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domingo, 18 de maio de 2025

De Moisés a Jesus


 

Josué 22:5

Guardem fielmente o mandamento e a lei que Moisés, servo do SENHOR, lhes deu, que amem o SENHOR, o seu Deus, andem em todos os seus caminhos, obedeçam aos seus mandamentos, apeguem-se a ele e o sirvam de todo o coração e de toda a alma”.

 

Quando entraram na “terra prometida”, depois da saída do Egito e depois de peregrinarem por quarenta anos no deserto, já não era mais Moisés quem conduzia o povo, mas Josué.

Antes de atravessarem o Jordão, no entanto, Moisés dera às tribos de Rúben, de Gade e metade da tribo de Manassés as terras daquele lado do rio, com a condição de que os homens daquelas tribos, capazes de integrarem o exército israelita, atravessassem junto aos seus irmãos das demais tribos, para lutarem juntos pela ocupação das demais terras. Eles assim concordaram e assim fizeram. Depois de o povo todo estar assentado e de as terras pertencentes a cada tribo terem sido definidas, chegava a hora de aqueles guerreiros retornarem à sua parte da terra. Foi nesse momento – e a eles – que Josué disse o que disse na Palavra que uso como mote para este texto.

Mas esta palavra não servia apenas àqueles que retornavam, pois, de um modo amplo, servia para todos os israelitas – e, de certa forma, vale para eles até hoje.

Esta mesma Palavra, sob a luz dos ensinamentos de Jesus, adaptada a esta mais ampla e completa revelação em Cristo, tem validade para nós, cristãos deste século XXI, também. Sempre enfatizo que tudo aquilo que, no Antigo Testamento, se coaduna com Jesus, Seus ensinamentos e Seus exemplos, tem validade eterna.

Pois bem, sob a ótica de Jesus, vamos trabalhar esta Palavra e ver como ela nos fala muito!

Ela inicia dizendo para que seja “guardado” fielmente o mandamento e a lei que Moisés dera. Sabemos, obviamente, que os cristãos não estão sujeitos à lei mosaica, mas ao Evangelho de Jesus Cristo. Assim, nos é dito por esta mesma Palavra que “guardemos” fielmente os mandamentos de Jesus e o Seu Evangelho. “Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos”, diz Ele em João 14:15. Ora, guardar – ou obedecer – os mandamentos do Senhor está intrinsicamente ligado a amar a Deus. “Se vocês me amam”, disse Ele, significando que a demonstração do amor que temos por Ele é dada pelo ato contínuo da obediência às Suas Palavras.

Estando, assim, o guardar/obedecer ligados ao amor, vem a sequência desta Palavra: amem o SENHOR, o seu Deus”. Pelo Evangelho, sabemos que amar a Jesus e ao Pai é a mesma coisa, uma vez que Jesus mesmo diz Ser em unidade absoluta com Deus: Eu e o Pai somos um (João 10:30).

 Além disso, o Senhor nos mostra como este amor se desdobra em amor a Deus, em amor ao próximo e em amor próprio: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:37-40). Vejamos agora este desdobre: inicia falando que este amor a Deus deve ser integral – não em partes nem apenas nalguns momentos –, pois deve ser “de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”, mandamento este que vem desde o Antigo Testamento, em Deuteronômio 6:5. Depois, vem o amor ao próximo: “ame o seu próximo”, aludindo a Levítico 19:18, também no Antigo Testamento. E, em seguida, vem o amor próprio, em alusão à mesma passagem levítica: “como a si mesmo”. Sim, pois o amor ao próximo deve ter a mesma qualidade do amor próprio. Não posso me amar, se não amar ao próximo, mas também não posso amar ao próximo como devo, se eu não amar a mim mesmo.

Faço aqui um novo parágrafo para grifar a conclusão do que Jesus diz nesta passagem: Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. Ora, esta parte é pouco citada nas pregações e, muitas vezes, nem mesmo percebida! O que Jesus está dizendo para todos os humanos é que das escolhas, das decisões e das atitudes de amar a Deus e ao próximo como a si mesmo dependem todos os Escritos Sagrados constantes na Bíblia! Tudo o que se coaduna a estes dois mandamentos é Palavra Eterna, e tudo o que não tem a ver com o espírito/sentido/essência destes dois mandamentos – e com o próprio Cristo – é tão-somente informação de contexto!

Segue Josué dizendo que andem em todos os seus caminhos” e, à luz do Novo Testamento, sabemos o que isto quer dizer e qual o caminho pelo qual temos que andar: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6).

Aconselhando ainda que obedeçam aos seus mandamentos”, sabemos que obediência e amor andam de mãos dadas, além de isto se alinhar perfeitamente ao que Jesus dizia aos judeus que haviam crido n’Ele, e que – logicamente e por tabela – diz a todos nós: Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará (João 8:31-32).

Apeguem-se a ele” seguem sendo as palavras de Josué. Em Jesus, este “apegar-se” vai além, pois descreve uma atitude de “estar-se” n’Ele e “permanecer” n’Ele, sendo condição necessária para que façamos qualquer coisa que seja manifestação do Evangelho em nossas vidas: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma (João 15:5).

Por fim, Josué fala também para você e para mim: “o sirvam de todo o coração e de toda a alma”. Com relação a isto, quero trazer uma Palavra ainda mais excelente de Jesus a respeito da relação d’Ele conosco: Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido” (João 15:15). Em Jesus, já galgamos um degrau para além da condição de servos: somos Seus amigos! Eu e você, que aqui lê o que escrevo, temos que estar conscientes desta “boa nova”, deste “evangelho”: Somos considerados amigos de Jesus!

Ora, sendo amigos de Jesus, estamos imbuídos agora de amá-Lo e servi-Lo, através do ato de amar e servir ao nosso próximo, seja ele quem for, pois o Senhor escolhe ser amado e servido no nosso próximo: “Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a alguns dos meus menores irmãos, a mim o fizeram (Mateus 25:40). “Digo-lhes a verdade: o que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo (Mateus 25:45).

Convido a todos a separarmos um bom tempo para refletirmos sobre isso – talvez seja muito útil e apropriado reler este texto noutros dias também –, no sincero e dedicado propósito de aplicar estes ensinamentos do Senhor em nossas vidas, já a partir de agora!

 

Por ora é isso.

Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

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