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domingo, 24 de agosto de 2025

Falamos Porque Cremos


 

2º Coríntios 4:13

Está escrito: “Cri, por isso falei”. Com esse mesmo espírito de fé nós também cremos e, por isso, falamos.

 

Na sua segunda carta à igreja em Corinto, o apóstolo Paulo cita o Salmo 116:8-10, que diz: Pois tu me livraste da morte, e livraste os meus olhos das lágrimas e os meus pés de tropeçar, para que eu pudesse andar diante do SENHOR na terra dos viventes. Eu cri, ainda que tenha dito: Estou muito aflito.

Assim como o salmista falava sobre sua fé, também o apóstolo falava abertamente sobre a sua, compartilhando, pregando e divulgando o Evangelho de Jesus Cristo. O apóstolo ensina sobre o que é uma consequência natural da fé, do ato de crer: falar sobre.

Com isto, entendemos que é impossível à pessoa que crê ficar calada diante da invasão que sua alma experimenta por parte do Espírito de Cristo. Quem realmente tem realizado em si o processo da fé – mesmo que ainda esteja em estado inicial – não consegue guardar a experiência para si só. Esta fé extravasa-se para aqueles que cercam a pessoa que agora a descobriu e a percebe em si; extravasa-se para todas aquelas pessoas que com ela têm contato.

No entanto, isso não quer dizer que agora se saia por aí inveteradamente, pregando e testemunhando da conversão – para se usar um termo evangélico –, mas quer dizer que o impacto do Evangelho se faz notar naturalmente por quem entre em contato com aquele que creu.

Aquele que crê no Evangelho agora é crente – que é o adjetivo de quem crê, e não um termo pejorativo para tirar onda de alguém. O termo “crente” caracteriza alguém assim porque este alguém crê, e isso não tem nada a ver com denominações evangélicas – pois mesmo um católico que crê no Evangelho é crente, justamente porque crê. E quem é crente se faz naturalmente perceber como tal.

Uma pessoa assim passa a externar em suas palavras simples, em suas ações cotidianas, em seus ambientes de família, de trabalho ou onde quer que esteja, a sua nova forma de viver a vida, sem alardes e – especialmente – sem ser invasivo ou inconveniente.

E aqui algo importante: Jesus nunca foi invasivo ou inconveniente. Inconveniente Ele era apenas aos hipócritas religiosos e àqueles que se opunham à doutrina do amor a Deus e ao próximo revelada n’Ele. Apenas isso. No mais, Ele era Ele naturalmente, no chão da vida cotidiana e comum. E, sabemos, Jesus é nosso modelo-mor, Aquele que deve viver em nossas vidas por Seu Santo Espírito, que deve reger o nosso modo de ser em tempo integral.

Então, meu mano e minha mana em Cristo, não sejamos chatos! Não entremos numa sanha evangelizadora, doutrinária ou catequista. Não vamos invadir a privacidade e a vontade de ninguém com pregações, testemunhos ou tentativas de conversão. Não sejamos daqueles de quem as pessoas se afastam por sermos chatos ou malas carregadas de jargões bíblicos, com postura de doutrinadores. Não! Sejamos apenas nós, com nossa fé, respeitando a fé dos demais – ou a não-fé, pois cada um tem sua liberdade! Se alguém nos perguntar o por que somos da forma como somos, então falamos.

Veja que conselho legal o apóstolo Pedro nos dá a esse respeito: Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias (1º Pedro 3:15-16).

Seja leve, seja gentil, seja amoroso, seja perdoador, seja amigo, seja alguém presente, ria e sorria, não julgue nem condene, ouça mais e fale menos, responda com tranquilidade, evangelize por suas atitudes – e você verá como você “falará” automaticamente, naturalmente e eficazmente da sua fé, e como isso trará resultados surpreendentes à sua volta!

Desta forma, se torna realmente impossível crer sem comunicar a razão da nossa fé, de modo que a semente do Evangelho vá se espalhando ao nosso redor, e chegue tão longe quanto as pessoas com quem convivemos – presencial ou virtualmente – estejam.

 

Por ora é isso.

Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 17 de agosto de 2025

177 – Ester e Mardoqueu (Ester 1 – 2)


 

Foi1(versículo de Ester 1) no tempo de Xerxes(*), que reinou sobre cento e vinte e sete províncias, desde a Índia até a Etiópia. Naquela2 época o rei Xerxes reinava em seu trono na cidadela de Susã e3, no terceiro ano do seu reinado, deu um banquete a todos os seus nobres e seus oficiais. Estavam presentes os líderes militares da Pérsia e da Média, os príncipes e os nobres das províncias.

Durante4 cento e oitenta dias ele mostrou a enorme riqueza de seu reino e o esplendor e a glória de sua majestade. Terminados5 esses dias, no jardim interno do palácio, o rei deu um banquete I de sete dias para todo o povo que estava na cidadela de Susã, do mais rico ao mais pobre. Pela7 generosidade do rei, o vinho real era servido em grande quantidade, em diferentes taças de ouro.

Enquanto9 isso, a rainha Vasti também oferecia um banquete às mulheres, no palácio do rei Xerxes.

Ao10 sétimo dia, quando o rei Xerxes já estava alegre por causa do vinho, ordenou aos sete oficiais II que o serviam – Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas – que11 trouxessem à sua presença a rainha Vasti, usando a coroa real, para mostrar sua beleza aos súditos e aos nobres, pois ela era muito bonita. Quando12, porém, os oficiais transmitiram a ordem do rei à rainha Vasti, esta se recusou a ir, de modo que o rei ficou furioso e indignado.

Xerxes foi aconselhado pelos seus sábios a destituir Vasti e tomar outra rainha. O rei ordenou que levassem ao palácio as moças mais bonitas da Pérsia. Uma delas se tornaria a sua rainha.

Ora5(versículo de Ester 2), na cidadela de Susã III havia um judeu chamado Mardoqueu, da tribo de Benjamim, filho de Jair, neto de Simei e bisneto de Quis, que6 fora levado de Jerusalém para o exílio por Nabucodonosor, rei da Babilônia, entre os que foram levados prisioneiros com Joaquim, rei de Judá. Mardoqueu7 tinha uma prima chamada Hadassa, que havia sido criada por ele, por não ter pai nem mãe. Essa moça, também conhecida como Ester, era atraente e muito bonita, e Mardoqueu a havia tomado como filha quando o pai e a mãe dela morreram.

Quando8 a ordem e o decreto do rei foram proclamados, muitas moças foram trazidas à cidadela de Susã e colocadas sob os cuidados de Hegai IV. Ester também foi trazida ao palácio do rei e confiada a Hegai, encarregado do harém. A9 moça o agradou e ele a favoreceu. Ele logo lhe providenciou tratamento de beleza V e comida especial. Designou-lhe sete moças escolhidas do palácio do rei e transferiu-a, junto com suas jovens, para o melhor lugar do harém.

Ester15 causava boa impressão a todos os que a viam.

O17 rei gostou mais de Ester do que de qualquer outra mulher, e ela foi favorecida por ele e ganhou sua aprovação mais do que qualquer das outras virgens. Então ele lhe colocou uma coroa real e tornou-a rainha no lugar de Vasti. E18 o rei deu um grande banquete, o banquete de Ester, para todos os seus nobres e oficiais. Proclamou feriado em todas as províncias e distribuiu presentes por sua generosidade real.

Quando19 as virgens foram reunidas pela segunda vez, Mardoqueu estava sentado junto à porta do palácio real VI. Ester20 havia mantido segredo sobre seu povo e sobre a origem de sua família, conforme a ordem de Mardoqueu, pois continuava a seguir as instruções de Mardoqueu, como fazia quando ainda estava sob sua tutela.

