1º Coríntios
10:12-13
Assim,
aquele que julga estar firme, cuide-se
para que não caia! Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos
homens. E Deus é fiel; ele não permitirá
que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem
tentados, ele mesmo lhes
providenciará um escape, para que possam
suportar.
A chamada autoconfiança é muito importante. Junto a ela vem a
auto-estima e tê-la em bom nível é sempre bom, e nada há no Evangelho que fale
contra uma autoconfiança ou uma auto-estima em
alta. Ser humilde é uma coisa; ter baixa auto-estima é outra. Ser manso de
coração, como ensinava Jesus, é uma coisa; não ter autoconfiança é outra.
Assim, autoconfiança e auto-estima são necessárias para uma boa caminhada,
tanto na vida natural quanto no Evangelho – e, para o bom discípulo, uma coisa
não se desliga da outra, ao contrário, são intrínsecas.
Mas outra coisa – e essa é perigosa – é arrogância e
prepotência. Nocivas, Jesus ensinava justamente contra elas, quando pregava a
humildade e a mansidão. Pode ocorrer, quando achamos que estamos firmes,
deixarmo-nos tomar pela arrogância ou pela prepotência. Não deveria, mas pode
ocorrer. E é aí que o apóstolo Paulo nos ensina: cuide-se para que não caia!
Não cairmos nas armadilhas do ego, do
self, do si mesmo – que Jesus nos ensinou a negar para podermos segui-Lo – é
um cuidado diário que devemos cultivar em nossas atenções.
Paulo nos ensina que Deus não permitirá que sejamos tentados além do
que podemos suportar. Essa é
uma das nuances da fidelidade de Deus para conosco. A nossa nuance de
fidelidade para com Ele deve ser justamente cuidarmo-nos.
E, mesmo que sejamos tentados, Ele mesmo nos providenciará um escape, para que possamos suportar. O que
quer dizer isso? Quer dizer que junto
com o problema que se nos apresentar, o Senhor colocará uma rota de solução. Nada há nada que não
tenha solução. Alguns, buscando colocar um certo tom de solucionismo nas coisas, costumam dizer que só a morte não tem solução. E, pasmemos, para Deus até a morte tem
solução, uma vez que esta, em última instância, não existe, pois foi vencida
por Cristo na cruz.
Podemos ser tentados
por várias coisas, sabemos. Mas hoje gostaria de colocar uma que, em nosso
século XXI, grassa à solta; na verdade, é um balaio de coisas que, juntas, podemos, sim, colocar num mesmo balaio: o balaio de doutrinas e filosofias confusas. Falo confusas e não falsas, pois a falsidade
delas seria algo muito relativo, e não me julgo apto a dizer o que é falso. Sei o que é verdadeiro: Cristo. Mas não quero cair na armadilha da arrogância e
da prepotência para dizer o que é falso.
Prefiro chamar de confuso, como
coloquei em linhas acima. Vou, a seguir – tentar – explicar.
Posto que creiamos que em
Deus não há confusão (Romanos 5:5), tudo o que difere de Deus pode ser confuso. E posto que creiamos que Deus
Se nos personificou em Cristo, tudo o que difere de Cristo pode conter confusão. E hoje em dia há muita coisa
pregada no campo espiritual que difere – e mesmo nega – Cristo. Quero, também,
deixar registrado todo o meu respeito às religiosidades humanas – por exemplo,
o budismo, o hinduísmo, o islamismo, cultos afros, etc. – que têm, cada uma
delas, seus valores indiscutíveis. A elas, todo o meu respeito, pois o primeiro
passo para vivermos o amor lecionado por Cristo é termos respeito às
diversidades – todas elas.
O que quero chamar de confusos,
são aqueles ventos de doutrinas e ensinamentos, filosofias e gurus espirituais,
que pregam caminhos onde o indivíduo,
o self ou o ego, o si mesmo, podem
encontrar o caminho do verdadeiro amor e o caminho para “deus” por si mesmos, sozinhos, apenas olhando para
dentro de si mesmo. Ao invés de
buscarem se encontrar em Deus, buscam encontrar “deus” em si mesmos. E coloco Deus em minúscula
e entre aspas, pois me parece que
esse “deus” é um bocado estranho.
Não quero aqui fazer julgamento de valores – e nem estaria
capacitado para tal –, apenas quero chamar a atenção de quem esteja lendo essas
linhas para o perigo de sermos empurrados por toda sorte de ventos para tantos
tipos de doutrinas e filosofias diversas, que – em última instância – podem
causar confusão em nossas mentes e
almas.
Quero colocar aqui uma decisão pessoal, um norte pessoal que costumo seguir, e costumo me policiar para ver se
não estou dele me desviando, tendo o cuidado para que minha bússola almática não aponte outro
caminho: Cristo. É em direção a
Cristo que a bússola da minha alma deve estar calibrada. Tudo o que for fora de Cristo, está fora da minha rota.
Volto a dizer: é uma decisão pessoal, é o que é bom para mim, é
o que eu escolhi. Mas fiz essa escolha baseado na segurança da navegação da
vida. Cristo é meu porto seguro, para
usar uma expressão poética. É para Ele que olho em meus passos, caminhando o
caminho da vida, navegando os mares da existência. Tudo o que for fora de Cristo, para mim, é rota confusa,
é navegar permitindo-se ser jogado pelas ondas e levado por todo tipo de vento
de doutrinas. É permitir-se ser jogado contra um rochedo ou um iceberg
perambulante, sem ter chance de sobrevida. É saber que, fora de Cristo, o barco pode naufragar.
Para mim, o seguro é
Cristo; o confuso não me
interessa.
A você, que teve paciência para chegar a essa altura do texto,
convido para refletir sobre isso. Reflita, pense, pondere, sinta, escolha e
decida. É a sua vida que está em jogo. É isso. Obrigado!
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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