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domingo, 29 de dezembro de 2024

Ano Novo 2025

 

Quando se pensava, lá pelos idos dos anos 80 e 90 do século passado, sobre o ano de 2025, somente a ficção se nos vinha à mente. Ou era alguma referência nalgum filme futurista, com androides, carros voadores e alguma colônia penal obscura em Marte, ou era alguma “viagem” mental buscando imaginar como seríamos com 40, 50, 60 ou 70 anos de idade.

Fato é que 2025 nos parecia tão longe, num futuro distante...

Pois, e não é que este futuro já está agora à porta, como diz aquele gingle daquele famoso canal de televisão: “O futuro já começou...”?

O ano de 2024 finda e, como seres cíclicos que somos, estamos na iminência de iniciar 2025.

Este ano, por sinal, foi um ano bem difícil, especialmente no que se refere às severidades climáticas ocorridas aqui pela Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Os meses de abril e maio trouxeram chuvas que afetaram esta terra e sua gente durante o restante do ano, adentrando suas consequências também no novo ano, pois trouxeram perdas humanas – estas irreparáveis – e perdas materiais, a serem ainda sentidas por algum tempo.

Também trouxe, este 2024, já em seu final, uma ocorrência que nos deixou estupefatos e perplexos diante da surpresa definitivamente jamais esperada, da queda de uma aeronave em plena área urbana aqui de Gramado, vitimando fatalmente 10 visitantes de uma mesma família, que, depois de curtirem a Serra, estavam voando da vizinha Canela para Jundiaí, sua residência paulista.

Neste acidente aéreo que tolheu a vida destas pessoas, um grande livramento também se deu, este pouco comentado e talvez pouco percebido. Como a aeronave caiu numa área de intenso movimento e densamente urbanizada, não houve outras vítimas fatais, além dos ocupantes da aeronave. Importante lembrar que a mesma caiu a apenas alguns metros de um posto de combustíveis que, se atingido fosse, detonaria uma explosão/incêndio de catastróficas proporções! Assim, centenas de vidas não foram perdidas, ainda que houvesse feridos e danos imensos em imóveis. Isso foi um milagre em si, se me permitem usar esta palavra!

[Agora, quando publico este texto, a informação que se tem é que houve 17 feridos, 2 deles em estado grave, mas nenhum outro óbito].

Pois bem, seguindo...

Como em todos os períodos anuais que já atravessamos em nossas vidas, esta época sempre é um tempo de retrospectivas e perspectivas; lembra-se o que se passou no ano que finda e projeta-se o que se deseja passar no ano vindouro.

Primeiramente, desejo agradecer por 2024, tendo em mente sempre este bom conselho: Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração (Colossenses 3:16).

Quero mostrar-me grato a Deus – e a você que aqui lê –, pois diariamente, neste ano que finda, a palavra de Cristo habitou ricamente em mim e pôde ser compartilhada, aqui pelo blog Livres Discípulos de Cristo, assim como no nosso canal no YouTube, bem como no Facebook, no Instagram, no X e via WhatsApp. Foi possível, assim, nos ensinarmos e nos aconselharmos uns aos outros com toda a sabedoria, bem como compartilhar incentivos, encorajamentos e companheirismos em Cristo, o que impulsionou a que cantássemos salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus, mesmo em o fazendo em silêncio e somente no ambiente íntimo do coração.

E, bem, 2025 está à nossa frente!

Nesta passagem de fase e de calendário, também é importante lembrarmos de um conselho divino válido para um ano que se inicia, bem como para cada dia que se iniciará no novo ano: Consagre ao SENHOR tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos (Provérbios 16:3).

É comum iniciarmos um ano cheios de planos, mas é um tanto incomum consagrarmos ao Senhor estes planos. Bem, que de agora em diante possamos fazê-lo!

Não quero garantir com isso que todos os seus planos serão bem-sucedidos – quem diz isso é a Palavra do Senhor, e não eu –, mas quero dizer com isso que, mesmo assim você o faça, pois – e nisto creio completamente – sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito (Romanos 8:28).

E agora, para não deixar este texto muito longo, pois também sei que você tem mais o que fazer, quero dizer apenas mais isto – e de todo o coração: Que 2025 seja muitíssimo abençoado para todos nós!

Feliz Ano Novo!

 

Kurt Hilbert

domingo, 22 de dezembro de 2024

Natal 2024


 

Há mais de dois mil anos, no tempo/espaço, Deus Se fez gente e veio habitar entre os humanos: Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens (João 1:9).