Um21 dia, quando Mardoqueu estava sentado junto à porta do palácio real, Bigtã e Teres, dois dos oficiais do rei que guardavam a entrada, estavam indignados e conspiravam para assassinar o rei Xerxes. Mardoqueu22, porém, descobriu o plano e contou-o à rainha Ester, que, por sua vez, passou a informação ao rei, em nome de Mardoqueu. Depois23 de investigada a informação e descobrindo-se que era verdadeira, os dois funcionários foram enforcados. Tudo isso foi escrito nos registros históricos, na presença do rei.

 

v     Para entender a história

Ester e Mardoqueu, nesta parte introdutória deste livro do Antigo Testamento, estão sendo preparados pela divina providência para um livramento decisivo do povo judeu.

 

v     Curiosidades

                                     I.     “O rei deu um banquete” – Xerxes comemorava porque sufocara com sucesso revoltas na Babilônia e no Egito. Durante as festividades, exibia para os vassalos a riqueza e o poder do seu império.

                                  II.     “Sete oficiais” – Estes oficiais eram eunucos, isto é, eram homens castrados que serviam no harém do rei. Os eunucos angariavam postos de confiança e influência na corte real. Eles passavam pelo processo de castração para que não tivessem relações sexuais com as mulheres do harém real.

                               III.     “Cidadela de Susã” – Susã, insuportavelmente quente no verão, era a capital de inverno dos reis persas. A cidadela era uma acrópole fortificada no centro da cidade. O rei Dario I construiu lá um suntuoso palácio.

                                IV.     “Sob os cuidados de Hegai” – Este nome aparece em antigos registros como um funcionário do rei Xerxes.

                                   V.     “Tratamento de beleza” – Para se tornarem mais atraentes, as mulheres banhavam-se com óleos aromáticos, removiam os pelos do corpo e amaciavam a pele. Usavam uma grande variedade de cosméticos. Cohol (carbonato de cobre) e galena (sulfeto de chumbo) sombreavam os olhos; suco de amora deixava as bochechas rosadas; óxido de ferro avermelhava os lábios; e hena macerada tingia as unhas dos pés e das mãos.

                                VI.     “Porta do palácio real” – Tratava-se do centro administrativo da corte de Susã. Era bem provável que Mardoqueu, um descendente da nobreza de Jerusalém, fosse um alto funcionário do serviço civil. Um tablete com escrita cuneiforme dessa época lista um ministro chamado “Mardukaia”, uma derivação de “Marduk” – o principal deus dos babilônios. “Mardoqueu” é a conversão hebraica desse nome.

 

(*) Também chamado de Assuero em hebraico, variante do nome persa Xerxes.

- O rei Xerxes: Filho de Dario I, Xerxes (486 – 465 a.C.) tentou expandir o império do pai. Dario tinha ganho uma cidadela, ao norte da Grécia, ao tomar a Macedônia. Xerxes avançou para o sul, até Atenas, mas recuou ao ser derrotado em 480 a.C. Dez anos depois, fracassou em uma outra tentativa para conquistar a Grécia. Apesar das derrotas, a estabilidade do império não foi afetada.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 10 de agosto de 2025

Perdão Para Hoje


 

Você quer perdoar?

Então decida.

Perdão é uma decisão.

Você quer perdoar?

Então, ao decidir, decida também matar os temas como ilustração para sempre.

Se você diz que perdoou apenas porque aceitou o culpado, mas lembra a ele de seu erro sempre que ele erre, então, você não o perdoou, apenas o sequestrou a você.

O perdão não tira a nossa memória dos fatos, mas tira a emoção deles e, além disso, mata o fato/passado como argumento para a vida contra a pessoa.

Ninguém é obrigado a ficar com ninguém mesmo depois de perdoar o ofensor.

Aliás, até para que duas pessoas se separem é essencial que se perdoem.

No entanto, se decidem continuar perdoadamente juntos, então, que o tema da ofensa não volte nunca mais.

Cada ofensa é uma ofensa. Quem perdoa lida com cada uma, não com o montante das ofensas, pois, se a cada nova ofensa tudo voltar, é porque perdão nunca houve.

Jesus mandou perdoar até 70 X 7 o mesmo individuo em um só dia. Mas a cada perdão não se deve trazer a multidão dos outros para o encontro com a verdade. Ou, então, melhor é não dizer que se perdoou.

