Romanos
14:17
Pois
o Reino de Deus não é comida nem bebida,
mas justiça, paz e alegria no
Espírito Santo.
O Reino de Deus não é
algo somente para o além, para a “eternidade”, somente para quando “formos para
o céu”, como creem alguns, mas é também para o aqui e agora.
Jesus ensina dizendo
que o Reino está no interior da pessoa – “O
Reino de Deus não vem de modo visível,
nem se dirá: ‘Aqui está ele’, ou ‘Lá está’; porque o Reino de Deus está dentro de vocês” (Lucas 17:21) –,
significando dizer que é algo objetivamente subjetivo e que habita todo aquele
que crê. O Reino de Deus está em nós quando decidimos crer e recebemos por fé
aquilo que a graça de Deus nos oferece.
Quando a Palavra nos
diz que não é comida nem bebida, fica claro que o Reino de Deus, que
está em nós, não prioriza as materialidades.
Infelizmente, o que
“falsos profetas” e “falsos pastores” prometem é um “falso Cristo” e um “falso
Evangelho” – tudo conforme Jesus já previa: “Cuidado
com os falsos profetas. Eles vêm a
vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos”
(Mateus 7:15-16). “Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão
e odiarão uns aos outros, e numerosos
falsos profetas surgirão e enganarão a muitos” (Mateus 24:10-11). “Pois aparecerão falsos cristos e falsos
profetas que realizarão grandes
sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos. Vejam que eu os avisei antecipadamente”
(Mateus 24:24-25). Sim, Jesus nos avisou antecipadamente!
Disso falava também o
apóstolo Paulo aos irmãos das igrejas em Corinto e na Galácia: O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente enganou Eva com
astúcia, a mente de vocês seja
corrompida e se desvie da sua sincera e pura devoção a Cristo. Pois, se
alguém lhes vem pregando um Jesus
que não é aquele que pregamos, ou se vocês acolhem
um espírito diferente do que acolheram ou um evangelho diferente do que aceitaram, vocês o toleram com facilidade (2º Coríntios 11:3-4). Admiro-me que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que
os chamou pela graça de Cristo, para
seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão
perturbando, querendo perverter o
evangelho de Cristo (Gálatas 1:6-7).
Agora, repare se as
advertências de Jesus e essas duas reprimendas de Paulo também não se aplicam
hoje em dia a tantas e tantas “igrejas” lideradas por quem somente visa o lucro
financeiro! Estas palavras de Jesus e do apóstolo se aplicam tanto aos líderes
destas instituições quanto àqueles que aderem a elas como membros, buscando não
as bênçãos espirituais, mas as promessas materiais, como dinheiro na conta,
negócios bem-sucedidos e carros nas garagens de suas lindas casas.
Não preciso nem dizer
que isso é ludíbrio para enganar quem quer ser enganado, pois não se dá de
graça. Não, são negociatas e pretensas barganhas com Deus, mediante dízimos,
ofertas e sacrifícios em falsos púlpitos, que mais são palcos para neles fazerem
as suas mágicas.
Fico me perguntando
onde fica, para essas pessoas, esta Palavra de Jesus: “Vocês receberam de graça; deem também de graça” (Mateus
10:8).
Mas não é disso que
quero falar hoje!
Quero falar aqui
daquilo que o Reino de Deus verdadeiramente é, segundo a Palavra usada como
mote para este texto: justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Isto é o Reino de Deus que está em
todo aquele que crê, em todo aquele que decide, dia a dia, orientar a sua vida
segundo os ensinamentos de Jesus.
Vamos analisar um
pouco o significado destas três palavras apresentadas como características do
Reino de Deus:
-
Justiça – é a forma como Deus age com relação aos Seus, manifestando a Sua
fidelidade e amor. Deus é misericordioso, pois disciplina a quem ama, não
dispensando a vara da correção quando necessária, mas perdoando a quem se
arrepende e curando as enfermidades da alma. “Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita
como filho” (Hebreus 12:5-6). Assim como Ele é justo e perdoador conosco,
assim também nos ensina a sermos com o próximo: “Perdoa as nossas dívidas, assim
como perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6:12). A justiça divina é,
ainda, uma justiça que nos justifica pela fé: Assim, nós também cremos em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo
(Gálatas 2:16).
-
Paz – o Senhor nos concede a Sua paz: E a
paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará o coração e a
mente de vocês em Cristo Jesus
(Filipenses 4:7). “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o
mundo a dá. Não se perturbe o seu
coração, nem tenham medo”
(João 14:27). E Ele nos ensina a compartilharmos a Sua paz, uma paz que
verdadeiramente pacifica: “Bem-aventurados
os pacificadores, pois serão
chamados filhos de Deus” (Mateus
5:9).
-
Alegria – esta alegria é do e pelo Espírito Santo, é um
fruto do mesmo: Mas o fruto do Espírito é
amor, alegria, paz, paciência,
amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas
coisas não há lei (Gálatas 5:22-23). E sobre esta alegria divina que
frutifica em nós, temos o seguinte conselho: Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!
(Filipenses 4:4). Esta não é uma alegria abobalhada, mas um estado de alma de
quem sabe-se em gratidão eterna com o Senhor e, assim, não tem por que não
estar alegre em todo tempo!
Ora, tudo isso não é
pouca coisa!
Assim, diante de tantos
absurdos praticados no cristianismo midiático tendo Jesus apenas como slogan, bandeira
e chamariz, mas que de Jesus não tem nada, fique consciente e pacificado em Deus,
sabendo que Ele sabe e que Jesus nos ensinou sobre tudo isso antecipadamente.
Em Cristo, siga justificado,
pacificado e irradiando serena alegria!
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert