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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Um Natal Luz Para Todos!


          Aqui em Gramado vivemos à mancheia o Natal Luz. Com a cidade enfeitada, movimentadíssima desde novembro, com luzes enfeitando cada cantinho, com desfiles, concertos musicais, musiquinhas natalinas tilintando nas caixinhas de música do centro, personagens natalinos à moda européia saltando aos borbotões, e, claro, papais-noéis à fuzel, é impossível não se deixar embeber pelo clima típico desta época de final de ano.
          Desde que a Coca-Cola, em 1931, repaginou a roupinha do Santa Claus e a pintou com sua cor característica (a da marca, não a do bom velhinho) para uma campanha publicitária, que o Papai Noel (Noël é Natal, em francês), com sua roupinha polar vermelha também grassa entre nós como figurinha inseparável do Natal, mesmo que vivamos num país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza, como cantaria o Jorge Ben Jor – e uma roupinha daquelas faria derreter de calor qualquer bom velhinho aqui na tropicália.
          Mas, bem, Papai Noel não pode faltar, se diria. Dia desses, um grande amigo meu tirou uma foto ao lado do dono das renas e do trenó e postou no Facebook, com uma legenda: “Posando ao lado do personagem principal do Natal”. Mas, hein? Personagem principal? Que vacilo, meu brother! Mas eu não o condeno. Muitos temos estes mesmos vacilos.
          Então, para não vacilarmos, quero propor voltarmos a algumas coisas que julgo propícias a serem relembradas.
          Quero voltar ao Natal Luz, mais especificamente à Luz do Natal. Quero voltar àquele que é, este sim, o personagem principal do Natal – e da existência toda: Jesus Cristo.
          Quero voltar àquele que é a encarnação da Palavra, a encarnação do próprio Deus entre nós, o nosso Emanuel – Deus conosco. No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus (João 1:1). Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens (João 1:9). Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1:14).
          Quero voltar àquele que desde sempre fora vaticinado como sendo o portador do modo de ser divino entre nós, como o salmista já cantava: A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho (Salmo 119:105).
          É a este que quero voltar, nestes instantes que antecedem a data que se convencionou em usar para relembrar o nascimento do Salvador.
          Quero convidar a cada um que lê estas linhas, a refletir no que é de verdade, esquecendo-se um pouco dos pirilampos das luzes comerciais e voltando-se para abraçar e dar a sua luz a quem estiver ao seu lado, pois começamos sempre por quem está mais próximo, para depois deixar que nosso abraço fraterno alcance mais e mais.
          E, agora, sim, posso e quero desejar a todos um Natal cheio de Luz, e que esta Luz permaneça conosco em todos os dias de 2015!

          Grande abraço, saudações e até o ano que vem!

          Kurt Hilbert

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Os 144 Mil Selados (Ap. 7)


Como a ira do Cordeiro contra os judeus registrada em Apocalipse, testemunhamos uma pausa surpreendente no drama terrível. Quatro anjos estão retendo o vento “da terra”, quer dizer, de Israel (7.1-3). Esse ato é uma imagem simbólica, que relata o que Robert Thomas chama de “apocalíptico pitoresco”.
Os anjos não estão literalmente segurando os ventos, mas os ventos de destruição (v. Jr. 49.36,37; 51.1,2). Os primeiros seis selos representam a fase inicial da guerra dos judeus, em que Vespasiano lutou a seu modo pela Galileia em direção a Jerusalém. Mas antes de ele ter uma oportunidade para sitiar Jerusalém, a ação é interrompida enquanto esses anjos selam os 144.000 das doze tribos de Israel (Ap. 7.3). 

O número 144.000, como a maioria dos estudiosos concorda, é certamente simbólico. Na realidade, em Apocalipse todos os milhares perfeitamente arredondados parecem ser simbólicos. Dez é o número quantitativo de perfeição, e mil o cubo de dez. Com freqüência as Escrituras usam o número 1.000 como valor simbólico, e não expressa uma enumeração literal (e.g., Êx. 20.6; Dt. 1.11; 7.9; 32.30; Js. 23.10; Jó 9.3; Sl. 50.10; 84.10; 90.4; 105.8; Ec. 7.28; Is. 7.23; 30.17; 60.22; 2Pe. 3.8). Além disso, nesse livro altamente simbólico, deveríamos notar que exatamente 12.000 pessoas vêm de cada uma das doze tribos. Mas o que simboliza o número? E quem são essas pessoas? Qual é o significado desse episódio?

Para avaliar essas perguntas corretamente, temos de lembrar os seguintes fatos: 
1) Os acontecimentos estão ocorrendo no século I, conforme João tão claramente afirma (1.1,3; 22.6,10); 
2) Os julgamentos estão caindo sobre Israel e se direcionando para Jerusalém; 
3) O cristianismo apostólico tendeu a se focalizar em Jerusalém (v. At. 1.4,8; 18.21; 20.16; 24.11);
4) João considera os judeus não-cristãos como os que “se dizem judeus mas não são”, pois são membros da “sinagoga de Satanás” (Ap. 2.9; 3.9; v. Jo. 8.31-47). 

Por conseguinte, esses “servos de Deus” das “doze tribos de Israel” (7.4-8) são a raça de judeus que aceitam o Cordeiro de Deus para a salvação (aparecem posteriormente com ele no Monte Sião, 14.1-5).
Quando comparamos seu número especificamente definido (144.000) com “a grande multidão que ninguém podia contar” (7.9), esse número é relativamente pequeno. Mas eles representam um número perfeito, especialmente amado por Deus e que pertencem a ele (são verdadeiros judeus, o remanescente, v. Rm. 2.28,29; 9.6,27; 11.5). Assim, o Senhor coloca seu selo (espiritual) neles (Ap. 7.3; v. 2Co. 1.22; Ef. 1.13; 4.30; 2Tm. 2.19). De certo modo, o selar deles é a resposta à pergunta: “Quem poderá suportar?” (Ap. 6.17). A resposta: Somente aqueles que Deus protege – precisamente como o pano de fundo do AT (Ez. 9.4-9). 

Em outras palavras, antes que a guerra dos judeus alcance e subjugue Jerusalém, Deus, providencialmente, proporciona rápida cessação de hostilidades, permitindo aos judeus cristãos na Judeia escapar (como Jesus deseja em Mt. 24.16-22). Isso aconteceu quando o imperador Nero se matou (68 d.C.), fazendo os generais romanos Vespasiano e Tito cessar as operações e bater em retirada por um ano devido ao tumulto em Roma. Sabemos mediante os pais da igreja Eusébio e Epifânio que os cristãos fugiram para Pella antes da guerra subjugar Jerusalém.

Fonte: Apocalipse, C. Marvin Pate (organizador), Editora Vida, p. 58-60.5

Comentário adicional - Rev. Kenneth L. Gentry, Jr:
Os 144.000 representam os primeiros frutos do evangelho de judeus convertidos em Israel. Claro que, como tal são o começo da nova fase de aliança da igreja, mas eles não simbolizam a igreja.
Lucas traduz a terminologia hebraica de Mateus 24.15 de forma que entendemos o que acontece ”Quando virem Jerusalém rodeada de exércitos, vocês saberão que as sua devastação está próxima” (Lucas 21.20), e naquele momento seus seguidores irão fugir (Lucas 21.21; cf. Mt. 24.16). Em 68 d.C., os generais Vespasiano e Tito “tinham fortalecido todos os lugares ao redor de Jerusalém [...] cercando a cidade por todos os lados”. Mas quando Vespasiano e Tito são “informados que Nero estava morto” , não “continuaram com sua expedição contra os judeus” até que posteriormente Vespasiano se tornasse o imperador em 69. Após isso “Vespasiano voltou sua atenção ao que permaneceu subjugado na Judeia”. 


Este texto foi enviado pelo irmão na fé Carlos Caleri, desde São Paulo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Comunicar a Fé


          João 12:42-43
          ... muitos líderes dos judeus creram nele. Mas, por causa dos fariseus, não confessavam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga; pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus.

