Efésios
4:2
Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes,
suportando uns aos outros com amor.
Olhando para esta
Palavra que uso como base para este texto, fico pensando: Somos completamente humildes
e dóceis? Somos pacientes? Suportamo-nos uns aos outros?
Primeiro, vamos entender
o significado de cada um destes termos, para depois voltarmos à reflexão.
Ser humilde não é andar
humilhado, mas, sim, saber-se forte e altivo e, assim, tratar a todos como se
fossem fortes e altivos. Exemplo: É humilde um presidente de uma megaempresa
que trata o porteiro, a senhora do cafezinho e o faxineiro como se fossem seus iguais
– porque são! –, e faz isso sem fingimento, mas de coração e com consciência. Simples
assim, sem rodeios, um exemplo bem prático. Podemos também dizer que humildade é
uma qualidade que faz uma pessoa ser modesta, reconhecendo as suas próprias
limitações. Alguém assim não permite que em si habitem a arrogância, e cultiva
a habilidade de aceitar os próprios erros e defeitos, assim como aceita os
erros e defeitos dos outros. Ainda, alguém que é humilde se coloca diante das
circunstâncias abrindo-se para aprender e crescer. E, mais do que isso, o humilde
se coloca como um colaborador – aquele que co-labora, isto é, trabalha em
conjunto – e se disponibiliza a ajudar. Uma pessoa humilde cria relacionamentos
mais saudáveis, ambientes mais produtivos e ações mais justas.
Dócil é aquela pessoa
que lida com a vida com doçura de postura e acolhimento, com tom de voz suave,
sorriso e receptividade com todos – com todos! Uma pessoa que cultiva a
característica da doçura em si mesma, também é alguém com quem é fácil de lidar
e conviver, é maleável – e considera a vontade dos outros, não querendo sempre
impor a sua própria.
Paciente não é aquele
que é passivo, resignado, paralisado, mas é aquele que é ativo e, ao mesmo
tempo, sabe dar o tempo necessário ao tempo. Paciente também é aquele que sabe
esperar em Deus. Aplicado de forma bem prática no dia a dia da realidade, a
paciência envolve autocontrole e passar pelo desenrolar das situações sem ficar
irritado, agitado ou ansioso. Gosto da definição de paciência desta forma: paz
mais ciência, isto é, estar-se ciente que se deve cultivar a paz em si mesmo.
Aquele que suporta o
outro não é aquele que entende que deve suportar os chatos, os inoportunos, os inconvenientes,
os incômodos, os que causam percalços, ou, de forma clara, suportar no sentido
de sofrer impropérios. Segundo o significado que este termo tem na Palavra do
Senhor, suportar é dar suporte, é servir de apoio. Suportar é colocar o ombro
embaixo da carga do próximo, ajudá-lo, a fim de que não se sinta sozinho e,
assim, também abrir a oportunidade de recebermos suporte quando assim o
necessitarmos. O suporte ao próximo visa, sobretudo, edificá-lo no Senhor.
E tudo isso, diz o apóstolo
Paulo aos seus irmãos da igreja de Éfeso, deve ser feito em amor! Sem amor,
nada faz sentido e nada serve para nada!
Aliás, o amor merece um
parágrafo especial neste texto: Ainda que eu fale as línguas dos homens e
dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que
retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo
o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres
tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor,
nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se
vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses,
não se ira facilmente, não guarda
rancor. O amor não se alegra com a
injustiça, mas se alegra com a
verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão,
o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava
como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás
as coisas de menino. Agora, pois, vemos
apenas um reflexo obscuro, como em
espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente
conhecido. Assim, permanecem agora
estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor (1º Coríntios
13:1-13).
Agora, sabendo dos
significados e contextos, podemos olhar novamente para esta Palavra e para nós
mesmos, e nos perguntar: E eu? Como ando, se olho para esta Palavra como se
olhasse num espelho? Ela se espelha em mim? Meu reflexo está nesta Palavra? Esta
Palavra é vista em mim por aqueles que comigo convivem?
Assim, sermos humildes,
dóceis e pacientes, definitivamente não é sermos abobalhados, antes, é sermos
discípulos do Senhor, buscando crescer na prática dos Seus ensinamentos.
É claro que temos que
ser realistas sempre, verdadeiros conosco mesmos. Temos muito ainda a crescer. Mas
podemos e devemos crescer. E o crescimento sempre se inicia com o primeiro
passo...
Por ora é isso.
Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
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