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domingo, 9 de novembro de 2025

183 – Palavras de Sabedoria (Provérbios 3, 9, 10, 11, 15, 17, 25, 26, 27, 30)

 

Benefícios da Sabedoria

Meu1(versículo de Provérbios 3) filho, não se esqueça da minha lei, mas guarde no coração os meus mandamentos, pois2 eles prolongarão a sua vida por muitos anos e lhe darão prosperidade e paz.

Que3 o amor e a fidelidade jamais o abandonem; prenda-os ao redor do seu pescoço, escreva-os na tábua do seu coração. Então4 você terá o favor de Deus e dos homens, e boa reputação.

Como13 é feliz o homem que acha a sabedoria, o homem que obtém entendimento, pois14 a sabedoria é mais proveitosa do que a prata e rende mais do que o ouro. É15 mais preciosa do que rubis; nada do que você possa desejar se compara a ela. Na16 mão direita, a sabedoria lhe garante vida longa; na mão esquerda, riquezas e honra. Os17 caminhos da sabedoria são caminhos agradáveis, e todas as suas veredas são paz. A18 sabedoria é árvore que dá vida I a quem a abraça; quem a ela se apega será abençoado.

O10(versículo de Provérbios 9) temor do SENHOR é o princípio da sabedoria II, e o conhecimento do Santo é entendimento”.

 

Os Provérbios de Salomão

A11(versículo de Provérbios 10) boca do justo é fonte de vida, mas a boca dos ímpios abriga a violência. O12 ódio provoca dissensão, mas o amor cobre todos os pecados.

O1(versículo de Provérbios 11) SENHOR repudia balanças desonestas, mas os pesos exatos lhe dão prazer.

Quando2 vem o orgulho, chega a desgraça, mas a sabedoria está com os humildes.

Como22 anel de ouro em focinho de porco, assim é a mulher bonita, mas indiscreta.

Quem27 procura o bem será respeitado; já o mal vai de encontro a quem o busca.

É17(versículo de Provérbios 15) melhor ter verduras na refeição onde há amor do que um boi gordo acompanhado de ódio.

Melhor12(versículo de Provérbios 17) é encontrar uma ursa da qual roubaram os filhotes do que um tolo em sua insensatez.

Se21(versículo de Provérbios 25) o seu inimigo tiver fome III, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo22 isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e o SENHOR recompensará você.

Como28 a cidade com seus muros derrubados, assim é quem não sabe dominar-se.

Como11(versículo de Provérbios 26) o cão volta ao seu vômito, assim o insensato repete a sua insensatez.

O13 preguiçoso diz: “Lá está um leão no caminho, um leão feroz rugindo nas ruas!”

As22 palavras do caluniador são como petiscos deliciosos; descem saborosos até o íntimo.

Assim19(versículo de Provérbios 27) como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós.

 

Palavras de Agur

“Os17(versículo de Provérbios 30) olhos de quem zomba do pai, e, zombando, nega obediência à mãe, serão arrancados pelos corvos do vale, e serão devorados pelos filhotes do abutre”.

“Quatro24 seres da terra são pequenos, e, no entanto, muito sábios: as25 formigas, criaturas de pouca força, contudo, armazenam sua comida no verão; os26 coelhos, criaturas sem nenhum poder, contudo, habitam nos penhascos; os27 gafanhotos, que não têm rei, contudo, avançam juntos em fileiras; a28 lagartixa, que se pode apanhar com as mãos, contudo, encontra-se nos palácios dos reis”.

 

Para entender a história

O Livro dos Provérbios utiliza uma filosofia prática, em geral transmitida de forma bem humorada, para dar às pessoas conselhos úteis para uma vida digna. Os provérbios sugerem que a religião e a vida são inseparáveis. A sabedoria só pode levar à felicidade se tiver como base a reverência a Deus e aos seus ensinamentos.

 

v     Curiosidades

                                     I.     “A sabedoria é árvore que dá vida” – A sabedoria é uma fonte de dádiva vital, pois leva as pessoas em direção ao relacionamento apropriado com Deus. Na literatura do antigo Oriente Médio, uma árvore exuberante era a metáfora comum para bênçãos contínuas. Esta citação também é uma referência à “árvore da vida” do Gênesis.

                                  II.     O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” – Os sábios de Israel acreditavam que a base da verdadeira sabedoria era “temer a Deus”, o que significava reverência e não medo. As pessoas deviam prestar culto a Deus e levar a vida de acordo com a sua Lei. Sem esse “temor”, a sabedoria seria incapaz de aproximar as pessoas do seu Criador.

                               III.     “Se o seu inimigo tiver fome” – Muitos provérbios reforçam a importância de ser um bom vizinho. Isso se aplica até mesmo aos que são hostis. Se as pessoas retribuem inimizade com atos de bondade, evitam-se tensões e brigas na comunidade.

 

- Os provérbios de Salomão: O rei Salomão era famoso por sua sabedoria, e a sua corte tornou-se um centro internacional de aprendizado. Grande parte da literatura de sabedoria tem sido atribuída a ele.

- Os ditados de Agur: Agur aprendeu a humildade observando as maravilhas da natureza. Era, provavelmente, um ismaelita da Arábia, e os seus ditados refletem a sabedoria do Oriente. O povo de Israel somente reconhecia como palavras de sabedoria, fosse qual fosse a sua fonte, se a essência delas estivesse de acordo com a Lei de Deus.

- O uso das palavras: Os provérbios lançam mão de frases de efeito curtas e perspicazes. As palavras são usadas de maneira econômica, nos moldes de “quanto menos, melhor”. Também há uma grande força nas palavras, tanto escritas quanto faladas. As palavras podem ser usadas igualmente para o bem e para o mal, e o efeito delas não deve ser subestimado. O principal tema do Livro dos Provérbios é que escutar leva à sabedoria, e que conversa fiada e fofoca são para os tolos.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 2 de novembro de 2025

Homens Brotam do Chão e Mulheres do Inconsciente


 

Os nomes que na Bíblia são postos por Deus ou por Ele trocados — como Jesus também fez com alguns de Seus discípulos —, sempre atribuem significados aos seus possuidores. E isto vem desde o início de tudo.

Por exemplo:

Adão – (hebraico) – Adham, homem de terra vermelha.

Eva – (hebraico) – Chavva, viver ou vida.

Assim, Adão é terra vermelha, talvez uma alusão ao pó da Mesopotâmia. Se fosse em Brasília ou no Paraná a vermelhidão do chão também chamaria atenção. Porém, Adão é mais do que terra vermelha, ele é matéria simples, é filho de onde pisa. Assim, ele é um ser mais deste mundo de coisas básicas e instintuais. Em outras palavras: o homem é mais simples em seu ser; e mais: sua alma tem ligações com os fundamentos, e nem tanto com os tetos abstratos e subjetivos da existência.

Eva, entretanto, não é terra, ela é viver ou vida. Afinal, ela é bem mais complexa, visto não vir direto do chão, mas do chão-já-feito-humano. E é da costela, do lado do homem feito, que em meio ao sono, ele sonhou com a projeção dela como sua própria alma: ânima.

Então a mulher sai de dentro dele pelas mãos de Deus. E sai de dentro dele mesmo, do mais profundo de seu inconsciente, pois “o Senhor fez cair profundo sono sobre o homem”.

Eva vem muito mais do Inconsciente do que da Costela!

Sem o “profundo sono-sonho” nenhuma Eva jamais apareceria, e jamais, em surgindo, geraria do homem o grito que somente dão aqueles que encontram o que há muito buscavam: “Até que enfim!” Ou: “Esta afinal é...!”

É por esta razão que “a mulher é a glória do homem”, segundo Paulo. Pois se a mulher foi tirada do homem, o homem nasce da mulher; para que haja interdependência.

“Glória”, todavia, é aquilo que coroa e que aponta para algo superior. Assim, a mulher é a “coroa” do homem. Desse modo, pode-se dizer que a mulher é um ser mais ligado ao que é humanamente superior, enquanto o homem é mais ligado ao que é chão e terra.

