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sábado, 12 de abril de 2025

168 – A Queda de Israel (2⁰ Reis 17)


 

No1(versículo de 2⁰ Reis 17) décimo segundo ano do reinado de Acaz, rei de Judá, Oséias, filho de Elá, tornou-se rei de Israel em Samaria, e reinou nove anos.

Salmaneser3, rei da Assíria I, foi atacar Oséias, que fora seu vassalo e lhe pagara tributo. Mas4 o rei da Assíria descobriu que Oséias era um traidor, pois havia mandado emissários a Sô, rei do Egito, e já não pagava mais o tributo, como costumava fazer a cada ano. Por isso, Salmaneser mandou lançá-lo na prisão. O5 rei da Assíria invadiu todo o país, marchou contra Samaria e a sitiou por três anos II. No6 nono ano do reinado de Oséias, o rei assírio conquistou Samaria e deportou os israelitas III para a Assíria. Ele os colocou em Hala, em Gozã do rio Habor e nas cidades dos medos.

Tudo7 isso aconteceu porque os israelitas haviam pecado contra o SENHOR seu Deus, que os tirara do Egito, de sob o poder do faraó, rei do Egito. Os9 israelitas praticaram o mal secretamente contra o SENHOR seu Deus. 

Abandonaram16 todos os mandamentos do SENHOR, do seu Deus e fizeram para si dois ídolos de metal na forma de bezerros e um poste sagrado. Inclinaram-se diante de todos os exércitos celestiais e prestaram culto a Baal. Queimaram17 seus filhos e filhas em sacrifício. Praticaram adivinhação e feitiçaria e venderam-se para fazer o que o SENHOR reprova, provocando-o à ira.

Então18 o SENHOR indignou-se muito contra Israel e os expulsou da sua presença. Só a tribo de Judá escapou, mas19 nem ela obedeceu aos mandamentos do SENHOR seu Deus. Seguiram os costumes que Israel havia introduzido.

O24 rei da Assíria trouxe gente da Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim e os estabeleceu nas cidades de Samaria para substituir os israelitas. Eles ocuparam Samaria e habitaram em suas cidades. Quando25 começaram a viver ali, não adoravam o SENHOR; por isso ele enviou leões para o meio deles, que mataram alguns dentre o povo. Então26 informaram o rei da Assíria: “Os povos que deportaste e fizeste morar nas cidades de Samaria não sabem o que o Deus daquela terra exige. Ele enviou leões para matá-los, pois desconhecem suas exigências”.

Então27 o rei da Assíria deu esta ordem: “Façam um dos sacerdotes de Samaria que vocês levaram prisioneiro retornar e viver ali para ensinar as exigências do Deus da terra”. Então28 um dos sacerdotes exilados de Samaria veio morar em Betel e lhes ensinou a adorar o SENHOR.

No29 entanto, cada grupo fez seus próprios deuses nas diversas cidades em que moravam e os puseram nos altares idólatras que o povo de Samaria IV havia feito. Os30 de Babilônia fizeram Sucote-Benote, os de Cuta fizeram Nergal e os de Hamate fizeram Asima; os31 aveus fizeram Nibaz e Tartaque; os sefarvitas queimavam seus filhos em sacrifício a Adrameleque e Anameleque, deuses de Sefarvaim. Eles32 adoravam o SENHOR, mas também nomeavam qualquer pessoa para lhes servir como sacerdote nos altares idólatras. Adoravam33 o SENHOR, mas também prestavam culto aos seus próprios deuses, conforme os costumes das nações de onde haviam sido trazidos.

 

v     Para entender a história

Gerações de reis ignoraram os profetas de Deus e deixaram de cumprir as leis da aliança. O exílio de Israel, sendo retirado da “terra prometida”, é a consequência de seus atos. Para representar o povo de Deus, agora só restava o reino do Sul, Judá.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Salmaneser, rei da Assíria” – Salmaneser V sucedeu Tiglate-Pileser e governou entre 727 e 722 a.C.

                                   II.      E a sitiou por três anos” – A cidade real de Samaria era maciçamente fortificada e ficava situada no alto de uma colina, motivo pelo qual demorava tanto para ser capturada. O cerco durou de 724 a 721 a.C. Por ocasião da queda da cidade, Sargão II havia sucedido Salmaneser como rei da Assíria.

                                III.     “Deportou os israelitas” – A política de deportação dos assírios era uma tentativa para evitar rebeliões nas terras recém conquistadas. Os anais de Sargão II registram que 27.290 israelitas foram reassentados em cidades por todo o império assírio em expansão.

