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sexta-feira, 18 de março de 2022

Orgulho, Sabedoria e Conselhos


Provérbios 13:10

O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselhos.

 

A Psicologia classifica o orgulho em dois tipos: o positivo e o negativo. O orgulho positivo está diretamente ligado à autoestima e à autoconfiança, e o negativo está relacionado à soberba e ao egocentrismo.

O ego é um dos grandes problemas do ser humano.

Jesus, ao ensinar que neguemos a nós mesmos, incluía no pacote o ego, o self – ou si mesmo –, aquela parte de nós que foi construída e rebocada pelas circunstâncias da vida, mas que, de fato, não é quem somos mesmo.

Costumamos criar, inconscientemente, um alter-ego, um “outro eu”, um personagem, onde vestimos máscaras para sermos aceitos pelo grupo social, seja na família, no trabalho, na escola, na sociedade como um todo. Fazemos muitas coisas “para agradar”. Estamos ali, fazendo uma “cara de conteúdo”, sendo quem não somos, tudo para que não experimentemos rejeição. Mas, volto a dizer, não é quem somos mesmo.

Nós somos, em mais profunda análise, aquela alma de criança, com sua pureza e confiança, que ficou em algum lugar lá atrás na cronologia da vida.

Neste processo de construção do self pelo qual passamos, o ego se manifesta pintado de acordo com as experiências e circunstâncias da vida, e de acordo com aquilo que convencionamos ser o melhor que podemos fazer, ainda que não fosse bem isso que queríamos fazer. É um pouco daquilo que o apóstolo Paulo diz, quando confessava de si mesmo: Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio [...]. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo (Romanos 7:15-19). Chega um momento em que, de tanto fazer o que se demandava de nós – mas não o que realmente queríamos –, passamos a quase que não conseguir mais fazer aquilo que, de fato, desejávamos. Vamos sendo engolidos por um modus operandi indesejado.

Assim, não é raro que, em muitos de nós, esse alter-ego – esse falso-eu – cresça de forma desproporcional.

Ego e orgulho não têm a ver com personalidade e autoestima. Estas são salutares, enquanto que aqueles, quando não domados, tornam-se nocivos.

A Palavra usada aqui para este texto nos diz que o orgulho gera discussões. A Bíblia nos ensina a evitarmos as discussões movidas pelo ego/orgulho, que não levam a nada positivo, só às dissensões: Deixem de dar atenção a mitos e genealogias intermináveis, que causam controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus, que é pela fé. O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera. Alguns se desviaram dessas coisas, voltando-se para discussões inúteis, querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas (1º Timóteo 1:4-7).

Há uma coisa pela qual o ser humano, via de regra, abandona tudo – amor, alegria, paz, saúde, segurança, lucidez –, e essa coisa é “ter razão”. Para impormos a nossa “razão”, para provarmos ao outro que estamos “certos”, passamos por cima de muita coisa. Faça uma autoanálise e veja se não é assim.

Quando teimamos, por nosso egocentrismo, em estarmos “certos” em relação a algo, poucas vezes conhecemos limites; ao contrário, extrapolamos muitos.

A Palavra diz que “a sabedoria está com os que tomam conselhos”.

Sobre “conselhos”, os Provérbios estão repletos. Eis mais alguns: “O conselho da sabedoria é: Procure obter sabedoria. Use tudo o que você possui para adquirir entendimento (Provérbios 4:7). “Meu é o conselho sensato; a mim pertencem o entendimento e o poder (Provérbios 8:14). O caminho do insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve os conselhos (Provérbios 12:15). Os planos fracassam por falta de conselho, mas são bem-sucedidos quando há muitos conselheiros (Provérbios 15:22). Dar resposta apropriada é motivo de alegria; e como é bom um conselho na hora certa! (Provérbios 15:23). Ouça conselhos e aceite instruções, e acabará sendo sábio (Provérbios 19:20).

Aquele que “ouve conselhos” também é aquele que “ouve” o que o outro fala. É aquele que dá tempo ao outro para que este possa dizer o que quer dizer, sem interrompê-lo por qualquer motivo. Há aqueles que, enquanto falamos, ficam apenas maquinando respostas àquilo que falamos, sem nem mesmo prestar atenção ao que estamos falando.

Saber ouvir é tão importante! Veja este outro “conselho”: Meus amados irmãos, tenham isto em mente: sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus (Tiago 1:19).

Quem assim pode agir leva em conta antes a “personalidade do amor” do que o “ego da razão”, e está tendo lampejos de sabedoria divina!

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

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