          A comunicação ocorre de várias formas: pelas palavras, pelas atitudes – o que fazemos e o que deixamos de fazer –, pela postura corporal – o que chamamos de “linguagem do corpo” – e até pelo silêncio – este, uma forma de comunicação eficaz e muitas vezes despercebida. Há, claro, mais formas de comunicação, mas fiquemos com estas.
          E aí?, você pergunta. O que tem isso a ver com o ponto bíblico acima? Tudo – respondo eu. Tem tudo a ver. Senão, vejamos: muitos dos judeus creram em Jesus, pois O ouviam, viam Seus milagres – o que a Bíblia chama de sinais – e foram tocados por isso. Chegaram a ter fé no que viam e ouviam de Cristo. Que bom, não é? Claro!
          Mas aqueles judeus que creram ficaram preocupados com o que os fariseus pensariam deles. Ficaram com medo da reprovação dos outros. Ficaram com medo de perderem a sua posição de liderança dentro da sinagoga – o que lhes conferia uma honraria nada desprezível. Aqueles líderes judeus, que foram tocados pelas palavras e atitudes de Jesus, tiveram medo de serem rejeitados pela opinião dos outros. E fizeram uma escolha: por medo, preferiram dar bola à opinião dos outros do que dar bola à posição deles próprias – uma posição de fé, uma posição daquilo em que eles acreditavam. Desfizeram-se de si mesmos por medo dos outros. Anularam-se a si mesmos para não serem rejeitados. Deram preferência à opinião dos outros em detrimento da de Deus. Que ruim isso, não é? Pois é.
          E eu com isso?, talvez você daí pergunte. Não sei, respondo cá eu. Diga você. Onde você se encaixa no peremptório acima? Quais as suas opiniões? São suas ou dos outros? Quais as suas convicções? São suas ou você engole as convicções dos outros? Quem é você? Você é autenticamente você ou você é uma colagem do que os outros querem que você seja?
          O que você comunica para o mundo, para o seu ambiente, e – principalmente – para você mesmo é aquilo no que você acredita, ou – por medo do que os outros pensam – você se cala ou faz de conta que não é com você?
          Você prefere agradar às suas convicções – à sua fé –, ou tal qual maria-vai-com-as-outras, rumina o que o que agrada aos outros?
          (Claro que tudo o que estou escrevendo aqui vale para mim também!).
          O que estamos comunicando para a vida? É a nossa verdade ou a verdade do mundo?
          Só para refletirmos um pouquinho...
          “De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade. Todos os que são da verdade me ouvem(João 18:37). Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade (II Timóteo 2:15). “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6).
          Mas, por favor, se decidirmos comunicar a nossa verdade aos outros, o façamos com parcimônia, com persistência mas com moderação, para não sermos inconvenientes. Assim como temos direito à nossa opinião, o nosso próximo tem direito à dele. Mas não anulemos a nossa opinião por medo. Mas por amor, a comuniquemos.
          Vejamos o exemplo: Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” (Atos 5:29). E, para terminar, uma palavrinha do grande Mestre: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas” (Marcos 16:15).

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,

          Kurt Hilbert

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O batismo do Espírito Santo e a imposição de mãos