O Senhor decidia compartilhar-Se completamente conosco, como um de nós: Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1:14).

Para todos aqueles que O receberam/recebem, a Palavra é a mesma anunciada pelos anjos aos pastores que estavam no campo: Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2:10-11).

 Somos maduros o suficiente para não entrarmos mais nestas discussões tolas sobre se Jesus nasceu mesmo nesta data do calendário, ou se esta foi introduzida depois, por conveniência eclesiástica. Isso de fato não importa. Importa, sim, é que anualmente relembremos que, por amor, Deus Se fez gente e veio ao nosso encontro, para nos salvar/resgatar da falta de amor de nós humanos por nós mesmos. Espero que já tenhamos alcançado a maturidade de termos entendido isso. Não se trata da data específica, mas se trata do ato de amor de Deus de Se fazer disponível a nós.

O que precisamos – nesta época do ano e em qualquer época – ter em mente consciente é que está presente no mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens. E precisamos ser relembrados que, em estando em Cristo e decidindo-nos por Ele todos os dias, em todos os dias somos potencializados por Ele para sermos luz também: Vocês são a luz do mundo (Mateus 5:14).

E precisamos ser relembrados que, portadores deste potencial divino que somos, também temos uma nobre tarefa – a de seguir os passos, palavras, gestos e atos do Senhor: “Digo-lhes a verdade: aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai. E eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei (João 14:12-14).

Também é bom relembrarmos que Jesus é a Palavra e a Palavra é Jesus e, para sermos Seus discípulos, precisamos permanecer firmemente n’Ele/na Palavra: Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará (João 8:31-32). Esta não é uma Palavra somente para esta época natalina, mas para todos os dias!

Neste época do ano em que os corações humanos andam um pouco mais enternecidos, fica um tantinho mais fácil “vermos” a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade. Mas que também esta capacidade de “enxergar” nos seja dada nos demais dias! E que enxerguemos a sua glória também naquele ser humano que, naquele momento, nos estiver mais próximo.

E que assim possamos amar: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:37-40). Sim, do amor a Deus, ao próximo e a nós mesmos depende toda a Bíblia!

Que nem nesta época do ano – nem em nenhuma outra – tenhamos medo!

Jesus traz em Si as boas novas de grande alegria!

E elas não são só nossas, mas são para todo o povo!

Assim, a vocês todos que aqui me dão a alegria de ler, digo-lhes: Que este Natal seja muitíssimo abençoado, para vocês e para todos os que têm a alegria de compartilhar este momento natalino com vocês!


Kurt Hilbert

domingo, 15 de dezembro de 2024

As Genealogias Chatinhas


 

João 6:63

“As palavras que eu lhes disse são espírito e vida”.

 

Além desta Palavra que uso hoje como mote para este texto, há outra que a corrobora: Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração (Hebreus 4:12).

E, agora, não mudando de assunto, mas falando de algo intrinsecamente ligado ao dito acima, quero contar uma historinha que li dia desses:

Havia uma família que tinha um hábito que conservavam há longo tempo já: todas as noites, antes de jantarem, oravam e liam uma passagem da Bíblia, coisa de 15 minutos, não mais que isso. Juntavam-se o marido, a esposa e os filhos e liam, de carreirinha – como é recomendado que se faça –, um trechinho da Bíblia, um capítulo ou dois, conforme o tamanho.

Certa noite chegou uma visita. Era um conhecido que aparecera de surpresa, sem avisar. Nenhum incômodo, óbvio, pois poderiam jantar juntos e conversar um pouco.

Ocorre que o visitante-surpresa chegava bem no momento em que se preparavam para iniciarem a sua leitura bíblica. Podiam suspender por um dia a leitura, não seria um problema. Mas – pensaram – por que fazê-lo? Não poderia o visitante esperar um pouco e, quem sabe, até participar desse momento? Afinal, não era um tempo longo. Trataram de explicar-lhe a sua rotina diária, e perguntaram se ele se importaria de esperar um pouquinho; poderia até participar, se quisesse, poderia sentar ali junto a eles. Ele, claro, aceitou.

Então eles fizeram uma breve oração e iniciaram a leitura.

