Questão:
Não consigo entender o que é ter um
encontro com Deus. Eu só conheço a Deus de ouvir falar; aliás, já de muito
tempo que ouço falar de Deus; ouço testemunho de irmãos que, com tão pouco
tempo de convertidos, contam encontros com Deus cinematográficos. Eu fico tão
frustrado, pois não sei o que faço. Sinceramente, gostaria de conhecer Deus
realmente, de ter uma vida em comunhão com Ele. Quando converso com algumas
pessoas, elas dizem para que eu O busque de todo o coração. Acho que não sei
como buscar a Deus. Às vezes, acho que Deus não me quer ou que eu não sirvo
para Ele. Estou em uma aflição danada.
Resposta:
Muitos cristãos sofrem do seu mal.
Sabe qual é? A comparação.
Você já ouviu histórias de amor? Já
percebeu que todas elas são diferentes? O que há em comum é apenas o encontro
entre os seres. Mas até as manifestações de amor são diferentes. Uns explodem
de paixão! Outros sentem o crescimento de algo sólido, inabalável. Outros
precisam pensar que “perderam” um amor, a fim de encontrar outro. Há também
aqueles que pensam que ainda não haviam achado, até que realizam que haviam
sim, só não o sabiam por terem tido “outras referências” a fim de,
equivocadamente, balizarem aquilo que não tem parâmetros exteriores: o amor.
Esses são os que só descobrem que amavam mesmo, depois que não podem mais
voltar, pois, já foram.
Encontrar a Deus não é exatamente
assim. É parecido com isto, só que com uma diferença: ninguém se entrega para
ser enganado; e muito menos para se enganar. Ninguém se encontra “enganada-mente”
com Deus.
Encontrar com Deus é como encontrar
a verdade do amor. Vem de muitas formas diferentes, mas realiza o mesmo bem. O
problema é que há uma indústria de encontros com Deus, e que toma “referências
pessoais”, e tenta fazê-las bens de consumo para todas as almas humanas.
O encontro com Deus não tem seus
aferidores do lado de fora. O encontro acontece nos ambientes do coração. E não
há parâmetros. Lembra de C. S. Lewis? Ele descreve seu encontro com Deus como
algo sem qualquer pirotecnia. Terá sido um encontro inferior ao de Paulo? É
claro que não! Quantas pessoas tiveram ou têm, na História da Fé, a mesma
experiência de Paulo para contar? Os apóstolos, à exceção de Paulo, foram se
convertendo sem sentir.
De fato, sem fé é impossível agradar
a Deus. Esse é o problema, pois a fé não necessariamente se faz acompanhar de
grandes terremotos ou expressões exteriores. Se assim fosse, não seria fé.
Andamos não conforme vemos, mas conforme não vemos. A fé caminha sobre o nada,
vê o invisível, e crê naquilo que nunca poderia ser possível para nós mesmos
como já sendo nosso. É maravilhoso quando vemos coisas. Quem não gosta? Mas
pobre daquele que basear a sua fé em emoções, impulsos, sinais milagrosos, ou
qualquer coisa extraordinária!
A palavra-chave é Confiança!
Confiança é a fé que se entrega à fidelidade de Deus. Enquanto você chamar para
você o estabelecimento da relação com Deus, você apenas sofrerá. Se você andar
na Confiança, saberá que a responsabilidade é de Deus. Ele é Aquele que
justifica ao que nada fez, mas que creu no amor que justifica aquele que, mesmo
não tendo feito por merecer, apareceu para “receber” na hora da Boa Paga, em
razão de crer no coração gracioso d’Aquele que tem o que dar a quem não fez por
merecer. Afinal, todos não merecem e, por isso, todos precisam da graça de
Deus.
Quem entende isso e assim crê, não
tem mais essa crise de conhecer ou não a Deus. Eu amo a Deus em Segundo porque
Ele me amou em Primeiro. Ele é o Pole Position! Então, relaxe, ande em fé,
deixe tudo com Deus, confie, e não se compare com ninguém.
A fé que tu
tens, tem-na para ti mesmo! E essa Palavra não está longe. Não está no céu,
para que ninguém diga: como farei para trazer Deus à terra? Não está no abismo,
para que ninguém diga: como farei para trazer o Salvador dentre os mortos? Pelo
contrário, a Palavra está aí, na tua boca e no teu coração! Pois, se com a tua
boca confessares a Jesus como Senhor, e no teu coração creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, tu serás salvo, porquanto com o coração se crê
para a justificação, e com a boca se confessa acerca dessa já tão nossa
salvação!
Quanto ao mais, apenas ande... com Deus!
Um texto de Caio Fábio D’Araujo
Filho
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