O grande desafio do perdão é desistir da ofensa do outro como direito nosso contra ele!

Quem perdoa não perde a memória, mas desiste do direito de acusar ou de reter a memória como raiva ou crédito.

Por isto o perdão é um ato de fé e não de emoção.

Pela emoção ninguém perdoa ninguém.

Somente pela fé que antes olha para o próprio perdão que se recebe de Deus todos os dias, é que alguém pode praticar o perdão como decisão de graça e como privilégio.

Se perdoar não se tornar um privilégio, creia: ninguém perdoa.

Somente quem diz de verdade “é meu privilégio perdoar”, é que de fato perdoa de modo perdoado mesmo.

Mas enquanto perdoar é um fardo e uma obrigação, todo perdão será apenas sacrifício.

Perdão é vida quando se torna privilégio em fé!

Pense nisso!

 

(um texto de Caio Fábio D´Araújo Filho)

domingo, 3 de agosto de 2025

176 – O Templo é Reconstruído (Esdras 1 – 6)


 

No1(versículo de Esdras 1) primeiro ano do reinado de Ciro I, rei da Pérsia, a fim de que se cumprisse a palavra do SENHOR falada por Jeremias II, o SENHOR despertou o coração de Ciro para redigir uma proclamação e divulgá-la em todo o seu reino, nestes termos:

“Assim2 diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, o Deus dos céus, deu-me todos os reinos da terra e designou-me para construir um templo para ele em Jerusalém de Judá. Qualquer3 do seu povo que esteja entre vocês, que o seu Deus esteja com ele, e que vá a Jerusalém de Judá reconstruir o templo do SENHOR”.

Então5 os líderes das famílias de Judá e de Benjamim, como também os sacerdotes e os levitas, todos aqueles cujo coração Deus despertou, dispuseram-se a ir para Jerusalém e a construir o templo do SENHOR. Todos6 os seus vizinhos os ajudaram, trazendo-lhes utensílios de prata e ouro, bens, animais, e presentes valiosos, além de todas as ofertas voluntárias que fizeram. Além7 disso, o rei Ciro mandou tirar os utensílios pertencentes ao templo III do SENHOR, os quais Nabucodonosor tinha levado de Jerusalém.

Quando1(versículo de Esdras 3) chegou o sétimo mês e os israelitas já estavam em suas cidades IV, o povo se reuniu como um só homem em Jerusalém. Então2 Jesua, filho de Jozadaque, seus colegas, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus companheiros, começaram a construir o altar do Deus de Israel.

Quando10 os construtores lançaram os alicerces do templo do SENHOR, os sacerdotes, com suas vestes e suas trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, tomaram seus lugares para louvar o SENHOR, conforme prescrito por Davi, rei de Israel. Com11 louvor e ações de graças, cantaram responsivamente ao SENHOR:

“Ele é bom; seu amor a Israel dura para sempre”.

E todo o povo louvou ao SENHOR em alta voz, pois haviam sido lançados os alicerces do templo do SENHOR. Mas12 muitos dos sacerdotes, dos levitas e dos líderes de família mais velhos, que tinham visto o antigo templo, choraram em voz alta quando viram o lançamento dos alicerces desse templo.

Então4(versículo de Esdras 4) a gente da região começou a desanimar o povo de Judá e a atemorizá-lo, para que não continuassem a construção. Pagaram5 alguns funcionários para que se opusessem a eles e frustrassem o plano deles. E fizeram isso durante todo o reinado de Ciro até o reinado de Dario, reis da Pérsia.

O rei Dario divulgou um decreto ordenando aos inimigos dos judeus que permitissem a reconstrução. Todos os fundos necessários foram fornecidos pelo tesouro real.

Dessa14(versículo de Esdras 6) maneira, os líderes dos judeus continuaram a construir e a prosperar, encorajados pela pregação dos profetas Ageu e Zacarias, descendente de Ido. O15 templo foi concluído no terceiro dia do mês de adar, no sexto ano do reinado do rei Dario.