É obvio que a antropologia psicológica tem uma boa explicação para tal fato, aludindo aos milênios de experiência do homem como um caçador ou agricultor; tendo, portanto, suas raízes bem vinculadas pela cultura a tudo aquilo que é de natureza prática e pragmática. Ou seja: com a simplicidade da terra. Além disso, enquanto uma mulher só pode ter um filho por ano, um homem, no mesmo período, caso deseje, tem potencial para gerar centenas de filhos; o que dá a ele uma prole genética, mas que não lhe garante evolução emocional e afetiva; a qual, é sempre resultado de alguma forma de vínculo que se ligue ao cuidado de alguém; no caso da mulher: ao filho(a).

A mulher, entretanto, pelas mesmas razões acima mencionadas, é aquela que ficou em casa, que desenvolveu habilidades sutis e, sobretudo, aplicou sua alma ao discernimento do interior do homem e dos filhos. Assim, a relação da mulher é desde sempre com o viver ou com a vida; e isso tendo na vida o objeto de seu interesse explícito: o marido e os filhos.

A maternidade, por seu turno, coloca a mulher num ambiente no qual, dentro dela, surge um outro ambiente, com o qual ela se relaciona de modo silencioso: o filho no ventre. Além disso, por tal vínculo, cresce nela uma intuição que em muito sobrepuja a do homem, de um modo geral.

Desse modo, pode-se dizer que a mulher é, quase sempre, um ser muito mais psíquico do que o homem; o qual é menos intuitivo e mais instintual.

Assim, a bondade da mulher é quase sempre mais profunda que a do homem, visto que a dedicação ao marido e suas coisas, bem como para com os filhos no dia a dia da criação, a põe numa escala de afetividade que raramente os homens conhecem.

Do mesmo modo, caso uma mulher se torne má e perversa, deve-se saber que na mesma medida em que pode ser boa, tornar-se-á mais perversa que a maioria dos homens. Isto porque a bondade e a maldade da ânima feminina são mais profundas e sofisticadas do que o ânimus masculino.

Daí os ódios masculinos geraram brigas e desavenças estúpidas e braçais, o que é ridicularizado pelas mulheres. Todavia, quando “calha” de uma mulher se tornar vingativa e maldosa, nenhum homem terá o poder paciente de sua sutil e contínua perseverança na causa do ódio. Além do que, a maioria dos ódios masculinos têm profunda ligação ou com a disputa pela mulher, ou, outras vezes, se alimenta do ódio dela como “honra”.

Ora, digo estas poucas coisas apenas para lembrar que Adão e Eva são nomes de natureza simbólica e que bem expressam as naturezas de seus possuidores.

Paulo diz que o sentimento materno é a salvação da mulher. E é mesmo! Já o Gênesis diz que “o desejo da mulher é para o seu marido”; que foi a inclinação instintual que Deus colocou na alma da mulher a fim de salvá-la também como ser da vida. Do contrário, não teríamos mais a menor chance de traçar uma “genealogia” humana caso as mulheres variassem de parceiros sexuais e de procriação como por milênios fizeram os machos humanos.

Abraão só podia dizer que Isaque era seu filho porque na vida de Sara não houve um Hagar-macho.

Para mim o mais estranho de tudo é a identificação explícita que Jesus faz de Deus com a imagem do Pai.

Honestamente, eu já tentei sentir o lado feminino de Deus; mas, para mim, não me foi possível até hoje. Aliás, toda a tentativa que os teólogos da “cultura do politicamente correto” fazem, me soa não apenas tola, como também não encontra um único eco ou ressonância em minha alma. Até porque todas as supostas qualidades maternas de Deus, as quais aparecem aqui ou ali nas Escrituras, aparecem quase sempre de modo figurativo, enquanto a declaração da paternidade de Deus é chocantemente explícita.

Na minha maneira de ver, a sugestão de Paulo em I Coríntios acerca da “interdependência” que há entre homem e mulher, não apenas estabelece o que declara estabelecer; mas, muito além disso, coloca o homem num caminho de desenvolvimento de sua ânima, na busca de encontro com sua mulher-alma-glória.

