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domingo, 12 de maio de 2024

Permissões e Conveniências


1º Coríntios 10:23

“Tudo é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo é permitido”, mas nem tudo edifica.

 

Vivemos numa época e num país de liberdade e democracia.

Numa época psicodélica, nos idos das décadas de 1960/70, entre hippies e aficionados, havia um ditado que dizia “faz o que tu queres, pois é tudo da lei”. Esta frase constava em uma música do Raul Seixas, chamada “Sociedade Alternativa”, e poucos sabem que a frase é de autoria do inglês Aleister Crowley (1875 – 1647). Escritos de Crowley encontram referência em letras de outros ícones da música, como as bandas Led Zeppelin, Rolling Stones, Iron Maden, The Beatles e Black Sabbath, e de cantores como Bruce Dickinson, Ozzy Osbourne, David Bowie – além do próprio Raulzito, como mencionei há pouco.

Mas, voltando à liberdade e democracia da qual falava, o outro lado da história é que o Brasil também é um país do vale-tudo, onde a “lei de Gérson” (aquele famoso jogador da Seleção de 1970), aquela de “levar vantagem em tudo”, ainda impera. Mesmo numa época da chatice do “politicamente correto”, há tanta incorreção no meio político (vejam que trocadilho!), que nos transforma em nauseabundos ao olharmos o que se passa nas câmaras, nos senados e nos plenários brasilienses.

Ainda temos que lavar em conta que, em época de virtualidades internéticas (inventei esse termo agora), muitas vezes defecam-se coisas abjetas pelos teclados.

(Bem, da minha parte, tento semear um pouco de bem...).

Mas o que quero dizer é que, olhando para esta Palavra que serve de mote para este texto, escrita aos irmãos da igreja em Corinto, percebe-se que o “tudo é permitido” da cultura greco-romana, onde os irmãos desta igreja estavam inseridos, é confirmado, mas com uma ressalva: “nem tudo convém”. Ainda que tudo permitido fosse, nem tudo lhes convinha fazer ou viver. E mais do que isso: a eles é dito que, mesmo sendo tudo permitido, “nem tudo edifica”.

Poderíamos muito bem pensar nisso hoje em dia, fazendo-nos algumas perguntas pertinentes:

Ainda que tudo me seja permitido, o que me convém?

Ainda que tudo me seja permitido, o que me edifica e edifica a quem comigo convive e comigo se relaciona, virtual ou presencialmente?

Lembro que a palavra “convém” desemboca na palavra “conveniência”.

Assim, o que é conveniente a mim e aos outros comigo?

O Evangelho nos ensina que tudo o que quisermos fazer, o analisemos à luz de Cristo. Nos ensina que, ainda que tudo nos seja permitido, devemos buscar fazer aquilo que gostaríamos que conosco fizessem. E também ensina que aquilo que formos falar ou fazer, deve ser baseado no amor, aquele amor que “ama ao próximo como a si mesmo”.

Devo me lembrar de que tudo o que faço ou deixo de fazer, tem reflexo à minha volta, junto às pessoas que meus atos alcançam.

Devo me lembrar de que tudo o que faço ou deixo de fazer, deve edificar ao meu próximo – e eu sei que é mais difícil edificar do que fazer ruir.

Da minha parte, vou me esforçar para aplicar em minha vida aquilo que hoje aqui compartilho: “Tudo é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo é permitido”, mas nem tudo edifica.

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

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