Então16 o povo de Israel, sacerdotes, levitas e o restante dos exilados, celebraram com alegria a dedicação do templo de Deus.

 

v     Para entender a história

A volta dos exilados da Babilônia lembra o Êxodo. Seu retorno é um novo começo na “terra prometida”. O povo judeu teve tempo para meditar sobre os erros do passado, e tem agora uma nova chance de reconstruir o seu relacionamento com Deus. A restauração de um lugar de culto é muito importante para eles.

 

v     Curiosidades

                                     I.     No primeiro ano do reinado de Ciro” – Ciro governou a Pérsia entre 558 a 530 a.C. e foi o fundador do maior império que o mundo antigo já vira até então, começando com a conquista da Média, em 549 a.C. Este foi o primeiro ano do reinado de Ciro na Babilônia, que caiu em 539 a.C.

                                  II.     “A palavra do SENHOR falada por Jeremias” – Essas palavras estavam em uma carta que o profeta Jeremias enviou de Jerusalém aos exilados. Os primeiros exilados foram levados para a Babilônia por Nabucodonosor em 605 a.C. Jeremias escreveu: “Assim diz o SENHOR: ‘Quando se completarem os setenta anos da Babilônia, eu cumprirei a minha promessa em favor de vocês, de trazê-los de volta para este lugar’” (Jeremias 29:10).

                               III.     “Os utensílios pertencentes ao templo” – Nabucodonosor destruiu o templo em 586 a.C. e levou os seus tesouros para a Babilônia, mas não há registro do que aconteceu à “arca da aliança”. Antes disso, Jeremias profetizara que a arca desapareceria (Jeremias 3:16-17).

                                IV.     “Já estavam em suas cidades” – A volta do exílio, iniciada em 537 a.C., continuou durante mais de cem anos, em várias etapas. Mais de 42 mil pessoas deixaram a Babilônia durante o primeiro retorno. Mas os judeus que permaneceram no exílio foram mais numerosos do que aqueles que voltaram à terra de Judá.

 

- Zorobabel: Zorobabel, cujo nome significa “nascido na Babilônia”, nasceu, justamente, no cativeiro. Era descendente direto do rei Davi, e neto de Joaquim, feito prisioneiro por Nabucodonosor, em 605 a.C., e substituído por um rei fantoche. Zorobabel foi nomeado por Ciro governador de Judá e tornou-se o líder espiritual e político dos judeus. Ele os liderou na saída do exílio na Babilônia, em semelhança ao que Moisés fizera ao tirar os israelitas do Egito.

- O cilindro de Ciro: Encontrado por escavações arqueológicas, um cilindro de argila, gravado com escrita cuneiforme, registra a política de repatriação de Ciro. Os judeus estavam entre os vários povos levados para o cativeiro pelos babilônios. Ciro permitiu que essas nações voltassem à sua terra natal, afirmando que os deuses destes povos o haviam orientado. Isso fez com que o rei ganhasse a lealdade das nações subjugadas, impedindo levantes, e permitiu-lhe montar um eficiente sistema administrativo.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 27 de julho de 2025

De Volta ao Tema Chato


 

2º Coríntios 2:17

Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus.

 

Volto a falar de algo que está grassando à solta nos dias atuais. Sinceramente, não gostaria de falar nisso, mas eu “tenho” que fazê-lo.

E por que tenho que fazê-lo? Tenho que fazê-lo, pois assim sou ensinado pela Palavra.

