Um falar agradável é aquele que tem
tom de acolhimento, respeito às diferenças e tranquilidade nas respostas.
É aquele que não se perturba diante das
contrariedades, que argumenta com a alma pacificada, nunca aguerrida pela
tentativa de convencimento. Até porque não convencemos a ninguém; é a pessoa
que convence a si mesma. E, para sermos justos e meritórios com a Palavra do
Senhor, é Jesus, pelo Espírito Santo, Quem convence.
Volta e meia ouço cristãos debatendo
pontos bíblicos, supostas incongruências e contrariedades nas Escrituras,
pontos conflitantes, páginas difíceis, e por aí vai. Tentam empurrar, a
qualquer custo, suas posições e – muitas vezes – opiniões pessoais sobre
determinado ponto. Cria-se uma atmosfera conflitante, pesada, de alma tensa e
espírito aguerrido. A paz na alma é despida em favor da tensão da razão. Isso é
vaidade, como dizia o escritor de Eclesiastes, além de ser perda de tempo e
afugentamento das almas, que se distanciam pelo conflito da discussão. Nada
disso aproveita! Coloquemos o nosso modo de pensar, sim, não fujamos da
argumentação, mas que seja só argumentação. Se o contraste perdurar, deixe-se o
de lado a pacifique-se a alma. Também em questões de espiritualidade e fé, é
preferível ter paz a ter razão.
Sejamos, pois, agradáveis (mas não
bajuladores) no nosso modo de falar.
Mais do que “politicamente
corretos”, sejamos respeitosamente verdadeiros. Só assim conquistamos o
respeito do outro.
Que o nosso falar seja temperado com
sal, isto é, que nossas palavras e nosso tom de voz possam temperar e realçar o
sabor daquilo que dizemos. E, assim como o sal, além de realçar o sabor, tinha
e tem o atributo de conservar os alimentos, que o nosso falar também tenha o
atributo de conservar a fé já implantada no nosso interlocutor, além de
conservar a pureza e as características verdadeiras da Palavra que partilhamos.
Que possamos ser sal na terra, como
Jesus ensinou, espalhados no chão da vida e da humanidade, e do andar ao lado
do próximo.
Que não sejamos sal no saleiro,
aquele tipo que se fecha em si mesmo e não se doa nem se compartilha. O sal no
saleiro permanece inerte – e insípido – e, mesmo sendo não-perecível, torna-se
estragado pelo não-uso. Quanto mais
usados formos em questões de fé, mais viva em si mesma será a nossa própria fé.
Em questões de Deus, devemos ser “agitados antes de usar”, ou seja, temos que
ter uma vida de fé “em movimento”, num andante andar lado a lado.
Em assim sendo, saberemos sempre
responder a cada um segundo a sua demanda. Como escreve o apóstolo Pedro numa
de suas cartas no Novo Testamento, que estejamos sempre prontos a responder
sobre a nossa fé.
Que em todos os momentos, nossas
respostas sejam tranquilas e temperadas com o sal do amor do Senhor, que salga
e realça as coisas boas em nossas almas.
Que o nosso falar seja sempre
remédio para quem precisa, alegria para quem dela necessita, paz no ambiente em
que estivermos, força a erguer quem estiver caído, suporte para quem estiver
cambaleante.
Que o nosso falar seja vida!
Por hora é isso, pessoal. Que a
liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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