Como tinham o hábito de ler em carreirinha, um capítulo após o outro, um livro após o outro, encontravam-se no Antigo Testamento. Estavam justamente no primeiro livro das Crônicas, no seu primeiro capítulo, e ele é todo composto por genealogias – e assim segue, sem tréguas, até o oitavo capítulo. Eles leram, naquele dia, o primeiro capítulo só.

Para quem não sabe, genealogias são aqueles longos trechos onde fala que fulano era filho de beltrano, que era neto de ciclano, que gerara outro ciclano que, por sua vez, gerara outro beltrano, e este outro fulano, e por aí vai. Os israelitas tinham o hábito de registrarem cuidadosamente essas genealogias para, entre outras coisas, provarem as composições das famílias e suas origens, bem como terem segurança quanto à distribuição de terras e suas heranças. Para alguns – para mim inclusive, por vezes – o ler esses trechos genealógicos é um tanto chatinho...

Pois bem. Terminada a leitura, conversaram amenidades brevemente, esperando o jantar ser servido.

Durante o jantar, o marido, pai da família, pensou consigo mesmo: “Que pena que o nosso amigo está aqui hoje justamente na leitura de uma dessas genealogias bíblicas! Deve ter ficado entediado até. Bem que eu poderia ter me apercebido que seria melhor pularmos para outra parte, quem sabe ler um salmo ou um trechinho do Novo Testamento. Teria sido mais proveitoso para ele, eu acho. Mas não me dei conta disso na hora. Pena! Não deve ter servido de nada para ele...”

Depois do jantar, juntaram-se na sala para darem prosseguimento ao colóquio.

Lá pelas tantas, o amigo visitante-surpresa saiu-se com essa: “Sabe, amigo, eu estava pensando enquanto vocês liam a Bíblia... Quantos nomes estranhos vocês leram, eu entendi pouco sobre os nomes e essas famílias, mas uma coisa me bateu muito forte. Pensei comigo mesmo, enquanto ouvia essa infindável lista de nomes: Quantas pessoas já viveram nesse mundo! E quantas dessas pessoas nem mesmo ouviram falar de Deus ou, se ouviram, não quiseram saber d’Ele? Eu mesmo pouco havia ouvido falar de Deus e, no pouco que ouvi, também pouco me interessei. Mas hoje foi diferente! Ouvindo essa lista de nomes, perguntei a mim mesmo: Será que eu também vou ser uma dessas pessoas que não quiseram saber de Deus? Não! Eu quero saber mais... Será que o amigo se importaria de me ensinar mais sobre essas coisas... sabe... sobre Jesus, sobre o Evangelho, sobre a Bíblia? Quem sabe poderíamos nos reunir outras vezes para falarmos sobre isso...”

Surpreso, o pai daquela família concordou: “Claro que sim! Estou à sua disposição...”

Esta é a historinha.

Como dá para perceber, quando Deus quer falar com alguém, até mesmo uma genealogia chatinha pode transmitir a Sua Mensagem e pode despertar uma consciência!

Sim, Jesus tem razão: As palavras que eu lhes disse são espírito e vida”.

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 8 de dezembro de 2024

160 – O Reino Divide-se (1º Reis 12 – 13)


Roboão1(versículo de 1º Reis 12) foi a Siquém, onde todos os israelitas tinham se reunido para proclamá-lo rei. Assim2 que Jeroboão, filho de Nebate, que estava no Egito fugindo do rei Salomão, soube disso, voltou de lá. E3 mandaram chamá-lo. Então ele e toda a assembleia de Israel foram ao encontro de Roboão e disseram: “Teu4 pai colocou sobre nós um jugo pesado I, mas agora diminui o trabalho árduo e este jugo pesado, e nós te serviremos”.

O6 rei Roboão perguntou às autoridades que haviam servido ao seu pai Salomão durante a vida dele: “Como vocês me aconselham a responder a este povo?”

Eles7 responderam: “Se hoje fores um servo desse povo e servi-lo, dando-lhe uma resposta favorável, eles sempre serão teus servos”.

Roboão8, contudo, rejeitou o conselho que as autoridades de Israel lhe tinham dito e consultou os jovens que haviam crescido com ele e o estavam servindo.

Ele14 seguiu o conselho dos jovens e disse: “Meu pai lhes tornou pesado o jugo; eu o tornarei ainda mais pesado. Meu pai os castigou com simples chicotes; eu os castigarei com chicotes pontiagudos”.

Quando16 todo o Israel viu que o rei se recusava a ouvi-los, responderam ao rei: “Que temos em comum com Davi? Que temos em comum com o filho de Jessé? Para as suas tendas, ó Israel! Cuide da sua própria casa, ó Davi!” E assim os israelitas foram para as suas casas.

Quando20 todos os israelitas souberam que Jeroboão tinha voltado, mandaram chamá-lo para a reunião da comunidade e o fizeram rei sobre todo o Israel. Somente a tribo de Judá permaneceu leal à dinastia de Davi.

Jeroboão26 pensou: “O reino agora provavelmente voltará para a dinastia de Davi. Se27 esse povo subir a Jerusalém para oferecer sacrifícios no templo do SENHOR, novamente dedicarão sua lealdade ao senhor deles, Roboão, rei de Judá. Eles vão me matar e voltar para o rei Roboão”.

Depois28 de aconselhar-se, o rei fez dois bezerros de ouro e disse ao povo: “Vocês já subiram muito a Jerusalém. Aqui estão os seus deuses II, ó Israel, que tiraram vocês do Egito”. Mandou29 por um bezerro em Betel, e o outro em Dã. E30 isso veio a ser um pecado, pois o povo ia até Dã para adorar aquele bezerro.

Por1(versículo de 1º Reis 13) ordem do SENHOR um homem de Deus foi de Judá a Betel, quando Jeroboão estava de pé junto ao altar para queimar incenso. Ele2 clamou contra o altar, segundo a ordem do SENHOR: “Ó altar, ó altar! Assim diz o SENHOR: ‘Um filho nascerá na família de Davi e se chamará Josias III. Sobre você ele sacrificará os sacerdotes dos altares idólatras que agora queimam incenso aqui, e ossos humanos serão queimados sobre você’”.

Quando4 o rei Jeroboão ouviu o que o homem de Deus proclamava contra o altar de Betel, apontou para ele e ordenou: “Prendam-no!” Mas o braço que ele tinha estendido ficou paralisado, e não voltava ao normal. Além5 disso, o altar se fendeu, e as suas cinzas se derramaram, conforme o sinal dado pelo homem de Deus por ordem do SENHOR.

Então6 o rei disse ao homem de Deus: “Interceda junto ao SENHOR, o seu Deus, e ore por mim para que meu braço se recupere”. O homem de Deus intercedeu junto ao SENHOR, e o braço do rei recuperou-se e voltou ao normal.

Mesmo33 depois disso Jeroboão não mudou o seu mau procedimento, mas continuou a nomear dentre o povo sacerdotes para os altares idólatras. Ele consagrava para esses altares todo aquele que quisesse tornar-se sacerdote. Esse34 foi o pecado da família de Jeroboão, que levou à sua queda e à sua eliminação da face da terra.

 

v     Para entender a história

Os filhos de Salomão levam o reino de Davi ao desastre. Roboão não é um rei que sirva aos interesses do povo, e a sua arrogância precipita a divisão do reino. As tribos do norte escolhem Jeroboão como rei, como o profeta Aías havia previsto. Mas, em vez de depositar a sua confiança na palavra de Deus, Jeroboão manda fazer ídolos pagãos, pois teme perder o seu novo reino.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Teu pai colocou sobre nós um jugo pesado” – Desde o reino de Davi, Israel (nome dado às tribos do norte) e Judá vinham sendo governados separadamente. As condições de Israel foram piorando gradualmente sob a administração de Salomão. Enquanto Judá gozava de isenção de impostos, Israel era pesadamente taxada e penalizada através do recrutamento compulsório para o serviço militar e trabalhos pesados. As tribos do norte queriam mudar essa situação.

                                   II.      Aqui estão os seus deuses” – Pela lei, todos os israelitas tinham de ir a Jerusalém, para o culto. Jeroboão tentou evitar isso, providenciando os ídolos. Ele utiliza as mesmas palavras de Arão, que fez um bezerro de ouro para as pessoas, após Deus tê-las tirado do Egito (Êxodo 32:4).

                                III.     “Um filho nascerá na família de Davi e se chamará Josias” – Essa profecia realizou-se três séculos depois, quando Josias tornou-se rei de Judá. Ele foi um rei reformista, que “trilhou o caminho do seu pai Davi”. Tentou levar o povo de volta a Deus e destruiu todos os altares pagãos. Em Betel, queimou os ossos dos sacerdotes pagãos, no altar, para profaná-lo (2⁰ Reis 23:16).

 

- As minas de Salomão: Salomão enriqueceu muito com o comércio. Mas sua fortuna não era suficiente para patrocinar os seus vastos projetos de construção. Por isso, o povo sofria o fardo dos impostos e dos trabalhos forçados. Muitos trabalhavam nas minas de pedra de Salomão.

- Roboão e Jeroboão: Roboão era filho de Salomão com Naama, uma princesa amonita. Ele e todos os reis de Judá que vieram depois eram descendentes de Davi. Jeroboão tinha sido um funcionário da corte de Salomão. O profeta Aías previra que Jeroboão governaria dez tribos israelitas e que o filho de Salomão herdaria apenas duas.

- O Reino Dividido: O reino foi dividido em Israel (as dez tribos do Norte) e Judá (as tribos do sul, de Judá e Benjamim). Jerusalém permaneceu como a capital de Judá, e Israel instalou a nova capital primeiramente em Siquém, depois em Tersa e, finalmente, em Samaria.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 1 de dezembro de 2024

Como Seria?


 

Levítico 19:11

“Não furtem. Não mintam. Não enganem uns aos outros”.

 

Dia desses, enquanto passeava pelas Escrituras, me deparei com esta Palavra escrita nos primórdios da formação do povo israelita como nação, enquanto ainda estavam a meio caminho entre o Egito e a “terra prometida”, que seria seu paradouro/destino.

Enquanto caminhavam, Moisés foi tratando de formular uma espécie de “constituição nacional”, que abrangia tanto questões religiosas quanto político/sociais. A proposta original é que Israel fosse uma teocracia, isto é, um sistema de governo em que as ações políticas e jurídicas estão submetidas às normas da religião. A palavra vem do grego “teo”, que significa Deus, e “cracia”, que significa poder.

Pois bem... Com base na cultura adquirida nos tempos de nobreza egípcia, salpicada pelas influências de muitas leis de povos antigos, como o “Código de Hamurabi”, baseado na “Lei de Talião”, conhecida pela expressão “olho por olho, dente por dente”, e – claro! – com a inspiração e o aval divino, Moisés foi escrevendo o que encontramos no Antigo Testamento nos livres de Números, Levítico e Deuteronômio. Este compêndio constitui-se numa normativa para os judeus, com validade para eles até os dias de hoje, especialmente naquilo que toca às cerimonialidades religiosas.

Mas bem... O que quero salientar aqui é justamente o que este pequeno versículo traz como mandamento. Sim, hoje, neste texto, quero salientar só isso...

E fico pensando nisso... Já pensou se nós, em nossa “terra brasilis”, respeitássemos estes três pontinhos aí destacados? “Não furtem. Não mintam. Não enganem uns aos outros”.

Como seria?

Como seria se ninguém furtasse? Falo em não furtar mesmo, não furtar nada, nadinha de nada, nem mesmo fazer “gato” de sinal de TV?

Como seria se nenhum de nós mentisse? Se não mentíssemos sobre nada, sobre nadinha, sobre nadinha de nada, nem a nós mesmos? Como seria se falássemos sempre a verdade? Como seria se nenhuma mentirinha tivesse lugar?

Como seria se nenhum de nós enganasse a mais ninguém? Não enganasse a respeito de nada, nadinha de nada mesmo? Não enganasse nem a si mesmo? Nem mesmo com aquelas mentirinhas piedosas, aquelas que falamos para não desagradar?

Como seria se somente estres três pontinhos fossem por nós obedecidos e seguidos “ipsis litteris”, à risca?

E aí, como seria? Responda aí...

Sim, sim, este é um texto curtinho e quase utópico... Apenas para uma viagenzinha reflexiva num dia lindo como o de hoje...

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 24 de novembro de 2024

159 – O Reino Dividido


Roboão, filho de Salomão, ignorou as tensões existentes entre as doze tribos do norte e as duas do sul de Israel. Sua teimosia e rivalidade com Jeroboão, um ex-funcionário da corte de Salomão, levou as tribos do norte à rebelião, e dois reinos foram instituídos (cerca de 930 a.C.). O reino do norte foi chamado “Israel” e passou a ser governado por Jeroboão; o do sul, “Judá”, ficou sob o controle de Roboão. Israel foi governada por uma sucessão de reis, até ser conquistada pelos assírios (cerca de 722 a.C.). Os reis de Judá, os descendentes de Salomão, governaram em Jerusalém até os babilônios invadirem e exilarem as tribos do sul para a Babilônia (cerca de 586 a.C.).

 

O Livro dos Reis

O período dos reis atravessa cerca de 400 anos, e sua maior parte é registrada em dois livros – 1⁰ e 2⁰ Reis. Eles relatam a morte de Davi (cerca de 970 a.C.), os principais acontecimentos do reinado de Salomão e a história de Israel e Judá.

O autor dos Reis, possivelmente um exilado na Babilônia, descreve os reinados de vários reis de acordo com a atitude deles em relação ao culto a Deus. Não faz um relato de seus reinados políticos. Muitos reis são avaliados em comparação a Jeroboão, que incentivou o culto a deuses pagãos: “Ele praticou o mal diante dos olhos do SENHOR, seguindo o caminho de Jeroboão” (1⁰ Reis 15:34). O rei Davi é tido como um modelo de retidão: “Seu coração não era totalmente devotado ao SENHOR... como o foi o coração do seu antepassado Davi” (1⁰ Reis 15:3).

 

As Crônicas

A história dos reis de Judá também está em 1⁰ e 2⁰ Crônicas. Em geral, esses livros são atribuídos ao escriba Esdras. Foram escritos para os judeus que voltaram para Judá, após o exílio na Babilônia. O principal objetivo do autor era convencer os judeus de que ainda eram o povo escolhido por Deus.

Os Livros das Crônicas contêm informações selecionadas sobre os reis de Judá, apresentando-os sob uma ótica positiva. Falam muito pouco sobre os reis de Israel, descritos como infiéis a Deus. O autor enfatiza o renascimento religioso liderado pelos devotos reis de Judá e sublinha o papel de Jerusalém como a “cidade santa”.

 

Os primeiros reis de Judá e Israel

Jeroboão rebelara-se contra o rei Salomão e fugira para o Egito. Após a morte de Salomão, voltou para Israel e, apoiado pelos anciãos das tribos do norte, desafiou a pretensão de Roboão ao trono. Pediu que Roboão abolisse os trabalhos forçados e os altos impostos criados por Salomão. Diante da recusa de Roboão, as dez tribos do norte aclamaram Jeroboão como o seu rei, e o reino ficou dividido em dois.

 

Datando os reis

Os textos bíblicos oferecem informações detalhadas sobre a duração do reinado de cada rei. É difícil, contudo, datar esses reinados porque Judá e Israel usavam métodos diferentes para calcular o primeiro ano de um rei. Muitos reis governaram em conjunto ou reinaram durante uma parte do reinado de outro, o que causa outro tipo de problema para se estabelecerem as datas.

Vamos fazer uma lista dos reis, assinalando com um asterisco (*) os reinados que se superpõem aos reinados anteriores.

 

Reis de Judá:

·  Roboão (930 a.C. a 913 a.C.)

·  Abias (913 a.C. a 910 a.C.)

·  Asa (910 a.C. a 869 a.C.)

·  Josafá* (872 a.C. a 848 a.C.)

·  Jeorão (848 a.C. a 841 a.C.)

·  Acazias (841 a.C. a 841 a.C.)

·  Atalia (rainha) (841 a.C. a 835 a.C.)

·  Joás (835 a.C. a 796 a.C.)

·  Amazias (796 a.C. a 767 a.C.)

·  Uzias* (792 a.C. a 740 a.C.)

·  Jotão* (750 a.C. a 735 a.C.)

·  Acaz (735 a.C. a 715 a.C.)

·  Ezequias (715 a.C. a 686 a.C.)

·  Manassés* (697 a.C. a 642 a.C.)

·  Amon (642 a.C. a 640 a.C.)

·  Josias (640 a.C. a 609 a.C.)

·  Jeoacaz (609 a.C. a 609 a.C.)

·  Jeoaquim (609 a.C. a 598 a.C.)

·  Joaquim (598 a.C. a 597 a.C.)

·  Zedequias (597 a.C. a 586 a.C.)

 

Reis de Israel:

·  Jeroboão (930 a.C. a 909 a.C.)

·  Nadabe (909 a.C. a 908 a.C.)

·  Baasa (908 a.C. a 886 a.C.)

·  Elá (886 a.C. a 885 a.C.)

·  Zinri (885 a.C. a 885 a.C.)

·  Tibni (885 a.C. a 880 a.C.)

·  Onri* (885 a.C. a 874 a.C.)

·  Acabe (874 a.C. a 853 a.C.)

