Salmo
119:26
A ti relatei os meus caminhos e tu me respondeste; ensina-me os teus decretos.
A título de curiosidade,
o Salmo 119 é o mais longo Salmo, além de ser o mais longo capítulo da Bíblia;
e localiza-se bem próximo do “meio” da Bíblia. Faça o teste: abra sua Bíblia
bem no meio e veja se não cai no Salmo 119 – ou bem próximo dele. (Já falei disso
em outros textos, mas, em assim sendo, não custa falar novamente).
Indo agora ao ponto,
nesta passagem usada aqui como tema, o salmista conta que relatou seus caminhos
a Deus, que lhe respondeu.
Poderíamos nos
perguntar: De que forma se relata algo a Deus? Bem, primeiro, de forma absoluta
não se tem necessidade de relatar nada a Ele, a título de informar-Lhe de algo,
uma vez que Deus sabe de tudo. A forma de se relatar – ou contar algo, ou falar
com Deus – é pela oração. E orar é necessário. Jesus insistiu muito nesse ponto,
falando da importância de se orar a Deus! Assim, o ato de se relatar algo a
Deus significa conversar com Ele, orar, seja em palavras audíveis ou em
pensamentos. É a essa conversa que chamamos de oração. E relatar, falar,
conversar com Deus através da oração serve também para que nós nos “ouçamos”,
pensemos sobre nossas necessidades, desejos, anseios e agradecimentos. A oração
também é terapêutica, isto é, é um exercício de autoconhecimento.
Jesus ensinou, volto a
dizer, a pedido de Seus próprios discípulos, que devemos orar, que devemos
conversar com Deus: Certo dia Jesus estava orando em determinado
lugar. Tendo terminado, um dos seus discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou
aos discípulos dele” (Lucas 11:1). E Ele ensinou que devemos orar de
preferência em local e de forma que tenhamos privacidade: “Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu
Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que
vê em secreto, o recompensará” (Mateus 6:6). Quando Ele fala de orar no
quarto, em secreto, Ele fala de privacidade e de não-interrupção principalmente.
E ensinou a orar simples, sem formulismos: “E
quando orarem, não fiquem sempre repetindo
a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem
serão ouvidos” (Mateus 6:7). E nos tranquilizou também sobre o fato de Deus
já saber da nossa oração: “O seu Pai sabe do que vocês precisam,
antes mesmo de o pedirem” (Mateus 6:8). Além disso, Ele ensinava a perseverança
na oração: Então Jesus contou aos seus
discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca
desanimar (Lucas 18:1). E ensinou também a crer que somos ouvidos e
atendidos: “Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim
lhes sucederá” (Marcos 11:24).
Mas para que isso aconteça, ensinava Ele, temos que perdoar: “E quando
estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus
pecados. Mas se vocês não perdoarem,
também o seu Pai que está nos céus não perdoará os seus pecados”
(Marcos 11:25-26).
Jesus mesmo, muitas
vezes, Se isolava para orar: Jesus
retirava-se para lugares solitários, e orava (Lucas 5:16).
O salmista segue
dizendo que Deus lhe respondeu. O Senhor nos responde, sim. Como? Por Sua
Palavra, que encontramos na Bíblia, pela pregação da Palavra que podemos ouvir
quando nos reunimos em nome do Senhor, ou por outros meios, no dia a dia, tais
como pessoas ou situações.
Seja como for, quando
Deus nos responde, Ele nos faz perceber que é uma resposta Sua. Para que não
façamos confusão, temos que saber que uma resposta divina somente é uma
resposta divina se ela se coaduna com o que Sua Palavra diz. Dito de outra
forma: Deus não nos diz nada diferente do que encontramos na Bíblia. Por isso é
importante seguirmos o exemplo dos irmãos de Bereia: Os bereanos eram mais nobres
do que os tessalonicenses, pois receberam
a mensagem com grande interesse, examinando
todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo (Atos
17:11). Sim, temos que checar nas Escrituras se é assim mesmo.
Ainda, é interessante
perceber que o salmista diz que Deus lhe respondeu, mas não detalha qual
resposta foi – até porque pode ter sido uma questão pessoal dele –, nem mesmo
ele havia pedido esta ou aquela resposta em específico. Ele somente arremata
dizendo que, em Deus lhe respondendo, ele – o salmista – pede apenas que Deus
lhe ensine os Seus decretos. Isso é muito significativo! Aprendemos com isso que
a resposta divina às nossas orações deve ser sempre dentro do que Ele julga
melhor para nós, e para que possamos aprender com Ele.
“Pois
os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são
os meus caminhos”, declara o SENHOR. “Assim como os céus são mais
altos do que a terra, também os meus
caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos”
(Isaías 55:8-9).
“Porque
sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o SENHOR, “planos de fazê-los
prosperar e não de lhes causar danos, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jeremias
29:11).
Alegrem-se
sempre. Orem continuamente. Deem
graças em todas as circunstâncias, pois esta
é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus
(1º Tessalonicenses 5:16-18).
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
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