2º
Coríntios 2:17
Ao
contrário de muitos, não negociamos a
palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com
sinceridade, como homens enviados por
Deus.
Volto a falar de algo
que está grassando à solta nos dias atuais. Sinceramente, não gostaria de falar
nisso, mas eu “tenho” que fazê-lo.
E por que tenho que
fazê-lo? Tenho que fazê-lo, pois assim sou ensinado pela Palavra.
Já no Antigo Testamento,
o profeta Malaquias fazia esta denúncia, ensinando sobre se ter discernimento
entre o que era verdadeiro e o que era falso: “Vocês têm dito palavras duras contra mim”, diz o SENHOR. “Ainda assim perguntam: ‘O que temos falado contra ti?’
Vocês dizem: ‘É inútil servir a Deus. O
que ganhamos quando obedecemos aos seus preceitos e ficamos nos lamentando diante do SENHOR
dos Exércitos? Por isso, agora consideramos felizes os arrogantes, pois tanto prosperam os que praticam o mal
como escapam ilesos os que desafiam a Deus!’” Depois, aqueles que temiam o SENHOR conversaram uns com os
outros, e o SENHOR
os ouviu com atenção.
Foi escrito um livro como memorial
na sua presença acerca dos que temiam o
SENHOR e honravam o seu nome. “No dia em que eu agir”, diz o SENHOR dos Exércitos, “eles serão o meu tesouro pessoal. Eu terei
compaixão deles como um pai tem compaixão do filho que lhe obedece. Então vocês
verão novamente a diferença entre o
justo e o ímpio, entre os que servem
a Deus e os que não servem” (Malaquias 3:13-18).
Jesus também ensinou
sobre o discernimento entre o que era bom e o que não era: “Portanto, quem ouve estas
minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua
casa sobre a rocha. Caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus
alicerces na rocha. Mas quem ouve estas
minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua
casa sobre a areia. Caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda”
(Mateus 7:24-27).
Escrevendo a seu pupilo
Timóteo, Paulo outra vez volta ao alerta: Deixem
de dar atenção a mitos e genealogias intermináveis, que causam controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus, que é pela
fé. O objetivo desta instrução é
o amor que procede de um coração puro,
de uma boa consciência e de uma fé sincera. Alguns se desviaram
dessas coisas, voltando-se para discussões
inúteis, querendo ser mestres da lei,
quando não compreendem nem o que dizem
nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas (1º
Timóteo 1:4-7).
O assunto chato, mas que
a ele tem que se voltar, são os negociantes da fé alheia, os “picaretas” que
fundam “igrejas” para enriquecimento às custas dos “incautos” – para não dizer
“otários”. Mas prefiro usar “incautos”, pois é o que muitas vezes essas pessoas
são: sem cautela. É importante também dizer que, além dos incautos, há também
os seguidores gananciosos, aqueles que veem na venda da “teologia da
prosperidade” uma oportunidade de também ficarem ricos. Sabemos, entretanto,
que ricos mesmo ficam os donos do negócio e alguns dos seus pastores/gerentes.
Fato é que milhares de
pessoas jogam seu parco dinheirinho na boca desses lobos devoradores de
esperanças e corações ansiosos. Muitas pessoas – além das que vão em busca de
suposto ganho fácil – inundadas de problemas e desesperançosas de tudo, caem na
armadilha da balela de “bênçãos divinas” mediante dízimos e ofertas abusivas.
Pregadores de benesses
materiais usam e abusam deste texto, para justificar o fato de obrigarem o povo
a dar dinheiro para suas “igrejas”: “Pode
um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam:
‘Como é que te roubamos?’ Nos dízimos e
nas ofertas. Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me
roubando; a nação toda está me
roubando. Tragam o dízimo todo ao
depósito do templo, para que haja
alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz o SENHOR dos Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos
céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que não terão onde guardá-las.
Impedirei que as pragas devorem suas colheitas, e as videiras nos campos não
perderão o seu fruto”, diz o SENHOR dos Exércitos. “Então todas as nações os
chamarão felizes, porque a terra de
vocês será maravilhosa”, diz o SENHOR
dos Exércitos (Malaquias 3:8-12).
Primeiro: este texto
dirige-se aos israelitas do antigo pacto, e não aos cristãos do novo pacto em
Cristo Jesus. Depois: a advertência que se faz quanto ao roubar de Deus era dirigida aos sacerdotes principalmente, e menos ao
povo em geral, que deixava de pagar o dízimo por ver as denúncias contra os administradores religiosos. Mas manipular as Escrituras é especialidade dos falsos
pregadores, naquele tempo tanto quanto no tempo atual!
Seja como for, e da
forma que for e puder ser aplicada, esses pregadores da prosperidade tratam
Deus como se Ele fosse um negociador, como se fosse possível fazer barganha com
Ele, do tipo “te dou meu dinheiro e o Senhor me dá Suas bênçãos”. Quem negocia
assim não é Deus – é o Diabo: Depois, o Diabo
o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu
esplendor. E lhe disse: “Tudo isto
te darei, se te prostrares e me
adorares” (Mateus 4:8-9). Hoje muitos se prostram para terem “esplendor
do mundo”, mesmo quando este é “vendido” nas “igrejas”. A esta proposta, a
reposta de Jesus foi enfática: “Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele
preste culto’” (Mateus 4-10).
Agora, em tempos de influencers e youtubers, a moda, além da “teologia da prosperidade”, é a
“teologia dos coaches evangélicos”.
Basta dar uma borboleteada pelo YouTube para se deparar com eles aos borbotões.
E, também às catadupas, eles têm milhares de seguidores – outros “incautos”,
para ficar neste adjetivo levinho.
Mas por que tudo isso
acontece?
O problema é que há
falta de conhecimento da Palavra!
Seja por limitações
culturais, seja por preguiça literária mesmo, fato é que as pessoas, em sua
grande maioria, não leem a Bíblia – em especial o Novo Testamento.
Desta forma, as pessoas
caem nas mais absurdas armações usadas por falsos pregadores, que isolam um ou
outro versículo bíblico, tiram-no do contexto e, com base nisso, inventam as
mais assombrosas barbaridades, iludindo quem se deixa iludir.
Jesus chamou a atenção
para não cairmos na conversa de enganadores: “Pois aparecerão falsos cristos
e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas
para, se possível, enganar até os eleitos. Vejam que eu os avisei antecipadamente” (Mateus 24:24-25).
O apóstolo Paulo alerta
para isso várias vezes – como na Palavra que uso como mote para este texto.
E, também nesta Palavra,
ele fala o que muita gente boa e sincera – também em nosso tempo – fala: antes, em Cristo falamos diante de Deus com
sinceridade, como homens enviados por Deus.
Por isso que eu disse, lá
no início deste texto, que me era imperioso que falasse nisso outra vez, para,
quem sabe, abrir os olhos de alguns...
Lembro sempre de uma
galerinha que não se deixava enganar, lá nos primórdios da Igreja: Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande
interesse, examinando todos os dias as
Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo (Atos 17:11). Aqui a
Bíblia descreve os moradores de Bereia (atual cidade de Veroia, na Grécia), que,
ao receberem a pregação de Paulo e Silas, o faziam com grande interesse, examinando
as Escrituras diariamente para verificarem se o que ouviam das pregações era
realmente assim.
Bem que poderia haver
mais gente assim hoje também...
Por ora é isso.
Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert