I Samuel 16:7
“O SENHOR não vê como o homem: o homem vê a
aparência, mas o SENHOR vê o coração”.
Há pessoas que têm a
presunção de dizer o que Deus aceita ou não. Muitas vezes, isolam determinado
ponto bíblico do seu contexto e, com base nele, condenam ou absolvem o seu
próximo, dizendo que assim faz Deus, condenando ou não determinada pessoa e sua
conduta por aquilo que diz a “Palavra”.
Ora, a “Palavra” é
Cristo, e Cristo nunca excluiu ninguém, nem mesmo condenou a esmo. Ao
contrário, quando defrontado com algo que era uma afronta à Lei de Moisés,
apenas disse que “aquele que não tiver pecado, que atire a primeira pedra”,
significando dizer que somente este – o que estivesse sem pecado – poderia
julgar, condenar e executar. E ninguém, na presença de Jesus, jamais pode
atirar pedras em alguém. Assim como apenas Jesus de Nazaré passou por nosso
planetinha azul sem pecado.
É preciso prestar
atenção ao que Jesus falou – e ao que calou, pois nem sobre tudo Ele emitiu
opinião. Sobre muitas coisas Ele preferiu ficar calado – pois nada consta nas
Escrituras sobre polêmicas nas quais nós nos metemos de vez em quando, mas nas
quais Jesus, provavelmente, não Se meteria.
Isolar determinada coisa
ou situação que “a Bíblia condena” e tirá-la do contexto (para quem foi
escrito, em que momento social/político, etc.) e usá-la para condenar alguém
por quem este alguém é, é atirar pedras nos outros julgando que o ser humano
tem a soberania de Deus para julgar e punir.
Irão dizer, alguns,
aquele célebre chavão do meio religioso/cristão: “Deus ama o pecador, mas
condena o pecado”. Ou então: “Devemos amar o pecador, mas não o pecado”. Não
está errado isso, mas o problema é que o ser humano confunde muito facilmente o
“pecador” e seu suposto “pecado”. E aí é que está o problema. No afã de
condenar o pecado, condenam o pecador por tabela.
O humorista Tom
Cavalcanti tinha uma saída muito perspicaz para um de seus personagens – João
Canabrava – quando este era chamado de “cachaceiro”: “Cachaceiro é quem fabrica
cachaça; eu sou consumidor”, dizia ele. Muito bem sacado! Era uma crítica à
discriminação, feita com humor, não entendida pela maioria.
Assim, alcunhamos as
pessoas com base naquilo que achamos que, por parte delas, seria uma conduta
pecaminosa.
Pecado, no sentido
etimológico da palavra, significa falha, ruptura. Assim, quem falha ou rompe, o
faz em relação a si mesmo e a Deus. Portanto, só a pessoa em questão e Deus
podem julgar a falha ou a ruptura. Ninguém mais.
Por favor! Prestemos
mais atenção ao que Jesus disse, ensinou e encarnou, demonstrando por Seu
exemplo, e paremos de usar a “letra” das Escrituras para condenar, em nome de
Deus, as pessoas que são eventualmente diferentes de nós!
Jesus nunca excluiu
ninguém. Ao contrário: sempre Se posicionou ao lado dos mais discriminados.
Só Deus conhece o
coração das pessoas!
Por hora é isso,
pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt
Hilbert