Provérbios 12:14
Do fruto de sua boca o
homem se beneficia, e o trabalho de suas mãos será recompensado.
Cuidemos
sempre com as palavras que proferimos.
Em
culturas orientais, há a crença que as
palavras têm poder. Mas isso não é uma crença apenas oriental, ou de
culturas religiosa-filosóficas budistas, hinduístas ou similares; é também um
ensinamento judaico-cristão, presente em inúmeras citações no Velho Testamento.
E
no Novo Testamento o apóstolo Paulo também ensina sobre os cuidados com os
pensamentos – que sempre antecedem as palavras, pois primeiro pensamos, depois
falamos. Na carta aos Filipenses, no capítulo 4, versículo 8, ele fala: Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.
A
noção do poder das palavras, entretanto, não é uma ideia mágica ou esotérica.
Palavras são vibrações que concretizam aquilo que está em nosso interior. Em
outras palavras, nosso ser – corpo e alma – vibra na mesma onda daquilo que
verbalizamos.
Existe,
dentro do gênese bíblico, a noção clara que Deus criou tudo pela Palavra – inclusive a nós, seres humanos,
qualificados biblicamente como criados à Sua imagem e semelhança. Capacitados por essa imagem e semelhança, também
temos a condição de interferirmos na vida – na nossa especialmente – por nossas
palavras. Isso é corroborado na Bíblia, tanto nos escritos mais antigos quanto
nos escritos evangélicos.
A
Bíblia nos chama a atenção para cuidarmos com nossas palavras, ou – em outra
forma de dizer a mesma coisa – com a nossa língua.
Tiago,
o irmão de Jesus, convertido às Boas Novas de Cristo – o Evangelho – apenas
depois da morte e ressurreição de Jesus, escreve em sua epístola – a epístola
de Tiago no Novo Testamento – que a língua é um pequeno órgão do ser humano,
mas muito difícil de ser domada. A
língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno
mortífero. Com a língua bendizemos ao
Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os
homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição.
Meus irmãos, não pode ser assim! (Tiago 3:8-10). Claro que ele falava da
língua como capacidade de falar, como órgão importante para a expressão de
mensagens decodificadas em palavras. Era disso que falava. Mas falava com uma propriedade
tal, que deixava claro a importância de
cuidarmos do que sai da nossa boca.
Jesus
mesmo, em Seu tempo terráqueo, ensinava que pecado não é aquilo que entra pela
boca, mas pode ser pecado aquilo que sai
dela. “O que entra pela boca não
torna o homem ‘impuro’; mas o que sai da boca, isso o torna ‘impuro’” (Mateus
15:11).
Este
Provérbio supracitado, que serve como base para o que aqui escrevo, nos ensina
que do fruto da nossa boca, das nossas
palavras, nos beneficiamos – ou nos maleficiamos, dependendo daquilo
que falamos.
Com
nossas palavras influenciamos diretamente no ambiente em que estamos. Podemos
transmitir paz, alegria, amor, harmonia e vida. Ou podemos transmitir tumulto,
tristeza, medo, discórdia e morte. É assim, não tem jeito!
Por
nossas palavras guiamos nosso pensar e
nosso sentir. De acordo com nossas emoções, regemos também a fisicalidade
do nosso ser, o nosso corpo. Pessoas
gratas à vida – e que demonstram isso no seu modo de falar – têm mais
possibilidades de desfrutar saúde emocional e física. Pessoas pessimistas e
descontentes tendem a somatizar doenças psíquicas e físicas. A medicina
comprova essa tendência, não é invenção minha.
Então,
é preciso vigiar a nossa língua, e
orar para que sejamos capazes de falar
apenas o que traz bom proveito a nós e àqueles que nos ouvem.
Nossas
palavras brotam dos nossos pensamentos e sentimentos. O que pensamos, sentimos – ou vice-versa –, e isso falamos. Jesus ensinava que a
boca fala daquilo que está cheio o coração! Simples assim, como simples Ele é. E Ele deixa claro que isso tem relação direta
com tudo. Veja isso: “Nenhuma árvore boa
dá fruto ruim, nenhuma árvore ruim dá fruto bom. Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de
espinheiros, nem uvas de ervas daninhas. O homem bom tira coisas boas do bom
tesouro que está em seu coração, e o
homem mau tira coisas más do mal que
está em seu coração, porque a sua
boca fala do que está cheio o coração” (Lucas 6:43-45).
As palavras definem quem
somos,
e se refletem em nossas atitudes. É por isso que colheremos dos frutos de
nossas mãos aquilo que semeamos pelas palavras da nossa boca.
Por
hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert