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domingo, 20 de janeiro de 2019

Jesus Nos Cura de Nossa Cegueira



(Marcos 10:46-52)
Então chegaram a Jericó. Quando Jesus e seus discípulos, juntamente com uma grande multidão, estavam saindo da cidade, o filho de Timeu, Bartimeu, que era cego, estava sentado à beira do caminho pedindo esmolas. Quando ouviu que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Muitos o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Jesus parou e disse: “Chamem-no”. E chamaram o cego: “Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando”. Lançando sua capa para o lado, de um salto, pôs-se de pé e dirigiu-se a Jesus. “O que você quer que eu lhe faça?”, perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver!” “Vá”, disse Jesus, “a sua fé o curou”. Imediatamente ele recuperou a visão e seguia a Jesus pelo caminho.

O que podemos fazer quando a fé vai se apagando em nosso coração? É possível reagir? Podemos sair da indiferença? Marcos narra a cura do cego Bartimeu para animar seus leitores a viver um processo que possa mudar suas vidas. Não é difícil nos reconhecermos na figura de Bartimeu.
Vivemos às vezes como “cegos” sem luz para olhar a vida como Jesus olhava. Sentados, instalados numa religião convencional, sem força para seguir Seus passos. Desencaminhados, “à beira do caminho” que Jesus percorre, sem aceitá-Lo como guia de nossa vida.
O que podemos fazer? Apesar de sua cegueira, Bartimeu “fica sabendo” que por sua vida está passando Jesus. Não se podia deixar escapar a ocasião e começou a gritar: “Tem misericórdia de mim!” Esta é sempre a primeira coisa: abrir-se a qualquer chamado ou experiência que nos convida a curar a nossa vida. O grito deve ser humilde e sincero, repetido do fundo do coração; pode ser o começo de uma vida nova. Jesus não passará ao largo.
O cego continuava no chão, longe de Jesus, mas escuta atentamente o que lhe dizem seus enviados: “Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando”. Primeiro se deixa animar, abrindo uma pequena brecha para a esperança. Depois ouve o chamado a levantar-se e reagir. Por último, já não se sente sozinho: Jesus o está chamando. Isto muda tudo.
Bartimeu dá três passos: 1 – Joga fora o manto, pois este o impede de encontrar-se com Jesus, embora ainda se movesse entre trevas. 2 – Dá, então, um salto decisivo e se aproxima de Jesus. É o que muitos de nós precisamos, ou seja, nos libertar das amarras que emperram nossa fé. 3 – Toma, por fim, uma decisão sem deixá-la para mais tarde e se coloca diante de Jesus com confiança simples e nova.
Quando Jesus lhe pergunta o que quer d’Ele, o cego não duvida. Ele sabia muito bem do que precisava: “Mestre, eu quero ver!” É o mais importante. Quando alguém começa a ver as coisas de maneira nova, sua vida se transforma. Quando uma comunidade recebe luz de Jesus, ela se converte.
Depois de vinte séculos, a maior contradição dos cristãos é pretender sê-lo sem seguir Jesus. Se aceita a religião cristã (como se poderia aceitar qualquer outra), porque dá segurança e tranquilidade diante do “desconhecido”, mas não se entra na dinâmica do seguimento fiel a Cristo. Estamos cegos e não vemos onde está o essencial da fé cristã.
O grande problema hoje em nós é a moda ou o sistema. Renunciamos a crescer como pessoas. Somos chamados a crescer. O Evangelho tem força para nos fazer viver uma vida mais intensa, verdadeira e jovem. O escritor Georges Bernanos dizia: “Sois capazes de rejuvenescer o mundo, sim ou não? O Evangelho sempre é jovem. Vós é que sois velhos”.
A civilização pós-moderna nos sobrecarrega e constrange com todo o tipo de receitas e técnicas para viver melhor, estar em forma e conseguir um bem-estar mais seguro. Mas todos nós sabemos por experiência que a vida não é algo que nos vem de fora, mas se deve alimentá-la no mais profundo de nós mesmos.
Outro erro que se comete hoje, é recolher-se em si mesmo e fechar-se nos próprios problemas sem interessar-se pelos outros. Quem permanece indiferente a tudo aquilo que não sejam suas coisas corre o risco de matar sua vida. O amor renova as pessoas; o egoísmo as faz murchar. Portanto, é bom lembrar: “Não existe Igreja de Jesus sem ouvir os que sofrem”.

Um texto do Padre Ari Antonio da Silva

Um comentário:

  1. Sábias palavras do padre Ari que refletem (o que eu também cheguei a esta conclusão)-"matar a sua vida"-como está relatado em todo o último parágrafo do texto!

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