Salmo 11:3
Quando os
fundamentos estão sendo destruídos, o que pode fazer o justo?
O salmista aqui fez uma boa pergunta. Quero pegá-la emprestada e
aplicá-la a nós, em nossos dias, ao meio em que vivemos, ao lado Ocidental do
nosso planetinha azul e, especialmente, aplicá-la à nossa sociedade
judaico-cristã, cuja cultura domina os nossos dias, e já há muitos séculos.
Sim, pois fomos fundamentados em cima dessa cultura religiosa, cujos valores
alicerçaram nossas instituições. Quando falo de religiosidade judaico-cristã,
falo da cristandade ocidental que formou-se com base na Bíblia, cuja parte
judaica é o Antigo Testamento e cuja parte cristã é o Novo. Por isso dizer-se
judaico-cristã.
Mas escrevi, linhas acima, que queria pegar emprestada a
pergunta do salmista e aplicá-la dentro do contexto que descrevi. A nossa
sociedade erigiu-se em cima da cultura das igrejas cristãs, desde as
tradicionais que sobrevivem a pau e corda, até as novidades que se abrem aos
borbotões em esquinas de nossas grandes cidades onde existem aglomerados de
pessoas carentes de tudo, desde o psicológico-espiritual até o material.
Mesmo dentro das igrejas tradicionais, perde-se muito – em
alguns casos, muito mesmo! – do cerne do Evangelho de Jesus Cristo. Muitas
dessas igrejas tradicionais aplicaram a si e a seu modus operandi tradições humanas. Sob alegação de serem inspirações
do Espírito Santo infundidas nos homens que as dirigem, por isso mesmo
supostamente ungidos e designados para tal direção, essas igrejas criaram
várias invencionices que destoam do que está nos Quatro Evangelhos – onde a
vida de Jesus é descrita e narrada –, bem como nos primórdios da Igreja de
Cristo – especialmente narrados no livro dos Atos dos Apóstolos –, como também
destoam da “doutrina dos Apóstolos”, que é encontrada nas epístolas que estes
escreveram e que se encontram no restante do Novo Testamento.
Em tempo – parte um: a “doutrina dos Apóstolos” é o que
encontramos na Bíblia, como parte do que deixaram escritos os “apóstolos de
Jesus” – os originais e únicos – e não o que inventam supostos “apóstolos” dos
dias atuais, usurpando um ministério que, em sua essência, existiu apenas na formação
da Igreja, sendo a sua doutrina lançada nos escritos epistolares. Esclarecendo
sob a luz do Evangelho, o ministério de apóstolo de Jesus foi aquele daquele
tempo, pois designava aqueles que Ele pessoalmente enviou como mensageiros
Seus. O que temos hoje e existirá até o arrebatamento da Igreja, são os dons
apostólicos, manifestados em todo aquele que serve como “mensageiro” de Jesus,
sempre que este divulga a mensagem da Palavra – que é Cristo. Claro isso,
podemos prosseguir.
Em tempo – parte dois: a Igreja de Cristo é formada por todos
aqueles que têm em Jesus o seu Senhor e Salvador, e que orientam as suas vidas
de acordo com os Seus ensinamentos. Essas pessoas estão espalhadas em várias
denominações eclesiásticas – e mesmo fora delas, quando se reúnem em nome do
Senhor. Somente Deus as conhece de verdade, pois somente o Senhor conhece quem lhe pertence (II Timóteo 2:19). Claro isso
também, podemos prosseguir de novo.
Bem, se dentro das igrejas tradicionais se criaram invencionices
humanas, podemos imaginar o que se criou dentro dessas igrejas que brotam em
cada esquina, verdadeiros antros de espertalhões que lucram sobre a ingenuidade
dos incautos e desesperados, e sobre a ganância daqueles que acham que podem
buscar Deus para ficarem ricos. Ricos ficam os “donos” dessas igrejas e alguns
do seu séquito que são usados como testemunhos para enganarem muitos outros.
Podemos ficar certos que poucos enriquecem e muitos – muitíssimos! – se
desiludem. Essas igrejas podem ser denominadas, sem medo, de “pequenas igrejas,
grandes negócios” – parafraseando aquele programa da Globo que trata de “pequenas
empresas, grandes negócios”.
Dentro dessas organizações – que são um crime organizado
supostamente evangélico – pega-se a Bíblia, isola-se umas passagem do seu
contexto, e cria-se uma verdadeira panaceia. Muitas agências de publicidade
ficariam com inveja da criatividade burlesca que há dentro desses lugares. Não
preciso nem descrever essas coisas – basta que liguem a TV e vejam o circo
armado e o dono do picadeiro gralhando absurdos. A diferença é que nesse circo
os palhaços ficam na platéia – e pagam caro por isso, financeira, psicológica e
espiritualmente!
Quero parar por aqui, que só de escrever isso sinto o amargo que
vai do meu coração à minha mente, descendo aos dedos que teclam essas
amarguras. Mas é preciso dizer isso claramente, e quero destacá-lo no próximo
parágrafo.
O estelionato do crime organizado religioso-cristão-evangélico –
que de Evangelho e de Cristo não tem nada! – está infestado em nossa sociedade.
E mata não só aqueles que dentro dele estão encalacrados, como mata também a
possibilidade de crer em muitos que não recebem a verdadeira mensagem de Cristo
pois acham que tudo é “farinha do mesmo saco”! Isso é crime!
Agora, depois de vários parágrafos, volto à pergunta do Salmo: Quando os fundamentos estão sendo
destruídos, o que pode fazer o justo?
Respondo com base naquilo que o profeta Oseias disse: “Meu povo foi destruído por falta de
conhecimento” (Oseias 4:6). E sigo com aquilo que o próprio Jesus disse em
Seu tempo de terráqueo, quando andou fisicamente entre nós em idos tempos: “Vocês erram porque não conhecem as
Escrituras nem o poder de Deus!” (Mateus 22:29).
Aí está a resposta!
A pergunta: Quando os
fundamentos estão sendo destruídos, o que pode fazer o justo?
A resposta: Busquemos no Senhor, em Sua Palavra, conhecimento e sabedoria. O conselho da
sabedoria é: Procure obter sabedoria. Use
tudo o que você possui para adquirir entendimento (Provérbios 4:7). Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar
no coração os meus mandamentos; se der
ouvidos à sabedoria e inclinar o
coração para o discernimento; se clamar
por entendimento e por discernimento
gritar bem alto; se procurar a sabedoria como se procura a prata e buscá-la como quem busca um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer o SENHOR e achará o conhecimento de Deus (Provérbios 2:1-5).
Dentro da cristandade estão destruindo muito dos fundamentos do
Evangelho. Busquemos em Cristo as respostas, para não sermos iludidos – nem
roubados.
Entretanto,
o firme fundamento de Deus permanece inabalável e selado com esta inscrição: “O
Senhor conhece quem lhe pertence” e “afaste-se da iniquidade todo aquele que
confessa o nome do Senhor” (II Timóteo 2:19).
A resposta é sempre a mesma: Jesus Cristo.
Ninguém
pode colocar outro fundamento além do que já está posto, que é Jesus Cristo (I
Coríntios 3:11).
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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