          O que a Bíblia realmente fala a respeito disso?
          Podemos definir o “batismo do Espírito Santo” como a obra através da qual o Espírito de Deus coloca aquele que crê em união com Cristo e em união com outros crentes no Corpo de Cristo, no momento da salvação. I Coríntios 12:12-13 e Romanos 6:1-4 são as passagens centrais na Bíblia onde encontramos esta doutrina. I Coríntios 12:13 declara: Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Romanos 6:1-4 declara: Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Apesar de Romanos 6 não mencionar especificamente o Espírito de Deus, descreve a posição dos que creem perante Deus e I Coríntios 12 nos diz como isto acontece.
          É necessário que observemos três fatos que ajudam a solidificar nossa compreensão do batismo do Espírito. Primeiramente, I Coríntios 12:13 afirma claramente que todos fomos batizados no momento em que bebemos (recebemos o Espírito para habitar em nós). Em segundo lugar, em nenhum lugar das Escrituras ela exorta que os que creem sejam batizados com/no/pelo Espírito. Isto indica que todos os que creem já experimentaram este ministério. Por último, Efésios 4:5 parece se referir ao batismo do Espírito. Se este é mesmo o caso, o batismo do Espírito já é a realidade de cada um que crê, assim como o são “uma fé” e “um Pai”.
          Assim, o batismo do Espírito Santo faz duas coisas: (1) nos une ao Corpo de Cristo, e (2) valida nossa co-crucificação com Cristo. Sermos parte de Seu Corpo significa que somos levantados com Ele para novidade de vida (Romanos 6:4). Devemos, então, exercitar nossos dons espirituais a fim de mantermos este corpo funcionando adequadamente como afirma o contexto de I Coríntios 12:13. Experimentar o batismo do Espírito funciona como base para mantermos a unidade da igreja, como no contexto de Efésios 4:5. Sermos associados com Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreição através do batismo do Espírito estabelece a base para a conquista da nossa separação do poder do pecado que está dentro de nós e nossa caminhada em novidade de vida (Romanos 6:1-10, Colossenses 2:12).
          A “imposição de mãos” é uma ação bíblica; no entanto, não há um mandamento bíblico que exige fisicamente impor as mãos para um ministério espiritual particular. Jesus certamente impôs as Suas mãos sobre muitos dos que curou; no entanto, Ele também curou sem fazê-lo. Na verdade, houve momentos em que não estava nem perto dos que curou. Mateus 8:8 descreve Jesus curando o servo do centurião sem passar perto da sua casa.
          Seguem-se dois exemplos a serem considerados: em um caso, o Espírito Santo concede o dom de falar em línguas com um apóstolo impondo as suas mãos; no outro, Ele o faz sem a imposição de mãos, mas simplesmente através da pregação do apóstolo.
          Disse-lhes Paulo: “João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus”. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam (Atos 19:4-6).
          Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus (Atos 10:44-46).
          Em 1 Timóteo 5:22, o pensamento não é nem tanto advertir sobre a ação física da imposição de mãos, mas sim que deve se conceder a responsabilidade da liderança espiritual (de qualquer forma em que for feito) com muito cuidado. Não é para ser feito “de repente” ou sem a devida consideração: A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro.
          Sem dúvida, a imposição de mãos na igreja primitiva era um meio de conectar a mensagem com o mensageiro, ou o dom espiritual com o doador talentoso. Ela servia como um “sinal” de autenticação por meio do qual a manifestação física de um dom espiritual era transmitida. Precisamos entender que não existem fórmulas mágicas bíblicas para o ministério da Igreja. Impor as mãos não tem poder em si mesmo, mas só é usado por Deus quando feito de acordo de acordo com a Sua Palavra.
           

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O SENHOR é o Meu Pastor


          O SENHOR é o meu pastor e nada me faltará. Em verdes pastos me faz repousar e me conduz a águas tranquilas; restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.
          Mesmo quando eu andar por um vale de sombras e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; tua vara e o teu cajado me protegem.
          Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice. Sei que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do SENHOR enquanto eu viver.
          (Texto do Salmo 23)

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Fundamentalismos e Fanatismos


Em pleno século XXI vive-se um fenômeno estranho que não mais devia fazer parte de nosso cotidiano, afinal espera-se do novo século “construto sociais” sem lançarmos mão dos “fundamentalismos e fanatismos” que num passado próximo ceifaram tantas vidas e não legaram um mundo melhor e com sentido.
Infelizmente a tendência destes “ismos” é tornar-se ideologia. Ora, ideologia é sempre uma concepção de mundo e tem referência a questões políticas socioeconômicas. No entanto, percebe-se que os “ismos” se ampliam na mesma proporção também em questões religiosas. O problema que está na subjacência desse processo é que a ideologia cega todo o tecido humano, já que a mesma centraliza tudo num objetivo determinado, torna-se coletivo e faz a pessoa perder a própria identidade para lutar por algo que consideram importantes. “Fundamentalismo” vem do latim “fundus”=solo, fundação. São os que querem construir uma sociedade ou a fé sobre algo firme. Mas, tornam-se rígidos e intolerantes.
Politicamente é algo perigoso por conduzir a ditaduras civis ou militares. Religiosamente confundem Deus com dogmas, olham a letra e não o espírito. “Fanatismo” vem do latim “fanum”, os romanos designavam o “sagrado”. Fanático leva ao entusiasmo e arrebata em êxtase. Isso hoje é negativo.
A raiz do fundamentalismo e fanatismo provém da insegurança, medo, que no final é algo da própria alma. O fundamentalismo dá firmeza, mas se torna estreito e afasta os outros. Se observarmos no hoje da globalização os mesmos estão mais fortes do que nunca e precisam de cura para edificar uma sociedade saudável e equilibrada, assim como uma fé madura sem os “ismos”. Tal postura é agressiva, violenta, divide, não tem limites, cega e cria fantasias megalomaníacas tanto na política, quanto nas religiões. Os fanáticos e fundamentalistas têm o lado demagógico, pregam o ódio e incitam as pessoas a agir como fanáticos. Pense!
Pe. Ari Antônio da Silva – Doutor em Filosofia

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Leitura Diária


          Deuteronômio 17:19
          “Trará sempre essa cópia consigo e terá que lê-la todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o SENHOR, o seu Deus, e a cumprir fielmente todas as palavras desta lei, e todos estes decretos”.

          A passagem acima foi retirada de uma orientação que o Senhor transmitia a quem fosse, no futuro, colocado como rei sobre o povo israelita. O ponto que desejo destacar é justamente este: e terá que lê-la todos os dias da sua vida.
          Primeiro, podemos considerar que essa orientação não cabe só a um rei – até porque a monarquia está em desuso hoje em dia – mas cabe a cada um de nós, pois somos governantes da nossa própria vida, do ponto de vista humano. Depois, esse “terá” não é propriamente uma obrigação, é antes uma orientação. A cópia de que fala a passagem era uma cópia da Lei. Em nosso tempo, esta cópia poderia referir-se à Bíblia. Cada um que deseja pode ter consigo uma cópia do livro mais impresso de todos os tempos.
          E é na leitura diária da Bíblia que eu quero chegar nesse texto, pois foi essa a revelação que esta passagem de Deuteronômio me trouxe.
          A Bíblia é um livro de revelações. A Palavra do Senhor não tem a necessidade de ser estudada teologicamente, ou segundo métodos interpretativos, segundo hermenêuticas e exegeses, pois essas são tão-somente técnicas humanas. Deus não necessita dessas técnicas para nos falar – Ele nos fala pela inspiração e revelação do Espírito Santo. Só isso.
          Quero repetir: a Bíblia é um livro de revelações.
          O Senhor, por meio dela, revela a Si mesmo para os homens, de forma parcial e segundo os homens de então poderiam entendê-Lo. Isso se dá especialmente no Antigo Testamento.
          O Senhor, por meio dela, revela os homens a si mesmos. Isso se dá quando lemos, nalgumas passagens, como os homens “usaram” Deus para impetrarem as suas próprias idéias, ou até mesmo para assustarem e oprimirem seus semelhantes, para causar-lhes medo e domínio. O que digo pode parecer, num primeiro momento, um tanto polêmico. Mas, sempre que observarmos na Bíblia alguma citação que, logo após o tão conhecido bordão “assim diz o SENHOR”, trouxer uma ordem cruel, desumana, insana, podemos ter certeza que o Senhor não a estava dando contra um semelhante do homem. Ali, nessa passagem, percebemos que eram homens influentes usando a Deus para a manipulação. Muitas pessoas ficam chocadas quando leem na Bíblia que Deus mandou matar “homens, mulheres e crianças”, ou quando é atribuída a Ele a ordem de “passar ao fio da espada” um integrante do seu próprio “povo”. Eu sei que agora posso estar mexendo num vespeiro, e alguns poderão estar me xingando. Mas eu tenho certeza que ali, nessas passagens, Deus está permitindo que o homem – cada um de nós – veja como alguns podem usar da boa fé – e do medo – dos outros para a manipulação. É isso que Deus nos revela ali. Eu digo que tenho certeza disso, pois em todos os tempos – e em especial hoje – alguns usam Deus para manipular outros. Na real, eles “pensam” que usam Deus, mas Deus só está nos ensinando a ter cuidado com “lobos em pele de cordeiro”.
          Quero dar um motivo, único e suficiente, para demonstrar o porque tenho certeza do que estou falando no parágrafo anterior: porque Jesus mesmo o ensinou! Aqui: Respondeu Jesus: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. O segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:37-40). A Lei e os Profetas eram as Escrituras Sagradas no tempo de Jesus, assim como os cristãos consideram a Bíblia como as Escrituras Sagradas hoje. Jesus ensinava que todas as Escrituras Sagradas dependem do mandamento do AMOR! É por isso que tenho aquela certeza que mencionei.
          Ainda, o Senhor, por meio da Bíblia, nos revela, no Antigo Testamento, a promessa e as indicações para a vinda do Cristo.
          E, por fim, através do Cristo, Deus se revela como a suprema fonte do AMOR. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele (I João 4:16).
          É por isso que a Bíblia é um livro de revelações. Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo (II Pedro 1:20-21).
          Dia desses me perguntaram: “Você acredita em tudo o que a Bíblia fala?”
          “Acredito”, respondi. E resumi: “A Bíblia, como um livro de revelações, mostra Deus Se revelando a Si mesmo para os homens, mostra os homens revelando a si mesmos uns para os outros, indica a vinda do Cristo, e revela, através do Cristo, todo o amor de Deus por nós”. Essa foi minha resposta.
          Não desconsideremos este pedido do Senhor: lê-la todos os dias da nossa vida.

