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domingo, 31 de agosto de 2025

178 – Os Dias do Purim (Ester 3 – 7)


 

O1(versículo de Ester 3) rei Xerxes honrou a Hamã, filho de Hamedata, descendente de Agague I, promovendo-o e dando-lhe uma posição mais elevada do que a de todos os demais nobres. Todos2 os oficiais do palácio real curvavam-se e prostravam-se diante de Hamã.

Quando5 Hamã viu que Mardoqueu não se curvava nem se prostrava, ficou muito irado. Contudo6, sabendo quem era o povo de Mardoqueu, achou que não bastava matá-lo. Em vez disso, Hamã procurou uma forma de exterminar todos os judeus, o povo de Mardoqueu, em todo o império de Xerxes.

No7 primeiro mês do décimo segundo ano do reinado do rei Xerxes, no mês de nisã(*) II, lançaram o pur III, isto é, a sorte, na presença de Hamã para escolher um dia e um mês para executar o plano, e foi sorteado o décimo segundo mês, o mês de adar(**).

Hamã disse ao rei que alguns de seus súditos não estavam obedecendo às leis e pediu que ele divulgasse um decreto para saqueá-los e matá-los. Xerxes concordou e deu a Hamã o seu selo real. O edito foi postado para todo o império. Quando Mardoqueu soube da notícia, mandou que Ester implorasse misericórdia junto ao rei.

Ester1(versículo de Ester 5) vestiu seus trajes de rainha e colocou-se no pátio interno do palácio, em frente ao salão do rei. O rei estava no trono, de frente para a entrada. Quando2 viu a rainha Ester ali no pátio, estendeu-lhe o cetro de ouro IV que tinha na mão. Ester aproximou-se e tocou a ponta do cetro.

E3 o rei lhe perguntou: “Que há, rainha Ester? Qual é o seu pedido?”

E7 Ester respondeu: “Este é o meu pedido e o meu desejo: Se8 o rei tem consideração por mim, e se lhe agrada atender e conceder o meu pedido, que o rei e Hamã venham amanhã ao banquete que lhes prepararei. Então responderei à pergunta do rei”.

Naquele9 dia Hamã saiu alegre e contente. Mas, ficou furioso quando viu que Mardoqueu, que estava junto à porta do palácio real, não se levantou nem mostrou respeito em sua presença.

Então14 Zeres, sua mulher, e todos os seus amigos lhe sugeriram: “Mande fazer uma forca, de mais de vinte metros de altura, e logo pela manhã peça ao rei que Mardoqueu seja enforcado nela. Assim você poderá acompanhar o rei ao jantar e alegrar-se”. A sugestão agradou Hamã, e ele mandou fazer a forca.

Naquela noite, o rei não conseguiu dormir o ordenou que lhe fosse lido o livro dos registros. Ele descobriu que Mardoqueu não fora recompensado por ter salvo a sua vida; no dia seguinte, portanto, mandou que o vestissem com roupas reais e o fizessem desfilar pelas ruas, o que frustrou o plano de Hamã de pedir o seu enforcamento.

Então1(versículo de Ester 7) o rei e Hamã foram ao banquete com a rainha Ester e2, enquanto estavam bebendo vinho, o rei perguntou de novo: “Rainha Ester, qual é o seu pedido? Você será atendida. Qual o seu desejo?”

Então3 a rainha Ester respondeu: “Se posso contar com o favor do rei, e se isto lhe agrada, poupe a minha vida e a vida do meu povo; este é o meu pedido e o meu desejo. Pois4 eu e meu povo fomos vendidos para destruição, morte e aniquilação. Se apenas tivéssemos sido vendidos como escravos e escravas, eu teria ficado em silêncio, porque nenhuma aflição como essa justificaria perturbar o rei”.

O5 rei Xerxes perguntou à rainha Ester: “Quem se atreveu a uma coisa dessas? Onde está ele?”

Respondeu6 Ester: “O adversário e inimigo é Hamã, esse perverso”.

Diante disso, Hamã ficou apavorado na presença do rei e da rainha.

Alguns8 oficiais cobriram o rosto de Hamã. E9 um deles, chamado Harbona, que estava a serviço do rei, disse: “Há uma forca de mais de vinte metros de altura junto à casa de Hamã, que ele fez para Mardoqueu, que intercedeu pela vida do rei”.

Então o rei ordenou: “Enforquem-no nela!”

Assim10 Hamã morreu na forca que tinha preparado para Mardoqueu.

Um segundo decreto foi emitido portando o selo do rei. Ele permitiu aos judeus se defenderem contra o ataque que havia sido decretado anteriormente e destruir os seus inimigos. Ajudados por oficiais do rei, os judeus eliminaram todos aqueles que agiram baseados no decreto de Hamã.

 

v     Para entender a história

O livro de Ester é o único da Bíblia que não se refere a diretamente a Deus pelo nome, mas os acontecimentos da história mostram a divina providência em ação. A elevação de Ester à posição de rainha e o papel de Mardoqueu, revelando a trama contra o rei, deixam os dois numa posição favorável para poderem frustrar o plano de Hamã que, por pura inveja pessoal e orgulho ferido, queria exterminar os judeus.

 

v     Curiosidades

                                     I.     “Hamã, filho de Hamedata, descendente de Agague” – Agague foi o rei amalequita morto pelo profeta Samuel (1º Samuel cap. 15). Os amalequitas e os israelitas tinham sido inimigos ferozes na época do Êxodo. No reinado de Ezequias, os amalequitas foram derrotados pela tribo de Simeão e ficaram sem suas terras (1º Crônicas 4:39-43). Desde então, tornaram-se uma nação de despossuídos. A descendência amalequita de Hamã é uma das explicações do seu ódio pelos judeus.

                                  II.     “Mês de nisã” – Os diários da corte persa eram redigidos no nisã, o primeiro mês do ano deles. Os persas eram supersticiosos e acreditavam no destino. Portanto, as datas de determinadas ocasiões eram definidas através de vários métodos de adivinhação.

                               III.     “Lançaram o pur” – A palavra “pur” aparece em um dado da época do reinado assírio de Salmaneser III (858 – 824 a.C.). Hamã jogou dados para determinar o dia da execução do seu plano de massacre dos judeus. A festa judaica do Purim recebeu esse nome do plural da palavra “pur”.

                                IV.     “Estendeu-lhe o cetro de ouro” – Quem se aproximasse do rei sem ter sido convocado era punido com a morte, a não ser que ele lhe estendesse o cetro. Esse protocolo protegia o rei contra assassinos e preservava a sua dignidade.

 

(*) Nisã, aproximadamente março/abril.

(**) Adar, aproximadamente fevereiro/março.

- A festa do Purim: A cada ano, os judeus celebram o Purim, para celebrar os acontecimentos desta história. Trata-se de uma ocasião alegre e ruidosa, durante o qual o livro de Ester é lido em voz alta.

- O selo do rei: A palavra do rei era lei. Um decreto emitido em seu nome e autorizado pelo seu selo não podia ser revogado.

- O correio real: O rei Ciro introduziu um rápido e eficiente sistema postal. As cartas eram transportadas por mensageiros reais, revezando-se sobre cavalos e outros animais que eram mantidos em postos distribuídos pelo império.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

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