Provérbios 13:10
O
orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselhos.
A Psicologia classifica
o orgulho em dois tipos: o positivo e o negativo. O orgulho positivo está diretamente ligado à
autoestima e à autoconfiança, e o negativo
está relacionado à soberba e ao egocentrismo.
O ego é um dos grandes
problemas do ser humano.
Jesus, ao ensinar que neguemos a nós mesmos,
incluía no pacote o ego, o self – ou si mesmo –, aquela parte de nós que foi
construída e rebocada pelas circunstâncias da vida, mas que, de fato, não é
quem somos mesmo.
Costumamos criar,
inconscientemente, um alter-ego, um “outro eu”, um personagem, onde vestimos
máscaras para sermos aceitos pelo grupo social, seja na família, no trabalho,
na escola, na sociedade como um todo. Fazemos muitas coisas “para agradar”.
Estamos ali, fazendo uma “cara de conteúdo”, sendo quem não somos, tudo para
que não experimentemos rejeição. Mas, volto a dizer, não é quem somos mesmo.
Nós somos, em mais
profunda análise, aquela alma de criança, com sua pureza e confiança, que ficou
em algum lugar lá atrás na cronologia da vida.
Neste processo de
construção do self pelo qual
passamos, o ego se manifesta pintado de acordo com as experiências e
circunstâncias da vida, e de acordo com aquilo que convencionamos ser o melhor
que podemos fazer, ainda que não fosse bem isso que queríamos fazer. É um pouco
daquilo que o apóstolo Paulo diz, quando confessava de si mesmo: Não
entendo o que faço.
Pois não faço o que desejo, mas o que odeio [...]. Porque tenho o desejo de
fazer o que é bom, mas não consigo
realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero
fazer, esse eu continuo fazendo (Romanos 7:15-19).
Chega um momento em que, de tanto fazer o que se demandava de nós – mas não o
que realmente queríamos –, passamos a quase que não conseguir mais fazer aquilo
que, de fato, desejávamos. Vamos sendo engolidos por um modus operandi indesejado.
Assim, não é raro que,
em muitos de nós, esse alter-ego – esse falso-eu – cresça de forma
desproporcional.
Ego e orgulho não têm a
ver com personalidade e autoestima. Estas são salutares, enquanto que aqueles,
quando não domados, tornam-se nocivos.
A Palavra usada aqui para este texto nos diz que
o orgulho gera discussões. A Bíblia nos ensina a evitarmos as discussões
movidas pelo ego/orgulho, que não levam a nada positivo, só às dissensões: Deixem de dar atenção a mitos e
genealogias intermináveis, que causam
controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus, que é pela fé. O objetivo desta instrução é o amor que procede de um
coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera. Alguns se desviaram
dessas coisas, voltando-se para discussões
inúteis, querendo ser mestres da lei,
quando não compreendem nem o que dizem
nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas
(1º Timóteo 1:4-7).
Há uma coisa pela qual o
ser humano, via de regra, abandona tudo – amor, alegria, paz, saúde, segurança,
lucidez –, e essa coisa é “ter razão”. Para impormos a nossa “razão”, para
provarmos ao outro que estamos “certos”, passamos por cima de muita coisa. Faça
uma autoanálise e veja se não é assim.
Quando teimamos, por
nosso egocentrismo, em estarmos “certos” em relação a algo, poucas vezes
conhecemos limites; ao contrário, extrapolamos muitos.
A Palavra diz que “a
sabedoria está com os que tomam conselhos”.
Sobre “conselhos”, os Provérbios estão repletos.
Eis mais alguns: “O
conselho da sabedoria é: Procure obter sabedoria. Use tudo o que você possui para adquirir entendimento”
(Provérbios 4:7). “Meu é o conselho sensato; a mim pertencem o entendimento e o poder” (Provérbios 8:14). O
caminho do insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve os conselhos
(Provérbios 12:15). Os planos fracassam
por falta de conselho, mas são bem-sucedidos quando há muitos conselheiros
(Provérbios 15:22). Dar resposta
apropriada é motivo de alegria; e como é bom um conselho na hora certa!
(Provérbios 15:23). Ouça conselhos e
aceite instruções, e acabará sendo sábio (Provérbios 19:20).
Aquele que “ouve
conselhos” também é aquele que “ouve” o que o outro fala. É aquele que dá tempo
ao outro para que este possa dizer o que quer dizer, sem interrompê-lo por qualquer
motivo. Há aqueles que, enquanto falamos, ficam apenas maquinando respostas
àquilo que falamos, sem nem mesmo prestar atenção ao que estamos falando.
Saber ouvir é tão
importante! Veja este outro “conselho”: Meus amados irmãos, tenham isto em mente: sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para
irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus
(Tiago 1:19).
Quem
assim pode agir leva em conta antes a “personalidade do amor” do que o “ego da
razão”, e está tendo lampejos de sabedoria divina!
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o
amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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