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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Coisas Encobertas e Coisas Reveladas

Deuteronômio 29:29
“As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei”.

Quando formos ler uma passagem na Bíblia, é importante que nos aproximemos dela com reverência e com oração. Reverência, pois é a Palavra do Senhor; oração, pois precisamos da inspiração do Espírito Santo para compreender o que o Senhor nos quer falar naquele momento.
Há algum tempo eu tinha um conflito pessoal muito grande. Diante de passagens que eu não entendia, ou de passagens que apresentassem aparente contradição ou que não caíam bem ao meu senso pessoal, eu ficava muito desconfortável.
Depois de algum tempo, descobri um balizador bastante útil e muito confiável: dar pesos de seguimento diferentes a livros – dentro das Escrituras – diferentes. Assim: podemos dividir as Escrituras em três níveis: 1) ensinamentos e exemplos pessoais de Jesus Cristo; 2) demais passagens do Novo Testamento; 3) livros do Antigo Testamento. Quando encontrarmos qualquer ponto pouco claro ou conflitante, consultemos e demos preferência ao nível 1 e nos perguntemos: o que Jesus falou a esse respeito? Se Jesus comentou o assunto, fiquemos sempre com o que Ele disse. Se não aparece nada nas palavras diretas de Jesus a esse respeito, consultemos o assunto e vejamos se as demais passagens do Novo Testamento – nível 2 – tratam do tema. Se sim, fiquemos com essa posição. Caso nem Jesus nem os escritores do Novo Testamento tenham dito nada a respeito, fiquemos com o que diz o Antigo Testamento – nível 3. Deu para entender? Resumindo: Jesus é soberano na sua posição; depois de Jesus, o Novo Testamento; e depois, o Antigo. Dá trabalho aplicar isso? Dá. É preciso vasculhar e pesquisar bastante? É. Ninguém disse que seria moleza seguir a Cristo!
Esse método é bastante eficaz para lidar com qualquer assunto que apareça em lugares diferentes da Bíblia e que seja tratado de formas diferentes. É importante também levar em conta o contexto social e de época em que determinado assunto é tratado. O evangelho de Cristo jogou nova e ampla luz sobre muitos temas tratados em diversos lugares da Bíblia.
Mesmo assim, ainda restarão temas pouco claros para nós. Quando alguém lida com as Escrituras de forma responsável e honesta, precisa confessar que há coisas que não entende. Natural isso. O importante é que ninguém deixe de lado aquilo que lhe ficou claro, aquilo que entendeu bem, caso encontre algo que não entenda ou que lhe pareça estranho. Que o que parece duvidoso não cause descrédito àquilo que é claro. Há coisas que encontramos na Bíblia que nos fazem perguntar: será que Deus inspirou o escritor a escrever isso? Quem nunca se fez essa pergunta, ou outra similar? Pode acontecer. Deus nos revela muitas coisas nas Escrituras, mas deixa outras encobertas, pois pode ser que naquele momento ainda não estejamos preparados para entender, ou que ainda não seja o momento oportuno de vivermos e aplicarmos isso. Jesus mesmo disse: “Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora” (João 16:12).
Podemos discutir determinados temas com outras pessoas – padres, pastores, líderes religiosos, teólogos, ou mesmo alguém que compartilhe conosco o gosto pelos estudos da Palavra – mas devemos rogar ao Espírito Santo que nos mostre a resposta correta. Não podemos apenas ficar com a opinião dos outros; é preciso formar a nossa e ficar com a nossa – na grande maioria das vezes, a opinião será a mesma, não se preocupe... O contato com a Palavra de Deus sempre será algo pessoal e intransferível. O que Deus nos diz deve sempre bater fundo em nós, entende? Afinal, Deus usa Sua Palavra para conversar conosco diretamente. Assim como não necessitamos de intermediários para falar com Deus – falamos diretamente com Ele em nossas orações –, assim Ele também não necessita de intermediários para falar conosco. É um papo direto. Mesmo quando Ele nos fala no sermão na Igreja através de quem está no púlpito, por exemplo, ainda assim a mensagem é pessoal para nós, a cada um que estiver ali presente. E a sentiremos, pelo atuar do Espírito Santo. Assim como a oração é imprescindível e o ouvir a palavra (Romanos 10:17) também é imprescindível, assim também a leitura metódica das Escrituras é imprescindível para conhecermos a Deus e o que Ele nos quer dizer.
Quando me deparei com o versículo que dá título a este texto, fiquei muito tranqüilo. Toda a inquietação que eu ainda tinha desapareceu, aquele conflito pessoal do qual falei a poucos parágrafos acima não existe mais. Nessa passagem, o Senhor nos fala que há coisas encobertas na Sua Palavra, sim, e essas coisas pertencem somente a Deus, até que Ele decida nos revelar; é Sua soberania. Mas Ele nos lembra que há coisas que nos são reveladas de forma cristalina, sem dúvidas ou questionamentos, e que estas coisas nos pertencem. Quando Ele diz que nos pertencem, Ele nos diz que vivamos segundo aquilo que temos entendido. Isso é muito importante: de nada adianta entender e não vivenciar. Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. Tão-somente vivamos de acordo com o que já alcançamos (Filipenses 3:15-16). Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos (Tiago 1:22). Quando Ele diz que essas coisas nos pertencem, Ele nos diz que façamos uso delas. “Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta” (Mateus 7:7-8). “Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido” (João 15:7).
Que possamos viver, dia a dia, aquilo que, pela Palavra, nos é revelado!

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO

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