Já no Antigo Testamento, o profeta Malaquias fazia esta denúncia, ensinando sobre se ter discernimento entre o que era verdadeiro e o que era falso: “Vocês têm dito palavras duras contra mim”, diz o SENHOR. “Ainda assim perguntam: ‘O que temos falado contra ti?’ Vocês dizem: ‘É inútil servir a Deus. O que ganhamos quando obedecemos aos seus preceitos e ficamos nos lamentando diante do SENHOR dos Exércitos? Por isso, agora consideramos felizes os arrogantes, pois tanto prosperam os que praticam o mal como escapam ilesos os que desafiam a Deus!’” Depois, aqueles que temiam o SENHOR conversaram uns com os outros, e o SENHOR os ouviu com atenção. Foi escrito um livro como memorial na sua presença acerca dos que temiam o SENHOR e honravam o seu nome. “No dia em que eu agir”, diz o SENHOR dos Exércitos, “eles serão o meu tesouro pessoal. Eu terei compaixão deles como um pai tem compaixão do filho que lhe obedece. Então vocês verão novamente a diferença entre o justo e o ímpio, entre os que servem a Deus e os que não servem (Malaquias 3:13-18).

Jesus também ensinou sobre o discernimento entre o que era bom e o que não era: “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” (Mateus 7:24-27).

Escrevendo a seu pupilo Timóteo, Paulo outra vez volta ao alerta: Deixem de dar atenção a mitos e genealogias intermináveis, que causam controvérsias em vez de promoverem a obra de Deus, que é pela fé. O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera. Alguns se desviaram dessas coisas, voltando-se para discussões inúteis, querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas (1º Timóteo 1:4-7).

O assunto chato, mas que a ele tem que se voltar, são os negociantes da fé alheia, os “picaretas” que fundam “igrejas” para enriquecimento às custas dos “incautos” – para não dizer “otários”. Mas prefiro usar “incautos”, pois é o que muitas vezes essas pessoas são: sem cautela. É importante também dizer que, além dos incautos, há também os seguidores gananciosos, aqueles que veem na venda da “teologia da prosperidade” uma oportunidade de também ficarem ricos. Sabemos, entretanto, que ricos mesmo ficam os donos do negócio e alguns dos seus pastores/gerentes.

Fato é que milhares de pessoas jogam seu parco dinheirinho na boca desses lobos devoradores de esperanças e corações ansiosos. Muitas pessoas – além das que vão em busca de suposto ganho fácil – inundadas de problemas e desesperançosas de tudo, caem na armadilha da balela de “bênçãos divinas” mediante dízimos e ofertas abusivas.

Pregadores de benesses materiais usam e abusam deste texto, para justificar o fato de obrigarem o povo a dar dinheiro para suas “igrejas”: “Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: ‘Como é que te roubamos?’ Nos dízimos e nas ofertas. Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a nação toda está me roubando. Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz o SENHOR dos Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que não terão onde guardá-las. Impedirei que as pragas devorem suas colheitas, e as videiras nos campos não perderão o seu fruto”, diz o SENHOR dos Exércitos. “Então todas as nações os chamarão felizes, porque a terra de vocês será maravilhosa”, diz o SENHOR dos Exércitos (Malaquias 3:8-12).

Primeiro: este texto dirige-se aos israelitas do antigo pacto, e não aos cristãos do novo pacto em Cristo Jesus. Depois: a advertência que se faz quanto ao roubar de Deus era dirigida aos sacerdotes principalmente, e menos ao povo em geral, que deixava de pagar o dízimo por ver as denúncias contra os administradores religiosos. Mas manipular as Escrituras é especialidade dos falsos pregadores, naquele tempo tanto quanto no tempo atual!

Seja como for, e da forma que for e puder ser aplicada, esses pregadores da prosperidade tratam Deus como se Ele fosse um negociador, como se fosse possível fazer barganha com Ele, do tipo “te dou meu dinheiro e o Senhor me dá Suas bênçãos”. Quem negocia assim não é Deus – é o Diabo: Depois, o Diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E lhe disse: “Tudo isto te darei, se te prostrares e me adorares (Mateus 4:8-9). Hoje muitos se prostram para terem “esplendor do mundo”, mesmo quando este é “vendido” nas “igrejas”. A esta proposta, a reposta de Jesus foi enfática: Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto’” (Mateus 4-10).

Agora, em tempos de influencers e youtubers, a moda, além da “teologia da prosperidade”, é a “teologia dos coaches evangélicos”. Basta dar uma borboleteada pelo YouTube para se deparar com eles aos borbotões. E, também às catadupas, eles têm milhares de seguidores – outros “incautos”, para ficar neste adjetivo levinho.