Resumindo, diríamos que o homem é um ser do chão e de suas praticidades mais simples, enquanto a mulher já nasce com ambições de natureza emocional e afetiva que raramente os homens conseguem compreender; visto que, na maioria dos casos, eles interpretam tal busca e interesse femininos como carência e fraqueza; quando, de fato, significam elevação e evolução humanas. Ora, isto quando a semente feminina não apodrece; pois, em tal caso, não há homem que possa vencer a persistência do ódio, da amargura ou do espírito de vingança de uma mulher.

Pense nisso! Pois é só para pensar!

Escrevo tudo isso n’Ele, em Quem homem e mulher caminham para ser um-sempre, tendo a Cristo como Cabeça de ambos.

 

(um texto de Caio Fábio D´Araújo Filho)

domingo, 26 de outubro de 2025

182 – Palavras de Louvor (Salmos 1, 8, 23, 121)


 

Como1(versículo de Salmo 1) é feliz I aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao2 contrário, sua satisfação está na lei do SENHOR, e nessa lei medita II dia e noite. É3 como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera!

Não4 é o caso dos ímpios! São como palha que o vento leva. Por5 isso os ímpios não resistirão no julgamento, nem os pecadores na comunidade dos justos.

Pois6 o SENHOR aprova o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios leva à destruição!

 

 SENHOR1(versículo de Salmo 8), Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra! Tu, cuja glória é cantada nos céus. Dos2 lábios das crianças e dos recém-nascidos III firmaste o teu nome como fortaleza, por causa dos teus adversários, para silenciar o inimigo que busca vingança.

Quando3 contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto4: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes?

Tu5 o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Tu6 o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste: Todos7 os rebanhos e manadas, e até os animais selvagens, as8 aves do céu, os peixes do mar e tudo o que percorre as veredas dos mares.

SENHOR9, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra!

 

O1(versículo de Salmo 23) SENHOR é o meu pastor; de nada terei falta. Em2 verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranquilas; restaura-me3 o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.

Mesmo4 quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.

Preparas5 um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça com óleo IV e fazendo transbordar o meu cálice. Sei6 que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e voltarei à casa do SENHOR enquanto eu viver.

 

Levanto1(versículo de Salmo 121) os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o socorro? O2 meu socorro vem do SENHOR, que fez os céus e a terra.

Ele3 não permitirá que você tropece; o seu protetor se manterá alerta, sim4, o protetor de Israel não dormirá, ele está sempre alerta!

O5 SENHOR é o seu protetor; como sombra que o protege V, ele está à sua direita. De6 dia o sol não o ferirá, nem a lua, de noite.

O7 SENHOR o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida. O8 SENHOR protegerá a sua saída e a sua chegada, desde agora e para sempre.

 

Para entender a história

Os Salmos são poesias hebraicas musicadas, compostas por Davi e outros autores, e usados especialmente nas reuniões no Templo e posteriormente nas sinagogas judaicas. Com o advento do cristianismo, muitos deles foram musicados com novos arranjos e adaptados para o louvor na Igreja.

 

v     Curiosidades

                                     I.     Como é feliz” – Esta expressão também aparece traduzida como “bem-aventurado” ou “abençoado é o homem”. Somente os que seguem o caminho do Senhor, em última instância, serão abençoados por Deus.

                                  II.     “Nessa lei medita” – No antigo Israel, a Lei era estudada todos os dias. Um conhecimento íntimo da Lei era o caminho para se aproximar de Deus.

                               III.     “Lábios das crianças e dos recém-nascidos” – Esta frase destaca a relação pai e filho entre os seres humanos e o seu Criador. Deus é a fonte de todo o potencial humano.

                                IV.     “Ungindo a minha cabeça com óleo” – Quando um rei fazia uma aliança com Deus, esta geralmente era selada com um banquete. Durante as comemorações, era costume ungir a cabeça dos convidados com óleo, como sinal de amizade e proteção.

                                   V.     “Como sombra que o protege” – Da mesma forma que uma sobra nunca abandona a pessoa, o Senhor permanece com o seu povo. E, da mesma forma que uma sombra protege as pessoas do excessivo calor do sol, Deus sustenta e protege os que dele dependem.

