Neemias
8:12
Então todo
o povo saiu para comer, beber, repartir com os que nada tinham preparado e para
celebrar com grande alegria, pois agora
compreendiam as palavras que lhes foram explicadas.
Nos tempos de Neemias, houve a reconstrução dos muros de
Jerusalém, o repovoamento da cidade com a volta de muitos dos que estavam no
exílio e uma grande campanha para que Judá fosse reestruturada como nação,
ainda que sob o domínio estrangeiro. Neemias, junto com Esdras, foram os
protagonistas dessa empreitada. Coube a Neemias a coordenação administrativa do
feito e coube a Esdras, como escriba que era, fundamentar no coração do povo a
Lei de Moisés, também chamada de Lei de Deus, que há muito estava esquecida ou
negligenciada. Convém ler esses dois livros – Esdras e Neemias – contidos no
Antigo Testamento.
Bem, a passagem acima foi retirada justamente no momento em que
o povo, por ocasião festiva, estava reunido. Neste momento, Esdras leu o Livro
da Lei ao povo. Muitos outros sacerdotes e pessoas com conhecimento do mesmo,
também explicaram ao povo a Lei, com palavras mais simples e acessíveis, e este
– o povo – começou a entender o significado de tudo aquilo.
Podemos ver que, depois disso, começaram a celebrar com grande
alegria, pois agora compreendiam
as palavras que lhes foram explicadas. Diz aí que comeram e beberam, ou
seja, o festerê rolou solto. Mas me
chama a atenção outro detalhe descrito na Palavra: diz que eles começaram a repartir com os que nada tinham preparado.
Isso tem um significado amplo: a solidariedade. Repartir com quem nada tem é um
ato de amor. Foi verdadeiramente uma confraternização. A palavra confraternização,
ou confraternizar, remete a algo de confraterno, ou seja, com os fraternos, e
fraterno vem da raiz latina que significa irmão. Assim, essa celebração, feita
com tanta alegria, se deu entre irmãos.
Mas voltemos ao motivo de tudo isso: compreendiam as palavras que lhes foram explicadas.
As palavras da Lei. Hoje em dia, mediante o advento de Cristo, as palavras da
Lei não perderam seu valor, pois Cristo mesmo disse que não veio revogar a Lei,
mas cumpri-la (Mateus 5:17). Mas, em Cristo, a Lei já está cumprida e, mediante
a fé n’Ele, temos o Evangelho – as Boas Novas. Assim, o que para os antigos
judeus era a Lei, para nós hoje é o Evangelho. Mas o sentido é o mesmo:
trata-se da compreensão das palavras
que nos são explicadas – ou ensinadas.
Visto isso, podemos entender que necessitamos entender aquilo
que o Senhor nos quer ensinar. Trata-se de um exercício de compreensão.
Trata-se de buscar o entendimento. Trata-se de buscar a explicação e o ensino.
Se permanecermos ignorantes quanto à mensagem do Senhor, estaremos perdendo uma
riqueza incomparável. Assim como naquele tempo, quando em confraternização
ouviram e receberam a explicação da Palavra, nós também o devemos fazer. Há uma
lição importante para nós aí: a de nos reunirmos para ouvir a Palavra, estudar
a Palavra e entender a Palavra. E onde e como podemos fazê-lo? Há uma dica, em
Romanos 10:17, onde diz: a fé vem por se ouvir a mensagem (ou a Palavra), e a mensagem é ouvida
mediante a palavra de Cristo. Onde, reunidos, irmanados e congregados,
confraternizados, ouvimos a Palavra? Na igreja. Mas a coisa não se encerra na
igreja – aqui falo do espaço físico onde nos congregamos, não falo da Igreja no
sentido mais amplo, a qual se compõe de todos nós, que buscamos orientar nossas
vidas no ensino de Cristo –, mas continua em nosso cotidiano. Assim, fora da
igreja-espaço-físico, convém que sigamos nos ensinos, pela leitura da Bíblia,
por conversarmos a respeito em casa, ou com os amigos, sempre que a
oportunidade se apresentar.
Em se exercitando essas coisas, também estaremos aptos a viver o
Evangelho. Isso nos trará a alegria do crescimento, a alegria da irmandade em
Cristo, e a alegria de também nós repartimos com os que nada têm, pois também
nós agora
compreendemos as palavras que nos
foram explicadas.
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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