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domingo, 16 de junho de 2024

Santos


 

Hebreus 12:14

Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor.

 

Se “dermos uma googlada” buscando a definição de “santo”, várias definições aparecem.

Segundo uma, é um “adjetivo que se refere à divindade, considerado sagrado; relacionado com a religião, com ritos sagrados; que recebeu canonização, passando a ser cultuado pelos fieis; que vive de acordo com as leis de Deus e da Igreja”.

Segundo outra, “o que é essencialmente puro; que tem a suma perfeição; algo que não pode ser violado ou profanado”.

Ainda segundo outra definição, “santo” é “sinônimo de bem-aventurado, ditoso, feliz; a santidade é o dom de Deus que satisfaz todas as aspirações humanas; é a plenitude da vida cristã que consiste em estar unido a Cristo, aprendendo a viver como filhos de Deus, com a graça do Espírito Santo, e a viver a perfeição da caridade”.

O Google ainda nos informa que “esta palavra é utilizada para designar algo sagrado ou para se referir a um indivíduo que foi consagrado perante outras pessoas”.

Para não irmos muito longe nesta viagem, uma última definição “googliana” para a palavra “santo”: “tradução de várias palavras gregas e hebraicas muito semelhantes que se referem, em geral, ao que é sagrado ou separado do comum”.

Esta última definição chegou muito perto da definição bíblica, apurada pelo contexto em que a palavra “santo” é apresentada: “ser santo é ser separado” (não se trata de separação matrimonial... você entendeu, não é?).

Para chegarmos a esta conclusão mais acurada, precisamos lembrar que a Bíblia cita várias passagens dizendo que Deus é santo, tais como: “Pois eu sou o SENHOR, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo (Levítico 11:44). “Diga o seguinte a toda a comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o SENHOR, o Deus de vocês, sou santo(Levítico 19:2). “Vocês serão santos para mim, porque eu, o SENHOR, sou santo, e os separei dentre os povos para serem meus (Levítico 20:26). Nesta última citação podemos perceber, inclusive, o conceito de “separado”.

No Novo Testamento, a expressão “santos” era atribuída aos cristãos, como atesta esta saudação de Paulo em sua carta à Igreja em Éfeso: “Paulo, apóstolo de Jesus pela vontade de Deus, aos santos e fieis em Cristo Jesus que estão em Éfeso” (Efésios 1:1). Ora, esta era uma saudação não exclusiva àquela comunidade, mas, pelo contexto, podemos aferir que se atribuía a todos os irmãos em Cristo, em qualquer comunidade ou época.

Assim, ser “santo” não é um título canônico ou uma beatitude atribuída a alguém dentro de uma denominação eclesiástica, nem é uma designação diferida a alguém por homens autorizados a tal, mas é, antes, uma condição a ser buscada por cada cristão – e aqui defino “cristão” como todo aquele que orienta sua vida pelo Evangelho de Jesus Cristo.

Na Palavra usada neste texto como mote, se diz que o “ser santo” se consegue pelo “esforço”: Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos. Assim, ser “salvo” é uma condição da fé em Cristo e da graça de Deus: Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus (Efésios 2:8). Ser santo, porém, é uma questão de busca pelo esforço: Esforcem-se...  para serem santos.

E o que nos torna “santos pelo esforço”, segundo a Palavra? Viver em paz com todos.

Sim, o esforço para promovermos a paz é o esforço necessário para alcançarmos a santificação aos olhos divinos!

Isso, de certa forma, nos “separa” (lembra do conceito de “separados” acima descrito?) de grande parte da sociedade, pois, de forma geral, as pessoas não estão se esforçando pela paz, mas por suas conquistas pessoais. Assim, desta forma, somos “separados”, mas não somos “melhores” que ninguém, antes, ainda que “separados”, convivemos juntos e misturados com todos, amando a todos e sendo inclusivos com todos.

Jesus fazia alusão a isso desta forma: Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes me odiou. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia” (João 15:18-19). E, curiosamente, ainda que Ele dissesse que “não somos do mundo”, concomitantemente Ele dizia para “vivermos no mundo”, pois orava assim ao Pai: Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno” (João 17:15). Assim, Jesus nos tira da dependência do mundo, mas nos diz para vivermos no mundo.

Essa aparente dicotomia divina se explica porque o Senhor diz que temos que nos misturar às pessoas, a fim de fazermos a diferença: Vocês são o sal da terra (Mateus 5:13). Ora, o sal num saleiro não faz a menor diferença, mas, quando misturado aos alimentos, lhes ressalta o sabor! Ainda: Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5:14-16). Veja que a luz ilumina e faz toda a diferença!

Esforcem-se para viver em paz com todos, diz a Palavra. Com todos, não apenas com alguns que nos agradam!

“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus (Mateus 5:9).

Sermos agentes pacificadores, agentes da paz, esforçando-nos para isso dia a dia, santifica e purifica nosso próprio coração: Sem santidade ninguém verá o Senhor.

“Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus (Mateus 5:8).

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

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