João 15:4
“Permaneçam
em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se
não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não
permanecerem em mim”.
Jesus conta uma historinha de vinhas, vinhedos, videiras e
ramos, numa alusão super entendível àqueles que O ouviam, pois falava, neste
momento, numa linguagem agrícola e de vinicultura a pessoas agricultoras – ou
que conheciam o tema. Ele sempre usava este estratagema – falar numa linguagem
acessível, usando metáforas e comparações para que a Sua Palavra tocasse quem a
ouvisse.
Pois bem. Falando de videira e ramos – o texto bíblico completo
está em João 15:1-17 – e outro texto está neste blog sob o título “Um Texto
Inspirado”, que pode ser acessado pelo campo “pesquisa”, aí em cima –, Ele
retrata a dependência que os ramos têm da videira, assim como ensina, por este
modo, a dependência que nós – os que cremos n’Ele – temos d’Ele.
Inicia Ele dizendo “permaneçam
em mim”. Por isso intitulei este texto desta forma – permanecer em Cristo.
E por que o fiz? Porque, por experiência própria, permanecer n’Ele nem sempre é
fácil! Por vezes é bem difícil. Ele sempre está em nós, pois prometeu que
deixaria o Seu Espírito – o Espírito Santo – conosco para sempre. Mas, ainda
assim, para nós, às vezes, é difícil permanecer n’Ele. O mundo em que vivemos
oferece muitos atrativos diferentes d’Ele – e aqui não falo dos festerês da vida; falo dos oferecimentos
de espiritualidade que diferem daquilo que Jesus ensina, demonstra e vive no
Evangelho. E, como estes atrativos nos parecem, por vezes, tão atrativos – com
o perdão da redundância –, podemos sucumbir a eles.
Aqui não quero me deter na descrição de atrativos diferentes do
Evangelho – pois, se conhecemos o Evangelho de Cristo, reconhecemos também
estes atrativos –, mas quero me ater a esta permanência em Cristo da qual Ele
fala na Sua Palavra.
“Permaneçam
em mim” é o Seu convite. E prossegue dizendo que, em assim fazendo, “permanecerei em vocês”. Aqui Ele alude
ao Seu Espírito, que recebemos no momento em que cremos n’Ele – Jesus Cristo.
Não há nenhum ritual necessário para recebermos o Espírito Santo do Senhor em
nós, a não ser crer em Sua Palavra. No Novo Testamento, numa ou noutra ocasião,
os que criam recebiam o Espírito pela imposição de mãos dos apóstolos; em
outras tantas ocasiões, porém, o “ato” em si não era necessário – como na casa
de Cornélio, por exemplo. Assim, quando permanecemos em Cristo, Ele permanece
em nós.
E como permanecemos n’Ele? Quando estamos nos alimentando da Sua
Palavra – constante na Bíblia –, quando nos orientamos pelos Seus ensinamentos
e modo de vida dados como exemplo a nós, e quando nos decidimos a cada dia
renovar esta opção por Ele como Salvador, Mestre, Senhor e condutor da nossa
vida. É uma escolha/decisão diária.
“Nenhum
ramo pode dar fruto por si mesmo”, Ele prossegue. Parece óbvio para
uma videira. O ramo está lá no alto, e a raiz da videira está nela própria,
aprofundada na terra. Assim, corte a videira e o ramo não só não dá mais
frutos, como ele morre! Parabolicamente, nos é ensinado que, se “cortarmos”
Jesus da nossa vida, não só deixamos de dar fruto no Espírito para a vida aqui
na terra e – especialmente – para a vida eterna juntos d’Ele, como morremos em
nossa fé! E, se deixamos de ter fé, morremos para a vida, e andamos como zumbis
– mortos-vivos vegetando sem sentido. Sem Ele, por nós mesmos, não podemos dar
frutos de vida! Sem permanecermos em Cristo, nada podemos fazer!
Agora, neste ponto e neste momento da vida, pergunto a mim
mesmo:
Tenho permanecido em Cristo?
E, se sim, como o tenho feito?
E, se não, como posso fazer para voltar?
