Aqui em Gramado vivemos à mancheia o Natal Luz. Com a cidade
enfeitada, movimentadíssima desde novembro, com luzes enfeitando cada cantinho,
com desfiles, concertos musicais, musiquinhas natalinas tilintando nas
caixinhas de música do centro, personagens natalinos à moda européia saltando
aos borbotões, e, claro, papais-noéis à fuzel, é impossível não se deixar
embeber pelo clima típico desta época de final de ano.
Desde que a Coca-Cola, em 1931, repaginou a roupinha do Santa
Claus e a pintou com sua cor característica (a da marca, não a do bom velhinho)
para uma campanha publicitária, que o Papai Noel (Noël é Natal, em francês), com sua roupinha polar vermelha também
grassa entre nós como figurinha inseparável do Natal, mesmo que vivamos num país tropical, abençoado por Deus, e
bonito por natureza, como cantaria o Jorge Ben Jor – e uma roupinha
daquelas faria derreter de calor qualquer bom velhinho aqui na tropicália.
Mas, bem, Papai Noel não pode faltar, se diria. Dia desses, um
grande amigo meu tirou uma foto ao lado do dono das renas e do trenó e postou
no Facebook, com uma legenda: “Posando ao lado do personagem principal do
Natal”. Mas, hein? Personagem principal? Que vacilo, meu brother! Mas eu não o
condeno. Muitos temos estes mesmos vacilos.
Então, para não vacilarmos, quero propor voltarmos a algumas
coisas que julgo propícias a serem relembradas.
Quero voltar ao Natal Luz, mais especificamente à Luz do Natal.
Quero voltar àquele que é, este sim, o personagem principal do Natal – e da
existência toda: Jesus Cristo.
Quero voltar àquele que é a encarnação da Palavra, a encarnação
do próprio Deus entre nós, o nosso Emanuel – Deus conosco. No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus (João 1:1). Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens (João 1:9). Aquele que é a Palavra tornou-se
carne e viveu entre nós. Vimos a
sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (João
1:14).
Quero voltar àquele que desde sempre fora vaticinado como sendo
o portador do modo de ser divino entre nós, como o salmista já cantava: A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho
(Salmo 119:105).
É a este que quero voltar, nestes instantes que antecedem a data
que se convencionou em usar para relembrar o nascimento do Salvador.
Quero convidar a cada um que lê estas linhas, a refletir no que
é de verdade, esquecendo-se um pouco dos pirilampos das luzes comerciais e voltando-se
para abraçar e dar a sua luz a quem estiver ao seu lado, pois começamos sempre
por quem está mais próximo, para depois deixar que nosso abraço fraterno alcance
mais e mais.
E, agora, sim, posso e quero desejar a todos um Natal cheio de
Luz, e que esta Luz permaneça conosco em todos os dias de 2015!
Grande abraço, saudações e até o ano que vem!
Kurt
Hilbert