 

- Salmo 1: Este salmo introdutório fixa temas que serão recorrentes por todo o livro dos Salmos – devoção, agradecimento e fé inabalável em Deus. O autor é desconhecido.

- Salmo 8: Este salmo, escrito pelo rei Davi, celebra o domínio da humanidade sobre a terra. Trata-se de uma reflexão sobre a grandeza de Deus e reconhece a insignificância da humanidade quando comparada à glória da criação de Deus.

- Salmo 23: O salmo de Davi é uma alegre proclamação da providência divina. Quem crê pode viver livre de medo porque, como um bom pastor, Deus estará sempre provendo, protegendo e guiando o seu rebanho.

- Salmo 121: Este é o segundo da coleção de quinze salmos chamados “Salmos de Peregrinação”. A tradição sugere que estes salmos eram entoados durante as peregrinações anuais a Jerusalém. Deus é apresentado como companheiro e guardião de seu povo.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

domingo, 19 de outubro de 2025

A Física e Suas Implicações


A Física, Newton, Einstein e a natureza espiritual do Universo

 

O “Cosmo cristão” [digo: “Cosmo” como Universo] ainda é segundo a imagem e semelhança de Newton. Ou seja: ainda é uma noção de Universo pré-einsteiniano e, portanto, fixo, uno e estável.

Depois de Einstein o Cosmo passou a ser Cosmos, posto que a Relatividade de Einstein abrisse espaço para muitos universos.

Sim, abriu a tal ponto que o próprio Einstein não suportou a desconstrução que suas duas principais teorias geraram nas suas múltiplas implicações.

Foi em razão das descobertas de Einstein que se abriram outros mundos [...], especialmente o mundo das partículas subatômicas, gerando uma ampla compreensão de outro modo do Universo existir.

Sim, surgiu um modo totalmente diferente de se ver a existência dos mundos, e que é totalmente diferente do Universo na sua manifestação macro, de percepção newtoniana.

Portanto, desde Einstein que o Universo cresceu, sendo percebido não mais como realidade única e fixa, mas, sim, como algo que continha muito mais do que estava disponível à vista e aos sentidos.

Assim, a cada dia, mesmo contra a vontade de Einstein, suas teorias abriram mundos que ele não desejaria que existissem.

Einstein morreu com raiva do que suas teorias haviam aberto como noção [...] no mundo da Física, em razão, sobretudo, do que a Mecânica Quântica havia incorporado como noção revolucionária do sentido e constituição da natureza do Universo.

Hoje, mais e mais, a Física vai se transformando em uma espécie de Teofísica; ou ainda numa espécie de Pneumofísica.

Sim, posto que cada vez mais se discirna que o Universo não é um só; que há muitos universos; que há mundos paralelos; que podemos conviver com dimensões distintas que existem no ambiente invisível à nossa percepção; que a natureza do Universo é feita de elementos que somente se parecem com o conceito de energia espiritual; que existem muitos tempo/espaço; que existem muitas camadas de existência; que existe o mundo invisível para além do que os olhos captem; que pode haver seres e vida justamente a uma membrana dimensional de nós, etc.

Ou seja: a cada dia a Física vai se tornando uma Teologia da Natureza das Coisas!

Ora, é por tal razão que julgo que compreender a Física deste tempo é o melhor dever de casa que alguém possa pretender realizar (depois do estudo da Palavra) a fim de melhor perceber a natureza espiritual do Universo!

Hoje, pela Física, vejo anjos existindo a uma membrana de mim.

Hoje, pela Física, vejo o céu a uma membrana de mim.

Hoje, pela Física, vejo principados, potestades, poderes, rodas [arcos, círculos, como os de Ezequiel no Antigo Testamento], tronos e soberanias — todos existindo a uma membrana de mim.

Hoje, pela Física, vejo o Inferno a uma membrana quântica ou a uma membrana dimensional de distância de mim e de você.

Sim, hoje, pela Física, vejo que o Novo Testamento não apela para a magia espiritual quando determina a existência de muitos mundos, visíveis e invisíveis, os quais existem de modo simultâneo e paralelo à camada de existência na qual eu existo.

Não! A Natureza do Universo não é grega, nem barroca, nem newtoniana, nem einsteiniana, mas, sim, espiritual, visto que espírito é energia, é existência na sua forma mais sutil e essencial.

Assim, anjos, por exemplo, são criaturas de uma outra energia e dimensão, mas existem em universos que se comunicam com o nosso; seja por portais; seja por capacidade de interrelação deles com o nosso mundo.

Ora, entender isso e discernir isso em suas implicações, cria uma percepção do mundo espiritual totalmente diferente.

É nesse sentido que digo que os tais óvnis são apenas interrelações de dimensões, sendo que a sua natureza é “espiritual”; porém, um “espiritual” que tem a ver com as noções que a Física atual nos ajuda a compreender com mais clareza fenomenológica.

Pode ser total coincidência que a Teoria Física das Cordas proponha que existam de 9 a 11 camadas de existência além da nossa [ou seja: de mundos paralelos], — à semelhança do que as antigas teses teológicas sobre o mundo invisível declaravam, ou seja: que existem de 9 a 11 camadas de mundos invisíveis, feitos das camadas existentes de anjos, arcanjos, principados, potestades, poderes, tronos, soberanias, rodas, querubins, serafins, etc.

Portanto, para mim, a Física moderna é um guia de estudo fenomenológico não apenas da existência como a vemos, mas das existências que não vemos. E mais que isto: é um guia de ajuda para a visualização de tais fenômenos como parte agora constatável e semi-observável para nós. Digo semi-observável apenas porque ainda não temos mais que a teoria em avançado processo de demonstração, mas que ajudam imensamente a entender a natureza dos fenômenos por nós designados como de natureza espiritual.

O que a Física nos ajuda hoje a ver mais do que a Teologia, é que a natureza do Universo é essencialmente espiritual!

Esta é a razão de eu dar tanta ênfase a que se busque entender a natureza essencial do Universo, pois será por tais compreensões que nos prepararemos para as invasões espirituais que já estão acontecendo no nosso mundo, e que aumentarão enormemente.

Portanto, simplificando, para mim, por exemplo, os óvnis são manifestações espirituais de uma camada [ou de qualquer delas], sendo “vazadas” para dentro de nossa dimensão.

Chegará a hora em que seremos visivelmente invadidos por tais fenômenos, e quem não estiver preparado cairá em perplexidade assombrosa.

“Coisas espantosas” [...] “Grandes sinais do céu” [...] “Sinais nos céus” [...] “Angústia entre as nações” [...] — são expressões que Jesus usa a fim de designar o ambiente psicológico da humanidade ante a manifestação de fenômenos inusitados e chocantes.

Assim, dou graças a Deus pela Física, por Newton, por Einstein, e pelos que creram nas teses de Einstein mais do que ele mesmo!

Sim, dou graças a Deus pela descoberta científica acerca dos mundos paralelos; e por tudo quanto seja iluminação na verdade acerca da realidade; pois toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm e do alto, descendo do Pai das Luzes; sendo mediada por qualquer um [...], posto que Deus seja livre para revelar-Se, assim como para revelar a natureza das coisas que Ele criou a quem bem desejar.

Pense nisso!

 

(um texto de Caio Fábio D´Araújo Filho)

domingo, 12 de outubro de 2025

181 – Louvor, Sabedoria e Profecias


Os últimos 22 livros do Antigo Testamento estão agrupados como “Poesia e Sabedoria” e “Profecia”. Os 5 primeiros (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos) formam a parte de “Poesia e Sabedoria”. Esta também pode ser dividida em “Palavras de Louvor” e “Palavras de Sabedoria”. Os últimos 17 livros registram a vida e a obra dos mais importantes profetas de Israel.

