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domingo, 14 de setembro de 2025

179 – Neemias Vai a Jerusalém (Neemias 1 – 2)


Palavras1(versículo de Neemias 1) de Neemias, filho de Hacalias: No mês de quisleu(*), enquanto eu estava na cidade de Susã I, Hanani2, um dos meus irmãos, veio de Judá com alguns outros homens, e eu lhes perguntei acerca dos judeus que restaram, os sobreviventes do cativeiro, e também sobre Jerusalém.

E3 eles me responderam: “Aqueles que sobreviveram ao cativeiro e estão lá na província, passam por grande sofrimento e humilhação. O muro de Jerusalém foi derrubado, e suas portas foram destruídas pelo fogo”.

Quando4 ouvi essas coisas, sentei-me e chorei. Passei dias lamentando, jejuando e orando ao Deus dos céus.

“SENHOR11, que os teus ouvidos estejam atentos à oração deste teu servo e à oração dos teus servos que têm prazer em temer o teu nome. Faze que hoje este teu servo seja bem sucedido, concedendo-lhe a benevolência deste homem”.

Nessa época, eu era o copeiro do rei II.

No1(versículo de Neemias 2) mês de nisã(**) do vigésimo ano III do rei Artaxerxes, na hora de servir-lhe o vinho, levei-o ao rei. Nunca antes eu tinha estado triste na presença dele; por2 isso o rei me perguntou: “Por que o seu rosto parece tão triste, se você não está doente? Essa tristeza só pode ser do coração!”

Com muito medo, eu3 disse ao rei: “Que o rei viva para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, se a cidade em que estão sepultados os meus pais está em ruínas, e as suas portas foram destruídas pelo fogo?”

O4 rei me disse: “O que você gostaria de pedir?”

Então orei ao Deus dos céus, e5 respondi ao rei: “Se for do agrado do rei e se o seu servo puder contar com a benevolência do rei, que ele me deixe ir à cidade de Judá IV onde meus pais estão enterrados, para que eu possa reconstruí-la”.

Então6 o rei, com a rainha sentada ao seu lado, perguntou-me: “Quanto tempo levará a viagem? Quando você voltará?” Marquei um prazo com o rei, e ele concordou que eu fosse.

E7 a seguir acrescentei: “Se for do agrado do rei, que me dê cartas aos governadores do Trans-Eufrates para que me deixem passar até chegar a Judá. Que8 me dê também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, para que ele me forneça madeira para as vigas das portas da cidadela que fica junto ao templo, do muro da cidade e da residência que irei ocupar”. Visto que a bondosa mão de Deus estava sobre mim, o rei atendeu os meus pedidos. Com9 isso fui aos governadores do Trans-Eufrates e lhes entreguei as cartas do rei. O rei fez-me acompanhar uma escolta de oficiais do exército e de cavaleiros.

Cheguei11 a Jerusalém e, depois de três dias de permanência ali, saí12 de noite com alguns dos meus amigos. Eu não havia contado a ninguém o que o meu Deus havia posto em meu coração que eu fizesse por Jerusalém. Não levava nenhum outro animal além daquele em que eu estava montado.

De13 noite saí pela porta do Vale na direção da fonte do Dragão e da porta do Esterco, examinando o muro de Jerusalém que havia sido derrubado, e suas portas, que haviam sido destruídas pelo fogo. Fui14 até a porta da Fonte e do tanque do rei, mas ali não havia espaço para o meu animal passar; por15 isso subi o vale, de noite, examinando o muro. Finalmente voltei e tornei a entrar pela porta do Vale. Os16 oficiais não sabiam aonde eu tinha ido ou o que eu estava fazendo, pois até então eu não tinha dito nada aos judeus, aos sacerdotes, aos nobres, aos oficiais e aos outros que iriam realizar a obra.

Então17 eu lhes disse: “Vocês estão vendo a situação terrível em que estamos: Jerusalém está em ruínas, e suas portas foram destruídas pelo fogo. Venham, vamos reconstruir o muro de Jerusalém, para que não fiquemos mais nesta situação humilhante”. Também18 lhes contei como Deus tinha sido bondoso comigo e o que o rei me tinha dito.

Eles responderam: “Sim, vamos começar a reconstrução”. E se encorajaram para esse bom projeto.

 

v     Para entender a história

Durante os anos passados em terra estrangeira, os judeus refletem sobre o que aconteceu ao seu país e os motivos do seu exílio. Essa experiência os devolve a Deus. Neemias está entre os judeus comprometidos com a reconstrução de Jerusalém como a capital religiosa e política de uma nova Israel.

 

v     Curiosidades

                                     I.     “Enquanto eu estava na cidade de Susã” – Os capítulos 1 a 7 e 11 a 13 do livro de Neemias são escritos na primeira pessoa. A identidade do cronista é desconhecida, mas o relato pessoal de Neemias sobre essa época é certamente uma grande contribuição.

                                  II.     “Eu era o copeiro do rei” – A posição privilegiada de Neemias, se bem que perigosa, era provar o vinho do rei para garantir que não estava envenenado. Esse cargo de confiança fazia com que Neemias tivesse acesso diário ao rei.

                               III.     “Do vigésimo ano” – Esse evento ocorreu por volta de 445 a.C., no reinado de Artaxerxes I (465 – 424 a.C.).

                                IV.     “Me deixe ir à cidade de Judá” – Logo após a sua chegada, Neemias foi nomeado governador de Judá. Ele permaneceu doze anos em Jerusalém, antes da volta para Susã, uma viagem que levava quatro meses. Posteriormente, Artaxerxes permitiu que ele retornasse (Neemias 13:6-7).

 

(*) Quisleu, aproximadamente novembro/dezembro.

(**) Nisã, aproximadamente março/abril.

- O rei Artaxerxes: Artaxerxes, conhecido como “Longimanus” (mão comprida), sucedeu ao pai Xerxes, assassinado em seu quarto de dormir por um funcionário da corte. O rei Artaxerxes foi tolerante com os judeus, apesar de, no início de seu reinado, ter suspendido a reconstrução das muralhas de Jerusalém, após uma alegação feita por nobres de Samaria. Estes conseguiram convencê-lo de que uma Jerusalém forte seria uma ameaça à Pérsia, visto que os judeus tinham uma história de rebeldia contra reis estrangeiros.

- A porta do Esterco: Este portão ficava do lado sudoeste da muralha de Jerusalém e levava ao vale de Hinom, onde o lixo e os dejetos da cidade eram queimados. O atual portão foi reconstruído no século XVI.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

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