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domingo, 23 de março de 2025

A Igreja Como um Corpo


 

Romanos 12:4-5

Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.

 

A Igreja de Cristo – que não são as denominações eclesiásticas em si, mas a coletividade de todas as pessoas que orientam suas vidas de acordo com os ensinamentos de Jesus – é comparada, nesta Palavra usada aqui como mote para este texto, a um corpo.

Chama-se a Igreja de “o Corpo de Cristo”. Vejamos algumas passagens que corroboram esta compreensão:

Não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue de Cristo, e que o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo? (1º Coríntios 10:16). Aqui, nesta carta aos irmãos em Corinto, o apóstolo Paulo aborda o termo “corpo” de forma dupla: primeiro, como o corpo oferecido em sacrifício e, depois, como a participação comunitária como um único corpo de membros.

E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo (Efésios 4:11-13). Aqui o conceito de corpo é citado como sendo a edificação da própria Igreja, tendo a ela sido destinados servos, como apóstolos (no seu início histórico), profetas, evangelistas, pastores e mestres, justamente para preparar os irmãos e irmãs que a compõem.

Assim, há muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: “Não preciso de você!” Nem a cabeça pode dizer aos pés: “Não preciso de vocês!” Ao contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis, e os membros que pensamos serem menos honrosos, tratamos com especial honra. E os membros que em nós são indecorosos são tratados com decoro especial, enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros. Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele. Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo (1º Coríntios 12:20-27). Aqui, nesta passagem, há uma ideia muito ampla da relação corpo/Igreja. A passagem inicia e finaliza dizendo que a Igreja é composta de muitos membros, mas que formam um só corpo. Diz também sobre a importância de cada membro, a ponto de tranquilizar-nos afirmando que todos são indispensáveis. Segue dizendo que esta estruturação assim foi feita para que não haja divisões, ao contrário, que haja o cuidado mútuo. E, uma das partes de que mais gosto, fala sobre a empatia, isto é, que tanto na alegria quanto no sofrimento de um irmão ou irmã, todos os demais se tornam com este ou com esta solidários, alegrando-se ou sofrendo juntos.

Ainda seguindo nesta figura de linguagem comparando a Igreja a um corpo, somos lembrados que cada um de nós é diferente, pois somos seres individuais e únicos, porém somos iguais e interdependentes por estarmos todos ligados uns aos outros como membros deste corpo/Igreja.

Isso fica fácil de entender quando consideramos o nosso corpo biológico e o comparamos com a metáfora acima descrita. Se dermos, por acidente, uma martelada em nosso menor dedinho, todo o corpo fica condoído juntamente com ele, pois sente a mesma dor.

Da mesma forma, nos é ensinado que assim deveria ser com a Igreja e com cada membro que a compõe: deveríamos sentir pelo outro a sua dor ou a sua alegria. Neste sentido, gosto especialmente desta Palavra que o apóstolo Paulo compartilhou com os irmãos de Roma: Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram (Romanos 12:15). Creio que esta é a mais ampla representação do que seja a empatia, a habilidade cordial de colocar-se no lugar do outro!

Na prática consciente, temos que reconhecer que nem sempre isso ocorre, pois podemos simplesmente ignorar nossos irmãos em Cristo. Não deveríamos, mas é possível fazê-lo, e é o que mais frequentemente se vê por aí.

Deveríamos estar sempre lembrados que cada um de nós tem habilidades e dons diversos, que nos são dados para a edificação da Igreja: A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento; a outro, , pelo mesmo Espírito; a outro, dons de curar, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas. Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer (1º Coríntios 12:7-11).

E é pelo Espírito que somos mantidos coesos para seguirmos unificados como Igreja: Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito (1º Coríntios 12:12-13).

Tudo isso nos instrui a seguirmos dando suporte uns aos outros: Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiveram uns contra os outros. Perdoem como o Senhor os perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito (Colossenses 3:12-14). Esse é o ideal dos irmãos cristãos – e isso concretiza o amor de uns pelos outros!

De forma mais macro ainda, podemos entender que, assim como os irmãos e irmãs em Cristo que compõem a Sua Igreja, todas as formas de vida são interligadas entre si, tanto em nosso planeta como no Universo todo. Jesus ensina isso o tempo todo no Evangelho. Estamos conscientes disso? Deveríamos estar!

Gosto de lembrar que em Cristo o Universo é sintetizado: Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa (Hebreus 1:1-3).

Oro para que o Senhor nos mantenha conscientes disto tudo – oro por mim e oro por você!

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

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