Os 22 livros variam em conteúdo, mas quase todos têm um elemento em comum: o uso da poesia. Cerca de um terço dos textos do Antigo Testamento foi escrito em forma de poemas. Infelizmente, grande parte de sua sutileza original perdeu-se nas traduções. As características da poesia hebraica incluem ritmo, repetição de frases, semelhanças sonoras e trocadilhos, como nos significados dos nomes. Esses truques literários ajudavam o leitor a memorizar os textos. A poesia hebraica é fértil em imaginação, e os autores bíblicos lançavam mão disso para transmitir os mais profundos sentimentos humanos e expressar o poder da experiência espiritual.

 

Louvor

O livro dos Salmos é uma reunião de 150 poemas e preces. Na literatura hebraica, é chamado de “Livro dos Louvores”, indicando o seu conteúdo. Esses salmos datam da época de Moisés até o período da volta dos judeus do exílio na Babilônia. Outro nome para o livro é “Saltério”, do título grego, que significa “cantos acompanhados pela harpa”. Quase metade deles é atribuída ao rei Davi, um exímio tocador deste instrumento.

Há salmos para o indivíduo e para a comunidade, e expressam as esperanças e os temores do povo de Israel. O livro, portanto, fornece uma melhor compreensão da espiritualidade de Israel durante os altos e baixos de sua acidentada história. Jesus transformou muitos destes salmos em suas próprias preces e costumava citá-los.

 

Salmos no culto judeu

Por tradição, a edição final dos salmos é creditada a Esdras, que remodelou a prática religiosa em Jerusalém após o exílio no século V a.C. O livro dos Salmos divide-se em cinco partes, igual à Torá, os primeiros 5 livros da Bíblia hebraica. A maior parte dos salmos tem um título, que fornece informações sobre o autor ou a dedicatória, a ocasião para a qual foi escrito e instruções para o acompanhamento musical.

Durante as cerimônias religiosas, os salmos costumavam ser cantados ou entoados alternadamente pois dois coros, ou um coro e a congregação.

 

Sabedoria

Os livros de Jó, Provérbios e Eclesiastes são conhecidos como “Livros de Sabedoria”. A literatura de sabedoria era comum no antigo Oriente Médio. Milhares de ditados curtos, em forma de provérbios, circulavam entre o Egito e a Mesopotâmia e terras a leste. Esses ditados eram criados ou colecionados por sábios, que costumavam ser patrocinados por cortes reais.

Esses sábios também escreviam monólogos ou diálogos e respeito de questões humanas específicas, como o significado da existência ou o motivo do sofrimento. O exemplo mais conhecido é o “Instruções de Amenemope”, do primeiro milênio a.C., bastante semelhante ao livro dos Provérbios, na Bíblia. Muitos eruditos israelitas conheciam a literatura de sabedoria de outras culturas. Isso se reflete no fato de, no Antigo Testamento, os Livros de Sabedoria serem mais cosmopolitas.

 

Cântico dos Cânticos

O Cântico dos Cânticos é um poema de amor sobre uma moça do campo que vê o seu amado, um pastor, como um rei destemido. A fértil e sensual fantasia do poema reproduz a vida e a paisagem da Palestina. Considera-se que o poema simboliza o amor de Deus pelo Seu povo. O seu título em hebraico significa “o maior dos cantos”.

A voz do amor é a voz de uma mulher. Tradicionalmente, o poema é atribuído a Salomão, razão pela qual costuma, às vezes, ser chamado de “Canção de Salomão”.

 

O sofrimento de Jó

A livro de Jó trata da fé em Deus e da função do sofrimento. Satanás desafia Deus, afirmando que Jó, um homem honesto, feliz e bem-sucedido, rejeitará Deus, se Ele retirar as Suas bênçãos. Satanás impõe dificuldades cada vez maiores a Jó, que perde a família, os bens e a saúde. Ele não perde a fé em Deus, mas é forçado a questionar a própria honestidade. Jó não entende como Deus pode permitir que o justo e inocente sofra, ao mesmo tempo em que a maldade parece prosperar, e amaldiçoa o dia em que nasceu.

Finalmente, Deus fala com Jó, a quem é dada a percepção da benevolência e da sabedoria infinitas de Deus. Jó percebe que é a sua fé, e não a compreensão, que é importante.

