Gálatas
5:14
Toda a Lei se resume num só mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo”.
O Evangelho tem um quê de utopia.
Utopia é um estado ideal, de completa felicidade
e harmonia entre as pessoas.
Sim, o Evangelho é utópico em si mesmo, porque
resume de forma absolutamente simples a forma de viver segundo Jesus.
Nada poderia ser mais simples e proposital!
Os antigos conterrâneos e contemporâneos de
Jesus – e de Paulo, que escreveu esta carta aos irmãos da igreja na Galácia,
cujo ponto utilizo aqui como mote para este texto – tinham, como judeus que
eram, mais de seiscentas leis a cumprir, para serem justificados diante de Deus
e dos homens. Eram as leis que regiam o judaísmo como religião e como sociedade,
e com um agravante: Pois
quem obedece toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de
quebrá-la inteiramente (Tiago 2:10). Dá para imaginar a
esquizofrenia que era viver sob um jugo assim?
Era assim para que as
pessoas se dessem conta justamente da impossibilidade de justificação pelo
cumprimento de leis, pele mérito próprio, pela justiça própria, pelos próprios
esforços, sem a ajuda e, sobre tudo, a graça divina.
Havia que se depender
da graça – e é disso que Deus trata, em e por Jesus.
O Evangelho mudo tudo
isso, e para infinitamente melhor, trazendo a graça de Deus em estado puro!
Pois vem Jesus, Deus feito gente, e simplifica
tudo de modo absurdo, dizendo que “tudo” depende do amor a Deus e ao próximo: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu
coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e
maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si
mesmo’. Destes dois mandamentos dependem
toda a Lei e os Profetas” (Mateus 22:37-40).
Tudo se resume ao convívio amoroso com Deus e
com as pessoas!
Tudo se resume a tratar os outros como
gostaríamos de ser tratados pelos outros: “Como
vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês
a eles” (Lucas 6:31).
Isso resume toda a Lei, seja de Moisés, seja de que
homem for.
Eu não sei quantas leis existem na Constituição
Brasileira, mas seriam desnecessárias, se cumpríssemos essa Lei proposta por
Jesus.
Poderíamos legislar em termos de normas de
tratamento institucional, regulamentação de leis trabalhistas, de negócios e
negociações, de burocracias administrativas, em termos de contratos, das
coisinhas do cotidiano, mas não teríamos necessidade de lei alguma e de nenhuma
legalidade constituída no que tange ao tratamento entre os humanos, se
tão-somente levássemos em consideração a “lei de Jesus”, aquilo que propõe o
Evangelho.
É tão difícil assim?
É tão difícil tratarmos “todas” as pessoas como
gostaríamos de ser tratados?
Quero que me cumprimentem com alegria nos
lugares em que chego? Que eu faça isso!
Quero que não mintam para mim? Que eu não
minta!
Não quero ser roubado? Que eu não roube!
Quero ser visitado se estou doente? Que eu
visite os doentes!
Quero ser ajudado? Que eu ajude!
Quero ser amado? Que eu ame!
Sim, é uma utopia divina!
É isso, pessoal. Que a liberdade e o
amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert