Hebreus
12:14
Esforcem-se
para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o
Senhor.
Se “dermos uma googlada”
buscando a definição de “santo”, várias definições aparecem.
Segundo uma, é um
“adjetivo que se refere à divindade, considerado sagrado; relacionado com a
religião, com ritos sagrados; que recebeu canonização, passando a ser cultuado
pelos fieis; que vive de acordo com as leis de Deus e da Igreja”.
Segundo outra, “o que
é essencialmente puro; que tem a suma perfeição; algo que não pode ser violado
ou profanado”.
Ainda segundo outra
definição, “santo” é “sinônimo de bem-aventurado, ditoso, feliz; a santidade é
o dom de Deus que satisfaz todas as aspirações humanas; é a plenitude da vida
cristã que consiste em estar unido a Cristo, aprendendo a viver como filhos de
Deus, com a graça do Espírito Santo, e a viver a perfeição da caridade”.
O Google ainda nos informa
que “esta palavra é utilizada para designar algo sagrado ou para se referir a
um indivíduo que foi consagrado perante outras pessoas”.
Para não irmos muito
longe nesta viagem, uma última definição “googliana” para a palavra “santo”:
“tradução de várias palavras gregas e hebraicas muito semelhantes que se
referem, em geral, ao que é sagrado ou separado do comum”.
Esta última definição
chegou muito perto da definição bíblica, apurada pelo contexto em que a palavra
“santo” é apresentada: “ser santo é ser separado” (não se trata de separação
matrimonial... você entendeu, não é?).
Para chegarmos a esta
conclusão mais acurada, precisamos lembrar que a Bíblia cita várias passagens
dizendo que Deus é santo, tais como: “Pois
eu sou o SENHOR, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo”
(Levítico 11:44). “Diga o seguinte a toda
a comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o SENHOR, o Deus de vocês, sou
santo” (Levítico 19:2). “Vocês serão santos para mim,
porque eu, o SENHOR, sou
santo, e os separei dentre os
povos para serem meus”
(Levítico 20:26). Nesta última citação podemos perceber, inclusive, o conceito
de “separado”.
No Novo Testamento, a
expressão “santos” era atribuída aos cristãos, como atesta esta saudação de
Paulo em sua carta à Igreja em Éfeso: “Paulo,
apóstolo de Jesus pela vontade de Deus, aos
santos e fieis em Cristo Jesus que estão em Éfeso” (Efésios 1:1). Ora,
esta era uma saudação não exclusiva àquela comunidade, mas, pelo contexto,
podemos aferir que se atribuía a todos os irmãos em Cristo, em qualquer
comunidade ou época.
Assim, ser “santo” não
é um título canônico ou uma beatitude atribuída a alguém dentro de uma
denominação eclesiástica, nem é uma designação diferida a alguém por homens
autorizados a tal, mas é, antes, uma condição a ser buscada por cada cristão –
e aqui defino “cristão” como todo aquele que orienta sua vida pelo Evangelho de
Jesus Cristo.
Na Palavra usada neste
texto como mote, se diz que o “ser santo” se consegue pelo “esforço”: Esforcem-se para viver em paz com todos e
para serem santos. Assim, ser “salvo” é uma condição da fé em Cristo e da
graça de Deus: Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus (Efésios 2:8). Ser
santo, porém, é uma questão de busca pelo esforço: Esforcem-se... para serem santos.
E o que nos torna
“santos pelo esforço”, segundo a Palavra? Viver
em paz com todos.
Sim, o esforço para
promovermos a paz é o esforço necessário para alcançarmos a santificação aos
olhos divinos!
Isso, de certa forma,
nos “separa” (lembra do conceito de “separados” acima descrito?) de grande
parte da sociedade, pois, de forma geral, as pessoas não estão se esforçando
pela paz, mas por suas conquistas pessoais. Assim, desta forma, somos
“separados”, mas não somos “melhores” que ninguém, antes, ainda que
“separados”, convivemos juntos e misturados com todos, amando a todos e sendo
inclusivos com todos.
Jesus fazia alusão a
isso desta forma: “Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes me odiou. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como
se fossem dele. Todavia, vocês não são
do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os
do mundo; por isso o mundo os odeia” (João 15:18-19). E, curiosamente,
ainda que Ele dissesse que “não somos do mundo”, concomitantemente Ele dizia
para “vivermos no mundo”, pois orava assim ao Pai: “Não rogo que os tires do mundo,
mas que os protejas do Maligno” (João 17:15). Assim, Jesus nos tira da
dependência do mundo, mas nos diz para vivermos no mundo.
Essa aparente
dicotomia divina se explica porque o Senhor diz que temos que nos misturar às
pessoas, a fim de fazermos a diferença: “Vocês são o sal da terra” (Mateus
5:13). Ora, o sal num saleiro não faz a menor diferença, mas, quando misturado
aos alimentos, lhes ressalta o sabor! Ainda: “Vocês são a luz do mundo.
Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém
acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no
lugar apropriado, e assim ilumina a
todos os que estão na casa. Assim brilhe
a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e
glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5:14-16). Veja
que a luz ilumina e faz toda a diferença!
Esforcem-se
para viver em paz com todos, diz a Palavra. Com todos, não apenas com alguns que nos agradam!
“Bem-aventurados
os pacificadores, pois serão
chamados filhos de Deus”
(Mateus 5:9).
Sermos agentes
pacificadores, agentes da paz, esforçando-nos para isso dia a dia, santifica e
purifica nosso próprio coração: Sem
santidade ninguém verá o Senhor.
“Bem-aventurados
os puros de coração, pois verão a Deus”
(Mateus 5:8).
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
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