Lucas
17:5
Os
apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a
nossa fé!”
Jesus, certa feita,
passou a noite inteirinha orando a Deus. Num
daqueles dias, Jesus saiu para o monte a
fim de orar, e passou a noite orando
a Deus. Ao amanhecer, chamou seus
discípulos e escolheu doze deles,
a quem também designou apóstolos
(Lucas 6:12-13).
Ao designá-los
“apóstolos”, Ele os enviava como “mensageiros” d’Ele e dos Seus ensinamentos.
Estes apóstolos – os
originais e únicos dentro de todo o contexto cristão – tinham algumas
características que os distinguiam dos demais – posteriores – irmãos cristãos.
A primeira
característica é que Eles tinham visto Jesus pessoalmente e tinham sido Suas
testemunhas oculares e presenciais. Foi assim, dentro deste princípio, que
Matias foi escolhido para ocupar o lugar de Judas, segundo as palavras do
apóstolo Pedro: “Porque”, prosseguiu
Pedro, “está escrito no Livro de
Salmos: ‘Fique deserto o seu lugar, e não haja ninguém que nele habite’; e
ainda: ‘Que outro ocupe o seu lugar’.
Portanto, é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu
entre nós, desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre
nós às alturas. É preciso que um deles seja
conosco testemunha de sua ressurreição” (Atos 1:21-22). Mesmo Paulo,
que não era um daqueles a quem Jesus escolhera em Seu tempo humano, mas foi
escolhido pelo próprio Jesus a posteriori,
ele mesmo – Paulo – teve um encontro pessoal com Jesus ressuscitado na Sua
aparição no caminho para Damasco: Em sua
viagem, quando se aproximava de Damasco, de repente brilhou ao seu redor uma
luz vinda do céu. Ele caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo,
Saulo, por que você me persegue?” Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?” Ele
respondeu: “Eu sou Jesus, a quem
você persegue. Levante-se, entre na cidade; alguém lhe dirá o que você deve
fazer” (Atos 9:3-6). E Paulo recebeu um encargo apostólico especial, para
ser o “mensageiro” aos gentios, isto é, àqueles que não eram judeus: “Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo
de Israel” (Atos 9:15).
A segunda
característica é que os apóstolos originais – e únicos – carregavam em si
algumas marcas: As marcas de um apóstolo
– sinais, maravilhas e milagres – foram
demonstradas entre vocês, com grande perseverança (2º Coríntios 12:12).
Por fim, a Bíblia se
refere diretamente aos apóstolos de Jesus em sua quantidade específica: O muro da cidade tinha doze fundamentos, e
neles estavam os nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro (Apocalipse 21:14). Assim, se hoje aparecer
alguém ostentando o “título”, “cargo” ou “ministério” de apóstolo, saiba que é
um engano. Eu sei, as pessoas podem estar sinceramente acreditando neste
“apóstolo” – e, às vezes, o próprio acredita que é um, pois sua denominação
eclesiástica assim o ensina –, mas isso não anula o fato de ser um engano, um
equívoco.
É preciso dizer que existe
o dom apostólico (significando aquele que leva a mensagem), assim como outros
dons existem, como de profeta, evangelista, pastor e mestre, mas não o
título/cargo/ministério de apóstolo, que foi único e intransferível. E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar
os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade
da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo
(Efésios 4:11-13).
Bem, fiz este preâmbulo todo falando da
autenticidade de um apóstolo, mas não é este o assunto principal deste texto.
O assunto principal
deste texto é outro: o aumento da nossa
fé!
Percebemos, pela
Palavra que uso como mote aqui, que foram os apóstolos que Jesus escolheu
pessoalmente que fizeram a Ele um pedido especialíssimo: “Aumenta a nossa fé!”
E que pedido
maravilhoso, profundo e significativo eles fizeram!
São esses caras, que
tiveram tamanha experiência presencial com Jesus, que fizeram um pedido destes!
E vale dizer que eles fizeram muitíssimo bem em fazer este pedido!
Então, se esses caras
fizeram um pedido destes, pedindo que sua fé fosse aumentada, que diremos nós?
Que direi eu diante
disso?
Como está a minha fé?
De que “tamanho” ela
é, para necessitar também ser aumentada?
Será que também estou
incluído nesta observação de Jesus? “Homens
de pequena fé” (Mateus 8:26). Sim, também estou incluído, pois sou de
pequena fé.
Será que minha fé está
pelo menos do tamanho de um grão de mostarda, este que é um grãozinho tão
pequeno? “Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês
tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível” (Mateus 17:20).
Sim, se a minha fé estiver do tamanho de um grão de mostarda já será enorme!
Mas posso – e devo –
fazer o mesmo pedido dos apóstolos!
Pois, quantas vezes
nos apanhamos achando que temos uma fé sólida, inquebrável, firme como uma
rocha? Será mesmo que ela está assim? É bom pensar nisso...
Sim, posso e devo
fazer o mesmo pedido, todos os dias, e todos os dias de novo, até o fim:
“Senhor, aumenta a minha fé!”
Só Ele pode!
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert