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domingo, 6 de abril de 2025

O Evangelho é o Nome – Se Puder Ler, Leia!

 

Foi porque os “cristãos” não entenderam que o Evangelho é Jesus que, separadamente de Jesus, criaram uma outra coisa que deveria ser vista por todos como “o Evangelho”.

Assim, Jesus seria o Cordeiro da Cruz e da Ressurreição, mas, à parte d’Ele, deveria surgir uma “doutrina de salvação” conforme o conceito de “doutrina” dos homens — tendo nos gregos os artífices filosóficos e metodológicos desse “ídolo de pensamentos” patrocinado pelo Império Romano.

Ora, o Evangelho que se vê anunciado por Paulo, por exemplo, não é uma “doutrina” conforme o termo se faz entender por nós, mas apenas uma explanação dos significados salvíficos do que Jesus fez; e, além disso, uma aplicação de natureza individual, existencial e também comunitária do significado de se ter crido e aprendido em e de Jesus.

Entretanto, tal explanação não obedece às lógicas humanas nem se reveste de nada que se assemelhe a um “sistema”, posto que, para Paulo, não havia nada a ser sistematizado no Evangelho, mas apenas crido. E o fato de o apóstolo não ficar citando palavras de Jesus, conforme ditas e registradas nos quatro evangelhos (que já existiam como informação oral) apenas prova que até mesmo o que Jesus disse não era material para ser “decorado”; antes, era algo para ser entendido como espírito e como consciência aplicada à vida.

Foi a esquizofrenia produzida entre Jesus-Evangelho, de um lado e, de outro, um corpo de doutrinas chamada de “Evangelho” (o qual é feito da sistematização de tudo o que na Bíblia se pode usar para fundamentar um pressuposto “lógico” acerca de um “plano da salvação”) justamente aquilo que tornou Jesus tão diferente daquilo que a “igreja” chama de “Evangelho” e, ao mesmo tempo, tornou a “igreja” tão díspar em relação à Pessoa de Jesus.

Muita gente diz “o evangelho está crescendo...” ou “o evangelho está enfrentando resistências...” ou, ainda, “o evangelho progrediu muito...” — sempre em referência ao crescimento de adesões religiosas à “igreja”, mas quase nunca pensando que o Evangelho só cresce para dentro do ser; e qualquer coisa que carregue o seu nome do lado de fora tem que ser um mero reflexo do que ele gerou no coração.

Todavia, para a “igreja”, Jesus salva, mas o que o salvo se torna não tem nada a ver com Ele! Aliás, se ficar parecido com Ele, não serve para a “igreja”. Pois nada incomoda mais a “igreja” do que alguém que busque ser, radicalmente, como Jesus.

Andar como Ele andou, para a “igreja”, significa outra coisa. De fato significa comportar-se como a “igreja” determina, mesmo que isso venha a ser equivalente a negar o modo como Jesus Se mostrou a todos os seres humanos conforme o registro dos quatro evangelhos.

Na verdade, Jesus é o Evangelho, pois é somente n’Ele e na fé que converge de modo exclusivo para Ele que surge o entendimento do Evangelho.

O Evangelho é Jesus, em todas as Suas histórias, ações, visões, ensinos, interpretações da realidade e, sobretudo, Sua entrega voluntária, como Cordeiro; e, para além disso, Sua ressurreição!

Para se entender o Evangelho tem-se que olhar a vida com o mesmo tipo e qualidade de amor que Jesus demonstrou em Sua existência no tempo e no espaço, ou seja: na Sua encarnação.

O Evangelho só cresce em nós quando a consciência de Jesus se torna crescente em nós. Isto é ter a mente de Cristo, segundo Paulo. Portanto, isto é Evangelho.

O Evangelho é o entendimento segundo Jesus que se torna vida e alegria para quem crê.

Sem tal olhar e sem tal sentir e pensar, conforme Jesus, não há nada que seja Evangelho. Sim, sem isto podemos ter quatro evangelhos, mas não temos ainda O Evangelho.

