar-se nem para a direita nem para a esquerda (2º Reis 22:2).

Veja bem por onde anda, e os seus passos serão seguros. Não se desvie nem para a direita nem para a esquerda; afaste os seus pés da maldade (Provérbios 4:26-27).

Quer você se volte para a direita, quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: “Este é o caminho, siga-o (Isaías 30:21).

E “o caminho”, sabemos, é Cristo!

Um aparte e uma curiosidade que não quero deixar escapar: nesta época em que vivemos, politicamente, uma polarização direita/esquerda, curiosamente a Palavra do Senhor nos diz para não desviarmos nem à direita, nem à esquerda. Uma ironia divina, não? Mas uma ironia carregada de verdade!

De fato, seguir “o caminho” é não termos aqui amarras ideológicas, pois Jesus mesmo diz: O meu Reino não é deste mundo (João 18:36).

Não podemos andar divididos, segundo Ele nos diz: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mateus 12:25). Isso é especialmente verdade com relação aos nossos pensamentos, palavras e condutas.

Pois bem, repito: é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos.

Nossas crenças não podem andar divididas. Nós somos as nossas crenças! Se forem coesas, assim também seremos.

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert