Mateus
18:11
“O
Filho do homem veio para salvar o que havia se perdido”.
Jesus chama a Si mesmo
de “o Filho do homem”, com isso dizendo que, mesmo sendo Ele o Filho de Deus, a
Palavra encarnada, Deus conosco em forma humana, em tudo semelhante a nós –
porém sem pecar e sem pecado –, Ele Se colocava lado a lado conosco, com todos
os seres humanos.
Jesus dizia de Si mesmo,
chamando-Se Filho do homem: “Hoje sou como você, e faço de você meu irmão”. Foi
neste contexto que Ele orou em João, no capítulo 17.
Para os religiosos e os poucos eruditos da época
– conhecedores das Escrituras – que O ouviam e davam ouvidos a Ele, chamar-Se
de Filho do homem tinha significado também de O reconhecerem das Escrituras,
posto que assim Ele aparece por lá: Repouse
a tua mão sobre aquele que puseste à tua
mão direita, o filho do homem
que para ti fizeste crescer (Salmo 80:17). “Em minha visão à noite, vi alguém semelhante
a um filho de homem, vindo com as nuvens dos céus. Ele se aproximou do
ancião e foi conduzido à sua presença. Ele recebeu autoridade, glória e o
reino; todos os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu
reino jamais será destruído” (Daniel 7:13-14).
Jesus diz que veio “para
salvar o que havia se perdido”.
A palavra “perdido” está
muito mal empregada no âmbito religioso cristão dos dias atuais.
Num ar até mesmo de
velada e mascarada pretensa superioridade, uma parte do mundo cristão –
especialmente o “evangélico” – classifica a humanidade em dois grupos: os
“salvos” e os “perdidos”. Isso nunca me soou bem; me agride os ouvidos!
Jesus nunca disse isso.
Ele nunca classificou os seres humanos nesses grupos. Ele tratava cada caso
como um caso especial. Para Ele não havia essa história de divisão entre os
“salvos” e os “perdidos”. Para Ele havia aqueles que O provaram em Seu amor e
aqueles que ainda não O haviam provado.
Ele dizia de Si: “Eu sou o pão da
vida. Aquele que vem a mim nunca terá
fome; aquele que crê em mim nunca
terá sede” (João 6:35). E dizia também: “Quem beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede. Ao contrário, a
água que eu lhe der se tornará nele uma
fonte de água a jorrar para a vida
eterna” (João 4:13-14). Em Jesus, tudo gira em torno de prová-Lo, de
experimentá-Lo, de aplicar Seus ensinamentos na vida, em tornar prática, vida
vivida, tudo o que Ele propõe.
Ele sempre falava de
“beber d’Ele”, de “alimentar-se do Seu amor”, de “viver n’Ele”.
Assim, para Jesus, ser
“salvo” era ser salvo da falta de amor, da indiferença, da falta de propósito e
da falta de significado da vida. E é “nisso” que alguém pode estar “perdido”.
As pessoas se “perdem”
quando perdem o motivo e o propósito de por que viver; quando perdem a razão
por que viver; quando perdem o afã de viver a plenitude das suas possibilidades
e dos seus potenciais. As pessoas se “perdem” na falta de amor – por si mesmas
e pelo próximo.
E é disso que Jesus
veio salvar, uma vez que, n’Ele, encontramos amor, motivo e propósito pelo que
viver, afã de viver a plenitude das nossas possibilidades e potenciais. Em
Jesus nos encontramos na abundância de amor – por nós mesmos e pelo próximo.
É disso que Jesus nos
salva!
Assim, salvos, já não
estamos mais perdidos, mas fomos por Ele encontrados!
Gosto muito de uma
cena alegórica que Ele usa para Se descrever e nos descrever, em Sua relação
conosco, e queria deixá-la aqui registrada para encerrar este texto:
“O
que acham vocês? Se alguém possui cem ovelhas, e uma delas se perde, não
deixará as noventa e nove nos montes, indo procurar
a que se perdeu? E se conseguir encontrá-la, garanto-lhes que ele ficará
mais contente com aquela ovelha do que com as
noventa a nove que não se perderam. Da mesma forma, o Pai de vocês, que
está nos céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca”
(Mateus 18:12-14).
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o
amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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