                                IV.     “O povo de Samaria” – Tratava-se da população mista do reino do norte. Aos israelitas que permaneceram juntaram-se babilônios, arameus e outros que os conquistadores assírios haviam deportado de sua terra natal. Essas pessoas passaram a ser conhecidas como samaritanos. Posteriormente, rejeitaram as crenças pagãs e abraçaram a fé israelita, mantendo estrita obediência à Lei de Moisés.

 

- O rei Oséias: Oséias foi o vigésimo e último rei de Israel. Seu antecessor, o rei Peca, havia lutado contra Tiglate-Pileser, rei da Assíria. Como resultado, Israel perdeu parte do seu território. Oséias assassinou Peca em 732 a.C., e Tiglate-Pileser o recompensou, tornando-o seu rei vassalo no território que restara de Israel.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 6 de abril de 2025

O Evangelho é o Nome – Se Puder Ler, Leia!

 

Foi porque os “cristãos” não entenderam que o Evangelho é Jesus que, separadamente de Jesus, criaram uma outra coisa que deveria ser vista por todos como “o Evangelho”.

Assim, Jesus seria o Cordeiro da Cruz e da Ressurreição, mas, à parte d’Ele, deveria surgir uma “doutrina de salvação” conforme o conceito de “doutrina” dos homens — tendo nos gregos os artífices filosóficos e metodológicos desse “ídolo de pensamentos” patrocinado pelo Império Romano.

Ora, o Evangelho que se vê anunciado por Paulo, por exemplo, não é uma “doutrina” conforme o termo se faz entender por nós, mas apenas uma explanação dos significados salvíficos do que Jesus fez; e, além disso, uma aplicação de natureza individual, existencial e também comunitária do significado de se ter crido e aprendido em e de Jesus.

Entretanto, tal explanação não obedece às lógicas humanas nem se reveste de nada que se assemelhe a um “sistema”, posto que, para Paulo, não havia nada a ser sistematizado no Evangelho, mas apenas crido. E o fato de o apóstolo não ficar citando palavras de Jesus, conforme ditas e registradas nos quatro evangelhos (que já existiam como informação oral) apenas prova que até mesmo o que Jesus disse não era material para ser “decorado”; antes, era algo para ser entendido como espírito e como consciência aplicada à vida.

Foi a esquizofrenia produzida entre Jesus-Evangelho, de um lado e, de outro, um corpo de doutrinas chamada de “Evangelho” (o qual é feito da sistematização de tudo o que na Bíblia se pode usar para fundamentar um pressuposto “lógico” acerca de um “plano da salvação”) justamente aquilo que tornou Jesus tão diferente daquilo que a “igreja” chama de “Evangelho” e, ao mesmo tempo, tornou a “igreja” tão díspar em relação à Pessoa de Jesus.

Muita gente diz “o evangelho está crescendo...” ou “o evangelho está enfrentando resistências...” ou, ainda, “o evangelho progrediu muito...” — sempre em referência ao crescimento de adesões religiosas à “igreja”, mas quase nunca pensando que o Evangelho só cresce para dentro do ser; e qualquer coisa que carregue o seu nome do lado de fora tem que ser um mero reflexo do que ele gerou no coração.

Todavia, para a “igreja”, Jesus salva, mas o que o salvo se torna não tem nada a ver com Ele! Aliás, se ficar parecido com Ele, não serve para a “igreja”. Pois nada incomoda mais a “igreja” do que alguém que busque ser, radicalmente, como Jesus.

Andar como Ele andou, para a “igreja”, significa outra coisa. De fato significa comportar-se como a “igreja” determina, mesmo que isso venha a ser equivalente a negar o modo como Jesus Se mostrou a todos os seres humanos conforme o registro dos quatro evangelhos.

Na verdade, Jesus é o Evangelho, pois é somente n’Ele e na fé que converge de modo exclusivo para Ele que surge o entendimento do Evangelho.

O Evangelho é Jesus, em todas as Suas histórias, ações, visões, ensinos, interpretações da realidade e, sobretudo, Sua entrega voluntária, como Cordeiro; e, para além disso, Sua ressurreição!

Para se entender o Evangelho tem-se que olhar a vida com o mesmo tipo e qualidade de amor que Jesus demonstrou em Sua existência no tempo e no espaço, ou seja: na Sua encarnação.

O Evangelho só cresce em nós quando a consciência de Jesus se torna crescente em nós. Isto é ter a mente de Cristo, segundo Paulo. Portanto, isto é Evangelho.

O Evangelho é o entendimento segundo Jesus que se torna vida e alegria para quem crê.

Sem tal olhar e sem tal sentir e pensar, conforme Jesus, não há nada que seja Evangelho. Sim, sem isto podemos ter quatro evangelhos, mas não temos ainda O Evangelho.

Isto porque O Evangelho não existe nos quatro evangelhos. Neles temos registros verdadeiros de quem é Jesus e de tudo o que, sendo essencial, Ele fez e ensinou. Sim, não há nada além de letras nos registros dos evangelhos, até nos mais originais de todos eles, posto que o Evangelho não é uma informação, mas sempre uma encarnação da Palavra.

Por essa razão, do ponto de vista de Jesus, conforme os evangelhos, o Evangelho tinha a ver com gestos. Afinal, uma mulher O unge com óleo e Ele diz que aquilo era Evangelho.

Na Bíblia há quatro evangelhos, mas nenhum deles é Evangelho enquanto não é crido e praticado!

Quando Paulo diz que o Evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, ele não se refere a nenhuma sorte de adesão à “religião da salvação”, mas exclusivamente a ter crido e obtido, pela fé, o entendimento para provar a salvação como benefício espiritual já na Terra.

Afinal, Evangelho é Boa Nova. E que Boa Nova há em quatro evangelhos que não se tornam Evangelho (produtor de vida e paz) na vida dos papagaios que o decoram?

Há papagaios capazes de desenvolver inteligência de resolução de problemas de uma criança normal de seis anos. E com a memória que esses pássaros possuem, se ensinados, decorariam os evangelhos como uma criança é capaz de fazer quando treinada. Neles, porém, não haveria nenhum Evangelho.

Evangelho é vir e aprender com Aquele que é manso e humilde de coração, achar descanso para a alma n’Ele e trocar a canga da angústia pelo peso-leve de Seu fardo de alegrias.

Evangelho é achar o tesouro que nos evangelhos é uma parábola!

Evangelho é a chance de nascer de novo e de ter no coração o reino de Deus!

Evangelho é certeza de perdão, mas que traz consigo o compromisso com o perdão ao próximo; o que, no Evangelho, não é um sacrifício, mas algo agradável como um grande privilégio!

Evangelho é ser forte contra a mentira e doce ante qualquer que seja a confissão de verdade!

Evangelho é a alegria de dar a vida pelos amigos e até pelos inimigos!

Evangelho é, portanto, andar como Ele andou; e isto para total benefício de quem O segue em fé!

Evangelho é assim... igualzinho a Jesus!

E para eu dizer o que é Evangelho, com minhas imensas limitações, teria que escrever tudo o que vejo, sinto, percebo e recebo de Jesus todos os dias; além de tudo o que de Sua Graça vejo nos evangelhos e enxergo como Evangelho de salvação, na minha vida, e na de todo aquele que crê e busca andar conforme a Sua mente.

Assim, ao invés de buscar decorar os evangelhos, busque entender o espírito deles, pois Jesus disse: “As minhas palavras são espírito e vida”.

Enquanto o Evangelho não se torna um entendimento em fé que nos concede cada vez mais ver, sentir e decidir conforme Jesus, nenhum benefício do Evangelho chegou até nós.

O Evangelho é Caminho, Verdade e Vida — e Caminho, Verdade e Vida só estão em Jesus. Portanto, o Evangelho é Jesus e Jesus é o Evangelho; e tudo o que não for assim e conforme o espírito de Cristo, pode até ganhar o apelido de “evangelho”, mas não é Evangelho.

Ora, é apenas por crer que os quatro evangelhos só se tornam Evangelho se cridos e praticados como entendimento e consciência; e também é somente por ter o testemunho de toda a História da Igreja quanto ao fato de que sem Bíblias o povo fica nas trevas, mas também que com Bíblias, porém sem ter Jesus como a “chave hermenêutica” da leitura, o povo fica “evangélico” — que ouso dizer que nem mesmo a Bíblia ajuda se a pessoa não tiver entendido que Jesus é o Evangelho; e que até na Bíblia muitas coisas deixam de ser Evangelho pelo simples fato de não terem sido encarnadas por Jesus como vida.

O local físico onde posso ler os quatro evangelhos é a Bíblia. Porém, se na leitura eu não olhar tudo a partir da certeza de que Jesus é o Evangelho, a Bíblia servirá apenas para dividir e dividir as pessoas em nome de Deus, porém sem Deus em nenhuma das divisões, todas feitas em nome de verdades de fariseus; as quais, para Jesus, ainda quando eram verdadeiras, se tornavam mentira, posto que não eram praticadas pela via do amor que fez Deus Se encarnar em Jesus.

 

(um texto de Caio Fábio D´Araújo Filho)