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sábado, 28 de maio de 2016

A Mania de Atirar Pedras


          I Samuel 16:7
          “O SENHOR não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o SENHOR vê o coração”.

          Há pessoas que têm a presunção de dizer o que Deus aceita ou não. Muitas vezes, isolam determinado ponto bíblico do seu contexto e, com base nele, condenam ou absolvem o seu próximo, dizendo que assim faz Deus, condenando ou não determinada pessoa e sua conduta por aquilo que diz a “Palavra”.
          Ora, a “Palavra” é Cristo, e Cristo nunca excluiu ninguém, nem mesmo condenou a esmo. Ao contrário, quando defrontado com algo que era uma afronta à Lei de Moisés, apenas disse que “aquele que não tiver pecado, que atire a primeira pedra”, significando dizer que somente este – o que estivesse sem pecado – poderia julgar, condenar e executar. E ninguém, na presença de Jesus, jamais pode atirar pedras em alguém. Assim como apenas Jesus de Nazaré passou por nosso planetinha azul sem pecado.
          É preciso prestar atenção ao que Jesus falou – e ao que calou, pois nem sobre tudo Ele emitiu opinião. Sobre muitas coisas Ele preferiu ficar calado – pois nada consta nas Escrituras sobre polêmicas nas quais nós nos metemos de vez em quando, mas nas quais Jesus, provavelmente, não Se meteria.
          Isolar determinada coisa ou situação que “a Bíblia condena” e tirá-la do contexto (para quem foi escrito, em que momento social/político, etc.) e usá-la para condenar alguém por quem este alguém é, é atirar pedras nos outros julgando que o ser humano tem a soberania de Deus para julgar e punir.
          Irão dizer, alguns, aquele célebre chavão do meio religioso/cristão: “Deus ama o pecador, mas condena o pecado”. Ou então: “Devemos amar o pecador, mas não o pecado”. Não está errado isso, mas o problema é que o ser humano confunde muito facilmente o “pecador” e seu suposto “pecado”. E aí é que está o problema. No afã de condenar o pecado, condenam o pecador por tabela.
          O humorista Tom Cavalcanti tinha uma saída muito perspicaz para um de seus personagens – João Canabrava – quando este era chamado de “cachaceiro”: “Cachaceiro é quem fabrica cachaça; eu sou consumidor”, dizia ele. Muito bem sacado! Era uma crítica à discriminação, feita com humor, não entendida pela maioria.
          Assim, alcunhamos as pessoas com base naquilo que achamos que, por parte delas, seria uma conduta pecaminosa.
          Pecado, no sentido etimológico da palavra, significa falha, ruptura. Assim, quem falha ou rompe, o faz em relação a si mesmo e a Deus. Portanto, só a pessoa em questão e Deus podem julgar a falha ou a ruptura. Ninguém mais.
          Por favor! Prestemos mais atenção ao que Jesus disse, ensinou e encarnou, demonstrando por Seu exemplo, e paremos de usar a “letra” das Escrituras para condenar, em nome de Deus, as pessoas que são eventualmente diferentes de nós!
          Jesus nunca excluiu ninguém. Ao contrário: sempre Se posicionou ao lado dos mais discriminados.
          Só Deus conhece o coração das pessoas!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,

          Kurt Hilbert

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