A história dos
israelitas começa com Abraão, cerca de dois mil anos antes do nascimento de
Jesus. Logo depois de Deus ter celebrado uma aliança com Noé, o povo perdeu a
fé e passou a adorar outros deuses. Então, Deus convocou um homem chamado Abrão
para deixar a sua região e partir para uma nova terra.
Deus prometeu a Abrão
uma região preparada especialmente para ele e seus descendentes. Apesar de
Abrão não ter filhos e ser muito velho, Deus também prometeu: “Farei de ti uma
grande nação” (Gênesis 11:2). Essa foi a aliança de Deus, e para selar isso,
Deus mudou o nome de Abrão, que significa “pai exaltado”, para Abraão, que quer
dizer “pai de multidões”. Abraão viria a se tornar o antepassado dos
israelitas.
Mesopotâmia
– a terra onde nasceu Abraão
Abraão nasceu em Ur,
capital do antigo reino da Suméria, ao sul da Mesopotâmia. A cidade de Ur é
identificada atualmente com o antigo sítio de Ur no rio Eufrates, perto de
Basra, no Iraque moderno.
Mesopotâmia, palavra
grega para “terra entre dois rios”, era a área entre os rios Tigre e Eufrates.
Os sumérios instalaram-se na Mesopotâmia meridional cerca de 3300 a.C. Era uma
terra excepcionalmente fértil, e ali se desenvolveu uma próspera economia
baseada na agricultura. Aldeias de agricultores em volta dos rios foram
crescendo gradualmente e se tornando cidades, como Ur e Babilônia, habitadas
por milhares de pessoas. O comércio floresceu com países distantes, como a
Índia, fazendo surgir uma rica civilização.
Ur ficava no
“crescente fértil”, uma área que se estende do sul da Mesopotâmia meridional
até perto do nordeste do Egito. A família de Abraão instalou-se em Harã. Quando
Abraão partiu para Canaã, ficou um tempo em Bersabéia. Seu bisneto José viveu
no Egito, onde se casou com a filha do sumo sacerdote de Om.
Cultura
mesopotâmica
A Mesopotâmia viu a
ascensão de uma das mais antigas civilizações. A roda, as unidades de peso e
medida e a escrita tiveram origem na Mesopotâmia. Posteriormente, escribas
sumérios transformaram essa escrita no alfabeto cuneiforme (em forma de cunha).
Usavam estiletes em forma de cunha para gravar tabletes de argila úmida, que
depois eram cozidos. Arqueólogos desenterraram milhares desses tabletes de
argila. Eles reproduzem coisas como os anais dos reis, literatura, textos
religiosos, dicionários e trabalhos científicos.
Os
deuses da Suméria
Os sumérios adoravam
centenas de deuses, e cada cidade contava com a proteção de sua divindade
própria. Um dos mais populares era Sin, o deus da lua, e o seu culto principal
era realizado em Ur. O culto a Sin estendeu-se por toda a Mesopotâmia,
espalhou-se por Canaã e chegou até o Egito.
Abraão
chega a Harã
Em 2000 a.C., ondas
sucessivas de tribos invasoras atacaram Ur e acabaram por conquistar a cidade.
Terá, o pai de Abraão, deve ter partido para Canaã com a sua família, para
escapar desses ataques. Provavelmente, seguiram uma das rotas de comércio
contornando o deserto. De qualquer modo, chegaram a Harã, no nordeste da
Mesopotâmia, e foi ali que se instalaram. Harã era um centro de culto dos
adoradores da lua, e consta que Terá deve ter comercializado estatuetas
religiosas.
Canaã
– a Terra Prometida
Deus fez uma aliança
com Abraão, prometendo um novo país para ele e seus descendentes. Então, Abraão
deixou Harã e foi para Canaã. O nome se refere igualmente à terra de Canaã e
aos descendentes de Canaã, o neto de Noé.
Canaã, possivelmente,
significa “terra de púrpura”. Fenícia, uma região ao longo da costa setentrional
de Canaã, tem o mesmo significado em grego. Isso se devia ao fato de que Canaã
era um grande produtor de tintura púrpura, um produto de luxo de alto valor
para a realeza. Os portos costeiros de Canaã e sua posição entre Egito e Ásia
fizeram dela uma nação de negociantes, e o nome “cananeu” passou a significar
“mercador”.
Cultura
cananeia
Descobertas
arqueológicas em sítios como Ugarit (Ras Shamra, na costa mediterrânea da
Síria), Megido e Jerusalém revelam que Canaã tinha uma civilização refinada, na
época de Abraão. Seu grande legado foi um sistema de escrita que serviu de base
para o nosso alfabeto moderno. Canaã era dividida em cidades-estado muradas,
cada qual governada por um rei. Em geral, esses reinos lutavam entre si. A
cidade mais antiga de Canaã foi Jericó, que começou a ser habitada por volta de
8000 a.C. Do lado de fora dos muros das cidades havia aldeias espalhadas e
pastores nômades, como Abraão. O seu povo vivia em tendas, pois precisava
continuar avançando em busca de novas pastagens para os seus rebanhos.
Abraão
no Egito
A abundante economia
do Egito o transformou em local de refúgio durante os períodos de fome.
Abraão viveu lá
durante o Médio Império (2040 – 1750 a.C.), quando o Egito atravessava a sua
segunda grande era cultural.
José e sua família
instalaram-se no Egito durante o Segundo Período Intermediário (1750 – 1650
a.C.), que viu o declínio da autoridade real e a ascensão ao poder de soberanos
estrangeiros, os hicsos. Esses faraós adotaram os costumes e a cultura do Egito.
Os
Patriarcas
A origem dos
israelitas é rastreada até Adão através de determinados homens chamados de
Patriarcas. Os dez Patriarcas de Adão até Noé são conhecidos como os Patriarcas
ante-diluvianos, pois antecederam ao dilúvio. Os posteriores a Noé são conhecidos
como os Patriarcas pós-diluvianos. Entretanto, e termo Patriarca refere-se mais
especificamente aos descendentes de Isaque, Jacó e José.
A
família de Abraão
Os descendentes de
Abraão viriam a se multiplicar nas doze tribos de Israel através de Isaque, o
filho dele com Sara.
O filho mais velho de
Abraão foi Ismael, e a mãe, Hagar, foi a criada egípcia de Sara. Ismael foi
também o antepassado de doze tribos (Gênesis 17:20), conhecidas coletivamente
como os ismaelitas.
A formação familiar do
povo israelita se deu assim: Abraão à
Isaque à Jacó (também
chamado de Israel) à Ruben,
Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, José, Benjamim, Gade, Aser, Dã e Naftali
(as doze tribos de Israel).
Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.
Muito bom mesmo!
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