O1(versículo de Ester
3) rei Xerxes honrou a Hamã, filho de Hamedata,
descendente de Agague I, promovendo-o e
dando-lhe uma posição mais elevada do que a de todos os demais nobres. Todos2
os oficiais do palácio real curvavam-se e prostravam-se diante de Hamã.
Quando5 Hamã
viu que Mardoqueu não se curvava nem se prostrava, ficou muito irado. Contudo6,
sabendo quem era o povo de Mardoqueu, achou que não bastava matá-lo. Em vez disso,
Hamã procurou uma forma de exterminar todos os judeus, o povo de Mardoqueu, em
todo o império de Xerxes.
No7 primeiro
mês do décimo segundo ano do reinado do rei Xerxes, no mês de nisã(*) II, lançaram o pur III, isto é, a sorte, na
presença de Hamã para escolher um dia e um mês para executar o plano, e foi
sorteado o décimo segundo mês, o mês de adar(**).
Hamã disse ao rei que alguns de
seus súditos não estavam obedecendo às leis e pediu que ele divulgasse um
decreto para saqueá-los e matá-los. Xerxes concordou e deu a Hamã o seu selo real.
O edito foi postado para todo o império. Quando Mardoqueu soube da notícia,
mandou que Ester implorasse misericórdia junto ao rei.
Ester1(versículo
de Ester 5) vestiu seus trajes de rainha e colocou-se no pátio
interno do palácio, em frente ao salão do rei. O rei estava no trono, de frente
para a entrada. Quando2 viu a rainha Ester ali no pátio, estendeu-lhe o cetro de ouro IV que
tinha na mão. Ester aproximou-se e tocou a ponta do cetro.
E3 o rei lhe
perguntou: “Que há, rainha Ester? Qual é o seu pedido?”
E7 Ester
respondeu: “Este é o meu pedido e o meu desejo: Se8 o rei tem
consideração por mim, e se lhe agrada atender e conceder o meu pedido, que o
rei e Hamã venham amanhã ao banquete que lhes prepararei. Então responderei à
pergunta do rei”.
Naquele9 dia
Hamã saiu alegre e contente. Mas, ficou furioso quando viu que Mardoqueu, que
estava junto à porta do palácio real, não se levantou nem mostrou respeito em sua
presença.
Então14
Zeres, sua mulher, e todos os seus amigos lhe sugeriram: “Mande fazer uma forca,
de mais de vinte metros de altura, e logo pela manhã peça ao rei que Mardoqueu
seja enforcado nela. Assim você poderá acompanhar o rei ao jantar e alegrar-se”.
A sugestão agradou Hamã, e ele mandou fazer a forca.
Naquela noite, o rei não conseguiu
dormir o ordenou que lhe fosse lido o livro dos registros. Ele descobriu que Mardoqueu
não fora recompensado por ter salvo a sua vida; no dia seguinte, portanto,
mandou que o vestissem com roupas reais e o fizessem desfilar pelas ruas, o que
frustrou o plano de Hamã de pedir o seu enforcamento.
Então1(versículo
de Ester 7) o rei e Hamã foram ao banquete com a rainha Ester e2,
enquanto estavam bebendo vinho, o rei perguntou de novo: “Rainha Ester, qual é
o seu pedido? Você será atendida. Qual o seu desejo?”
Então3 a
rainha Ester respondeu: “Se posso contar com o favor do rei, e se isto lhe agrada,
poupe a minha vida e a vida do meu povo; este é o meu pedido e o meu desejo. Pois4
eu e meu povo fomos vendidos para destruição, morte e aniquilação. Se apenas
tivéssemos sido vendidos como escravos e escravas, eu teria ficado em silêncio,
porque nenhuma aflição como essa justificaria perturbar o rei”.
O5 rei Xerxes
perguntou à rainha Ester: “Quem se atreveu a uma coisa dessas? Onde está ele?”
Respondeu6
Ester: “O adversário e inimigo é Hamã, esse perverso”.
Diante disso, Hamã ficou
apavorado na presença do rei e da rainha.
Alguns8
oficiais cobriram o rosto de Hamã. E9 um deles, chamado Harbona, que
estava a serviço do rei, disse: “Há uma forca de mais de vinte metros de altura
junto à casa de Hamã, que ele fez para Mardoqueu, que intercedeu pela vida do
rei”.
Então o rei ordenou: “Enforquem-no
nela!”
Assim10 Hamã
morreu na forca que tinha preparado para Mardoqueu.
Um segundo decreto foi emitido
portando o selo do rei. Ele permitiu aos judeus se defenderem contra o ataque
que havia sido decretado anteriormente e destruir os seus inimigos. Ajudados por
oficiais do rei, os judeus eliminaram todos aqueles que agiram baseados no
decreto de Hamã.
v
Para
entender a história
O livro de
Ester é o único da Bíblia que não se refere a diretamente a Deus pelo nome, mas
os acontecimentos da história mostram a divina providência em ação. A elevação
de Ester à posição de rainha e o papel de Mardoqueu, revelando a trama contra o
rei, deixam os dois numa posição favorável para poderem frustrar o plano de
Hamã que, por pura inveja pessoal e orgulho ferido, queria exterminar os
judeus.
v
Curiosidades
I. “Hamã, filho de Hamedata, descendente de Agague”
– Agague foi o rei amalequita morto pelo profeta Samuel (1º Samuel cap. 15). Os amalequitas e
os israelitas tinham sido inimigos ferozes na época do Êxodo. No reinado de
Ezequias, os amalequitas foram derrotados pela tribo de Simeão e ficaram sem
suas terras (1º Crônicas
4:39-43). Desde então, tornaram-se uma nação de despossuídos. A descendência amalequita
de Hamã é uma das explicações do seu ódio pelos judeus.
II. “Mês de nisã” – Os
diários da corte persa eram redigidos no nisã, o primeiro mês do ano deles. Os persas
eram supersticiosos e acreditavam no destino. Portanto, as datas de
determinadas ocasiões eram definidas através de vários métodos de adivinhação.
III. “Lançaram o pur” – A palavra “pur” aparece em um dado da
época do reinado assírio de Salmaneser III (858 – 824 a.C.). Hamã jogou dados
para determinar o dia da execução do seu plano de massacre dos judeus. A festa judaica
do Purim recebeu esse nome do plural da palavra “pur”.
IV. “Estendeu-lhe o cetro de ouro” – Quem se aproximasse
do rei sem ter sido convocado era punido com a morte, a não ser que ele lhe
estendesse o cetro. Esse protocolo protegia o rei contra assassinos e
preservava a sua dignidade.
(*) Nisã, aproximadamente março/abril.
(**) Adar, aproximadamente fevereiro/março.
-
A festa do Purim: A cada ano, os judeus celebram o Purim,
para celebrar os acontecimentos desta história. Trata-se de uma ocasião alegre
e ruidosa, durante o qual o livro de Ester é lido em voz alta.
- O selo do rei:
A palavra do rei era lei. Um decreto emitido em seu nome e autorizado pelo seu
selo não podia ser revogado.
- O correio real:
O rei Ciro introduziu um rápido e eficiente sistema postal. As cartas eram transportadas
por mensageiros reais, revezando-se sobre cavalos e outros animais que eram
mantidos em postos distribuídos pelo império.
Publicada
inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta
Street, London WC2E 8PS.