Neste momento em que digito estas linhas, minha resposta é “sim,
tenho permanecido n’Ele”, para a primeira pergunta. Digo isto neste momento,
enquanto digito, pois amanhã terei que refazer meu propósito de n’Ele
permanecer, e assim por diante, dia após dia, até que Ele venha ao meu encontro
definitivo e “visível” aos meus olhos, seja na Sua segunda vinda, seja se eu
partir para a “eternidade” antes que isso aconteça.
Vamos pular a segunda pergunta e vamos à terceira. Podemos
voltar à permanência em Cristo quando quisermos – e decidirmos com firme propósito
fazê-lo. Há um texto, aqui mesmo neste blog, emprestado do meu mano Carlos
Bregantim, que fala do convite que Jesus faz para voltarmos para Ele, não
impondo condições – que pode ser acessado no campo “pesquisa”, aí em cima,
digitando-se “não importa, volte pra mim”.
Vamos agora à resposta à segunda pergunta aí de cima: Como tenho
feito para permanecer em Cristo? Como todas as pessoas podem permanecer em
Cristo? Vão abaixo alguns exemplos – e cada um terá os seus, conforme experienciar Cristo em sua vida:
à Vivendo o cerne da
doutrina de Cristo. “‘Ame o SENHOR, o seu
Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’.
Este é o primeiro e maior mandamento. O segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu
próximo como a si mesmo’. Destes dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mateus 22:37-40).
à Considerar o lema do livre
discipulado. Disse Jesus aos judeus que
haviam crido nele: “Se vocês
permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E
conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:31-32).
à Ler, estudar e divulgar a
Palavra com dedicação. Jesus respondeu:
“Vocês erram porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!”
(Mateus 22:29). Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos;
se der ouvidos à sabedoria e inclinar o coração para o discernimento;
se clamar por entendimento e por discernimento gritar bem alto; se
procurar a sabedoria como se procura a
prata e buscá-la como quem busca um
tesouro escondido, então você
entenderá o que é temer o SENHOR e achará
o conhecimento de Deus (Provérbios 2:1-5).
à Praticar a oração. Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a
noite orando a Deus (Lucas 6:12). Orem
continuamente (I Tessalonicenses 5:17).
à Demonstrar no convívio os
frutos do Espírito Santo. Mas o fruto do
Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio. Contra essas
coisas não há lei (Gálatas 5:22-23).
à Desenvolver os dons do
Espírito Santo. A cada um, porém, é dada
a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo
mesmo Espírito, a palavra de
conhecimento; a outro, fé, pelo
mesmo Espírito; a outro, dons de curar,
pelo único Espírito; a outro, poder para
operar milagres; a outro, profecia;
a outro, discernimento de espíritos;
a outro, variedade de línguas; e
ainda a outro, interpretação de línguas.
Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada
um, como quer (I Coríntios
12:7-11).
à Produzir obras da fé. Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à
obra do Senhor, pois vocês sabem que, no
Senhor, o trabalho de vocês não é em vão (I Coríntios 15:58). Assim como o corpo sem espírito está morto,
também a fé sem obras está morta (Tiago 2:26).
à Incentivar as pessoas a
participar da igreja à qual congregam. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas
procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se
aproxima o Dia (Hebreus 10:25).
à Promover a integração das
pessoas, independente da denominação eclesiástica. Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses
membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos
muitos, formamos um corpo, e cada
membro está ligado a todos os outros (Romanos 12:4-5).
à Respeito às diferenças de
pensamento em todos os assuntos. Todos
nós que alcançamos a maturidade
devemos ver as coisas dessa forma, e, se
em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. Tão-somente vivamos de acordo com o que já
alcançamos (Filipenses 3:15-16).
Em conclusão, posso dizer que a vida clama pela permanência
ininterrupta de cada alma em Jesus Cristo, nós n’Ele, e Ele em nós.
Ele mesmo garante a nosso respeito: “As minhas ovelhas ouvem a minha
voz; eu as conheço, e elas me seguem.
Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar de minha mão. Meu Pai, que as deu para
mim, é maior do que todos; ninguém as
pode arrancar da mão de meu Pai” (João 10:27-29).
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt
Hilbert