Pesquisar neste blog

domingo, 12 de janeiro de 2025

Apenas Uma Palavra!


 

Mateus 8:8

“Senhor, não mereço receber-te debaixo do meu teto. Mas dize apenas uma palavra, e o meu servo será curado”.

 

Vou tratar de colocar no contexto a Palavra usada hoje como mote para este texto, que encontramos em Mateus 8:5-13, onde diz:

Entrando Jesus em Cafarnaum, dirigiu-se a ele um centurião, pedindo-lhe ajuda. E disse: “Senhor, meu servo está em casa, paralítico, em terrível sofrimento”. Jesus lhe disse: “Eu irei curá-lo”. Respondeu o centurião: “Senhor, não mereço receber-te debaixo do meu teto. Mas dize apenas uma palavra, e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito à autoridade, com soldados sob o meu comando. Digo a um: ‘Vá’, e ele vai; e a outro: ‘Venha’, e ele vem. Digo a meu servo: ‘Faça isto’, e ele faz”. Ao ouvir isso, Jesus admirou-se e disse aos que o seguiam: “Digo-lhes a verdade: Não encontrei em Israel ninguém com tamanha fé. Eu lhes digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus. Mas os súditos do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes”. Então Jesus disse ao centurião: “Vá! Como você creu, assim lhe acontecerá!” Na mesma hora o seu servo foi curado.

É sempre bom descrevermos a cena toda, para que haja uma melhor compreensão e não se usem pontos isolados de forma descontextualizada, para induzir ao engano.

Há muita coisa dita no texto que transcrevi, mas quero, hoje, me ater a um ponto em especial: a fé que o centurião demonstra, a ponto de dizer a Jesus que ele creria em “apenas uma palavra”.

Poderíamos comentar que, num primeiro momento, Jesus Se dispôs a ir junto com o centurião à casa dele, o que mostra como Jesus Se torna disponível e solidário.

Poderíamos comentar ainda que o centurião não se achava digno de receber debaixo do seu teto tão ilustre visita, demonstrando a consciência que ele tinha de si mesmo e de Jesus.

Também poderíamos comentar que o centurião argumenta com Jesus, explicando a Ele de que forma ele reconhecia o princípio de autoridade e, consequentemente, como via em Jesus uma autoridade superior a qualquer outra.

Ou ainda poderíamos comentar sobre o cargo e a patente de um centurião romano, comandante de uma guarnição de uma centena de homens.

Poderíamos comentar também sobre o fato de, naquele contexto histórico e geográfico no tempo/espaço, os romanos estarem dominando militarmente sobre Israel, entre outros países do Oriente Médio e das regiões mediterrâneas.

Ainda, se quiséssemos, poderíamos falar sobre o fato de a estratégia de conquista romana se dar pela iniciativa deles de manterem intactas as instituições políticas e religiosas das terras conquistadas, pois isso facilitava a não formação de revoltas, além de manterem um acordo tácito com os líderes políticos e religiosos de, em troca de favores e privilégios, manterem o povo sob controle. Era uma baita estratégia de domínio!

De tudo isso poderíamos falar. Mas não é esse o ponto aqui. O ponto aqui é a expressão e a convicção em fé expressa em “apenas uma palavra”.

Quero ressaltar, isto sim, a provável formação religiosa deste centurião romano. Ele não era um homem do judaísmo (seria pelos judeus chamado de “gentio”), nem tampouco – porque ainda nem existia esse conceito – era um homem do cristianismo (seria pelos cristãos chamado de “pagão”). Não. Esse centurião era um homem de formação religiosa em cima do panteão de divindades romanas, estas cópias e adaptações do panteão grego, ainda amalgamado pelas religiões sírias, fenícias, babilônicas e persas, todas elas absorvidas desde Alexandre “o Grande” e suas incursões e conquistas militares incomparáveis. Em outras palavras, este centurião, em termos religiosos, era um politeísta de carteirinha.

Nada disso, no entanto, importava para Jesus. Aliás, vale ressaltar que Jesus jamais lidou com religiões ou religiosidades; Jesus lidava com pessoas!

E agora quero ir ao ponto onde quero chegar: Para este centurião romano, “apenas uma palavra” de Jesus era suficiente para promover o milagre, para promover a transformação e a conversão de um estado de doença para um estado de perfeita saúde!

Esta atitude e posição de coração deste homem foram capazes de causar admiração em Jesus! Sim, ele causou admiração em Deus! Diante desta constatação, o Senhor exclama: “Digo-lhes a verdade: Não encontrei em Israel ninguém com tamanha fé”.

Quero enfatizar aqui: Deus Se admira e Se alegra com uma genuína demonstração de fé!

Dize apenas uma palavra, e o meu servo será curado”.

E o ponto ao qual quero chegar é especialmente este: Quantas vezes nós estamos diante de uma Palavra de Deus e não cremos?

Falo por mim, assim como creio que falo por você que aqui me dá a alegria de ler...

Quantas vezes eu oro e peço ao Senhor uma Palavra de orientação? Ou uma Palavra de fé? Ou uma Palavra de cura?

E aí, quando a recebo – pois há dezenas delas na Bíblia que me respondem à oração! – eu não creio!

E então digo a mim mesmo, como que dizendo a Deus: Senhor, OK, a resposta está aí, mas será que é isso mesmo?

Simplesmente não creio!

E me envergonho de não crer... Por isso, vale para mim tanto esta palavra de um pai que vai pedir a Jesus que ajude o seu filho: “Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!” (Marcos 9:24).

Quero que este centurião romano – nada judeu, nada cristão, nada coisa alguma, mas de uma fé admirável! – me sirva de inspiração a dizer: “Senhor, dize apenas uma palavra, que eu creio!”

Assim oro por mim!

Assim oro por você!

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

Um comentário: