Josué
22:5
“Guardem fielmente o mandamento e a lei
que Moisés, servo do SENHOR, lhes deu, que amem o SENHOR, o seu Deus, andem em todos os seus caminhos, obedeçam aos seus mandamentos, apeguem-se
a ele e o sirvam de todo o coração e
de toda a alma”.
Quando entraram na
“terra prometida”, depois da saída do Egito e depois de peregrinarem por
quarenta anos no deserto, já não era mais Moisés quem conduzia o povo, mas
Josué.
Antes de atravessarem
o Jordão, no entanto, Moisés dera às tribos de Rúben, de Gade e metade da tribo
de Manassés as terras daquele lado do rio, com a condição de que os homens
daquelas tribos, capazes de integrarem o exército israelita, atravessassem
junto aos seus irmãos das demais tribos, para lutarem juntos pela ocupação das
demais terras. Eles assim concordaram e assim fizeram. Depois de o povo todo
estar assentado e de as terras pertencentes a cada tribo terem sido definidas,
chegava a hora de aqueles guerreiros retornarem à sua parte da terra. Foi nesse
momento – e a eles – que Josué disse o que disse na Palavra que uso como mote
para este texto.
Mas esta palavra não
servia apenas àqueles que retornavam, pois, de um modo amplo, servia para todos
os israelitas – e, de certa forma, vale para eles até hoje.
Esta mesma Palavra,
sob a luz dos ensinamentos de Jesus, adaptada a esta mais ampla e completa
revelação em Cristo, tem validade para nós, cristãos deste século XXI, também.
Sempre enfatizo que tudo aquilo que, no Antigo Testamento, se coaduna com
Jesus, Seus ensinamentos e Seus exemplos, tem validade eterna.
Pois bem, sob a ótica
de Jesus, vamos trabalhar esta Palavra e ver como ela nos fala muito!
Ela inicia dizendo
para que seja “guardado” fielmente o mandamento e a lei que Moisés dera.
Sabemos, obviamente, que os cristãos não estão sujeitos à lei mosaica, mas ao
Evangelho de Jesus Cristo. Assim, nos é dito por esta mesma Palavra que
“guardemos” fielmente os mandamentos de Jesus e o Seu Evangelho. “Se vocês me amam, guardarão os meus
mandamentos”, diz Ele em João 14:15. Ora, guardar – ou obedecer – os
mandamentos do Senhor está intrinsicamente ligado a amar a Deus. “Se vocês me amam”, disse Ele,
significando que a demonstração do amor que temos por Ele é dada pelo ato
contínuo da obediência às Suas Palavras.
Estando, assim, o
guardar/obedecer ligados ao amor, vem a sequência desta Palavra: “amem
o SENHOR, o seu Deus”.
Pelo Evangelho, sabemos que amar a Jesus e ao Pai é a mesma coisa, uma vez que
Jesus mesmo diz Ser em unidade absoluta com Deus: “Eu e o Pai somos um”
(João 10:30).
Além disso, o Senhor nos mostra como este amor
se desdobra em amor a Deus, em amor ao próximo e em amor próprio: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu
coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e
maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si
mesmo’. Destes dois mandamentos dependem
toda a Lei e os Profetas” (Mateus 22:37-40). Vejamos agora este
desdobre: inicia falando que este amor a Deus deve ser integral – não em partes
nem apenas nalguns momentos –, pois deve ser “de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”,
mandamento este que vem desde o Antigo Testamento, em Deuteronômio 6:5. Depois,
vem o amor ao próximo: “ame o seu próximo”,
aludindo a Levítico 19:18, também no Antigo Testamento. E, em seguida, vem o
amor próprio, em alusão à mesma passagem levítica: “como a si mesmo”. Sim, pois o amor ao próximo deve ter a mesma
qualidade do amor próprio. Não posso me amar, se não amar ao próximo, mas
também não posso amar ao próximo como devo, se eu não amar a mim mesmo.
Faço aqui um novo
parágrafo para grifar a conclusão do que Jesus diz nesta passagem: “Destes
dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. Ora, esta parte é
pouco citada nas pregações e, muitas vezes, nem mesmo percebida! O que Jesus
está dizendo para todos os humanos é que das escolhas, das decisões e das
atitudes de amar a Deus e ao próximo como a si mesmo dependem todos os Escritos
Sagrados constantes na Bíblia! Tudo o que se coaduna a estes dois mandamentos é
Palavra Eterna, e tudo o que não tem a ver com o espírito/sentido/essência
destes dois mandamentos – e com o próprio Cristo – é tão-somente informação de
contexto!
Segue Josué dizendo
que “andem
em todos os seus caminhos” e, à luz do Novo Testamento, sabemos o que isto
quer dizer e qual o caminho pelo qual temos que andar: “Eu sou o caminho, a verdade
e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6).
Aconselhando ainda que
“obedeçam
aos seus mandamentos”, sabemos que obediência e amor andam de mãos dadas,
além de isto se alinhar perfeitamente ao que Jesus dizia aos judeus que haviam
crido n’Ele, e que – logicamente e por tabela – diz a todos nós: “Se
vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a
verdade os libertará” (João 8:31-32).
“Apeguem-se a ele”
seguem sendo as palavras de Josué. Em Jesus, este “apegar-se” vai além, pois
descreve uma atitude de “estar-se” n’Ele e “permanecer” n’Ele, sendo condição
necessária para que façamos qualquer coisa que seja manifestação do Evangelho
em nossas vidas: “Eu sou a videira; vocês
são os ramos. Se alguém permanecer
em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (João 15:5).
Por fim, Josué fala
também para você e para mim: “o sirvam de todo o coração e de toda a
alma”. Com relação a isto, quero trazer uma Palavra ainda mais excelente de
Jesus a respeito da relação d’Ele conosco: “Já não os chamo servos, porque o servo
não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu
lhes tornei conhecido” (João 15:15). Em Jesus, já galgamos um degrau para
além da condição de servos: somos Seus
amigos! Eu e você, que aqui lê o que escrevo, temos que estar conscientes
desta “boa nova”, deste “evangelho”: Somos
considerados amigos de Jesus!
Ora, sendo amigos de
Jesus, estamos imbuídos agora de amá-Lo e servi-Lo, através do ato de amar e
servir ao nosso próximo, seja ele quem for, pois o Senhor escolhe ser amado e
servido no nosso próximo: “Digo-lhes a
verdade: o que vocês fizeram a
alguns dos meus menores irmãos, a mim o
fizeram” (Mateus 25:40). “Digo-lhes
a verdade: o que vocês deixaram de fazer
a alguns destes mais pequeninos, também a
mim deixaram de fazê-lo” (Mateus 25:45).
Convido a todos a
separarmos um bom tempo para refletirmos sobre isso – talvez seja muito útil e
apropriado reler este texto noutros dias também –, no sincero e dedicado
propósito de aplicar estes ensinamentos do Senhor em nossas vidas, já a partir
de agora!
Por ora é isso.
Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
Nenhum comentário:
Postar um comentário