Romanos
12:4-5
Assim
como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem
todos a mesma função, assim também em
Cristo nós, que somos muitos,
formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.
A Igreja de Cristo –
que não são as denominações eclesiásticas em si, mas a coletividade de todas as
pessoas que orientam suas vidas de acordo com os ensinamentos de Jesus – é
comparada, nesta Palavra usada aqui como mote para este texto, a um corpo.
Chama-se a Igreja de
“o Corpo de Cristo”. Vejamos algumas passagens que corroboram esta compreensão:
Não
é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é uma participação no sangue
de Cristo, e que o pão que partimos é
uma participação no corpo de Cristo?
(1º Coríntios 10:16). Aqui, nesta carta aos irmãos em Corinto, o apóstolo Paulo
aborda o termo “corpo” de forma dupla: primeiro, como o corpo oferecido em
sacrifício e, depois, como a participação comunitária como um único corpo de
membros.
E
ele designou alguns para apóstolos,
outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar
os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade
da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo
(Efésios 4:11-13). Aqui o conceito de corpo é citado como sendo a edificação da
própria Igreja, tendo a ela sido destinados servos, como apóstolos (no seu início
histórico), profetas, evangelistas, pastores e mestres, justamente para
preparar os irmãos e irmãs que a compõem.
Assim,
há muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à
mão: “Não preciso de você!” Nem a cabeça pode dizer aos pés: “Não preciso de
vocês!” Ao contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis, e os membros que
pensamos serem menos honrosos, tratamos com especial honra. E os membros que em nós são indecorosos são
tratados com decoro especial,
enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira
especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que tinham
falta, a fim de que não haja divisão no
corpo, mas, sim, que todos os
membros tenham igual cuidado uns pelos outros. Quando um membro sofre,
todos os outros sofrem com ele;
quando um membro é honrado, todos os
outros se alegram com ele. Ora, vocês
são o corpo de Cristo, e cada um de
vocês, individualmente, é membro
desse corpo (1º Coríntios 12:20-27). Aqui, nesta
passagem, há uma ideia muito ampla da relação corpo/Igreja. A passagem inicia e
finaliza dizendo que a Igreja é composta de muitos membros, mas que formam um
só corpo. Diz também sobre a importância de cada membro, a ponto de
tranquilizar-nos afirmando que todos são indispensáveis. Segue dizendo que esta
estruturação assim foi feita para que não haja divisões, ao contrário, que haja
o cuidado mútuo. E, uma das partes de que mais gosto, fala sobre a empatia,
isto é, que tanto na alegria quanto no sofrimento de um irmão ou irmã, todos os
demais se tornam com este ou com esta solidários, alegrando-se ou sofrendo juntos.
Ainda seguindo nesta
figura de linguagem comparando a Igreja a um corpo, somos lembrados que cada um
de nós é diferente, pois somos seres individuais e únicos, porém somos iguais e
interdependentes por estarmos todos ligados uns aos outros como membros deste
corpo/Igreja.
Isso fica fácil de
entender quando consideramos o nosso corpo biológico e o comparamos com a
metáfora acima descrita. Se dermos, por acidente, uma martelada em nosso menor
dedinho, todo o corpo fica condoído juntamente com ele, pois sente a mesma dor.
Da mesma forma, nos é
ensinado que assim deveria ser com a Igreja e com cada membro que a compõe:
deveríamos sentir pelo outro a sua dor ou a sua alegria. Neste sentido, gosto
especialmente desta Palavra que o apóstolo Paulo compartilhou com os irmãos de
Roma: Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram
(Romanos 12:15). Creio que esta é a mais ampla representação do que seja a
empatia, a habilidade cordial de colocar-se no lugar do outro!
Na prática consciente,
temos que reconhecer que nem sempre isso ocorre, pois podemos simplesmente
ignorar nossos irmãos em Cristo. Não deveríamos, mas é possível fazê-lo, e é o
que mais frequentemente se vê por aí.
Deveríamos estar
sempre lembrados que cada um de nós tem habilidades e dons diversos, que nos
são dados para a edificação da Igreja: A
cada um, porém, é dada a manifestação
do Espírito, visando ao bem comum.
Pelo Espírito, a um é dada a palavra de
sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento; a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de curar, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento
de espíritos; a outro, variedade de
línguas; e ainda a outro, interpretação
de línguas. Todas essas coisas, porém, são
realizadas pelo mesmo e único
Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer (1º Coríntios 12:7-11).
E é pelo Espírito que
somos mantidos coesos para seguirmos unificados como Igreja: Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito:
quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado
beber de um único Espírito (1º
Coríntios 12:12-13).
Tudo isso nos instrui
a seguirmos dando suporte uns aos outros: Portanto,
como povo escolhido de Deus, santo e
amado, revistam-se de profunda
compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem
as queixas que tiveram uns contra os outros. Perdoem como o Senhor os perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito (Colossenses
3:12-14). Esse é o ideal dos irmãos cristãos – e isso concretiza o amor de uns
pelos outros!
De forma mais macro
ainda, podemos entender que, assim como os irmãos e irmãs em Cristo que compõem
a Sua Igreja, todas as formas de vida são interligadas entre si, tanto em nosso
planeta como no Universo todo. Jesus ensina isso o tempo todo no Evangelho.
Estamos conscientes disso? Deveríamos estar!
Gosto de lembrar que
em Cristo o Universo é sintetizado: Há
muito tempo Deus falou muitas vezes
e de várias maneiras aos nossos
antepassados por meio dos profetas,
mas nestes últimos dias falou-nos por
meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo. O
Filho é o resplendor da glória de Deus
e a expressão exata do seu ser,
sustentando todas as coisas por sua
palavra poderosa (Hebreus 1:1-3).
Oro para que o Senhor
nos mantenha conscientes disto tudo – oro por mim e oro por você!
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
Nenhum comentário:
Postar um comentário