1º
Coríntios 10:23
“Tudo
é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo é permitido”, mas nem tudo edifica.
Vivemos numa época e
num país de liberdade e democracia.
Numa época
psicodélica, nos idos das décadas de 1960/70, entre hippies e aficionados,
havia um ditado que dizia “faz o que tu queres, pois é tudo da lei”. Esta frase
constava em uma música do Raul Seixas, chamada “Sociedade Alternativa”, e
poucos sabem que a frase é de autoria do inglês Aleister Crowley (1875 – 1647).
Escritos de Crowley encontram referência em letras de outros ícones da música,
como as bandas Led Zeppelin, Rolling Stones, Iron Maden, The Beatles e Black
Sabbath, e de cantores como Bruce Dickinson, Ozzy Osbourne, David Bowie – além
do próprio Raulzito, como mencionei há pouco.
Mas, voltando à
liberdade e democracia da qual falava, o outro lado da história é que o Brasil
também é um país do vale-tudo, onde a “lei de Gérson” (aquele famoso jogador da
Seleção de 1970), aquela de “levar vantagem em tudo”, ainda impera. Mesmo numa
época da chatice do “politicamente correto”, há tanta incorreção no meio
político (vejam que trocadilho!), que nos transforma em nauseabundos ao
olharmos o que se passa nas câmaras, nos senados e nos plenários brasilienses.
Ainda temos que lavar
em conta que, em época de virtualidades internéticas (inventei esse termo
agora), muitas vezes defecam-se coisas abjetas pelos teclados.
(Bem, da minha parte,
tento semear um pouco de bem...).
Mas o que quero dizer
é que, olhando para esta Palavra que serve de mote para este texto, escrita aos
irmãos da igreja em Corinto, percebe-se que o “tudo é permitido” da cultura
greco-romana, onde os irmãos desta igreja estavam inseridos, é confirmado, mas
com uma ressalva: “nem tudo convém”. Ainda que tudo permitido fosse, nem tudo
lhes convinha fazer ou viver. E mais do que isso: a eles é dito que, mesmo
sendo tudo permitido, “nem tudo edifica”.
Poderíamos muito bem
pensar nisso hoje em dia, fazendo-nos algumas perguntas pertinentes:
Ainda que tudo me seja
permitido, o que me convém?
Ainda que tudo me seja
permitido, o que me edifica e edifica a quem comigo convive e comigo se
relaciona, virtual ou presencialmente?
Lembro que a palavra
“convém” desemboca na palavra “conveniência”.
Assim, o que é
conveniente a mim e aos outros comigo?
O Evangelho nos ensina
que tudo o que quisermos fazer, o analisemos à luz de Cristo. Nos ensina que,
ainda que tudo nos seja permitido, devemos buscar fazer aquilo que gostaríamos
que conosco fizessem. E também ensina que aquilo que formos falar ou fazer,
deve ser baseado no amor, aquele amor que “ama ao próximo como a si mesmo”.
Devo me lembrar de que
tudo o que faço ou deixo de fazer, tem reflexo à minha volta, junto às pessoas
que meus atos alcançam.
Devo me lembrar de que
tudo o que faço ou deixo de fazer, deve edificar ao meu próximo – e eu sei que
é mais difícil edificar do que fazer ruir.
Da minha parte, vou me
esforçar para aplicar em minha vida aquilo que hoje aqui compartilho: “Tudo é permitido”, mas nem tudo convém.
“Tudo é permitido”, mas nem tudo edifica.
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
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