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
                Kurt Hilbert

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sonda Divina


          SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos são bem conhecidos por ti.
          Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, SENHOR.
          Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim. Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance; é tão elevado que não o posso atingir.
          Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama nas profundezas, também lá estás. Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá. Mesmo que eu diga que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz.
          Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir.
          Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles!
          Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.

          (Texto do Salmo 139:1-17;23-24)
          
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
    Kurt Hilbert         

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Bendiga o SENHOR


          Bendiga o SENHOR a minha alma! Bendiga o SENHOR todo o meu ser! Bendiga o SENHOR a minha alma! Não esqueça nenhuma de suas bênçãos!
          É ele que perdoa todos os seus pecados e cura todas as suas doenças, que resgata a sua vida da sepultura e o coroa de bondade e compaixão, que enche de bens a sua existência, de modo que a sua juventude se renova como a águia.
          O SENHOR faz justiça e defende a causa dos oprimidos.
          Ele manifestou os seus caminhos a Moisés, os seus feitos aos israelitas.
          O SENHOR é compassivo e misericordioso, muito paciente e cheio de amor.
          Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre; não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniquidades.
          Pois como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o seu amor para com os que o temem; e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões.
          Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o SENHOR tem compaixão dos que o temem; pois ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó.
          A vida do homem é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo, que se vai quando sopra o vento e nem se sabe mais o lugar que ocupava.
          Mas o amor leal do SENHOR, o seu amor eterno, está com os que o temem, e a sua justiça com os filhos dos seus filhos, com os que guardam a sua aliança e se lembram de obedecer aos seus preceitos.
          O SENHOR estabeleceu o seu trono nos céus, e como rei domina sobre tudo o que existe.
          Bendigam o SENHOR, vocês, seus anjos poderosos, que obedecem à sua palavra.
          Bendigam o SENHOR todos os seus exércitos, vocês, seus servos, que cumprem a sua vontade.
          Bendigam o SENHOR todas as suas obras em todos os lugares do seu domínio.
          Bendiga o SENHOR a minha alma!


          (Texto do Salmo 103)


          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Ricos Reis



1º Coríntios 4:8
          Vocês já tem tudo o que querem! Já se tornaram ricos! Chegaram a ser reis – e sem nós! Como eu gostaria que vocês realmente fossem reis, para que nós também reinássemos com vocês!


Tenho o que quero!
Sou rico!
Sou rei!

Tudo pelo que me esmero,
isso fico,
isso serei.

Se antes, disso soubesse,
preencheria cada prece
só com toda gratidão.

Por tanto tenho apreço!
Por tanto eu agradeço!

Abundância, fartura, profusão...
          Mas tudo de nada vale
          se comigo não reina o irmão!

Queremos o que temos!
Ricos somos!
Reis somos!


Kurt Hilbert

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Os Mensageiros

         

          Atos 10:30-33
          Cornélio respondeu: “Há quatro dias eu estava em minha casa orando a esta hora, às três horas da tarde. De repente, colocou-se diante de mim um homem com roupas resplandecentes e disse: ‘Cornélio, Deus ouviu sua oração e lembrou-se de suas esmolas. Mande buscar em Jope a Simão, chamado Pedro. Ele está hospedado na casa de Simão, o curtidor de couro, que mora perto do mar’. Assim, mandei buscar-te imediatamente, e foi bom que tenhas vindo. Agora estamos todos aqui na presença de Deus, para ouvir tudo o que o Senhor te mandou dizer-nos”.

          Cornélio era um centurião romano que morava em Cesaréia. Era um homem que ainda não conhecia o Evangelho, ou as boas novas de Cristo e o plano de Deus a respeito dos homens por intermédio de Seu Filho. Mas Cornélio orava continuamente e mostrava ao Senhor que desejava conhecê-lo, que desejava ter uma experiência com Deus. Certo dia, enquanto orava, eis que um anjo apareceu a Cornélio e lhe deu a mensagem acima, que Cornélio, posteriormente, narrou a Pedro.
          Segundo nos relata a Bíblia, em diversas ocasiões, os anjos têm o papel de mensageiros de Deus. Dois casos célebres do desempenho dessa tarefa se deram antes do nascimento de Jesus e outro caso, ainda, logo após o nascimento.
          Antes de Jesus nascer, o anjo veio a Maria e anunciou-lhe tudo o que estava por vir. Pouco depois, quando Maria já estava grávida, José, seu prometido para esposo, intentava deixá-la secretamente. Outra vez, o anjo interveio e lhe falou que não a deixasse, já que o bebê que ela esperava era oriundo do Espírito Santo. E José acatou-lhe o pedido. Por fim, tão logo Jesus nasceu, um anjo apareceu aos pastores no campo, contando-lhes a boa nova.
Assim, vemos nestes três casos exemplos claros do papel de mensageiros dos anjos.
          Agora, na passagem no cabeçalho deste texto, um caso sui generis. Um anjo também se apresentou a Cornélio, mas não necessariamente lhe deu uma mensagem, senão uma instrução: que mandasse buscar a Pedro na cidade de Jope.   
          Conseguimos perceber o que se passou aqui? Não? Recapitulemos: o centurião orava continuamente a Deus, Deus ouviu suas orações, por certo via em seu coração o desejo de conhecê-lO, e Deus deu um jeitinho de fazer com que o centurião O conhecesse. Como? Pelo anjo? Nananinanão. Por Pedro! Seria Pedro quem falaria a Cornélio e sua família, que estava aberta para, segundo as palavras do próprio centurião, “ouvir tudo o que o Senhor te mandou dizer-nos”.
          Agora, percebemos o que aconteceu? Ainda não? É simples: no caso do Evangelho, de transmitir a mensagem de Cristo, de levar a Palavra de Deus às pessoas, a mensagem não está na incumbência dos anjos, mas dos homens!
          Agora percebemos, não é?
          A tarefa é nossa. É conosco que o Senhor conta para que as boas novas do amor de Deus para com todas as pessoas cheguem a elas.
          Nós somos os mensageiros de Deus!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Paixões Certas


Tiago 4:1-3
          De onde vem as guerras e contendas que há entre vocês? Não vem das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, e não as tem; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não tem, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres.


Qual a origem dos conflitos?
Qual a origem das contendas?
Qual a origem das guerras?
As paixões guerreiam dentro de nós
e, dentro de nós, explodem em guerra.
Cobiço coisas
e as vis coisas não tenho.
Matamos e invejamos,
não conseguimos o que desejamos,
porque desejamos mal.
Pelo que guerreamos?
Pelo que lutamos?
O que queremos, afinal?
A isso tudo se resume: a saber o que querer!
Quando, finalmente, eu souber
que, para ter,
basta pedir!
Ah, então, finalmente saberei pedir!
Pedirei as paixões certas:
          atração, afeto, amor,
          entusiasmo, arrebatamento, ardor.
Despedirei as paixões erradas:
          sofrimento, parcialidade, fundamentalismo,
          tormento, iniquidade, fanatismo.
Terei os motivos certos para pedir e despedir.
Despedirei minhas guerras.
Pedirei nossa paz.


Kurt Hilbert


sábado, 27 de setembro de 2014

Se Quiseres

 
          Mateus 8:2-3
          Um leproso, aproximando-se, adorou-o de joelhos e disse: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me!” Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Quero. Seja purificado”. Imediatamente ele foi purificado da lepra.
 