 

Provérbios

O livro dos Provérbios é composto de nove coleções de ditados transmitidos pelos sábios. Essas pessoas desempenhavam um importante papel na sociedade. Aconselhavam os reis e instruíam os jovens a como se comportar sabiamente em todas as circunstâncias, a fim de levar uma vida ética.

O tema fundamental do livro é que o bom será recompensado e o mau será castigado. É dado ênfase à boa relação entre vizinhos e os seus benefícios para toda a comunidade, principalmente no caso de indivíduos necessitados de ajuda.

 

Eclesiastes

O Eclesiastes é um livro que faz reflexões sobre o sentido da vida e a existência humana. Alguns estudiosos atribuem a obra ao rei Salomão. Seu título em hebraico, “O Livro de Koheleth”, sugere que o autor é um pregador. “Eclesiastes” é a palavra grega para “professor” que fala para uma assembleia.

A mensagem do livro é que a vida é efêmera; não tem propósito ou significado se Deus não for o centro dela.

O autor conclui que, em geral, a vida é injusta, mas que deve ser desfrutada e não suportada. Garante-se que Deus é o derradeiro juiz, e os que n’Ele mantêm a fé nada têm a temer.

 

Profecia

Por todo o Antigo Testamento, uma sucessão de pregadores carismáticos, chamados de profetas, vaticinam os propósitos de Deus para o povo de Israel.

Os profetas costumavam prever terríveis consequências quando o povo se afastava de Deus. Nem sempre eram ouvidos e, geralmente, eram perseguidos. Mas os profetas também prometiam a graça derradeira de Deus: a chegada de um salvador, o Messias.

Os profetas têm procedências diversas: Amós era pastor, Ezequiel, um sacerdote, e Isaías tinha um passado aristocrático. Muitos são anônimos. Os profetas que merecem um livro na Bíblia são conhecidos como “profetas escritores”. Em geral, a mensagem que trouxeram foi registrada muito tempo depois de suas épocas.

 

Relação dos profetas:

·  Samuel e Natã(*) (1050 a.C. a 1010 a.C.): Samuel pegou os tempos dos reis Saul e Davi, e Natã os tempos de Davi e Salomão.

·  Elias(*) (870 a.C. a 852 a.C.): pegou os tempos dos reis Acabe e Acazias.

·  Eliseu(*) (855 a.C. a 798 a.C.): pegou os tempos dos reis Jorão, Jeú, Joacaz, Jeoás e Joás.

·  Amós (760 a.C. a 750 a.C.): pegou os tempos do rei Jeroboão II.

·  Jonas (760 a.C. a 750 a.C.): pegou os tempos do rei Jeroboão II.

·  Oséias (760 a.C. a 722 a.C.): pegou os tempos dos reis Jeroboão II e Oséias.

·  Em 722 a.C. ocorreu a queda do reino do norte de Israel.

·  Isaías (740 a.C. a 680 a.C.): pegou os tempos dos reis Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias e Manassés.

·  Miquéias (740 a.C. a 687 a.C.): pegou os tempos dos reis Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias e Manassés.

·  Sofonias (640 a.C. a 610 a.C.): pegou os tempos do rei Josias.

·  Naum (630 a.C a 612 a.C.): pegou os tempos do rei Josias.

·  Jeremias (626 a.C. a 587 a.C.): pegou os tempos dos reis Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias.

·  Habacuque (600 a.C.): pegou os tempos do rei Jeoaquim.

·  Em 586 a.C. ocorreu a queda do reino de Judá.

·  Daniel (604 a.C. a 535 a.C.): pegou os tempos do exílio.

·  Ezequiel (592 a.C. a 570 a.C.): pegou os tempos do exílio.

·  Obadias (587 a.C.): pegou os tempos do exílio.

·  Ageu (520 a.C.): pegou a reconstrução do segundo Templo.

·  Zacarias (520 a.C.): pegou a reconstrução do segundo Templo.

·  Malaquias (450 a.C.): pegou os tempos do segundo retorno de Neemias à Pérsia.

·  Joel (data desconhecida).

 

(*): Indica que o profeta não tem um livro na Bíblia com o seu nome.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.