A imagem acima é parte de um quadro
do período medieval que se encontra na Biblioteca Bodleiana de Oxford, na Inglaterra.
O quadro representa a passagem
bíblica em Números 21:9 que diz: “Fez,
pois, Moisés uma serpente de bronze, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que,
tendo uma serpente mordido a alguém, quando esse olhava para a serpente de
bronze, vivia”.
É interessante pararmos um pouco para
analisar o que o artista quis expressar.
Você pode reparar que a haste, ou
espécie de cruz sobre a qual a serpente está erguida, fica no centro da cena e
divide o quadro em duas partes ou posições. Enquanto de um lado se vê muitas
serpentes, no outro não há nenhuma.
Por detrás de Moisés, vê-se um homem
de pé, cobrindo o peito com os braços em cruz e olhando para a serpente de
bronze. Representa um israelita que, depois de ter sido mordido, recebeu a
salvação e a vida ao olhar para a serpente de bronze. No outro lado, nota-se
representadas quatro classes de pessoas que não fazem o mesmo que aquele homem
que fora sarado havia feito para se ver livre do efeito da mordedura.
Em primeiro plano, vê-se um homem
ajoelhado diante da cruz ou haste, mas olhando para Moisés e não para a
serpente de bronze, como se reconhecesse em Moisés o líder de alguma religião.
Por detrás desse está outro, deitado,
como se descansasse seguro, embora em perigo evidente, pois pode-se ver uma
serpente muito próxima de seu ouvido, como se lhe sussurrasse ao ouvido: “Paz, paz! Quando não há paz” (Jeremias
6:14).
Um pouco mais atrás da cruz ou haste,
aparece um indivíduo com o rosto compungido e a praticar uma obra de
misericórdia, atando as feridas de um pobre doente, sem se aperceber que corre
o mesmo perigo que o companheiro.
Por detrás deste, já ao fundo,
pode-se ver um homem lutando corajosamente contra as serpentes que o atacam.
Todavia nenhuma dessas pessoas olha
para a serpente de bronze conforme lhes tinha sido ordenado.
O mesmo acontece na vida da maioria
das pessoas.
Existe um caminho de salvação
claramente assinalado, mas, em vez de aceitá-lo, as pessoas seguem por outros
caminhos que de nada lhes valem. Olham para líderes religiosos esperando deles
a salvação; ou descansam neste mundo achando que estão seguros do juízo; ou
praticam obras de caridade confiando em seus méritos; ou, ainda, tentam lutar
contra o pecado confiando em suas próprias forças. Porém nenhum desses métodos
é eficaz.
Este quadro é o testemunho silencioso
de um artista anônimo do princípio do século XV, que viveu retirado em algum
monastério em uma época de ignorância e superstição, mas que demonstra haver
recebido a luz do Evangelho. Seu quadro é prova disso.
Quando não estamos deitados, com uma
sensação de falsa segurança, estamos lutando contra as serpentes, combatendo o
pecado, o que é o mesmo que apoiar-se nas próprias forças. Tentamos vencê-las
confiando em nossos méritos. Tentamos praticar boas obras, esperando com isso
receber a anulação de nossos pecados. Isso também não passa de confiança
própria. Ou nos apoiamos na religião e seus líderes, pensando estar nisso a
salvação.
Apesar de todos os esforços, homem
algum pode salvar-se a si próprio.
É preciso aceitar o caminho que Deus
determinou.
É preciso achegar-se a Cristo
reconhecendo-se um pecador perdido e olhar para Ele, o crucificado, para se
receber a salvação.
Assim como Moisés apontava para a
serpente de bronze pendurada no madeiro, Deus aponta hoje para Aquele que
morreu no lugar do pecador.
Foi o próprio Senhor Quem revelou a
analogia existente entre o episódio da serpente de bronze e a Sua Pessoa: “Como Moisés levantou a serpente no deserto,
assim importa que o Filho do Homem seja levantado; para que todo aquele que n’Ele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:14-15).
Se você está sentindo os efeitos da
picada da serpente, do pecado, se você sente os efeitos de seu veneno, volte-se
para Cristo.
Olhe para Ele, por fé, morrendo por
você na cruz, e Ele lhe dará o perdão e a vida eterna.
(um texto compartilhado por Mario Persona via Facebook)
Nenhum comentário:
Postar um comentário