·  Acazias (853 a.C. a 852 a.C.)

·  Jorão (852 a.C. a 841 a.C.)

·  Joás (841 a.C. a 814 a.C.)

·  Jeoacaz (814 a.C. a 798 a.C.)

·  Jeoás (798 a.C. a 782 a.C.)

·  Jeroboão II* (793 a.C. a 753 a.C.)

·  Zacarias (753 a.C. a 753 a.C.)

·  Salum (753 a.C. a 752 a.C.)

·  Menaém (752 a.C. a 742 a.C.)

·  Pecaías (742 a.C. a 740 a.C.)

·  Peca* (752 a.C. a 732 a.C.)

·  Oséias (732 a.C. a 722 a.C.)

 

A queda de Israel

Com frequência, a sucessão de reis, no reino do norte, era o resultado de rixas internas e assassinatos. Apesar da localização vantajosa sobre Judá, com boas rotas de comércio e economia próspera, Israel não conseguiu manter um reino estável. No século VIII a.C., o império assírio (com Tiglate-Pileser III) foi gradualmente assumindo o controle do Oriente Médio, e Israel foi forçado a pagar tributo. Salmanaser V e Sargão II, finalmente, destruíram Samaria, a capital de Israel, por volta de 722 a.C., e enviaram os seus habitantes para o cativeiro.

De acordo com a Bíblia, a queda de Israel foi a consequência direta do desrespeito de seu povo pela aliança de Deus. Conduzidos por Jeroboão e outros reis sem fé, os israelitas abandonaram Deus e adoraram ídolos pagãos.

 

A queda de Judá

Judá conseguiu resistir a invasões estrangeiras durante quase 130 anos, até os babilônios assumirem o poder e tornar Judá um estado vassalo. O rei Nabucodonosor desferiu vários ataques contra Jerusalém, a capital de Judá, e deportou parte de seus habitantes. Finalmente, a cidade caiu em 586 a.C., quando os babilônios destruíram o Templo, saquearam os seus tesouros e enviaram o que restou da população para o cativeiro.

O Livro das Crônicas descreve a queda de Judá como um castigo divino. Apesar do alerta de profetas contra a desobediência a Deus, o povo de Judá continuou a desrespeitar as leis da aliança e, por isso, sofreu a cólera de Deus (2⁰ Crônicas 36:17).

 

Os exílios de Israel e Judá

Em seguida às deportações realizadas no reino do norte, a Assíria repovoou as cidades de Israel com habitantes não-israelitas. Muitos dos israelitas dispersados não voltaram à terra natal, e os que haviam permanecido perderam a sua identidade, contraíram casamentos mistos e passaram a viver de acordo com os costumes do povo ocupante.

Após o exílio babilônio, a terra de Judá foi deixada despovoada e destruída. Alguns exilados retornaram à terra-mãe, cerca de setenta anos após os primeiros prisioneiros terem sido levados embora, e outros os seguiram posteriormente. Mas a maioria ficou dispersa por todo o império persa. Eles mantiveram a sua identidade nacional e realizavam cultos coletivos em sinagogas. Daniel, um dos profetas, tornou-se um importante chefe na Babilônia.

Foi a partir dessa época que o povo exilado de Judá passou a ser conhecido como “judeus” (palavra derivada de “Judá”). Longe de Jerusalém e sem uma liderança israelita apropriada, os judeus meditaram sobre a sua história, seus erros e sobre as leis de Deus. Isso levou ao renascimento religioso que fez surgir o chamado “judaísmo”. A Mesopotâmia tornou-se o segundo centro mais importante do judaísmo fora da Palestina. Ao final de seu cativeiro, os judeus falavam em aramaico (a língua do antigo Oriente Médio), em vez de hebraico.

 

O retorno à “terra prometida”

O rei persa Ciro II conquistou o império babilônio por volta de 539 a.C. e estendeu mais além as fronteiras, ao assumir o controle do Egito e da área da Turquia atual. Ciro fez uma política inversa à dos babilônios, e permitiu que a maioria das tribos e nações sob o controle persa voltasse às suas terras. Alguns judeus voltaram para Judá, e os que ficaram tiveram permissão para praticar os costumes judaicos. Ciro ajudou os judeus a reconstruírem o Templo em Jerusalém e devolveu grande parte do que Nabucodonosor havia saqueado. O Livro de Isaías descreve Ciro como “ungido” por Deus e salvador dos judeus (Isaías 45:1).

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.