Isto porque O Evangelho não existe nos quatro evangelhos. Neles temos registros verdadeiros de quem é Jesus e de tudo o que, sendo essencial, Ele fez e ensinou. Sim, não há nada além de letras nos registros dos evangelhos, até nos mais originais de todos eles, posto que o Evangelho não é uma informação, mas sempre uma encarnação da Palavra.

Por essa razão, do ponto de vista de Jesus, conforme os evangelhos, o Evangelho tinha a ver com gestos. Afinal, uma mulher O unge com óleo e Ele diz que aquilo era Evangelho.

Na Bíblia há quatro evangelhos, mas nenhum deles é Evangelho enquanto não é crido e praticado!

Quando Paulo diz que o Evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, ele não se refere a nenhuma sorte de adesão à “religião da salvação”, mas exclusivamente a ter crido e obtido, pela fé, o entendimento para provar a salvação como benefício espiritual já na Terra.

Afinal, Evangelho é Boa Nova. E que Boa Nova há em quatro evangelhos que não se tornam Evangelho (produtor de vida e paz) na vida dos papagaios que o decoram?

Há papagaios capazes de desenvolver inteligência de resolução de problemas de uma criança normal de seis anos. E com a memória que esses pássaros possuem, se ensinados, decorariam os evangelhos como uma criança é capaz de fazer quando treinada. Neles, porém, não haveria nenhum Evangelho.

Evangelho é vir e aprender com Aquele que é manso e humilde de coração, achar descanso para a alma n’Ele e trocar a canga da angústia pelo peso-leve de Seu fardo de alegrias.

Evangelho é achar o tesouro que nos evangelhos é uma parábola!

Evangelho é a chance de nascer de novo e de ter no coração o reino de Deus!

Evangelho é certeza de perdão, mas que traz consigo o compromisso com o perdão ao próximo; o que, no Evangelho, não é um sacrifício, mas algo agradável como um grande privilégio!

Evangelho é ser forte contra a mentira e doce ante qualquer que seja a confissão de verdade!

Evangelho é a alegria de dar a vida pelos amigos e até pelos inimigos!

Evangelho é, portanto, andar como Ele andou; e isto para total benefício de quem O segue em fé!

Evangelho é assim... igualzinho a Jesus!

E para eu dizer o que é Evangelho, com minhas imensas limitações, teria que escrever tudo o que vejo, sinto, percebo e recebo de Jesus todos os dias; além de tudo o que de Sua Graça vejo nos evangelhos e enxergo como Evangelho de salvação, na minha vida, e na de todo aquele que crê e busca andar conforme a Sua mente.

Assim, ao invés de buscar decorar os evangelhos, busque entender o espírito deles, pois Jesus disse: “As minhas palavras são espírito e vida”.

Enquanto o Evangelho não se torna um entendimento em fé que nos concede cada vez mais ver, sentir e decidir conforme Jesus, nenhum benefício do Evangelho chegou até nós.

O Evangelho é Caminho, Verdade e Vida — e Caminho, Verdade e Vida só estão em Jesus. Portanto, o Evangelho é Jesus e Jesus é o Evangelho; e tudo o que não for assim e conforme o espírito de Cristo, pode até ganhar o apelido de “evangelho”, mas não é Evangelho.

Ora, é apenas por crer que os quatro evangelhos só se tornam Evangelho se cridos e praticados como entendimento e consciência; e também é somente por ter o testemunho de toda a História da Igreja quanto ao fato de que sem Bíblias o povo fica nas trevas, mas também que com Bíblias, porém sem ter Jesus como a “chave hermenêutica” da leitura, o povo fica “evangélico” — que ouso dizer que nem mesmo a Bíblia ajuda se a pessoa não tiver entendido que Jesus é o Evangelho; e que até na Bíblia muitas coisas deixam de ser Evangelho pelo simples fato de não terem sido encarnadas por Jesus como vida.

O local físico onde posso ler os quatro evangelhos é a Bíblia. Porém, se na leitura eu não olhar tudo a partir da certeza de que Jesus é o Evangelho, a Bíblia servirá apenas para dividir e dividir as pessoas em nome de Deus, porém sem Deus em nenhuma das divisões, todas feitas em nome de verdades de fariseus; as quais, para Jesus, ainda quando eram verdadeiras, se tornavam mentira, posto que não eram praticadas pela via do amor que fez Deus Se encarnar em Jesus.

 

(um texto de Caio Fábio D´Araújo Filho)

domingo, 30 de março de 2025

167 – O Rei Acaz (2⁰ Crônicas 28)


 

Acaz1(versículo de 2⁰ Crônicas 28) tinha vinte anos de idade quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. Ao contrário de Davi, seu predecessor, não fez o que o SENHOR aprova. Ele2 andou nos caminhos dos reis de Israel e fez ídolos de metal I para adorar os baalins. Queimou3 sacrifícios no vale de Ben-Hinom II e chegou até a queimar seus filhos em sacrifício, imitando os costumes detestáveis das nações que o SENHOR havia expulsado de diante dos israelitas. Também4 ofereceu sacrifícios e queimou incenso nos altares idólatras, no alto das colinas e debaixo de toda árvore frondosa.

Por5 isso o SENHOR, o seu Deus, entregou-o nas mãos do rei da Síria. Os arameus o derrotaram, fizeram muitos prisioneiros entre o seu povo e os levaram para Damasco.

Israel também lhe infligiu grande derrota. Os8 israelitas levaram para Samaria duzentos mil prisioneiros dentre os seus parentes, incluindo mulheres, meninos e meninas. Também levaram muitos despojos.

Mas9 um profeta do SENHOR, chamado Odede, estava em Samaria e saiu ao encontro do exército. Ele lhes disse: “Estando irado contra Judá, o SENHOR, o Deus dos seus antepassados, entregou-os nas mãos de vocês. Mas a fúria com que vocês os mataram chegou aos céus. E10 agora ainda pretendem escravizar homens e mulheres de Judá e de Jerusalém! Vocês também não são culpados de pecados contra o SENHOR, o seu Deus? Agora11, ouçam-me! Mandem de volta seus irmãos que vocês fizeram prisioneiros, pois o fogo da ira do SENHOR está sobre vocês”.

Os anciãos de Israel ordenaram aos soldados que obedecessem ao profeta, e os prisioneiros tiveram de volta os seus pertences e permissão para voltar a Judá.

Nessa16 época, o rei Acaz enviou mensageiros ao rei da Assíria para pedir-lhe ajuda. Os17 edomitas tinham voltado a atacar Judá fazendo prisioneiros, e18 os filisteus atacaram cidades na Sefelá e no sul de Judá. Conquistaram e ocuparam Bete-Semes, Aijalom e Gederote, bem como Socó, Timna e Ginzo, com os seus povoados ao redor. O19 SENHOR humilhou Judá por causa de Acaz, por sua conduta desregrada, muito infiel ao SENHOR. Quando20 chegou Tiglate-Pileser, rei da Assíria, causou-lhe problemas em vez de ajudá-lo.

Mesmo22 nessa época em que passou por tantas dificuldades, o rei Acaz tornou-se ainda mais infiel ao SENHOR. Ele23 ofereceu sacrifícios aos deuses de Damasco que o haviam derrotado, pois pensava: “Já que os deuses da Síria os têm ajudado, oferecerei sacrifícios a eles para que me ajudem também”. Mas eles foram a causa da sua ruína e da ruína de todo o Israel.

Acaz24 juntou os utensílios do templo de Deus e os retirou de lá III. Trancou as portas do templo do SENHOR e ergueu altares em todas as esquinas de Jerusalém.

Acaz27 descansou com os seus antepassados e foi sepultado na cidade de Jerusalém, mas não nos túmulos dos reis de Israel.

 

v     Para entender a história

O rei Acaz abandona Deus e idolatra divindades pagãs. O resultado é desastroso para Judá. O fechamento do templo simboliza o seu afastamento de Deus. O fato de Acaz não ter sido sepultado com os reis de Judá indica que as pessoas o julgaram um soberano indigno.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Fez ídolos de metal” – Os artífices das fundições do antigo Oriente Médio eram habilidosos. A primeira liga de metal foi criada por volta de 3500 a.C., uma mistura de cobre e estanho, formando o bronze. Essa liga à prova de ferrugem revolucionou o trabalho com metal.

                                   II.      Vale de Ben-Hinom” – Tratava-se de um vale, em Jerusalém, onde eram erguidos os altares chamados de “lugares altos”, e crianças eram sacrificadas em um poço de fogo ao deus chamado Moloque. Posteriormente, essa área foi usada como depósito de lixo, onde o fogo queimava constantemente. No Novo Testamento, o vale passou a ser conhecido como Gehenna e era associado ao inferno, pelo fato de ali o fogo sempre estar queimando, em virtude do lixo acumulado.

                                III.     “Juntou os utensílios do templo de Deus e os retirou de lá” – Acaz tornou-se vassalo da Assíria e foi forçado a pagar tributo ao rei assírio. Parte dos tesouros do templo foi oferecida como tributo.

 

- Os assírios: Os assírios dominaram o Oriente Médio desde 911 a.C., embora durante muitos anos o império tenha sofrido com disputas internas. As agressivas campanhas de Tiglate-Pileser o levaram a um novo patamar. Arã (Síria) e Israel queriam que Judá se juntasse à sua aliança contra a Assíria; com a recusa de Judá, os dois a atacaram.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 23 de março de 2025

A Igreja Como um Corpo


 

Romanos 12:4-5

Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.

 

A Igreja de Cristo – que não são as denominações eclesiásticas em si, mas a coletividade de todas as pessoas que orientam suas vidas de acordo com os ensinamentos de Jesus – é comparada, nesta Palavra usada aqui como mote para este texto, a um corpo.

Chama-se a Igreja de “o Corpo de Cristo”. Vejamos algumas passagens que corroboram esta compreensão:

Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? (1º Coríntios 10:16). Aqui, nesta carta aos irmãos em Corinto, o apóstolo Paulo aborda o termo “corpo” de forma dupla: primeiro, como o corpo oferecido em sacrifício e, depois, como a participação comunitária como um único corpo de membros.

E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo (Efésios 4:11-13). Aqui o conceito de corpo é citado como sendo a edificação da própria Igreja, tendo a ela sido destinados servos, como apóstolos (no seu início histórico), profetas, evangelistas, pastores e mestres, justamente para preparar os irmãos e irmãs que a compõem.

Assim, há muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: “Não preciso de você!” Nem a cabeça pode dizer aos pés: “Não preciso de vocês!” Ao contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis, e os membros que pensamos serem menos honrosos, tratamos com especial honra. E os membros que em nós são indecorosos são tratados com decoro especial, enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros. Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele. Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo (1º Coríntios 12:20-27). Aqui, nesta passagem, há uma ideia muito ampla da relação corpo/Igreja. A passagem inicia e finaliza dizendo que a Igreja é composta de muitos membros, mas que formam um só corpo. Diz também sobre a importância de cada membro, a ponto de tranquilizar-nos afirmando que todos são indispensáveis. Segue dizendo que esta estruturação assim foi feita para que não haja divisões, ao contrário, que haja o cuidado mútuo. E, uma das partes de que mais gosto, fala sobre a empatia, isto é, que tanto na alegria quanto no sofrimento de um irmão ou irmã, todos os demais se tornam com este ou com esta solidários, alegrando-se ou sofrendo juntos.

Ainda seguindo nesta figura de linguagem comparando a Igreja a um corpo, somos lembrados que cada um de nós é diferente, pois somos seres individuais e únicos, porém somos iguais e interdependentes por estarmos todos ligados uns aos outros como membros deste corpo/Igreja.

Isso fica fácil de entender quando consideramos o nosso corpo biológico e o comparamos com a metáfora acima descrita. Se dermos, por acidente, uma martelada em nosso menor dedinho, todo o corpo fica condoído juntamente com ele, pois sente a mesma dor.

Da mesma forma, nos é ensinado que assim deveria ser com a Igreja e com cada membro que a compõe: deveríamos sentir pelo outro a sua dor ou a sua alegria. Neste sentido, gosto especialmente desta Palavra que o apóstolo Paulo compartilhou com os irmãos de Roma: Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram (Romanos 12:15). Creio que esta é a mais ampla representação do que seja a empatia, a habilidade cordial de colocar-se no lugar do outro!

Na prática consciente, temos que reconhecer que nem sempre isso ocorre, pois podemos simplesmente ignorar nossos irmãos em Cristo. Não deveríamos, mas é possível fazê-lo, e é o que mais frequentemente se vê por aí.

Deveríamos estar sempre lembrados que cada um de nós tem habilidades e dons diversos, que nos são dados para a edificação da Igreja: A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento; a outro, , pelo mesmo Espírito; a outro, dons de curar, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas. Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer (1º Coríntios 12:7-11).

E é pelo Espírito que somos mantidos coesos para seguirmos unificados como Igreja: Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito (1º Coríntios 12:12-13).

Tudo isso nos instrui a seguirmos dando suporte uns aos outros: Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiveram uns contra os outros. Perdoem como o Senhor os perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito (Colossenses 3:12-14). Esse é o ideal dos irmãos cristãos – e isso concretiza o amor de uns pelos outros!

De forma mais macro ainda, podemos entender que, assim como os irmãos e irmãs em Cristo que compõem a Sua Igreja, todas as formas de vida são interligadas entre si, tanto em nosso planeta como no Universo todo. Jesus ensina isso o tempo todo no Evangelho. Estamos conscientes disso? Deveríamos estar!

Gosto de lembrar que em Cristo o Universo é sintetizado: Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa (Hebreus 1:1-3).

Oro para que o Senhor nos mantenha conscientes disto tudo – oro por mim e oro por você!

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 16 de março de 2025

166 – Jonas e Nínive (Jonas 1 – 4)


A1(versículo de Jonas 1) palavra do SENHOR veio a Jonas, filho de Amitai I, com esta ordem: “Vá2 depressa à grande cidade de Nínive e pregue contra ela, porque a sua maldade subiu até a minha presença”.

Mas3 Jonas fugiu da presença do SENHOR II, dirigindo-se para Társis III. Desceu à cidade de Jope, onde encontrou um navio que se destinava àquele porto. Depois de pagar a passagem, embarcou para Társis, para fugir do SENHOR.

O4 SENHOR, porém, fez soprar um forte vento sobre o mar, e caiu uma tempestade tão violenta que o barco ameaçava arrebentar-se. Todos5 os marinheiros ficaram com medo e cada um clamava ao seu próprio deus. E atiraram as cargas ao mar para tornar mais leve o navio.

Enquanto isso, Jonas, que tinha descido para o porão e se deitado, dormia profundamente. O6 capitão dirigiu-se a ele e disse: “Como você pode ficar aí dormindo? Levante-se e clame ao seu deus! Talvez ele tenha piedade de nós e não morramos”.

Então7 os marinheiros combinaram entre si: “Vamos tirar sortes para descobrir quem é o responsável por esta desgraça que se abateu sobre nós”. Tiraram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas.

Então15, pegaram Jonas e o lançaram ao mar enfurecido, e este se aquietou.

Então17 o SENHOR fez com que um grande peixe engolisse Jonas, e ele ficou dentro do peixe três dias e três noites IV.

1(versículo de Jonas 2) de dentro do peixe, Jonas orou ao SENHOR, ao seu Deus.

E o SENHOR deu ordens ao peixe, e ele vomitou Jonas em terra firme.

A1(versículo de Jonas 3) palavra do SENHOR veio a Jonas pela segunda vez com esta ordem: “Vá2 à grande cidade de Nínive e pregue contra ela a mensagem que eu vou dar a você”.

E3 Jonas obedeceu à palavra do SENHOR e foi para Nínive. Os5 ninivitas creram em Deus. Proclamaram jejum, e todos eles, do maior ao menor, vestiram-se de pano de saco.

Deus10 viu o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Então Deus se arrependeu e não os destruiu como tinha ameaçado.

Jonas fugiu porque ficou com medo do que poderia acontecer. Ficou zangado, pois queria que Deus destruísse os inimigos de Israel. Foi sentar-se no alto de uma colina da qual se avistava a cidade, e Deus providenciou uma videira para lhe dar sombra. Jonas ficou contente, por causa da videira. Mas, quando Deus fez a videira murchar, se aborreceu.

Mas9(versículo de Jonas 4) Deus disse a Jonas: “Você tem alguma razão para estar tão furioso por causa da planta?”

Respondeu ele: “Sim, tenho! E estou furioso a ponto de querer morrer”.

Mas10 o SENHOR lhe disse: “Você tem pena dessa planta, embora não a tenha podado nem a tenha feito crescer. Ela nasceu numa noite e numa noite morreu. Contudo11, Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?”

 

v     Para entender a história

Jonas implora o perdão de Deus, mas não consegue aceitar o fato de Deus estender a sua compaixão aos idólatras. A preocupação de Jonas com a videira mostra a sua falta de compaixão pelos ninivitas. Preocupa-se mais com uma planta do que com uma cidade repleta de gente. E Deus lhe ensina que o arrependimento de uma cidade pode fazer com que o perdão divino alcance todas as pessoas.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Jonas, filho de Amitai” – Jonas foi um profeta que viveu no reino do norte, durante o reinado de Jeroboão II (cerca de 793 – 753 a.C.). O profeta morou em Gate-Hefer, a pouca distância a nordeste de Nazaré, a cidade onde Jesus cresceu.

                                   II.      Jonas fugiu da presença do SENHOR– Jonas não queria alertar o povo de Nínive sobre a sentença de Deus. Os ninivitas eram inimigos dos israelitas, e Jonas queria que Deus os destruísse.

                                III.     “Dirigindo-se para Társis” – Navios que partiam para Társis traziam de volta cargas de metais preciosos. Esta cidade é identificada como Tartessos, no sudoeste da Espanha, onde havia uma colônia fenícia de mineração.

                                IV.     “Três dias e três noites” – Há uma antiga crença pagã de que a alma leva três dias e três noites para atingir a outra vida. Jonas ficou dentro do peixe durante um período no qual a morte seria certa.

 

- Nínive: É mencionada, pela primeira vez, no livro de Gênesis, como a cidade construída por Ninrode, arquiteto da Torre de Babel. A cidade localizava-se no lado oriental do rio Tigre, no norte da Mesopotâmia. Na época de Jonas, Nínive era uma cidade régia dos monarcas assírios e, em 705 a.C., tornou-se capital de todo o império.

- Baleia: A Bíblia menciona apenas um “grande peixe”, mas é quase que unanimidade que se tratava de uma baleia. Existe grande número de relatos antigos sobre pessoas que sobreviveram após terem sido tragados por baleias. A sobrevivência delas se atribui ao fato de que as baleias, com frequência, precisam emergir para respirar. Claro que esses relatos podem não passar de lendas. No caso de Jonas, entende-se que se trata de um milagre.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 9 de março de 2025

Tomando o Reino Por Esforço

 

 

“Tomar o reino de Deus por esforço”, foi o que Jesus disse que aconteceria: “Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força se apoderam dele” (Mateus 11:12).

Você se pergunta: Mas como? Se tudo da parte de Deus é graça?

Eu digo a você: Não há para o homem nenhum esforço maior do que aprender a descansar na graça de Deus e no que já foi e está feito para ele em Cristo!

Sim! Descansar é coisa que muito pouca gente consegue!

E que esforço é o que se requer para descansar?

Ora, é o esforço de confiar!

Assim, apenas veja se você descansa ou não em Deus em tudo o que seja vida para você.

Grande é o esforço de lançar sobre Ele todas as nossas ansiedades, assim como nossas justiças próprias, nossas morais auto-justificadoras, nossas santificações externas e arrogantes, nossa empáfia espiritual, nosso status comunitário, nossa imagem, nossa segurança humana, nossos amores idolatrados, nossas paixões enganosas, nossa reputação, nosso nome, nosso poder de se impor pela autoridade humana, e tudo o que signifique honra, direito, justiça, vingança, ou poder de ferir ou de manipular.

Sim! Experimente apenas descansar.

Porém, veja que tudo em você se alvoroçará. Até mesmo de “irresponsável” você chamará si próprio por estar sem aflição em razão de ter entregado tudo ao Pai.

A idolatria da segurança pessoal é tão grande que descansar em Deus parece idiotice. Porém, eu pergunto: Que Deus é esse em quem não se pode confiar? É Ele apenas um deus de pau ou pedra? Será que é Deus mesmo? Ou será que nós é que dizemos que cremos n’Ele sem de fato confiarmos n’Ele? E como pode alguém crer desconfiando de Deus?

Assim, o reino de Deus é tomado por esforço, porém, o grande esforço é deixar de fazer força, e apenas descansar e confiar em Deus sobre tudo quanto seja vida para você.

Será que ao invés de resolver por conta própria seus problemas você teria a coragem de não se meter e deixar tudo nas mãos do Pai?

Será que ao invés de manipular e maquinar no trabalho acerca de como prejudicar quem prejudica você, seria você capaz de apenas deixar tudo com Deus e esquecer o assunto?

Será que ao invés de buscar provar a todos que você não é quem eles dizem que você é, seria você capaz de deixar que sua justiça venha de Deus?

A lista de perguntas seria imensa. Mas você já tem uma ideia do que estou dizendo.

Tente não fazer força. Sim! Tente e veja como é difícil, pois tudo em você clama por soluções que venham do seu braço, e não da confiança em Deus.

Você é do tipo que somente entrega tudo a Deus quando já faliu em todas as suas forças e supostas soluções?

Pense nisto!

 

(um texto de Caio Fábio D´Araújo Filho)


domingo, 2 de março de 2025

165 – A Cura de Naamã (2º Reis 2 – 5)


Eliseu13(versículo de 2º Reis 2) pegou o manto de Elias, que tinha caído, e voltou para a margem do Jordão. Então14 bateu nas águas do rio com o manto e perguntou: “Onde está agora o SENHOR, o Deus de Elias?” Tendo batido nas águas, essas se dividiram e ele atravessou.

Quando15 os discípulos dos profetas, vindos de Jericó, viram isso, disseram: “O espírito profético de Elias repousa sobre Eliseu”. Então foram ao seu encontro.

Eliseu continuou a realizar milagres, da mesma maneira que o seu mestre Elias o fizera. Tornou-se bastante conhecido por todo Israel como um homem de Deus.

Naamã1(versículo de 2º Reis 5), comandante do exército do rei da Síria I, era muito respeitado e honrado pelo seu senhor, pois por meio dele o SENHOR dera vitória à Síria. Mas esse grande guerreiro ficou leproso.

Ora2, tropas da Síria haviam atacado Israel e levado cativa uma menina, que passou a servir à mulher de Naamã. Um3 dia ela disse à sua senhora: “Se o meu senhor procurasse o profeta que está em Samaria, ele o curaria da lepra II”.

Então9 Naamã foi com seus cavalos e carros e parou à porta da casa de Eliseu. Eliseu10 enviou um mensageiro para lhe dizer: “Vá e lave-se sete vezes no rio Jordão; sua pele será restaurada e você ficará purificado”.

Mas11 Naamã ficou indignado e saiu dizendo: “Eu estava certo de que ele sairia para receber-me, invocaria de pé o nome do SENHOR seu Deus, moveria a mão sobre o lugar afetado e me curaria da lepra. Não12 são os rios Abana e Farfar, em Damasco III, melhores do que todas as águas de Israel? Será que não poderia lavar-me neles e ser purificado?” Então, foi embora dali furioso.

Mas13 os seus servos lhe disseram: “Meu pai, se o profeta lhe tivesse pedido alguma coisa difícil, o senhor não faria? Quanto mais, quando ele apenas lhe diz para que se lave e seja purificado!” Assim14 ele desceu ao Jordão e mergulhou sete vezes conforme a ordem do homem de Deus; ele foi purificado e sua pele tornou-se como a de uma criança.

Então15 Naamã e toda a sua comitiva voltaram à casa do homem de Deus. Ao chegar diante do profeta, Naamã lhe disse: “Agora sei que não há Deus em nenhum outro lugar, senão em Israel. Por favor, aceita um presente de teu servo”.

O16 profeta respondeu: “Juro pelo nome do SENHOR, a quem sirvo, que nada aceitarei”. Embora Naamã insistisse, ele recusou.

E17 disse Naamã: “Já que não aceitas o presente, ao menos permite que eu leve duas mulas carregadas de terra IV, pois teu servo nunca mais fará holocaustos e sacrifícios a nenhum outro deus senão ao SENHOR”.

 

v     Para entender a história

Eliseu herda os poderes espirituais do seu mestre e continua a missão de Elias para restabelecer a aliança de Deus com Israel. A cura miraculosa de Naamã mostra que o zelo de Deus estende-se a outras nações. Enquanto Israel abandona Deus para adorar divindades estrangeiras, um estrangeiro renuncia aos seus deuses e cultua o Senhor.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Rei da Síria” – A Síria (também chamada de Arã) era um conjunto de pequenas cidades-estados do qual Damasco era o poder dominante. Naamã serviu no exército de Ben-Hadade II (860 – 843 a.C.), o rei de Damasco. Síria e Israel viviam em guerra, mas, nessa época, faziam parte de uma aliança formada para se opor à ameaça da expansão da Assíria.

                                   II.      “O curaria da lepra” – A lepra é uma infecção bacteriana crônica que ataca os nervos, principalmente no rosto e nos membros, danificando a pele. Nos tempos bíblicos, as pessoas não sabiam distinguir essa doença de uma variedade de enfermidades menos graves, como o eczema. Por isso, várias doenças de pele são descritas como lepra.

                                III.     “Os rios Abana e Farfar, em Damasco” – O rio Abana (atualmente chamado de Barada) cortava o centro de Damasco, e o rio Farfar passava ao sul da cidade. Esses rios gêmeos tornaram Damasco e seus arredores uma área fértil e exuberante.

                                IV.     “Duas mulas carregadas de terra” – No antigo Oriente Médio, acreditava-se que os deuses somente podiam ser cultuados nas terras que regiam. Naamã ordenou que fosse trazido solo israelita para consagrar um lugar, na Síria, onde ele pudesse cultuar Deus.

 

- Eliseu: Como sucessor ungido de Elias, Eliseu continuou a manifestar o poder e a presença de Deus, em uma época crítica da história religiosa de Israel. O sacerdócio de Eliseu durou cerca de cinquenta anos (cerca de 855 – 798 a.C.) e pegou o reinado de cinco reis: Acabe, Acazias, Jorão, Joás e Jeoacaz. Eliseu era mais sociável do que Elias e preferiu morar na cidade.

- Os milagres de Eliseu: Eliseu realizou duas vezes mais milagres que Elias, e eles atingiram todos os níveis sociais. Ele atuava como conselheiro da corte e suas ações e conselhos levaram Israel de volta a Deus. Muitos dos milagres de Eliseu demonstram a preocupação de Deus com o homem comum.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.