Mas por que tudo isso acontece?

O problema é que há falta de conhecimento da Palavra!

Seja por limitações culturais, seja por preguiça literária mesmo, fato é que as pessoas, em sua grande maioria, não leem a Bíblia – em especial o Novo Testamento.

Desta forma, as pessoas caem nas mais absurdas armações usadas por falsos pregadores, que isolam um ou outro versículo bíblico, tiram-no do contexto e, com base nisso, inventam as mais assombrosas barbaridades, iludindo quem se deixa iludir.

Jesus chamou a atenção para não cairmos na conversa de enganadores: “Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos. Vejam que eu os avisei antecipadamente (Mateus 24:24-25).

O apóstolo Paulo alerta para isso várias vezes – como na Palavra que uso como mote para este texto.

E, também nesta Palavra, ele fala o que muita gente boa e sincera – também em nosso tempo – fala: antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus.

Por isso que eu disse, lá no início deste texto, que me era imperioso que falasse nisso outra vez, para, quem sabe, abrir os olhos de alguns...

Lembro sempre de uma galerinha que não se deixava enganar, lá nos primórdios da Igreja: Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo (Atos 17:11). Aqui a Bíblia descreve os moradores de Bereia (atual cidade de Veroia, na Grécia), que, ao receberem a pregação de Paulo e Silas, o faziam com grande interesse, examinando as Escrituras diariamente para verificarem se o que ouviam das pregações era realmente assim.

Bem que poderia haver mais gente assim hoje também...

 

Por ora é isso.

Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

domingo, 20 de julho de 2025

175 – Daniel na Cova dos Leões (Daniel 6)


Dario1(versículo de Daniel 6) achou por bem nomear cento e vinte sátrapas para governarem todo o reino; e2 colocou três supervisores sobre eles, um dos quais era Daniel. Os sátrapas tinham que prestar contas a eles para que o rei não sofresse nenhuma perda. Ora3, Daniel se destacou tanto entre os supervisores e os sátrapas por suas grandes qualidades, que o rei planejava colocá-lo à frente do governo de todo o império. Diante4 disso, os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração governamental, mas nada conseguiram. Não puderam achar falta alguma nele, pois ele era fiel; não era desonesto nem negligente. Finalmente5 esses homens disseram: “Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele”.

E6 assim os supervisores e os sátrapas, de comum acordo, foram falar com o rei: “Ó rei Dario, vive para sempre! Todos7 os supervisores reais, os prefeitos, os sátrapas, os conselheiros e os governadores concordaram em que o rei deve emitir um decreto ordenando que todo aquele que orar a qualquer deus ou a qualquer homem nos próximos trinta dias, exceto a ti, ó rei, seja atirado na cova dos leões. Agora8, ó rei, emite o decreto e assina-o para que não seja alterado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada”. E9 o rei Dario assinou o decreto.

Quando10 Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém I. Três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus, como costumava fazer. Então11 aqueles homens foram investigar e encontraram Daniel orando, pedindo ajuda a Deus. Assim12 foram falar com o rei acerca do decreto real: “Tu não publicaste um decreto ordenando que nos próximos trinta dias todo aquele que fizesse algum pedido a qualquer deus ou a qualquer homem, exceto a ti, ó rei, seria lançado na cova dos leões?”

O rei respondeu: “O decreto está em vigor, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada”.

Então13 disseram ao rei: “Daniel, um dos exilados de Judá, não te dá ouvidos, ó rei, nem ao decreto que assinaste. Ele continua orando três vezes por dia”. Quando14 o rei ouviu isso, ficou muito contrariado, e como estava decidido a salvar Daniel, até o pôr-do-sol fez todo o esforço que pôde para livrá-lo.

Mas15 os homens lhe disseram: “Lembra-te, ó rei, que, conforme a lei dos medos e dos persas, nenhum decreto ou edito do rei pode ser modificado”.

