Salmo
34:12-13
Quem de
vocês quer amar a vida e deseja ver dias felizes? Guarde a sua língua do mal e
os seus lábios da falsidade.
Dizem que a Bíblia tem certas receitinhas básicas e simples para
a vida. E quem diz isso tem razão. Podemos encontrar aí longas delongas sobre
vários temas, desde os práticos para o cotidiano, quanto os não menos práticos
que dizem respeito à vida no que tange ao eterno. Podem também ser receitinhas
bem curtinhas, como os dois versículos do salmo acima, mas de um alcance e
profundidade ímpar. O que ela não é, é um livro de mágica, com abracadabras e outras conjurações do
tipo. Não se trata disso, mas se trata de um livro de pérolas que nos são dadas
para embelezar os colares da vida, desde que não ajamos como os porcos do
ensinamento de Jesus, que diz que aos porcos não devem se jogar tais coisas,
pois os mesmos não as valorizarão e, pior, ainda as pisarão. Mas os
ensinamentos das Escrituras são para, por nós, serem valorizadas, e mais do que
isso, serem aprendidas, interiorizadas e praticadas.
Dito isso, vamos ao salmo que serve de base aqui. Começa com uma
pergunta bem direta: Quem de vocês quer
amar a vida? Amar a vida. Então, quem de nós quer amar a sua vida?
Poderíamos inverter a pergunta: Quem de nós odeia a sua vida? Ok, odiar pode
ser um termo muito pesado. Mas, quem de nós tem momentos em que detesta a sua
vida? Há isso? Acho que a maioria, ou todos, já passou por momentos assim,
momentos de detestar a vida. Droga de vida! Quem já não falou – ou pensou –
isso? Pois é. Mas vamos de novo à pergunta: Quem
de vocês quer amar a vida? Eu! – penso ser a resposta de todos – salvo se
há algum maluco solto por aí que pense realmente o contrário.
Vamos agora à segunda parte da mesma pergunta: Quem de vocês deseja ver dias felizes?
Poderíamos, de novo, inverter a pergunta: E quem não deseja ver dias felizes?
Mais uma vez, com exceção de algum maluco, a resposta sobre ver dias felizes se
repete: Eu!
Agora, a resposta de como conseguir essas duas coisas – amar sua
vida e ver dias felizes: Guarde a sua
língua do mal e os seus lábios da falsidade. Essa é a receitinha, essa é a
pérola. Simples assim: guardar a nossa língua do mal e nossos lábios da
falsidade. Mas será realmente simples? Aí depende de cada um. Eu só posso
responder por mim, por ninguém mais.
Trata-se de palavras, das palavras que falamos. Trata-se da
língua e dos lábios. Mas antes disso, trata-se dos pensamentos, pois, antes de
qualquer palavra chegar à língua e aos lábios, terá sido formada em nossos
pensamentos. É a expressão verbal, sonora, do que pensamos – e do que sentimos.
Portanto, palavras são feitas de pensamentos e sentimentos. Então, guardar a
língua do mal e os lábios da falsidade, é guardar nossos pensamentos e
sentimentos do mal e da falsidade.
Agora, vem a perguntinha: Como faço para guardar minha língua e
meus lábios e, antes ainda, meus pensamentos e sentimentos do mal e da
falsidade? Como faço isso? O apóstolo Paulo, em sua carta aos irmãos da
comunidade de Filipos, dá outra receitinha e outra pérola, que nos poderá ser
muito útil para respondermos a essa pergunta. Diz ele: Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro,
tudo o que for nobre, tudo o que for
correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas (Filipenses 4:8). Se nossos pensamentos forem ocupados com coisas
assim, consequentemente formar-se-ão sentimentos correspondentes e será isso
que ocupará nossa mente e nosso coração. E aí não haverá lugar para o mal e
para a falsidade. E mesmo que o mal ou a falsidade vierem fazer-nos uma
visitinha, rapidamente serão identificados e convidados a se retirarem.
Ainda sobre pensamentos e sentimentos: dizem que são como
pássaros; não podemos impedi-los de sobrevoar nossas cabeças, mas podemos
impedir que façam ninhos em nossos chapéus.
Possivelmente já temos ouvido que as palavras têm poder. Têm
mesmo. Nas culturas e religiosidades orientais isso é amplamente creditado, mas
também biblicamente isso é real. As palavras são a verbalização e a sonorização
do que está em nosso interior. As palavras são a materialização da nossa
espiritualidade. Tiago diz assim em sua carta: Se alguém não tropeça no falar, tal
homem é perfeito, sendo também capaz
de dominar todo o seu corpo (Tiago 3:2). Não tropeçar no falar,
como Tiago diz, tem sentido similar a guardar nossa língua do mal e nossos
lábios da falsidade. Tiago diz que tal homem é perfeito. Podemos dizer que não
somos perfeitos – e, de fato, não somos. Mas devemos buscar a perfeição, isso é
um mandamento divino: “Sejam perfeitos como perfeito é o Pai
celestial de vocês” (Mateus 5:48). Também diz Tiago que tal homem é capaz
de dominar todo o seu corpo. Isso é uma demonstração de que, se seguimos as
orientações do Senhor, somos capacitados por Ele e por Sua... Palavra! Capacitados sobre nosso corpo,
sobre nossa vida e sobre nossos dias.
Assim, monitoremos o que falamos por aí. Falamos – e pensamos e
sentimos – coisas que podem ser classificadas como más e como falsidades? Ou
falamos – e pensamos e sentimos – coisas que podem ser classificadas como verdadeiras, nobres,
corretas, puras, amáveis, de boa fama, excelentes ou dignas de
louvor? Hein?
Só para apimentar um pouquinho e fazer uma pequena provocação a
cada um de nós: fazer aquela fofoquinha, bancar o leva-e-traz de vez em quando,
falar mal dos outros, deixar escapulir rancores e veneninhos escondidos... Isso
faz parte do que falamos – e pensamos e sentimos? Faz parte? De novo, não posso
responder por ninguém, apenas por mim mesmo.
Mais uma palavrinha do Mestre, só para ilustrar um bocadinho
mais: “A sua boca fala do que está cheio o coração” (Lucas 6:45).
E vamos fazer o encerramento assim como começamos: Quem de vocês quer amar a vida e deseja ver
dias felizes? Guarde a sua língua do
mal e os seus lábios da falsidade.
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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