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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Efeito Dominó


2º Pedro 1:5-9
Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos. Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados.

Gostaria de partilhar com todos uma reflexão sobre essa passagem das Escrituras. Pedro é muito direto e prático no que fala. Gosto muito dessa abordagem, sem rodeios ou floreios desnecessários. Ele vai direto ao ponto, e a alguns pontos muito importantes. Como eu disse, queria trocar um dedinho de prosa sobre esses pontos.
Inicia com a . Segundo Hebreus 11:1, “a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”. Em tendo fé, necessitamos criar certeza. Cria-se certeza ouvindo (e lendo) sobre a Palavra, dando-se ouvidos a ela – o que é mais do que só ouvir, é permitir que ela nos preencha os pensamentos e sentimentos –, depois colocando-a em prática na nossa vida. Tendo conseguido a certeza sobre o que esperamos do nosso relacionamento com Deus, precisamos estar seguros; criar segurança em nós mesmos, pois aquilo que esperamos e ainda não vemos, deve ser sentido como se já estivesse plenamente em nossa vida. Aí, deu-se à luz a fé.
À fé deve ser acrescentada a virtude. Virtude é a disposição firme e constante para a prática do bem; é a força moral; é a qualidade própria para produzir o que se deseja; é a própria causa e razão que valida e legitima os atos. Tudo isso é a virtude. Aproveitando que estamos falando de virtude, há, como um complemento, as chamadas virtudes teologais que são, em si mesmas, a , a esperança e o amor. Então Pedro nos ensina que, junto à fé, deve vir a virtude, com suas características práticas, citadas acima.
À esta virtude, deve ser acrescentado o conhecimento. Já falei sobre o conhecimento – e a falta dele – em um texto anterior. Sobre o conhecimento de Deus, quero salientar apenas as seguintes palavras: “Vocês erram porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!” (Mateus 22:29), ditas diretamente por Jesus que, seguramente conhecendo as Escrituras, lembrou-se do que o profeta Oséias já havia dito: “Meu povo foi destruído por falta de conhecimento” (Oséias 4:6). Só esses dois pontos já nos mostram o quanto perdemos por não buscar o verdadeiro e mais sublime conhecimento.
Aliado a esse conhecimento, deve vir o domínio próprio. Domínio próprio, como o nome já diz, significa a capacidade que desenvolvemos e termos autoridade sobre nossos atos, sobre nós mesmos. Termos domínio sobre nossas palavras, como está em Tiago (3:1-12), é vital para todo o nosso corpo e a nossa vida. Nos perguntemos: Temos mesmo domínio sobre nós mesmos? Conseguimos refrear a língua antes de soltarmos aquele palavrão, aquele xingamento? Ou falar mal de alguém ou de alguma coisa? Conseguimos mesmo fazer o que sabemos que deve ser feito? Conseguimos, a despeito das circunstâncias, nos portar como gostaríamos? Será? Sejamos honestos conosco mesmos. Se formos, veremos que ainda temos muito a crescer nesse aspecto. Mas, cresçamos, ora bolas! Façamos um esforço para isso. Ter domínio próprio significa, em instância ainda mais elevada, termos domínio sobre nossos pensamentos e sentimentos. Aprendamos a seguinte regra básica: os pensamentos são formados de palavras e são “criados” pelas nossas palavras, e disto vem os sentimentos. Estes três – palavras, pensamentos e sentimentos – inter relacionam-se e “produzem” quem e o que nós somos. É simples assim, mas, paradoxalmente, também complexo assim. Quando dominarmos a arte de ter domínio próprio sobre nossas palavras, pensamentos e sentimentos, teremos chegado lá. Como fazemos isso? Permitindo que o Espírito Santo ative em nós. Há dúvidas em você de que você tenha em si o Espírito Santo? Não tem problema, apenas o peça: “... o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo a quem o pedir!” (Lucas 11:13).
Junto ao domínio próprio, deve vir a perseverança. Perseverar é nos conservarmos firmes e constantes; é continuarmos sendo cristãos no mais amplo significado do termo, é ficarmos firmes apesar de qualquer coisa; é permanecer sem mudar ou variar de intento; é seguir adiante, é perdurar. Acho que isso, por si só, já nos dá uma boa definição de perseverança.
Segue o texto ensinando que aliemos à perseverança a piedade. Piedade é uma palavra, às vezes, mal interpretada ou entendida apenas em parte. Piedade, no sentido cristão, significa termos amor e respeito às coisas divinas. E também significa compaixão pelo próximo.
Junto à piedade deve vir a fraternidade. Fraternidade é criarmos um “parentesco espiritual” onde consideramos a todos como irmãos e irmãs; é o amor ao próximo colocado em prática; é promovermos harmonia e concórdia; é comungarmos as mesmas idéias e crenças, a mesma fé; é vivermos unidos.
E, aliado à fraternidade – e, por “efeito dominó”, a todos as outras características citadas e comentadas anteriormente – vem o amor. O amor é um substantivo que nasceu de um verbo: amar. Amar é ter a praticar o amor; é estarmos predispostos a desejar o bem do próximo; é dedicação absoluta ao nosso semelhante; é inclinar-se, apegar-se profundamente, é devoção extrema. O amor a Deus – nunca nos esqueçamos disso – é manifestado por meio do amor ao próximo. O amor é, em instância mais elevada, tudo o que realmente há; é tudo o que, ao final, restará; é o que há de maior. “Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor (1º Coríntios 13:13).
Segue a Palavra: Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos. Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados. Essas qualidades devem existir e crescer. Se assim for, seremos operantes nas coisas divinas e produtivos. Quem não as tem e não oportuniza para que se manifestem em sua vida, diz Pedro, está cego, só vê o que está perto. O Pedro foi radical. Ele não diz que aquele que só vê o que está perto – não podendo ver o que está longe – é míope; ele diz que este alguém é cego. É, ele foi radical, mas, ao mesmo tempo, foi no ponto. Não sejamos cegos! Que possamos ver claramente, à luz de Cristo. Pedro segue falando que podemos nos esquecer da purificação dos nossos antigos pecados. Pecado é falha. Sempre que pecamos, significa que falhamos, de alguma forma, em nosso relacionamento com Deus e com o nosso próximo. E falhas separam. Quando as falhas são purificadas, são abolidas, a falha desaparece e, em desaparecendo a falha, a separação, dá-se novamente a união, a comunhão com Deus e com o nosso próximo.
Lembremos novamente da seqüência dominó:à virtude à conhecimento à domínio próprio à perseverança à piedade à fraternidade à amor. Quando verdadeiramente vivemos isso, expandimos nossa visão, e vemos muito mais longe. Enxergamos o que não é visto e vivemos a comunhão plena.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO

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