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domingo, 18 de dezembro de 2016

Fazer Discípulos


          Mateus 28:19-20
          “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.

          Esta passagem do Evangelho é conhecida como “a grande comissão”, ou seja, o grande mandamento missionário que Jesus deixou aos Seus discípulos.
          O “vão e façam discípulos” é um mandamento de ação, enviando Seus seguidores a saírem de onde estavam, da sua comodidade fixa, e porem-se no caminho, olhando para as demais pessoas, buscando sempre compartilhar a Palavra que, pela ação do Espírito, pode tocar e converter corações, sempre que estes se mostrem receptivos.
          O “de todas as nações” se cumpre em tempos recentes, pois no tempo dos primeiros seguidores não seria possível alcançar “todas as nações”, coisa possível com os modernos veículos de locomoção e com as modernas mídias de comunicação. Hoje, sim, é possível a Palavra chegar ao mundo inteiro.
          Ele ensinou que se batize em nome da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), demonstrando, assim, a comunhão da Divindade e a comunhão que pode advir entre aqueles que se tornam discípulos de Cristo.
          Há o destaque para que se ensine aos novos discípulos a obedecer aquilo que Cristo ordenou. Não o que eu ordenei, não o que algum ministro eclesiástico ordenou, não aquilo que alguma denominação ordenou – mas o que somente Aquele que tem autoridade “no céu e na terra” ordenou. E isso encontramos no Evangelho, que encontramos na Bíblia. Não se deveria ser enganado por falsos mestres, uma vez que temos acesso literalmente ao que Jesus ensinou. Isso deveria bastar. O problema é que a preguiça espiritual não deixa que se leiam as Escrituras...
          Ao final deste mandamento, Jesus deixa uma promessa que impressiona a quem presta atenção nela: Ele diz que “estará conosco sempre, até o fim dos tempos”. Nem sempre – ou quase nunca – nos damos conta disso, dessa promessa inquebrável do Senhor. Muitas vezes achamos que estamos sozinhos, ou desamparados, ou não vistos, mas não estamos. O Senhor sempre está conosco, nos ampara e nos vê.
          Agora que falamos um pouco mais dessa “grande comissão” de Jesus, desse mandamento que impulsiona a fazermos discípulos, poderíamos nos perguntar: O que significa fazer discípulos de e para Cristo?
          Primeiro, isso: são discípulos de Cristo, não meus ou seus. Hoje se veem muitos “líderes” fazendo discípulos de si mesmos, mas não de Cristo. E muitos embarcam nessa, sem questionar, pela preguiça de buscarem a verdade. De novo: os discípulos não são das pessoas, mas de Cristo!
          Depois: o discipulado deve ser um ato e uma forma de ser livre, sem correntes nos prendendo a que ou quem quer que seja; só devemos estar ligados entre nós, pelo amor que Cristo nos ensina. Somos livres, e é somente na liberdade que o amor e a doação se fazem presentes. E é somente na liberdade que posso reafirmar – diariamente – minha decisão por Cristo!
          Posso falar um pouco de mim, não sendo o que falarei a seguir um dogma para ninguém, ou seja, cada um deve se sentir livre para andar o Caminho – que é Cristo – como julgar melhor, sempre dentro daquilo que tem reconhecido pela Palavra. A referência não sou eu; é sempre Jesus!
          Eu me considero um “livre discípulo de Cristo”. Isso significa que não “pertenço” a nenhuma “igreja” – no sentido de denominação eclesiástica –, ainda que possa frequentar uma ou mais, a convite de amigos e irmãos em Cristo. A “Igreja” somos nós, todos aqueles que fazem dos ensinamentos de Cristo seu modo de vida. Isso independe do nome que está sobre a porta da “igreja”, pois o cerne deve ser sempre Cristo. A totalidade dos seguidores de Cristo formam a Sua “Igreja”.
          Não tenho nenhuma “religião” humanamente criada, posto que as religiões – as mais variadas que há – são tão-somente formas humanas de ir a Deus. Em e por Cristo, no entanto, Deus faz o caminho inverso, vindo Ele a nós. Ainda que chamem “cristianismo” de religião, o Evangelho de Cristo não é religião nesse sentido, mas um ato de graça de Deus a nos atingir em amor.
          Não sou adepto também a nenhuma “filosofia de vida” criada por homens, pois todas tem incompletudes. Posso simpatizar com partes de uma ou outra, mas será só isso: simpatia. Meu único compromisso é com o Evangelho.
          Ser discípulo de Cristo, para mim, tem outra conotação, bem mais ampla: o discipulado que levo é um “modo de vida”. E é por isso que sou “livre”, livre em e por Cristo.
          É para esse discipulado que o Senhor nos chama. E é para esse discipulado que Ele nos chama a fazer-Lhe discípulos.
          É um discipulado que transita entre todos, que inclui e nunca exclui ninguém, portanto inclusivo e não exclusivo, que reforça as concordâncias, que respeita as diferenças, que não julga, mas que estende a mão, que transmite a paz e o amor que Jesus nos trouxe.
          Esse é o discipulado que o Senhor chama para que façamos. E é esse o tipo de discípulo de Cristo que sou e que faço. É um discipulado que busca obedecer aos ensinamentos de Deus e que “sabe” que, em seu caminho, anda sempre na companhia do Senhor, pois o Senhor anda junto com a gente que assim é até o fim.
          Esse é meu convite a quem lê estas linhas: Seja livre, mas seja comprometido com aquilo que Jesus nos ensina que seja vida. Seja livre para andar, mas ande naquilo que o Senhor chama de “caminho, verdade e vida”. Viva. Mas viva como quem vive eternamente, pois isso é ser discípulo do Mestre!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

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