Então16 o rei deu ordens, e eles trouxeram Daniel e o jogaram na cova dos leões. O rei, porém, disse a Daniel: “Que o seu Deus, a quem você serve continuamente, o livre!”

Taparam17 a cova com uma pedra, e o rei a selou com o seu próprio anel-selo e com os anéis dos seus nobres, para que a situação de Daniel não se modificasse. Tendo18 voltado ao palácio, o rei passou a noite sem comer e não aceitou nenhum divertimento em sua presença. Além disso, não conseguiu dormir.

Logo19 ao alvorecer, o rei se levantou e correu para a cova dos leões. Quando20 ia se aproximando da cova, chamou Daniel com voz aflita: “Daniel, servo do Deus vivo, será que o seu Deus, a quem você serve continuamente, pôde livrá-lo dos leões?”

Daniel21 respondeu: “Ó rei, vive para sempre! O22 meu Deus enviou o seu anjo, que fechou a boca dos leões. Eles não me fizeram mal algum, pois fui considerado inocente à vista de Deus. Também contra ti não cometi mal algum, ó rei”.

O23 rei muito se alegrou e ordenou que tirassem Daniel da cova. Quando o tiraram da cova, viram que não havia nele nenhum ferimento, pois ele tinha confiado no seu Deus.

O rei Dario divulgou um decreto em homenagem ao Deus vivo de Daniel, pedindo ao seu povo que o temesse e o reverenciasse.

Assim28 Daniel prosperou durante os reinados de Dario e de Ciro II, o persa.

 

v     Para entender a história

A ascensão de Daniel ao poder não compromete a sua integridade. Humildemente, reconhece que Deus é a fonte de todas as suas bênçãos. Em vez de abandonar a sua fé – mesmo por um curto período –, Daniel dispõe-se a perder a sua posição e enfrentar a morte. Sua fé jamais vacila, pois sabe que pode confiar em Deus para salvá-lo.

 

v     Curiosidades

                                     I.     “As janelas davam para Jerusalém” – Quando Salomão construiu o Templo, parte da sua “oração de inauguração” foi uma súplica especial, para o caso de o povo de Deus ser exilado: “Se lá eles se voltarem para ti de todo o coração e de toda a sua alma, na terra de seu cativeiro para onde foram levados, e orarem voltados para a terra que deste aos seus antepassados, para a cidade que escolheste e para o templo que construí em honra ao teu nome, então, dos céus, lugar da tua habitação, ouve a sua oração e a sua súplica, e defende a sua causa” (2º Crônicas 6:38-39).

                                  II.     “Os reinados de Dario e de Ciro” – Nessa época, Daniel tinha cerca de oitenta anos de idade. Morreu não muito após Ciro iniciar o seu longo reinado. Portanto, o “rei Dario” não pode ser Dario I, que reinou 28 anos após a morte de Ciro. Alguns estudiosos acreditam que Dario era o nome de trono de Ciro, na Babilônia. Outros sugerem que Dario foi um famoso general também chamado Guburu. Ciro nomeou Guburu como governador da maior província da Pérsia, que incluía Babilônia, Síria, Fenícia e Palestina.

 

- O rei dos animais: Uma espécie asiática de leão, já extinta, habitava muitas regiões do antigo Oriente Médio. A caça ao leão era o esporte favorito das classes superiores, principalmente ao longo das margens dos rios Tigre e Eufrates. Nas cidades reais, leões eram mantidos em cativeiro e procriavam. O leão era visto também como um símbolo de realeza e poder. Foi adotado como elemento gráfico pelos babilônios.

- O Império Persa: O Império Persa durou de cerca de 549 a.C. até cerca de 331 a.C., quando caiu diante de Alexandre, o Grande. No seu auge, estendia-se da Grécia, a oeste, até a Índia, no leste. Havia quatro cidades reais: Babilônia, Persépolis, Ecbátana e Susã.

- Sátrapas: Os persas desenvolveram um eficiente sistema para administrar as muitas províncias do império. Baseava-se em uma rede de governadores locais (os sátrapas).

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.