          Deixei grifado em negrito, de propósito, algumas palavras no texto acima: “se quiseres”, “estendeu a mão”, “quero” e “imediatamente”.
          Desejo começar pelo fim, ou seja, dos temas grifados, iniciar pela palavra “imediatamente”. Quando colocamos algo em pedido a Deus, pela oração – já que não o podemos fazer pessoalmente, por assim dizer, como fez o leproso a Jesus –, podemos ficar descansados, que Deus ouviu nossa oração. É simplesmente impossível que Deus deixe de ouvir qualquer oração proferida no terceiro planeta do sistema solar, por um terráqueo, por menor que seja o bípede da raça humana. Impossível que Ele não ouça. Por quê? Porque Ele é onisciente – sabe tudo. Buenas, se Ele sabe tudo, sabe de todas as palavras que se originaram dos pensamentos e sentimentos; assim, ouve todas as orações – mesmo as sem palavras, feitas só em pensamento e sentimento. Estando claro isso, podemos dizes que Ele ouve nossas orações imediatamente. Mas a Sua resposta a elas não necessariamente é imediata – ela vem ao Seu tempo. E, às vezes, a resposta também pode ser imediata, como no caso do leproso.
          Jesus disse “quero” ao pedido do leproso. A nós o Senhor sempre diz “quero”, quando oramos a Ele com sinceridade. Só que o “quero” de Deus, o “sim” de Deus, é sempre para o nosso bem. Sempre. Vejamos: Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito (Romanos 8:28). Deu para ver? E Ele sempre diz “quero”? Sim. Mas o “sim” do Senhor é sempre para o nosso bem. Para o nosso bem é que Ele diz “sim”. Quando pedimos algo que nós julgamos que seja para o nosso bem, mas o Senhor, conhecedor de tudo – onisciente, lembra? – vê que não é para o nosso bem, Ele transforma esse “sim” direto em “não” direto, mas preservando sempre o “sim” maior, que é o do Seu amor por nós. E quando Ele traduz esse “sim” d’Ele por “quero”, então o pedido está ao nosso alcance. Pareceu confuso? Aparentemente, talvez. Mas não é. Leia de novo.
          Seguindo, vemos que Jesus “estendeu a mão” ao leproso; tocou o leproso. Jesus chegou mesmo a abraçar leprosos, quando isso era inimaginável naquela época, em que leprosos eram isolados e excluídos da sociedade. Jesus sempre estende a mão para os isolados e excluídos – e os toca. Isso não é demais?
          Para finalizar, chegamos ao começo: à primeira parte grifada no texto acima – “se quiseres”. Aqui vou me permitir uma delonga. Peço um pouco de paciência a quem se encorajou a ler estas linhas.
          O leproso chegou ao Senhor e tinha certeza que Jesus poderia purificá-lo da lepra. A sua fala nos deixa transparecer isso. Ele estava convicto de que Jesus poderia purificá-lo. Aquele leproso via isso de forma muito clara, sem um cílio de dúvida no seu olhar: o Senhor pode me purificar. Essa certeza ululava em seu coração. Mas aí vem a grande “palavrinha mágica” – duas palavrinhas, para ser exato: “se quiseres”.
          Hoje em dia pode-se ouvir por aí, em boca de pregadores televisivos, coisas como “eu determino a cura”, “eu tomo posse da cura”, “eu ordeno ao ‘demônio’ da doença que saia desse corpo, que não te pertence”, et cetera e tal. E tudo isso acompanhado, infalivelmente, pelo bordão onipresente “em o nome de Jesus”. Ok, ok, eu não quero – nem devo – julgar procedimentos de ninguém. Mas me parece que há uma voz imperativa do orante, muito mais exigindo do que pedindo. Jesus disse “pedi e dar-se-vos-á” (Mateus 7:7). Ele não disse “exigi, determina, ordena”. Em meus ouvidos, quando ouço orações imperativas, com expressões exigentes, meus tímpanos saltitam em desconforto. Aquilo me incomoda – por algum motivo deve ser... E aí eu volto à expressão do humilde leproso, achegando-se a Jesus e dizendo “se quiseres”. Isso saltita confortavelmente em meus tímpanos!
          Concluo, cá com meus botões, que SEMPRE deveríamos nos dirigir ao Senhor, pedindo o que quer que seja, com essa humilde e amável conjunção de palavrinhas: “Senhor, eu sei que o Senhor pode me conceder tudo o que peço. Então te peço isso e aquilo. SE QUISERES, podes conceder-me. Porque sei também que o Senhor só me concederá o que for o melhor para mim”. E aí sim, após agradecermos antecipadamente pela graça divina, podemos fechar nossa oração pronunciando-a “em nome de Jesus”.
          Para finalizar, não posso deixar de comentar: que baita lição nos ensinou aquele humilde e anônimo leproso!
 
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
                Kurt Hilbert