Há alguém que não peque?
Há alguém que chega ao final de
um dia e pode afirmar (?): Não pequei hoje.
Há alguém que chegará ao último
de sua vida e poderá dizer ao Pai que, pelo menos no último dia de vida, não
pecou?
Há alguém cujo pecado é menor que
o pecado de qualquer um, de modo a se sentir apto para julgar alguém?
Há alguém que sabe se livrar do
pecado, de modo a nunca mais pecar?
Há outro modo de lidar com pecado
senão pelo perdão?
Há pecados e pecadores que estão
excluídos da dimensão da graça?
Que história é essa de que onde
se exagera na graça há exageros de pecados?
Quem de nós, por mais que nos
esforcemos em nos manter limpos e puros, chega ao fim de um dia sem ter que
lavar os pés?
Peco por ser pecador.
Não me torno um pecador porque
peco.
Quem dera o perdão que pedi hoje
servisse para o pecado que cometerei amanhã!
Jesus disse várias vezes a muitos:
“Teus pecados estão perdoados, e vai e não peques mais”.
Estes, nunca mais pecaram?
Pecaram, sim, e fizeram o caminho
de volta para Cristo, para a cruz, para o perdão.
É assim que será até o último dia
de nossas vidas.
Por causa disto, exageraremos no
pecado? Isto seria um entendimento infantil e ainda ameninado daqueles que
abraçaram a fé.
Os que abraçaram a fé, se esforçarão
para não serem engolidos pelo pecado. Não obstante, estes conhecem o caminho do
perdão e farão este caminho até o último dia de suas vidas.
“Não se esqueçam”, diz Paulo, o
apóstolo, aos irmãos de Roma, “é a bondade de Deus que os conduzirá ao
arrependimento”.
Sim, a disposição do Pai em nos
perdoar nos levará de volta para Ele.
Este amor que nos deseja, nos
conquistará de modo que nos esforçaremos para nos manter limpos, puros, dignos,
nobres. Por causa deste amor – e não por medo do inferno.
Este amor nos tornará livres e,
ao mesmo tempo, responsáveis, de modo a arcar com todas as consequências dos
nossos pecados e, como Zaqueu e outros tantos, buscarmos ressarcir os que
defraudamos, ofendemos, magoamos, ferimos.
Esta é a dimensão da graça que
nos é dada de graça.
“Pai, perdoa-lhes, pois, não
sabem o que fazem”.
Todos estamos debaixo deste
pedido feito em oração ao Pai direto da cruz.
Vivamos sob esta afirmação e
agradecidos e – por amor – adoremos Aquele que nos trouxe tão grande salvação!
Um texto de Carlos Bregantim